Avaliação da Utilização das Marcas PIT TAG e - UDC

Avaliação da Utilização das Marcas PIT TAG e - UDC Avaliação da Utilização das Marcas PIT TAG e - UDC

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UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras” AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DAS MARCAS PIT TAG E DART TAG EM ESPÉCIES DE PEIXES NATIVOS DA BACIA DO RIO PARANÁ. FABIO SOETHE Foz do Iguaçu - PR 2011

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS<br />

FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS<br />

CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL<br />

Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a<br />

promoverem as transformações futuras”<br />

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DAS MARCAS <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong> E<br />

DART <strong>TAG</strong> EM ESPÉCIES DE PEIXES NATIVOS DA BACIA<br />

DO RIO PARANÁ.<br />

FABIO SOETHE<br />

Foz do Iguaçu - PR<br />

2011


FABIO SOETHE<br />

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DAS MARCAS <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong> E<br />

DART <strong>TAG</strong> EM ESPÉCIES DE PEIXES NATIVOS DA BACIA<br />

DO RIO PARANÁ.<br />

Trabalho Final de Graduação<br />

apresentado à banca examinadora <strong>da</strong><br />

Facul<strong>da</strong>de Dinâmica <strong>da</strong>s Cataratas<br />

(<strong>UDC</strong>), como requisito para obtenção<br />

do grau de Engenheiro Ambiental.<br />

Prof(a). Orientador(a): Ms. Norma<br />

Barbado.<br />

Foz do Iguaçu – PR<br />

2011<br />

I


TERMO DE APROVAÇÃO<br />

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS<br />

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DAS MARCAS <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong> E DART <strong>TAG</strong><br />

EM ESPÉCIES DE PEIXES NATIVOS DA BACIA DO RIO PARANÁ.<br />

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE<br />

BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL<br />

Acadêmico: Fabio Soethe<br />

Orientadora: Ms. Norma Barbado<br />

Nota Final<br />

Banca Examinadora:<br />

Prof(ª). Ms. Mara Rubia Silva<br />

Prof(ª). Ms. Anderson Coldebella<br />

Foz do Iguaçu, 11 de novembro de 2011.<br />

II


DEDICATÓRIA<br />

Aos meus pais Getúlio e Maria que sempre me direcionaram para uma boa educação.<br />

As minhas irmãs que me incentivaram a buscar novos conhecimentos.<br />

Não posso deixar de lembrar a minha queri<strong>da</strong> namora<strong>da</strong> Adriana Rossoni pela paciência e<br />

compreensão quando me fiz ausente.<br />

III


AGRADECIMENTOS<br />

A ITAIPU BINACIONAL a maior produtora de energia do mundo que patrocinou a<br />

pesquisa.<br />

Aos professores que indicam o caminho do conhecimento e contribuem na formação<br />

dos alunos.<br />

Ao meu amigo Leandro Vilan que se fez tão presente em um momento decisivo na<br />

concretização desta pesquisa.<br />

Agradeço a todos os empregados <strong>da</strong> Divisão de Reservatório <strong>da</strong> Itaipu Binacional<br />

pelo grande apoio e destaco a contribuição especial <strong>da</strong> Zootécnista Carla Canzi que<br />

foi a mentora deste trabalho e teve grande participação nos resultados alcançados.<br />

Ao Técnico Sandro Alves Heil por ter colocado a disposição os materiais<br />

necessários e aju<strong>da</strong>do na execução <strong>da</strong>s avaliações.<br />

Ao Biólogo Hélio Martins Fontes que acrescentou com seu conhecimento e materiais<br />

indispensáveis para formulação <strong>da</strong> pesquisa.<br />

A Bióloga Caroline Henn que sempre contribuiu para a pesquisa emprestando livros<br />

e <strong>da</strong>ndo sugestões importantes para desenvolvimento <strong>da</strong> pesquisa.<br />

Ao estagiário Fábio Floss pelo apoio na execução dos trabalhos de avaliação e pela<br />

disponibili<strong>da</strong>de em todos os momentos que foi requisitado.<br />

Aos funcionários <strong>da</strong> Estel através do seu auxilio durante as avaliações e tratamento<br />

dos peixes durante a pesquisa: Adnaldo Vieira <strong>da</strong> Silva, Jair Ribeiro, José Pedro<br />

Lazzarin e Joarez Augusto do Amaral.<br />

À minha orientadora Norma Barbado que muito contribuiu com sua experiência na<br />

concretização desta pesquisa.<br />

Aos colegas <strong>da</strong> turma que por diversos momentos apoiaram este acadêmico na sua<br />

longa jorna<strong>da</strong> no curso de Engenharia Ambiental.<br />

Aos companheiros de trabalho que aceitaram fazer troca de turno, tão imprescindível<br />

para quem quer estu<strong>da</strong>r e trabalha em turno de revezamento.<br />

Agradeço a Deus pelas pessoas maravilhosas que iluminaram minha vi<strong>da</strong> e<br />

contribuíram para esta conquista.<br />

IV


EPÍGRAFE<br />

“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em to<strong>da</strong>s as suas<br />

folhas.”<br />

Johann Goethe<br />

V


SOETHE, Fabio. <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> <strong>Utilização</strong> <strong>da</strong>s <strong>Marcas</strong> <strong>PIT</strong> tag e DART tag em<br />

Espécies Nativos <strong>da</strong> Bacia do Rio Paraná. Foz do Iguaçu, 2011. Projeto de<br />

Trabalho Final de Graduação - Facul<strong>da</strong>de Dinâmica de Cataratas.<br />

RESUMO<br />

Desde os tempos remotos, observa-se a migração sazonal e anual de diversas<br />

espécies de peixes que ocorre pela busca por alimentos, pre<strong>da</strong>ção, proteção e,<br />

principalmente, para sua reprodução. No Brasil os primeiros estudos de migração de<br />

peixes foram realizados através de uma técnica denomina<strong>da</strong> marcação. Os tipos de<br />

marcação utilizados nesta pesquisa foram marcas <strong>PIT</strong> tag e DART tag. O objetivo<br />

deste trabalho foi avaliar a rejeição <strong>da</strong>s marcas <strong>PIT</strong> tag e a pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca<br />

DART tag. Nesta análise foram utiliza<strong>da</strong>s três espécies, o Pacu (Piaractus<br />

mesopotamicus), a Piracanjuba (Brycon orbygnianus) e a Piapara (Leporinus<br />

obtusidens). Os peixes ficaram acondicionados em tanques rede no Refúgio<br />

Biológico de Itaipu Bela Vista durante 157 dias. Neste período foram coletados<br />

<strong>da</strong>dos de 188 uni<strong>da</strong>des de peixes e transformados em importantes informações para<br />

melhorar a utilização <strong>da</strong>s marcas nas espécies. Os implantes foram realizados em<br />

três locais diferentes: intramuscular dorsal, intramuscular ventral e cavi<strong>da</strong>de<br />

abdominal. Com os resultados alcançados, pode-se afirmar quais <strong>da</strong>s três espécies<br />

analisa<strong>da</strong>s têm maior rejeição à marca <strong>PIT</strong> tag e quais são as mais pre<strong>da</strong>doras <strong>da</strong><br />

marca DART tag. Algumas condições se destacaram como na espécie pacu que<br />

alcançou o resultado de 100% de aceitação do implante <strong>da</strong> marca <strong>PIT</strong> tag e também<br />

a forte tendência de pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag. Outro destaque foi para o<br />

implante na cavi<strong>da</strong>de abdominal <strong>da</strong> espécie piapara com aceitação de 91% <strong>da</strong><br />

marca <strong>PIT</strong> tag. Já para espécie piracanjuba o melhor resultado foi na cavi<strong>da</strong>de<br />

abdominal com 56% de aceitação. Estas informações podem contribuir na escolha<br />

<strong>da</strong> cor a ser utiliza<strong>da</strong> para efetuar o implante ou ain<strong>da</strong>, auxiliar na decisão de<br />

procurar outra tecnologia para marcação <strong>da</strong> espécie pacu, sendo que esta<br />

apresentou um alto índice de pre<strong>da</strong>ção.<br />

Palavras-Chave: Migração de peixes – Marcação de peixes – Monitoramento de<br />

peixes.<br />

VI


SOETHE, Fabio. Assessment of the Use of Trademarks and DART tag <strong>PIT</strong> tag on native<br />

species of the Paraná River Basin. Foz do Iguaçu, 2011. Project to Completion of<br />

Course Work - Facul<strong>da</strong>de Dinâmica de Cataratas.<br />

ABSTRACT<br />

Since ancient times, there is a seasonal and annual migration of several species of<br />

fish that is the search for food, pre<strong>da</strong>tion, protection, and especially for their<br />

reproduction. In Brazil the first fish migration studies were performed using a<br />

technique called marking. The types of markup tags were used in this research<br />

DART <strong>PIT</strong> tag and tag. The objective of this study was to evaluate <strong>PIT</strong> tag rejection<br />

of brands and brand pre<strong>da</strong>tion DART tag. In this analysis we used three species, the<br />

Pacu (Piaractus mesopotamicus), the Piracanjuba (Brycon orbygnianus) and piapara<br />

(Leporinus obtusidens). The fish were placed in tanks Biological Refuge network in<br />

Itaipu Bela Vista for 157 <strong>da</strong>ys. During this period <strong>da</strong>ta were collected from 188 units<br />

of fish and turned into valuable information to improve the use of marks on the<br />

species. The implants were performed in three different locations: intramuscular<br />

dorsal, ventral and intramuscular abdominal cavity. The results achieved may be said<br />

which of the three species analyzed are more <strong>PIT</strong> tag rejection of the brand and what<br />

are the most pre<strong>da</strong>tory of the DART brand tag. Some conditions stood out as the<br />

pacu species that reached 100% the result of acceptance of the <strong>PIT</strong> tag implant<br />

brand and also the strong tendency of pre<strong>da</strong>tion brand DART tag. Another highlight<br />

was the implant in the abdominal cavity of the species piapara with 91% acceptance<br />

of the <strong>PIT</strong> tag mark. As for species piracanjuba the best result was in the abdominal<br />

cavity with 56% acceptance. This information can help in choosing the color to be<br />

used to perform the implant or even assist in the decision to seek another type of<br />

marking technology for pacu, and this showed a high rate of pre<strong>da</strong>tion.<br />

Keywords: Migration of fish – Fish marking – Monitoring of fish.<br />

VII


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1: Nomenclatura interna dos órgãos do peixe ...........................................<br />

Figura 2: Espécie de peixe pesquisa<strong>da</strong> Pacu (Piaractus mesopotamicus)...........<br />

Figura 3: Espécie de peixe pesquisa<strong>da</strong> Piracanjuba (Brycon orbygnianus).........<br />

Figura 4: Espécie de peixe pesquisa<strong>da</strong> Piapara (Leporinus obtusidens)..............<br />

Figura 5: Modelo de caixa para Transporte de Peixes Vivos................................<br />

Figura 6: Tanques-rede do experimento, reservatório <strong>da</strong> Usina Hidrelétrica de<br />

Itaipu.......................................................................................................................<br />

Figura 7: Chips <strong>PIT</strong> tag em cartela........................................................................<br />

Figura 8: Marca DART tag.....................................................................................<br />

Figura 9: Local dos tanques-rede do experimento, reservatório <strong>da</strong> Usina<br />

Hidrelétrica de Itaipu...............................................................................................<br />

Figura 10: Programação do chip <strong>PIT</strong> tag...............................................................<br />

Figura 11: Incisão com bisturi para implante do chip <strong>da</strong> marca <strong>PIT</strong> tag................<br />

Figura 12: Implante do chip <strong>PIT</strong> tag......................................................................<br />

Figura 13: Preparação para implante <strong>da</strong> marca DART tag...................................<br />

Figura 14: Peixe com implante <strong>da</strong> marca DART tag.............................................<br />

Figura 15: Evolução <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha e azul <strong>da</strong><br />

espécie piracanjuba................................................................................................<br />

Figura 16: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag azul na piracanjuba.......<br />

Figura 17: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha na<br />

piracanjuba.............................................................................................................<br />

Figura 18: Evolução <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha e azul <strong>da</strong><br />

espécie pacu..........................................................................................................<br />

Figura 19: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag azul no pacu..................<br />

Figura 20: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha no pacu.........<br />

Figura 21: Evolução <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha e azul <strong>da</strong><br />

espécie piapara......................................................................................................<br />

Figura 22: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag azul na piapara.............<br />

Figura 23: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha na piapara.....<br />

Figura 24: <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> espécie piracanjuba............<br />

Figura 25: Demonstrativo por período <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong><br />

VIII<br />

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piracanjuba.............................................................................................................<br />

Figura 26: <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> espécie pacu.......................<br />

Figura 27: Demonstrativo por período <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag do pacu.........<br />

Figura 28: <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> espécie piapara...................<br />

Figura 29: Demonstrativo por período <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> piapara.....<br />

Figura 30: Evolução <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag durante todo período <strong>da</strong><br />

pesquisa nas espécies piracanjuba, piapara e pacu..............................................<br />

Figura 31: Procedimento de leitura do chip <strong>PIT</strong> tag..............................................<br />

Figura 32: Identificação de um exemplar com rejeição <strong>da</strong> marca <strong>PIT</strong> tag ...........<br />

Figura 33: Exemplar com pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha......................<br />

Figura 34: Exemplares com e sem pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag.......................<br />

IX<br />

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56<br />

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57<br />

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59


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1: Impurezas, estados <strong>da</strong> água e exemplos.. ............................................<br />

Tabela 2: Classificação dos plânctons por tamanho e natureza............................<br />

Tabela 3: Importantes agentes estressores na Ictiologia.......................................<br />

Tabela 4: Recomen<strong>da</strong>ções para o transporte de peixes........................................<br />

Tabela 5: Acondicionamento dos peixes no Tanque 04 com chip <strong>PIT</strong> tag.............<br />

Tabela 6: Acondicionamento dos peixes nos Tanques 01, 02 e 03 (DART tag)....<br />

X<br />

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SUMÁRIO<br />

RESUMO.................................................................................................................<br />

ABSTRACT.............................................................................................................<br />

LISTA DE FIGURAS...............................................................................................<br />

LISTA DE TABELAS..............................................................................................<br />

SUMÁRIO...............................................................................................................<br />

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................<br />

2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................<br />

2.1 AMBIENTE DOS PEIXES................................................................................<br />

2.1.1 Principais proprie<strong>da</strong>des físicas <strong>da</strong> água...................................................<br />

2.1.1.1 Temperatura................................................................................................<br />

2.1.1.2 Transparência e cor....................................................................................<br />

2.1.2 Principais proprie<strong>da</strong>des químicas <strong>da</strong> água...............................................<br />

2.1.2.1 Oxigênio......................................................................................................<br />

2.1.2.2 Gás carbônico.............................................................................................<br />

2.1.2.3 PH <strong>da</strong> água.................................................................................................<br />

2.1.3 Alimentação dos peixes..............................................................................<br />

2.1.3.1 Alimentação natural por plânctons..............................................................<br />

2.1.3.2 Alimentação natural por bentos..................................................................<br />

2.1.3.3 Alimentação artificial dos peixes.................................................................<br />

2.1.4 Mecanismo de defesa dos peixes..............................................................<br />

2.1.4.1 Estresse dos peixes....................................................................................<br />

2.1.4.2 Rejeição de objetos estranho no organismo dos peixes.............................<br />

2.2 MIGRAÇÃO DOS PEIXES................................................................................<br />

2.3 ESPÉCIES DE PEIXES NATIVAS DA BACIA DO RIO PARANÁ....................<br />

2.3.1 Pacu (Piaractus mesopotamicus)...............................................................<br />

2.3.2 Piracanjuba (Brycon orbygnianus)............................................................<br />

2.3.3 Piapara (Leporinus obtusidens).................................................................<br />

2.4 MONITORAMENTO NO CANAL DA PIRACEMA.............................................<br />

2.5 TRANSPORTE DOS PEIXES...........................................................................<br />

2.5.1 Características do transporte <strong>da</strong>s espécies pesquisa<strong>da</strong>s.......................<br />

XI<br />

VI<br />

VII<br />

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2.5.2 Transporte de peixes por Trans Fish.........................................................<br />

2.6 TANQUES REDE..............................................................................................<br />

2.7 SOFTWARE PARA PROGRAMAÇÃO DO CHIP <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong>..............................<br />

2.8 MARCAS <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong> E DART <strong>TAG</strong>.....................................................................<br />

3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................<br />

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO..................................................<br />

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.........................................................<br />

3.2.1 Transporte dos peixes.................................................................................<br />

3.2.2 Programação dos chips <strong>PIT</strong> tag.................................................................<br />

3.2.3 Preparação dos peixes para implantação dos chip e <strong>da</strong> marca DART<br />

tag...........................................................................................................................<br />

3.2.4 Implantação dos chips <strong>PIT</strong> tag...................................................................<br />

3.2.5 Implantação <strong>da</strong> marca DART tag................................................................<br />

3.2.6 Acondicionamento dos peixes em tanques rede com chips <strong>PIT</strong> tag......<br />

3.2.7 Acondicionamento dos peixes em tanques rede com a marca DART<br />

tag...........................................................................................................................<br />

3.2.8 <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> pesquisa.................................................................................<br />

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................<br />

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................<br />

XII<br />

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1 INTRODUÇÃO<br />

Os peixes praticam a migração desde os tempos remotos. Este fenômeno<br />

natural é observado de forma sazonal e anual em diversas espécies que ocorre pela<br />

busca por alimentos, pre<strong>da</strong>ção, proteção e, principalmente, para sua reprodução.<br />

A Piracema é o período do ano, entre os meses de outubro a março, em<br />

que os peixes sobem os rios e lagos buscando locais ideais para a desova. No<br />

Brasil, os primeiros estudos de migração de peixes foram introduzidos pelo Prof.<br />

Manoel Pereira de Godoy na déca<strong>da</strong> de 50, realizando monitoramento através de<br />

uma técnica denomina<strong>da</strong> marcação.<br />

Nos dias atuais existem várias tecnologias para monitorar peixes tanto<br />

para sua migração como para acompanhar seu crescimento. As marcas <strong>PIT</strong> tag e<br />

DART tag são ferramentas que auxiliam a Biotelemetria dos peixes e aprimorar<br />

estas tecnologias trará melhores resultados nas pesquisas sobre o peixe.<br />

Os peixes são vertebrados que vivem na água e respiram geralmente por<br />

brânquias, também chama<strong>da</strong>s de guelras. São sustentados por coluna vertebral de<br />

cartilagem que é firme e flexível ou de osso que é mais resistente e menos flexível.<br />

Estão a<strong>da</strong>ptados para viver na água doce ou salga<strong>da</strong>. A maioria tem na<strong>da</strong>deiras,<br />

sustenta<strong>da</strong>s por raios ou espinhos. Quase todos possuem escamas, que tem a<br />

função de proteger e cobrir o corpo.<br />

O tamanho médio dos peixes pode variar de um centímetro até cerca de<br />

18 metros. Um vertebrado que desde seu surgimento, teve sucesso garantido no<br />

meio aquático. Através <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> sua espécie se a<strong>da</strong>ptou de forma magnífica e<br />

tornou-se um vertebrado aquático por excelência. Tem características de um animal<br />

que vive em um ambiente denso, pouco permeável à luz, pouco sujeito às variações<br />

bruscas de temperatura e onde o alimento se encontra distribuído uniformemente.<br />

Em outubro de 1982 as obras <strong>da</strong> barragem <strong>da</strong> Usina Hidroelétrica de<br />

Itaipu foram concluí<strong>da</strong>s. Este fato trouxe algumas mu<strong>da</strong>nças no meio ambiente <strong>da</strong><br />

região Oeste do Paraná. Um dos impactos foi o bloqueio do curso natural do rio<br />

Paraná, que impossibilitou a migração dos peixes <strong>da</strong> região.<br />

A empresa realizou diversas ações para amenizar os efeitos desta<br />

construção. Uma <strong>da</strong>s obras mais importantes foi o Refúgio Biológico Bela Vista, uma<br />

13


uni<strong>da</strong>de de proteção ambiental cria<strong>da</strong> nos anos 70 para receber milhares de animais<br />

“desalojados” pela usina Hidroelétrica Itaipu Binacional, sendo este o local escolhido<br />

para desenvolver o presente estudo.<br />

Outra importante ação <strong>da</strong> Itaipu foi criação do Canal <strong>da</strong> Piracema,<br />

concluído em dezembro de 2002 com 10 km de extensão e com um desnível de<br />

127m. Esta obra busca diminuir o impacto causado pelo bloqueio <strong>da</strong> barragem e<br />

possibilita um caminho alternativo para a migração dos peixes.<br />

Atualmente, a Divisão que coordena o Reservatório <strong>da</strong> Itaipu Binacional<br />

realiza um acompanhamento <strong>da</strong> migração dos peixes pelo Canal <strong>da</strong> Piracema<br />

utilizando a tecnologia de monitoramento por Biotelemetria através de marcas DART<br />

tag e <strong>PIT</strong> tag (Transponder Passivo Integrado<br />

Para verificar a rejeição <strong>da</strong>s marcas <strong>PIT</strong> tag, estas foram implantados em<br />

três locais diferentes: intramuscular dorsal, cavi<strong>da</strong>de abdominal e intramuscular<br />

ventral. Já para identificar a pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s marcas DART tag foram utilizados apenas<br />

implantes intramusculares dorsal, localizados abaixo <strong>da</strong>s na<strong>da</strong>deiras.<br />

Esta pesquisa busca identificar a melhor aplicabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s marcas <strong>PIT</strong><br />

tag e DART tag nas espécies de Pacu (Piaractus mesopotamicus), Piracanjuba<br />

(Brycon orbygnianus) e Piapara (Leporinus obtusidens). Na marca <strong>PIT</strong> tag pretende-<br />

se verificar a rejeição <strong>da</strong>s espécies relaciona<strong>da</strong> com os locais dos implantes.<br />

Tem como objetivo analisar os índices de rejeição <strong>da</strong>s marcas <strong>PIT</strong> tag e<br />

verificar os índices de pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag nas espécies Pacu, Piracanjuba<br />

e Piapara. Este estudo se justifica na necessi<strong>da</strong>de de melhorar a eficácia do<br />

monitoramento nas espécies de peixes relaciona<strong>da</strong>s anteriormente utilizando as<br />

marcas <strong>PIT</strong> tag e DART tag.<br />

14


2 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

2.1 AMBIENTE DOS PEIXES<br />

Uma definição de peixe feita por Pereira (1986), coloca como um<br />

vertebrado inferior e aquático, possuidor de brânquias, também chama<strong>da</strong>s de<br />

guelras, que lhe permite utilizar o oxigênio dissolvido na água. A temperatura é<br />

variável, pois está sempre em equilíbrio térmico com a água. Ain<strong>da</strong> o mesmo autor<br />

conclui que os peixes são os únicos animais que crescem constantemente, não<br />

parando de fazê-lo mesmo depois de atingir a i<strong>da</strong>de adulta.<br />

Os peixes representam o maior número dentro <strong>da</strong> classe dos vertebrados.<br />

Ain<strong>da</strong> acredita que os peixes surgiram por volta de 45 milhões de anos atrás. Estes<br />

seres ocupam as águas dos mares, oceanos, rios, lagos e açudes. Também cita que<br />

neste grupo, existem aproxima<strong>da</strong>mente 24 mil espécies, <strong>da</strong>s quais mais <strong>da</strong> metade<br />

vive em água salga<strong>da</strong>. O tamanho médio dos peixes pode variar de um centímetro a<br />

até cerca de 18 metros. Um vertebrado que desde seu surgimento, teve sucesso<br />

garantido no meio aquático (SÓ BIOLOGIA, 2008).<br />

De acordo com Galli (1984), os seres vivos dependem do ambiente que<br />

os envolve e são diretamente influenciados, como acontece de forma acentua<strong>da</strong> no<br />

ambiente aquático. O peixe conseguiu se a<strong>da</strong>ptar de forma magnífica e se tornou<br />

um vertebrado aquático por excelência. Tem características de um animal que vive<br />

em um ambiente denso, pouco permeável a luz, pouco sujeito as variações bruscas<br />

de temperatura e onde o alimento se encontra distribuído uniformemente.<br />

Para Richter (1991), o ambiente dos peixes tem uma característica impar:<br />

“a água pura é um liquido incolor, inodoro, insípido e transparente. Entretanto por ser<br />

ótimo solvente, nunca é encontra<strong>da</strong> em estado de absoluta pureza, contendo várias<br />

impurezas que vão desde alguns miligramas por litro na água <strong>da</strong> chuva a mais de 30<br />

mil miligramas por litros de água do mar.” Ain<strong>da</strong> o autor acrescenta que existem 103<br />

elementos químicos conhecidos e a maioria deles é encontra<strong>da</strong> de alguma forma<br />

nas águas naturais.<br />

Os peixes apresentam algumas características que favorecem sua vi<strong>da</strong><br />

15


na água tais como: o formato do seu corpo é hidrodinâmico e favorece seu<br />

deslocamento na água, a estrutura de locomoção sendo peitorais, ventrais, dorsais e<br />

anais, escamas lisas diminuindo o atrito e sua pele possui glândulas produtoras de<br />

muco que também alivia o atrito, tronco com a musculatura segmenta<strong>da</strong> permitindo<br />

movimentos ondulados, sua temperatura do corpo se a<strong>da</strong>pta com a do ambiente,<br />

respira através de brânquias ou também conheci<strong>da</strong> por guelras e seu sistema de<br />

distribuição sanguínea a<strong>da</strong>ptado ao meio aquático (SÓ BIOLOGIA, 2008). A Figura 1<br />

mostra a nomenclatura interna dos órgãos do peixe.<br />

Figura 1: Nomenclatura interna dos órgãos do peixe<br />

Fonte: Só Biologia, 2008.<br />

Pereira (1986), coloca os peixes como animais heterotérmicos, vivem e se<br />

comportam de acordo com situações e mu<strong>da</strong>nças no meio ambiente. Seus<br />

movimentos migratórios podem ser chamados de “tatismos”, uma vez que os peixes<br />

agem por “tato” ou reações a temperatura, alteração química <strong>da</strong> água, correntezas<br />

etc. A alimentação, hábitos e sua conformação física são reflexos de como o meio<br />

ambiente age sobre eles.<br />

Conforme Galli (1984), os peixes conseguem sintetizar compostos<br />

orgânicos simples de elevado conteúdo energéticos, a partir do gás carbônico e de<br />

alguns sais minerais dissolvidos na água. Este fato ocorre através do processo de<br />

fotossíntese que torna o ambiente rico em oxigênio. Ain<strong>da</strong> conclui que to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong><br />

animal nela incluí<strong>da</strong> a produção de peixes tem por suporte a produção vegetal e esta<br />

varia de acordo com as proprie<strong>da</strong>des físicas e químicas <strong>da</strong> água.<br />

Segundo Richter (1991), sobre ou através do solo a água escoa, assim<br />

16


contribuindo para as impurezas adicionais que ela apresenta, este fato é agravado<br />

com o crescimento <strong>da</strong> indústria e agricultura. Desta forma se torna obrigatório algum<br />

tipo de tratamento alternativo nas fontes de água <strong>da</strong> superfície. Na Tabela 1 são<br />

apresenta<strong>da</strong>s as impurezas mais comuns, os estados que se encontram e seus<br />

principais exemplos:<br />

Tabela 1: Impurezas, estados <strong>da</strong> água e exemplos.<br />

Estado Principais exemplos<br />

· Algas e protozoários: podem causar sabor e odor, cor e turbidez;<br />

Em suspensão<br />

·<br />

·<br />

Areia, silte e argila: turbidez;<br />

Resíduos industriais e domésticos.<br />

Em estado coloi<strong>da</strong>l<br />

Dissolvi<strong>da</strong>s<br />

Fonte: Richter, 1991.<br />

2.1.1 Principais proprie<strong>da</strong>des físicas <strong>da</strong> água<br />

· Bactérias e vírus: muitos são patogênicos e algumas bactérias<br />

podem causar prejuízo as instalações;<br />

· Substâncias de origem vegetal: cor, acidez e sabor;<br />

· Sílica e argilas: turbidez.<br />

17<br />

· Engloba uma enorme varie<strong>da</strong>de de substâncias de origem mineral<br />

como sais de cálcio e magnésio, compostos orgânicos e gases<br />

causam as alterações na quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água, sendo que seus<br />

efeitos dependem <strong>da</strong> sua composição e concentração e de<br />

reações químicas entre outras substâncias.<br />

Para Galli (1984), entre as proprie<strong>da</strong>des físicas, ressaltam em importância<br />

a temperatura, transparência e a cor. Ain<strong>da</strong> Richter (1991) coloca que as<br />

características físicas <strong>da</strong>s águas são de pouca importância sanitária e relativamente<br />

fáceis de determinar.<br />

2.1.1.1 Temperatura<br />

De acordo com Richter (1991), a temperatura influência diretamente<br />

outras proprie<strong>da</strong>des conti<strong>da</strong>s na água: acelera reações químicas, reduz a<br />

solubili<strong>da</strong>de dos gases, acentua a sensação de sabor e odor e contribui para as<br />

mu<strong>da</strong>nças orgânicas do peixe. Segundo Galli (1984), a temperatura é um dos


fatores mais importantes num ambiente aquático. Gera efeito sobre os seres vivos<br />

que aí vivem, de modo direto e indireto interagindo com to<strong>da</strong>s as demais<br />

proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong> água.<br />

Segundo Kubitza (1998), os viveiros e tanques devem ser monitorados<br />

diariamente observando os níveis máximo e mínimo de temperatura que ocorrem em<br />

ca<strong>da</strong> situação. O monitoramento diário destes índices aju<strong>da</strong>m a prever a ocorrência<br />

de níveis críticos possibilitando se precaver e evitar situações de emergência.<br />

Conforme Galli (1984), a temperatura é o fator ecológico mais importante<br />

no meio aquático. Exerce efeitos sobre os seres que ali vivem, esta condição<br />

interage como to<strong>da</strong>s as demais proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong> água. Os peixes são animais de<br />

temperatura variável, seus corpos normalmente apresentam a mesma temperatura<br />

<strong>da</strong> água, variando apenas de 0.5 a 1.0°C.<br />

Para Pereira (1986), a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong>s estações do ano pode influenciar<br />

diretamente no desenvolvimento e crescimento dos peixes através <strong>da</strong>s alterações do<br />

metabolismo provoca<strong>da</strong>s pelo frio, correntezas e alimentação.<br />

Ain<strong>da</strong> Galli (1984), os peixes são animais que mantêm sua temperatura<br />

semelhante com a <strong>da</strong> água. Este fato significa que seu metabolismo, ou seja, a<br />

intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s reações orgânicas acelera-se com a elevação <strong>da</strong> temperatura e<br />

diminui com o decréscimo <strong>da</strong> mesma. Tal fato traz conseqüências diretas ao peixe<br />

como respiração, crescimento e reprodução.<br />

2.1.1.2 Transparência e cor<br />

Segundo Richter (1991), a água pura não tem cor. A presença de<br />

substâncias dissolvi<strong>da</strong>s ou em suspensão altera a cor <strong>da</strong> água, dependendo <strong>da</strong><br />

natureza e <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de do material presente.<br />

Conforme Galli (1984), a transparência e cor <strong>da</strong> água se diferenciam do<br />

ambiente aéreo, pois o ar permite a passagem de luz em grande quanti<strong>da</strong>de, na<br />

água à penetração de luz realiza-se em escala muito menor em razão <strong>da</strong> existência<br />

de partículas em suspensão e em solução, entre elas, argila, silte, matéria orgânica<br />

e microorganismos<br />

De acordo com Richter (1991), a turbidez pode ser causa<strong>da</strong> por uma<br />

18


grande varie<strong>da</strong>de de matérias e por bolhas de ar finamente dividi<strong>da</strong>s, fenômeno que<br />

ocorre em alguns pontos <strong>da</strong> rede de distribuição ou em instalações domiciliares.<br />

Ain<strong>da</strong> acrescenta que é impraticável tentar correlacionar a turbidez com o peso <strong>da</strong><br />

matéria em suspensão. Atualmente para fun<strong>da</strong>mentar este tipo de cálculo é utilizado<br />

o método de Jackson.<br />

Ain<strong>da</strong> Galli (1984), acrescenta outro modo alternativo para calcular a<br />

turbidez <strong>da</strong> água. Este coeficiente pode ser calculado diretamente utilizando o disco<br />

de Secchi. Este método consiste em mergulhar o disco pintado de branco e preto na<br />

água até que desaparece a vista do observador. O disco é preso a uma cor<strong>da</strong><br />

gradua<strong>da</strong> que conforme profundi<strong>da</strong>de de imersão cria uma referência para o<br />

observador indicar o grau de transparência <strong>da</strong> água.<br />

Segundo Kubitza (1998), uma prática para reduzir a turbidez <strong>da</strong> água é a<br />

utilização de sulfato de cálcio. Este processo já se mostrou eficiente e barato. Este<br />

produto também pode ser usado para elevar os valores de dureza total sem alterar<br />

muito a alcalini<strong>da</strong>de total <strong>da</strong> água.<br />

A quanti<strong>da</strong>de e quali<strong>da</strong>de também têm sua importância para o aquicultor<br />

decidir qual espécie será cria<strong>da</strong> e o modelo de cultivo adotado. O cui<strong>da</strong>do com a<br />

quanti<strong>da</strong>de mínima pela per<strong>da</strong> na evaporação e na quali<strong>da</strong>de se faz necessária para<br />

evitar surpresas desagradáveis com estresse e morte dos organismos criados (PET-<br />

PESCA, 2011).<br />

Para Galli (1984), a redução <strong>da</strong> transparência <strong>da</strong> água dificulta a<br />

penetração dos raios luminosos e conseqüentemente a realização <strong>da</strong> fotossíntese.<br />

Quando ocorre este fato a produção de peixes fica bastante prejudica<strong>da</strong> quer pela<br />

diminuição do desenvolvimento do fitoplâncton ou pela menor quanti<strong>da</strong>de de<br />

oxigênio dissolvido na água.<br />

2.1.2 Principais proprie<strong>da</strong>des químicas <strong>da</strong> água<br />

Segundo Galli (1984), a água tem uma eleva<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de dissolver<br />

substâncias, assim no meio ambiente natural não existe água pura, acrescenta<br />

ain<strong>da</strong> que até mesmo em laboratório esta pureza seja praticamente impossível.<br />

Como a água está em constante contato com ar, solo, matéria orgânica,<br />

19


metabolismo de organismos e outras condições que possibilitam a presença de<br />

determina<strong>da</strong>s proporções de substâncias em solução ou em suspensão.<br />

Para Richter (1991), as proprie<strong>da</strong>des químicas <strong>da</strong> água têm grande<br />

importância para o ponto de vista sanitário e econômico <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />

Exemplificando melhor estas características, foram cita<strong>da</strong>s as proprie<strong>da</strong>des químicas<br />

de maior importância para água: oxigênio (O2), gás carbônico (CO2) e o pH.<br />

2.1.2.1 Oxigênio<br />

Conforme Galli (1984), o grau de oxigênio varia com a temperatura <strong>da</strong><br />

água e altitude do local. Quanto mais baixa for a temperatura maior a quanti<strong>da</strong>de de<br />

oxigênio dissolvido na água. De outra forma, quanto menor a altitude do local maior<br />

a solubili<strong>da</strong>de do oxigênio na água, em razão <strong>da</strong> grande pressão atmosférica.<br />

Segundo Richter (1991), a matéria orgânica tem a deman<strong>da</strong> bioquímica e<br />

química de oxigênio. Na primeira deman<strong>da</strong> a quanti<strong>da</strong>de de oxigênio se faz<br />

necessária ao metabolismo <strong>da</strong>s bactérias aeróbias que destroem a matéria orgânica.<br />

Já a segun<strong>da</strong> deman<strong>da</strong> permite a avaliação de carga de poluição em termos de<br />

quanti<strong>da</strong>de de oxigênio necessária para a sua total oxi<strong>da</strong>ção em dióxido de carbono<br />

e água.<br />

Para Kubitza (1998), os níveis de oxigênio devem ser observados com<br />

freqüência. Recomen<strong>da</strong>-se o final <strong>da</strong> tarde ou o amanhecer em viveiros de baixa<br />

renovação de água.<br />

Outro fator importante citado por Galli (1984), onde a água sofre intensa<br />

agitação ou veloci<strong>da</strong>de, como corredeiras ou cachoeiras, a agitação supre a<br />

necessi<strong>da</strong>de de oxigênio necessária. Em outros ambientes mais calmos, onde a<br />

água apresenta pouca ou nenhuma veloci<strong>da</strong>de a necessi<strong>da</strong>de de oxigênio é supri<strong>da</strong><br />

por duas fontes: difusão pelo ar e fotossíntese dos vegetais aquáticos.<br />

Assim como os seres humanos, os peixes também precisam de oxigênio<br />

para sua sobrevivência. Este gás não é retirado <strong>da</strong> superfície e nem <strong>da</strong>s moléculas<br />

presentes na água. Os peixes encontram o oxigênio dissolvido na água. O oxigênio<br />

em contato com a água através <strong>da</strong>s superfícies dos rios e mares vai gra<strong>da</strong>tivamente<br />

se dissolvendo e se espalhando pelo corpo <strong>da</strong> água permitindo a respiração dos<br />

20


peixes (SOCIEDADE GEPEQ, 2004).<br />

De acordo com Galli (1984), A falta de oxigênio nos tanques ou viveiros<br />

pode ser identifica<strong>da</strong> por várias maneiras: exalação de mau cheiro <strong>da</strong> água, gases<br />

tóxicos formados pela decomposição de ração ou fezes, peixes próximo a superfície<br />

<strong>da</strong> água, peixes indiferentes a alimentação ou a presença de pessoas, peixes<br />

abrindo e fechando a boca fora <strong>da</strong> água, como se estivessem engolindo água e<br />

oxigênio.<br />

2.1.2.2 Gás carbônico<br />

Hanna Instruments (2006), coloca a importância do gás carbônico para o<br />

meio aquático, pois esse gás pode causar problemas para piscicultura tendo como<br />

efeito mais preocupante a asfixia. Uma <strong>da</strong>s causas de altas concentrações deste<br />

gás em tanques é após a morte maciça de fitoplâncton ou em dias nublados<br />

considerando-se os processos naturais no ambiente.<br />

O gás carbônico é produzido em grande quanti<strong>da</strong>de pela socie<strong>da</strong>de atual,<br />

seja pelas indústrias ou por automóveis. Este gás dissolve-se com maior facili<strong>da</strong>de<br />

na água do que outros gases <strong>da</strong> atmosfera como nitrogênio e oxigênio. Entretanto, o<br />

aumento <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de de gás carbônico na água provoca a expulsão do oxigênio,<br />

pois existe um limite de dissolução dos gases em líquidos. Ao se dissolver, o CO2<br />

interage com a água, resultando uma solução áci<strong>da</strong>. Este aumento de acidez<br />

provoca na água do mar, rios e lagos sérios problemas na vi<strong>da</strong> aquática, como a<br />

degra<strong>da</strong>ção de corais que são muito importantes para a sobrevivência <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

marinha (SOCIEDADE GEPEQ, 2004).<br />

Para Kubitza (1998), é recomen<strong>da</strong>do o monitoramento semanal dos<br />

tanques e viveiros intensivamente alimentados e sempre que houver uma<br />

prevalência de baixos níveis de oxigênio. Este monitoramento pode ser feito ao<br />

amanhecer onde sua concentração geralmente é mais alta. Os níveis de gás<br />

carbônico são normalmente monitorados ao amanhecer, horário onde sua<br />

concentração é geralmente mais alta.<br />

21


2.1.2.3 pH <strong>da</strong> água<br />

Conforme Richter (1991), o termo pH é usado universalmente para<br />

expressar a intensi<strong>da</strong>de de uma condição áci<strong>da</strong> ou alcalina <strong>da</strong> água ou de uma<br />

solução qualquer. O pH <strong>da</strong> água pode ser medido em uma escala de 0 a 14,<br />

tornando adequado quando alcança o grau 7 desta escala atingindo um nível de<br />

neutrali<strong>da</strong>de. Quando aumenta a acidez diminui o pH <strong>da</strong> água e inversamente<br />

quando apresenta condições alcalinas que acabam elevando o pH <strong>da</strong> água.<br />

Segundo Galli (1984), quando for observado pelo piscicultor que o pH<br />

estiver abaixo de 6.5, recomen<strong>da</strong>-se a utilização <strong>da</strong> calagem para corrigir esta<br />

diferença que deve sempre estar muito próximo de pH sete. Além de corrigir o pH<br />

esta prática provoca a precipitação <strong>da</strong> matéria orgânica, estimula o ciclo dos<br />

nutrientes, liberando cálcio necessário para estrutura dos organismos aquáticos.<br />

2.1.3 Alimentação dos peixes<br />

De acordo com Galli (1984), a natureza complexa dos peixes, com grande<br />

amplitude se torna um assunto de longa discussão de diversos aspectos ligados<br />

direta e indiretamente ao tema. Esta diversi<strong>da</strong>de de espécies indica uma<br />

correspondente diferença de hábitos alimentares. Ca<strong>da</strong> espécie dentro de sua<br />

particulari<strong>da</strong>de, como resultado disso, existem exigências nutricionais diferentes.<br />

Segundo Baldisserotto (2005), a maioria <strong>da</strong>s espécies de peixes nativas<br />

brasileiras apresentam como problemática a ausência de uma ração formula<strong>da</strong> para<br />

atender as exigências nutricionais de diferentes espécies. A falta de uma dieta que<br />

possa atender as necessi<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> espécie afeta diretamente a veloci<strong>da</strong>de de<br />

crescimento, a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> carne, a conversão alimentar e predispõe o indivíduo a<br />

diferentes doenças.<br />

Para Gusmán (1994) apud Losch (2009), na produção intensiva de peixes<br />

alguns parâmetros técnicos devem ser observados, como a utilização de ração de<br />

alto valor biológico que possam suprir as exigências nutricionais <strong>da</strong> espécie<br />

cultiva<strong>da</strong>.<br />

22


2.1.3.1 Alimentação natural por Plâncton<br />

Para Galli (1984), os plânctons são organismos microscópicos de origem<br />

vegetal ou animal com pequena capaci<strong>da</strong>de de locomoção. A importância na<br />

alimentação dos peixes destes organismos é na fase larval dos peixes, pois é após a<br />

absorção do saco vitelino, estas lavas se alimentam de plâncton.<br />

Os plânctons são denominados como um conjunto de seres que vivem<br />

em suspensão na água dos rios, lagos e oceanos, carregados passivamente pelas<br />

on<strong>da</strong>s e correntes. Recebem classificação por tamanho e pela sua natureza (SÓ<br />

BIOLOGIA, 2008). Abaixo é apresenta<strong>da</strong> a Tabela 2 com a classificação dos<br />

plânctons por tamanho e natureza.<br />

Tabela 2: Classificação dos plânctons por tamanho e natureza.<br />

PLÂNCTONS<br />

Classificação Tamanho<br />

Macroplâncton São os plânctons com tamanho acima de 100 micra. Pode se observar a olho nu, os<br />

pequenos movimentos desses organismos. Ex.: microcrustáceos.<br />

Mesoplâncton Estes organismos são microscópicos e retidos em redes de captura de plânctons,<br />

cujas malhas têm diâmetro variável entre 30 e 40 micra.<br />

Nanoplâncton São os plânctons que escapam através <strong>da</strong>s malhas <strong>da</strong>s redes que retêm os<br />

mesoplânctons.<br />

Classificação Natureza<br />

Fitoplâncton Estes seres têm origem vegetal, principalmente de algas: algas azuis, algas verdes,<br />

cloroflagelados e diatomáceas. Também existem em quanti<strong>da</strong>de mínima em<br />

bactérias e fungos.<br />

Zooplâncton São os plânctons de origem animal: protozoários, rotíferos e os microcrustáceos.<br />

Fonte: Galli (1984).<br />

2.1.3.2 Alimentação natural por Bentos<br />

Outra forma de alimentação apresenta<strong>da</strong> por Galli (1984), através dos<br />

inúmeros organismos de origem animal que se desenvolvem no fundo dos rios. Os<br />

seres <strong>da</strong> bentônica são compostos principalmente de vermes, larvas de insetos e<br />

moluscos. A fauna bentônica se alimenta essencialmente de matéria orgânica.<br />

23


2.1.3.3 Alimentação artificial dos peixes<br />

Segundo Galli (1984), nos grandes lagos e represas não são utilizados<br />

práticas de adubação <strong>da</strong> água e/ou a alimentação dos artificiais dos peixes por<br />

razões econômicas, assim a produção é manti<strong>da</strong> essencialmente pela riqueza<br />

natural do meio. Agora quando se trata de áreas de cultivo de menor tamanho a<br />

alimentação artificial se torna um dos principais investimentos para o aumento <strong>da</strong><br />

produção.<br />

De acordo com Baldisserotto (2005), a piapara, piracanjuba e o pacu têm<br />

uma boa aceitação <strong>da</strong> ração artificial em to<strong>da</strong>s as fases de crescimento. Porém<br />

essas espécies enfrentam o mesmo problema com a falta de uma ração especifica<br />

para ca<strong>da</strong> uma delas. A piapara tem um ótimo desenvolvimento utilizando ração<br />

artificial, já a piracanjuba com seu bom retorno <strong>da</strong> carcaça tem um problema na<br />

diminuição do seu crescimento a partir <strong>da</strong>s 700 gramas. O pacu uma espécie com<br />

bom valor comercial precisa de cui<strong>da</strong>dos na temperatura e espaços nos tanques de<br />

engor<strong>da</strong>.<br />

2.1.4 Mecanismos de defesa dos peixes<br />

Conforme Kubitza (2003), os peixes em cativeiro sofrem várias situações<br />

como transporte, má nutrição, confinamento, infestações por parasitas e<br />

patogênese, entre outras.<br />

2.1.4.1 Estresse nos peixes<br />

Para Cyrino (2004), o estresse pode ser caracterizado <strong>da</strong> seguinte<br />

maneira: “é um conjunto de respostas do organismo animal diante de estímulos<br />

desagradáveis, agressivos e ameaçadores”.<br />

De acordo com Kubitza (2003), coloca o seguinte: “ o estresse é definido<br />

24


como uma estado físico ou fisiológico produzido por qualquer fator ambiental que<br />

supera a capaci<strong>da</strong>de a<strong>da</strong>ptativa normal do peixe, com isso reduzem-se as chances<br />

de sobrevivência do animal”.<br />

Segundo Ranzani (2004), afirma que o estresse é a soma de to<strong>da</strong>s as<br />

respostas fisiológicas e bioquímicas quando um animal tenta manter a homeostase<br />

orgânica. Abaixo é apresenta<strong>da</strong> a Tabela 3 com os agentes estressores de<br />

importância para a ictiologia modifica<strong>da</strong> pela circular 919 do Department of Fisheries<br />

and Aquatic Science, University of Flori<strong>da</strong>, 1997.<br />

Tabela 3: Importantes agentes estressores na Ictiologia.<br />

Classes Agentes estressores<br />

· Baixos níveis de oxigênio<br />

· pH impróprio<br />

· Níveis impróprios de amônia e nitrito<br />

· Presença de metais pesados<br />

Estressores químicos<br />

· Presença de arsênio, cloro, cianeto e fenóis<br />

· Presença de insetici<strong>da</strong>s, herbici<strong>da</strong>s, fungici<strong>da</strong>s<br />

· Desfoliantes<br />

· Níveis impróprios de cátions e ânions<br />

Estressores biológicos<br />

Estressores físicos<br />

Estressores de manejo<br />

Fonte: Ranzani, 2004.<br />

· Dominância hierárquica<br />

· Agressão, territoriali<strong>da</strong>de, espaço físico<br />

· Microorganismos patogênicos e não patogênicos<br />

· Parasitas internos e externos<br />

· Privação alimentar<br />

· Temperatura inadequa<strong>da</strong><br />

· Luminosi<strong>da</strong>de imprópria<br />

· Som<br />

· Gases dissolvidos<br />

· Confinamento<br />

· Tratamento de doenças<br />

· Transporte<br />

· Densi<strong>da</strong>de populacional imprópria<br />

2.1.4.2 Rejeição de objetos estranhos no organismo dos peixes<br />

De acordo com Kubitza (2003), o mecanismo de defesa dos peixes é<br />

influenciado pelo processo inflamatório que visa eliminar organismos estranhos, de<br />

forma a recuperar o equilíbrio fisiológico. O autor acrescenta que os mecanismos<br />

25


são dependentes do sistema imune, essa imuni<strong>da</strong>de tem a capaci<strong>da</strong>de de<br />

resistência contra substâncias invasoras ao corpo, produtos metabólicos e<br />

patógenos.<br />

2.2 MIGRAÇÃO DOS PEIXES<br />

Denomina-se migração todos os movimentos de animais de to<strong>da</strong>s as<br />

espécies de um lugar geográfico a outro dentro de um mesmo país ou não. Quando<br />

é usado o termo emigração, significa a saí<strong>da</strong> de determina<strong>da</strong> área geográfica e a<br />

imigração é a chega<strong>da</strong> para a mesma área geográfica. Um mesmo animal é<br />

emigrante se considerado com referência ao lugar de saí<strong>da</strong> e imigrante do ponto de<br />

vista do lugar de chega<strong>da</strong> (INE, 2004).<br />

Conforme Agostinho et al. (2005), durante diferentes estágios <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> o<br />

comportamento dos peixes de água doce resulta <strong>da</strong> separação em espaço e tempo<br />

dos habitats ideais usados para crescimento, sobrevivência e reprodução. Muitas<br />

espécies de peixes desenvolvem migrações de ampla extensão e outros peixes<br />

desenvolvem migrações em distâncias mais curtas.<br />

Existem muitos tipos de migrações e o ritmo destes movimentos podem<br />

ser diários ou anuais, à distância em metros ou quilômetros. Usualmente tem<br />

propósito de reprodução para buscar locais apropriados em termos de temperatura,<br />

proteção e alimentação (FONTE DO SABER, 2002).<br />

maneira:<br />

Segundo o mesmo autor a migração pode ser classifica<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte<br />

1. Potamódromos – Espécies que migram apenas na água doce (do grego:<br />

potamos = rio);<br />

2. Oceanódromos – Peixes que migram somente na água salga<strong>da</strong>;<br />

3. Diádromos – Espécies que migram tanto na água salga<strong>da</strong>, quanto na água<br />

doce (do grego: dia = dois);<br />

4. Anádromos – Espécies que crescem no mar, e se reproduzem em água doce<br />

(do grego: ana = cima);<br />

5. Catádromos – Peixes que vivem em água doce, mas reproduzem-se no mar<br />

(do grego: cata = baixo),<br />

26


6. Anfídromos – Peixes que podem se deslocar para água salga<strong>da</strong> e água doce<br />

em qualquer parte <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>, mas não para se reproduzirem (do grego:<br />

amphi = ambos).<br />

Para Makrakis (2010), uma <strong>da</strong>s causas <strong>da</strong> diminuição <strong>da</strong> população de<br />

peixes tem sido atríbui<strong>da</strong> à construção de barragens que impede o movimento<br />

longitudinal livre. As barragens afetam as espécies potamodromous impedindo sua<br />

passagem a montante e a jusante nas fases de migração, alimentação e desova.<br />

Uma forma de amenizar este impacto é a construção de passagens artificiais<br />

atraindo os peixes para um ponto específico no rio abaixo <strong>da</strong> barragem e forçando<br />

sua passagem para montante.<br />

Segundo Makrakis (2007), no artigo The Canal <strong>da</strong> Piracema at Itaipu Dam<br />

as a Fish Pass System apresenta o Canal <strong>da</strong> Piracema como uma solução para<br />

apoiar a migração dos peixes.<br />

“O Canal <strong>da</strong> Piracema é considerado o maior sistema de transposição para<br />

peixes no mundo, com 10 km de extensão. A sua construção foi<br />

controversa, pois viabilizou a conexão entre duas províncias ictiofaunísticas<br />

distintas. Este trabalho buscou avaliar a ictiofauna presente no Canal <strong>da</strong><br />

Piracema, a abundância e distribuição <strong>da</strong>s espécies migradoras de longa<br />

distância ao longo deste sistema de transposição (indicação de<br />

seletivi<strong>da</strong>de). O Canal <strong>da</strong> Piracema mostrou–se difícil de ser amostrado,<br />

devido a sua eleva<strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong>de ambiental: lagos artificiais, esca<strong>da</strong>s<br />

e canais semi–naturais, sendo utilizados diversos aparelhos de pesca,<br />

adequados aos diversos biótopos (litoral não estruturado e estruturado,<br />

amostrados com redes de arrasto e pesca elétrica; lêntico, amostrado com<br />

redes de espera e espinhel (mais profundo); e águas rápi<strong>da</strong>s, amostra<strong>da</strong>s<br />

com tarrafas)” (MAKRAKIS, 2007).<br />

Conforme Aarestrup et al. (2003) apud Wagner (2010), o monitoramento<br />

<strong>da</strong>s passagens artificiais construí<strong>da</strong>s em barragens para transposição de peixes é<br />

de grande importância para avaliar os impactos positivos e negativos e tomar as<br />

devi<strong>da</strong>s providências para amenizá-los. Dois pontos importantes citados são que o<br />

peixe encontre a entra<strong>da</strong> do caminho alternativo e que este caminho possibilite sua<br />

caminha<strong>da</strong> até o outro lado. Desta forma, a eficiência de atração e de passagem<br />

deve ser quantifica<strong>da</strong> considerando as movimentações ascendentes e descendentes<br />

que juntas definirão a eficácia do sistema de passagem artificial para peixes como<br />

um todo.<br />

27


2.3 ESPÉCIES DE PEIXES NATIVAS DA BACIA DO RIO PARANÁ<br />

O rio Paraná é o segundo rio em extensão na América do Sul e o décimo<br />

do mundo em vazão. Com mais de 10% do território nacional, passando pelos<br />

estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.<br />

Aproxima<strong>da</strong>mente foram identifica<strong>da</strong>s 189 espécies de peixes vivem no rio Paraná.<br />

A jusante de Itaipu segue fazendo divisa entre Argentina e Paraguai até receber o<br />

afluente do rio Paraguai (O PORTAL DO BRASIL, 2010).<br />

De acordo com Dias (2006), o pacu, a piapara e a piracanjuba fazem parte<br />

<strong>da</strong> mesma ordem, a Characiformes. Esta ordem abriga 16 famílias, 230 gêneros e<br />

mais de 1300 espécies. O autor destaca ain<strong>da</strong> algumas características desta classe<br />

de peixes como: escamas em todo o corpo, exceto na cabeça, hábitos<br />

predominantes diurnos, com linha lateral continua desde o opérculo até o pedúnculo<br />

cau<strong>da</strong>l (do fim <strong>da</strong> cabeça até a cau<strong>da</strong>), alguns raios anteriores <strong>da</strong>s na<strong>da</strong>deiras moles<br />

que não são transformados em espinhos, com na<strong>da</strong>deira adiposa presente, exceto<br />

na família erithrini<strong>da</strong>e e em alguns lebiasini<strong>da</strong>e. Pré-maxilar fixo ao crânio não<br />

protrátil e se deslocam ativamente na coluna d’água.<br />

2.3.1 Pacu (Piaractus mesopotamicus)<br />

Segundo Dias (2006), o Pacu se caracteriza por ter um grande porte,<br />

podendo pesar até 20kg e chegar a 100cm. O seu nome é originário <strong>da</strong> língua<br />

indígena que significa “peixe que come rápido”. Tem o formato do corpo<br />

arredon<strong>da</strong>do e lateralmente comprido. Sua coloração tende para castanho escuro<br />

com o ventre amarelo-dourado.<br />

Para Suzuki et al. (2004) apud Graça (2007), o Pacu segue algumas<br />

características biológicas como habitar rios e lagoas, alimenta-se de vegetais e<br />

insetos, não apresenta cui<strong>da</strong>do parental e realiza grandes migrações. Ain<strong>da</strong> coloca a<br />

sua distribuição desta espécie nas Bacias dos rios Paraná e Paraguai. Conforme<br />

Godoy (1975) apud Baldisserotto (2005), esta espécie também pode ser encontra<strong>da</strong><br />

no rio Uruguai. Sua maior distribuição ocorre nas planícies alaga<strong>da</strong>s <strong>da</strong> região<br />

28


Centro-Oeste, no Pantanal do Mato Grosso.<br />

Ain<strong>da</strong> Baldisserotto (2005), apresenta o pacu como um representante <strong>da</strong><br />

superordem ostariophysi, onde se incluem os peixes de maior valor comercial na<br />

pesca e na piscicultura brasileira. A ordem Characiformes é um grupo dominante<br />

entre os peixes de água doce <strong>da</strong> América do Sul e compreende algumas formas<br />

herbívoras, onívoras, iliófagas e carnívoras, algumas <strong>da</strong>s quais muito<br />

especializa<strong>da</strong>s.<br />

De acordo com Dias (2006), a migração <strong>da</strong> espécie pacu ocorre entre<br />

outubro e janeiro e é considerado um peixe onívoro. A família que pertence o pacu é<br />

a Serrasalmi<strong>da</strong>e, que tem como característica principal o seu corpo alto e fortemente<br />

comprido lateralmente. Catalogado por Holmberg em 1887. São endêmicos na<br />

América do Sul e essa família abrange 15 gêneros e 80 espécies. Esta espécie pode<br />

ser visualiza<strong>da</strong> na Figura 2 apresenta<strong>da</strong> logo abaixo.<br />

Figura 2: Espécie de peixe pesquisa<strong>da</strong> Pacu (Piaractus mesopotamicus).<br />

Fonte: Pescaria Brasil, 2010.<br />

2.3.2 Piracanjuba (Brycon orbygnianus)<br />

A Piracanjuba é uma espécie de porte médio a grande, podendo pesar até<br />

8.2kg e medir até 80cm. Corpo alongado, lateralmente comprido, coloração<br />

castanho escuro no dorso clareando no sentido do ventre. Nome derivado do Tupi-<br />

guarani significando “peixe de cabeça amarela” (DIAS, 2006).<br />

29


Segundo Suzuki et al. (2004) apud Graça (2007), a espécie piracanjuba<br />

apresenta algumas características biológicas: vive em rios e alimenta-se de insetos,<br />

não apresenta cui<strong>da</strong>do parental (quando os pais protegem os filhos de alguma<br />

ameaça), realiza grandes migrações e sua distribuição é localiza<strong>da</strong> na Bacia do Rio<br />

<strong>da</strong> Prata. Ain<strong>da</strong> Abilhoa e Dulbbo (2004) apud Graça (2007), acrescenta que a<br />

piracanjuba está em risco de extinção. A sua ocorrência na área é raramente<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

De acordo com Zaniboni-Filho (1999) apud Baldisserotto (2005), a<br />

piracanjuba foi abun<strong>da</strong>nte em anos passados, mas nos dias recentes passa por uma<br />

redução drástica em decorrência do represamento dos rios para construção dos<br />

lagos para as usinas hidroelétricas.<br />

Ain<strong>da</strong> Arana (2004) corrobora com o mesmo pensamento em relação às<br />

principais causas <strong>da</strong> diminuição desta espécie: a destruição <strong>da</strong> mata ciliar, a<br />

poluição dos mananciais hídricos e o barramento dos rios. Acrescenta que esta<br />

espécie tem uma característica especial na sua maturação sexual atingindo sua<br />

condição para reprodução com aproxima<strong>da</strong>mente três anos no ambiente natural,<br />

diferente <strong>da</strong>s outras espécies que pertencem ao seu gênero.<br />

Baldisserotto (2005) apresenta esta espécie com alto valor comercial e<br />

bastante conheci<strong>da</strong> pelas comuni<strong>da</strong>des ribeirinhas. A piracanjuba é muito procura<strong>da</strong><br />

pela pesca esportiva por ser um peixe que “briga muito com o anzol”. Tem como<br />

hábito alimentar onívoro, com preferência para frutas e sementes. Estudos atuais<br />

tem demonstrado que esta espécie tem enorme capaci<strong>da</strong>de de digestão e<br />

assimilação de proteína de origem vegetal. A seguir é apresenta<strong>da</strong> a Figura 3 com<br />

uma imagem <strong>da</strong> espécie piracanjuba.<br />

Figura 3: Espécie de peixe pesquisa<strong>da</strong> Piracanjuba (Brycon orbygnianus).<br />

Fonte: Pescaria Brasil, 2010.<br />

30


A sua migração produtiva é entre setembro e outubro concluindo com a<br />

desova de novembro a janeiro. Esta espécie é considera<strong>da</strong> um indicador biológico<br />

dos rios, pois o seu desaparecimento acontece logo com as primeiras modificações<br />

no meio aquático causa<strong>da</strong> pelo homem. A piracanjuba foi cataloga<strong>da</strong> por<br />

Valanciennes em 1849, dentro <strong>da</strong> família Characi<strong>da</strong>e com 21 gêneros e 47 espécies,<br />

que abrange a maior parte dos peixes de escama de água doce do Brasil (DIAS,<br />

2006).<br />

2.3.3 Piapara (Leporinus obtusidens)<br />

Segundo Dias (2006), a piapara pode chegar até 80cm de comprimento e<br />

pesar até 6kg, sendo considera<strong>da</strong> uma espécie de porte médio a grande, tem cores<br />

no corpo cinza escuro no dorso e clareando para o prateado no sentido do ventre.<br />

Tem como característica marcante três máculas arredon<strong>da</strong><strong>da</strong>s nas laterais do seu<br />

corpo.<br />

De acordo com Andrian et al. (1994) apud Graça (2007), esta espécie vive<br />

em rios e lagoas se alimentando de vegetais e insetos. Não apresenta cui<strong>da</strong>dos<br />

parentais e realiza grandes migrações. Tem sua distribuição no rio <strong>da</strong> Prata e São<br />

Francisco. Ain<strong>da</strong> Castagnolli (1992) apud Arana (2004), coloca como pontos de<br />

distribuição deste peixe a America do Sul e Central. Ain<strong>da</strong> conforme Arana (2004),<br />

no mercado comercial a piapara é considera<strong>da</strong> um peixe de primeira classe, junto<br />

com o dourado.<br />

Para Zaniboni-Filho et al. (2002) apud Graça (2007), no baixo rio Uruguai<br />

esta é uma espécie de eleva<strong>da</strong> importância comercial e recreativa. Tem uma<br />

alimentação diversifica<strong>da</strong> sendo considera<strong>da</strong> uma espécie onívora, se alimentando<br />

de sementes insetos aquáticos, crustáceos e moluscos.<br />

O período de migração é o mesmo <strong>da</strong> sua reprodução, entre dezembro e<br />

janeiro. Pertence a família Anostomi<strong>da</strong>e e se distingui dos demais Characiformes<br />

pela presença de uma única série de apenas 06 ou 08 dentes, tanto na maxila<br />

superior quanto na inferior. É composta por 03 gêneros e pelo menos 16 espécies.<br />

Este peixe foi catalogado em 1849 por Valanciennes (DIAS, 2006). A espécie<br />

piapara pode ser melhor observa<strong>da</strong> na Figura 4.<br />

31


Figura 4: Espécie de peixe pesquisa<strong>da</strong> Piapara (Leporinus obtusidens).<br />

Fonte: Pescaria Brasil, 2010.<br />

2.4 MONITORAMENTO NO CANAL DA PIRACEMA<br />

Conforme Itaipu (2007), no Canal <strong>da</strong> Piracema são realizados vários<br />

trabalhos de monitoramento, um dos procedimentos é realizado cinco vezes ao ano<br />

e tem como objetivo avaliar a funcionali<strong>da</strong>de do Canal <strong>da</strong> Piracema para a migração<br />

dos peixes entre o rio Paraná e o Lago de Itaipu. Para obter os <strong>da</strong>dos destinados a<br />

avaliação, os técnicos estão fazendo a captura de peixes em onze diferentes pontos,<br />

desde a foz do rio Bela Vista, onde começa o Canal <strong>da</strong> Piracema, até o reservatório<br />

<strong>da</strong> Itaipu, onde ele termina. Nesta etapa do monitoramento, cerca de 20 espécies de<br />

peixes são captura<strong>da</strong>s no rio Bela Vista, sendo a maioria composta por piaus,<br />

dourados, cascudos e piracanjubas.<br />

Já no lago principal do Canal, foram capturados peixes de 35 espécies,<br />

entre dourado, cascudos e traíras. Este tipo de monitoramento recebe o nome de<br />

Biopesca pelos Técnicos do Refúgio Biológico Bela Vista. Outra maneira também<br />

utiliza<strong>da</strong> é a observação <strong>da</strong>s espécies que estão migrando, conforme resultado de<br />

outros monitoramentos, como o dourado ou a piapara (ITAIPU, 2007). Ain<strong>da</strong><br />

acrescenta que este ano, por exemplo, uma piapara foi captura<strong>da</strong> e marca<strong>da</strong> no<br />

Canal <strong>da</strong> Piracema. Posteriormente foi recaptura<strong>da</strong> no reservatório <strong>da</strong> usina de<br />

Jupiá, a 560 quilômetros de distância. Também existem instituições que praticam<br />

trabalhos nesta área como por exemplo:<br />

Além do monitoramento <strong>da</strong> migração de peixes, os técnicos do Gerpel<br />

também estão fazendo a coleta de ovos e larvas para verificar se os peixes<br />

estão se reproduzindo no próprio Canal <strong>da</strong> Piracema. As coletas são feitas<br />

32


2.5 TRANSPORTE DOS PEIXES<br />

de quatro em quatro horas, no rio Belo Vista, no lago principal do canal, e<br />

no reservatório <strong>da</strong> Itaipu. Segundo o técnico Vitor André Frana, do Gerpel,<br />

já foram coletados ovos e larvas de aproxima<strong>da</strong>mente 20 espécies ao<br />

longo do canal (ITAIPU, 2007).<br />

Segundo Baldisserotto (2005), a ativi<strong>da</strong>de do cultivo de peixes implica na<br />

necessi<strong>da</strong>de de manejo com frequência durante o transporte. Para facilitar a visão<br />

deste procedimento de transporte de peixes, todo processo pode ser dividido em<br />

quatro etapas: despesca, preparação para o transporte, transporte e soltura.<br />

2.5.1 Características do transporte <strong>da</strong>s espécies pesquisa<strong>da</strong>s<br />

De acordo com Baldisseroto (2005), é importante buscar técnicas que<br />

permitam transportar maior número de peixes em menor quanti<strong>da</strong>de de água, dentro<br />

<strong>da</strong>s condições que reduzam as respostas negativas do estresse. Mesmo o pacu<br />

sendo um peixe muito utilizado na piscicultura de várias regiões do país, são poucos<br />

os relatos de efeitos negativos do transporte nesta espécie.<br />

Para Kubitza (1997) apud Baldisseroto (2005), mesmo o pacu como uma<br />

espécie resistente ao transporte, recebe diversas recomen<strong>da</strong>ções para esta espécie<br />

como: a temperatura entre 22 e 26°C, com carga de 550kg\m³, em procedimento de<br />

8 horas com um jejum de 24 a 48 horas antes do transporte.<br />

Conforme Kubtiza (1999), para a espécie piapara também é recomen<strong>da</strong>do<br />

o jejum. Este procedimento deve ser iniciado pelo menos um a dois dias antes do<br />

transporte para garantir a remoção de impurezas do corpo dos peixes. Estes peixes<br />

depurados se recuperam mais rapi<strong>da</strong>mente dos problemas causados pela despesca,<br />

carregamento e transporte.<br />

De acordo Baldisseroto (2005) coloca a i<strong>da</strong>de dos animais como um fator<br />

de forte influência no transporte dos peixes. Ain<strong>da</strong> recomen<strong>da</strong> que os peixes devam<br />

passar por um período de aclimatação até que a temperatura <strong>da</strong> água do recipiente<br />

33


de transporte correspon<strong>da</strong> à aquela do local de soltura. Abaixo é apresenta<strong>da</strong> a<br />

Tabela 4 com as importantes recomen<strong>da</strong>ções para ca<strong>da</strong> fator citado acima no<br />

transporte <strong>da</strong>s espécies de peixes.<br />

Tabela 4: Recomen<strong>da</strong>ções para o transporte de peixes.<br />

FATORES RECOMENDAÇÃO<br />

Para as espécies subtropicais e tropicais é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />

Temperatura <strong>da</strong> água temperatura entre 22 e 26°C.<br />

Tempo de transporte<br />

I<strong>da</strong>de dos peixes<br />

Fonte: Baldisseroto, 2005.<br />

A carga máxima de peixes varia inversamente com o tempo de<br />

transporte. Um exemplo é a carga máxima de 400 kg\m³ em um<br />

tempo de 8 horas.<br />

Há uma variação na sensibili<strong>da</strong>de dos peixes durante o<br />

desenvolvimento ontogenético dos peixes<br />

De acordo com Kubitza e Kubitza (1998); Cecarelli et al. (2002) apud<br />

Baldisserotto (2005), o sucesso do transporte <strong>da</strong> espécie piapara depende de<br />

diversos fatores: estado geral de saúde dos peixes, aspectos nutricionais, quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> água, densi<strong>da</strong>de de estocagem, procedência genética, manejo de captura,<br />

presença de parasitos e outros itens que são relacionados diretamente com o<br />

transporte como: quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> caixa de transporte, temperatura, matéria orgânica<br />

presente, presença de sólidos, pH, alcalini<strong>da</strong>de, amônia, nitrito, concentração de<br />

oxigênio dissolvido, conteúdo estomacal dos peixes, tamanho dos peixes e tempo de<br />

transporte.<br />

Ain<strong>da</strong> Baldisserotto (2005), acrescenta que a piracanjuba é uma <strong>da</strong>s<br />

espécies mais sensíveis ao transporte. Esta característica é acentua<strong>da</strong> pela sua<br />

fragili<strong>da</strong>de de per<strong>da</strong> de escamas e morte dos peixes. Considerando que as escamas<br />

e muco que reveste a superfície do corpo e são as principais barreiras de proteção<br />

contra agentes patogênicos do meio aquático.<br />

2.5.2 Transporte de peixes por Trans Fish<br />

Segundo Kubitza (1997), existem vários modelos de transporte de peixes,<br />

o que mais diferencia este equipamento é o formato, tamanho, quali<strong>da</strong>de e tipo de<br />

material usado na fabricação.<br />

34


Para Baldisseroto (2005), outro fator importante para o transporte é a<br />

água utiliza<strong>da</strong> no tanque, esta deve ser limpa e apresentar a menor quanti<strong>da</strong>de de<br />

material orgânico possível. Colaborando Kubtiza (1999), também apresenta dois<br />

fatores de grande importância no transporte: temperatura <strong>da</strong> água e tempo de<br />

transporte.<br />

De acordo com Kubitza (1997), os materiais mais recomen<strong>da</strong>dos são<br />

leves, resistentes a corrosão pela água como o alumínio, fibra de vidro, PVC e<br />

polietileno. Outro ponto importante citado pelo autor é o isolamento térmico, este<br />

por sua vez deve ter interior <strong>da</strong>s paredes internas preenchidos com materiais<br />

isolantes térmicos como lã de vidro, isopor, cortiça e espuma de vidro. A espessura<br />

recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo autor é de pelo menos 5cm e a coloração usa<strong>da</strong> na parede<br />

externa do tanque deve ser predominantemente clara.<br />

transportar peixes.<br />

Pode-se verificar na Figura 5 um modelo de tanque usado para<br />

Figura 5: Modelo de caixa para Transporte de Peixes Vivos.<br />

Fonte: Trevisan Equipamentos, 2010.<br />

O modelo demonstrado na Figura 5 apresenta uma estrutura de fibra de<br />

vidro com isolação térmica. Possui um sistema de quebra on<strong>da</strong>s para facilitar o<br />

transporte em longas distâncias. Internamente com grelhas para produzir bolhas<br />

melhorando a oxigenação e sistema de amortecimento. As indústrias demonstram<br />

importantes detalhes que garantem quali<strong>da</strong>de no transporte de peixes vivos<br />

(TREVISAN, 2010).<br />

35


Conforme Kubtiza (1997), existem muitos formatos de tanques de<br />

transporte de peixes como os circulares ou elípticos retangulares e quadrados. O<br />

autor apresenta algumas comparações:<br />

Tanques circulares ou elípticos comparados aos tanques retangulares e<br />

quadrados apresentam as seguintes vantagens: 1) mais leves pois exigem<br />

menos componentes estruturais; 2) melhor circulação de água; 3) reduz as<br />

colisões dos peixes contra as paredes; 4) descarregamento mais rápido<br />

dos peixes; 5) melhor distribuição de peso e equilíbrio sobre o chassis do<br />

caminhões. No entanto, tanques quadrados e retangulares podem ser<br />

melhor acondicionados sobre a carroceria dos caminhões, ocupando bem o<br />

espaço disponível (KUBTIZA, 1997).<br />

O transporte de peixes com sucesso deve começar como o preparo dos<br />

peixes. Inicialmente se providencia animais sadios e deve-se suspender a<br />

alimentação dos exemplares. Deixando os peixes em jejum antes do transporte para<br />

evitar a excreção de fezes e metabólitos na água do tanque (PET-PESCA, 2011).<br />

Ain<strong>da</strong> Kubtiza (1997), apresenta a possibili<strong>da</strong>de de dividir internamente<br />

os tanques de transporte de peixes, pois esta mu<strong>da</strong>nça reduz a turbulência <strong>da</strong> água<br />

e possibilita o transporte de espécies e tamanhos diferentes de peixes. A<br />

capaci<strong>da</strong>de dos compartimentos dos tanques podem variar entre 380 a 3.500L. Os<br />

menores são normalmente utilizados para transporte de alevinos e os maiores para<br />

peixes mais desenvolvidos. Ain<strong>da</strong> acrescenta a importância dos maiores tanques<br />

possuírem anteparos de superfície para reduzir a turbulência <strong>da</strong> água.<br />

De acordo com Dias (2006), algumas providências a serem toma<strong>da</strong>s no<br />

transporte de peixes como a legislação para transporte de animais. Em um primeiro<br />

momento, quando se inicia o cultivo de espécies nativas ou exóticas o responsável<br />

pelo transporte deve seguir alguns passos:<br />

ü Retirar o Guia de Trânsito Animal – GTA.<br />

ü Devem proceder de proprie<strong>da</strong>de rural que esteja ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong> na<br />

Secretaria <strong>da</strong> Agricultura e do Abastecimento - SEAB.<br />

ü Nota Fiscal de Produtor ou outro documento fiscal que comprove o<br />

motivo do transporte dos animais.<br />

36


2.6 TANQUES-REDE<br />

Conforme Menezes (2003), uma <strong>da</strong>s mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de cultivo de peixes de<br />

alta densi<strong>da</strong>de e estocagem é o sistema de tanques-rede. Este tipo de cultivo busca<br />

alta produtivi<strong>da</strong>de. Geralmente são estruturas retangulares, flutuam na água e<br />

confinam peixes em seu interior. Este equipamento é fixado por flutuadores que<br />

sustentam submersos na água as redes de nylon, plásticos perfurados, arames<br />

galvanizados revestidos com PVC ou ain<strong>da</strong> telas rígi<strong>da</strong>s.<br />

De acordo com Ceccarelli (2000), o tanque-rede também pode ser<br />

chamado de gaiolas, estes tanques são construídos de tela e tem podem variar na<br />

sua forma: quadrado, circular, retangular ou poligonal. O fechamento na parte<br />

superior é opcional e devem ficar parcialmente submersos em um reservatório<br />

maior. Os tanques-rede quadrado são os mais produzidos.<br />

O programa de cultivo de peixes nativos do rio Paraná em tanque-rede<br />

tem sido uma boa opção para piscicultura regional. Estas gaiolas devem ficar semi-<br />

submersas em locais com boa remoção de água e com profundi<strong>da</strong>de mínima de 8<br />

metros (ITAIPU, 2004).<br />

Para Itaipu (2006) apud Nunes (2010), o cultivo de peixes em tanques-<br />

rede é relativamente novo na aqüicultura brasileira e tem como objetivo aumentar a<br />

produção em uma área conheci<strong>da</strong>. Este sistema de produção é mais intensivo<br />

quando comparado aos cultivos em viveiros escavados convencionais, e possui<br />

totalmente dependência por alimento.<br />

A produção de peixes em tanques-rede é uma técnica relativamente<br />

barata e simples, se compara<strong>da</strong> à produção de peixes em viveiros de terra, esta<br />

prática utiliza uma grande varie<strong>da</strong>de de ambientes aquáticos, dispensando a<br />

abertura de novos viveiros escavados em outras áreas, reduzindo desta forma<br />

gastos adicionais (AURÉLIO, 2003 apud NUNES, 2010).<br />

Uma importante precaução é não instalar os tanques-rede em locais onde<br />

existam piranhas, pirambebas e outras espécies que podem cortar a tela. O motivo<br />

pelo qual ocorre o ataque nas telas é justificado quando os peixes buscam espaço e<br />

exploração do ambiente e as espécies que estão do lado de fora, tentam entrar em<br />

busca do alimento fornecido, ou mesmo para capturar a espécie confina<strong>da</strong><br />

(CECCARELLI, 2000).<br />

37


Na sequência pode ser observado um modelo de tanque rede na Figura 6.<br />

Figura 6: Tanques-rede do experimento, reservatório <strong>da</strong> Usina Hidrelétrica de Itaipu.<br />

Fonte: Manual de Ecossistemas aquáticos, 1998.<br />

Os tamanhos dos tanques-rede de maior produção têm sido os de 1 a 4<br />

m 3 , apesar de existir tanques com dimensões muito maiores (Ceccarelli, 2000). O<br />

autor ain<strong>da</strong> acrescenta: “O tamanho dos tanques-rede varia de 1 a 200m 3 , porém os<br />

de menor tamanho são mais práticos para o manuseio. Além disso, ao trabalhar com<br />

uni<strong>da</strong>des de pequeno tamanho (1 a 4m 2 ), problemas eventuais com uma uni<strong>da</strong>de<br />

significa per<strong>da</strong> de apenas uma pequena quanti<strong>da</strong>de de animais”.<br />

O manual <strong>da</strong> Itaipu Binacional <strong>da</strong> Divisão de Ecossistemas Aquáticos<br />

(1998), no Projeto de Tanques-rede faz as seguintes observações:<br />

Os trabalhos de criação de peixes nativos em tanque-redes/gaiolas,<br />

desenvolvidos no reservatório de Itaipu Binacional, foram iniciados em<br />

1987 de forma a atender objetivos sociais e ecológicos, proporcionando os<br />

“usos múltiplos” do reservatório conforme previsto no plano diretor vigente.<br />

Do ponto de vista social/econômico, o desenvolvimento <strong>da</strong> tecnologia de<br />

utilização de tanques-rede seria uma forma de oferecer a comuni<strong>da</strong>de<br />

lindeira, alternativa de aproveitamento do reservatório para geração de<br />

alimento e complementação de receita. Ecológicos uma vez que a criação<br />

de espécies nativas é uma ferramenta na redução <strong>da</strong> pressão pesqueira<br />

sobre os estoques naturais, e promove o aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de do<br />

ambiente. A inexistência de instituições nacionais que desenvolvessem<br />

pesquisas sobre o assunto, aliado ao tímido desenvolvimento <strong>da</strong><br />

aqüicultura, fizeram com que os trabalhos de criação em tanques-rede<br />

fossem iniciados sem referendo tendo como fonte de consulta apenas os<br />

trabalhos desenvolvidos em outros países com espécies exóticas, e ao<br />

longo do tampo como em qualquer trabalho de pesquisa, muitos erros<br />

coram cometidos para que pudesse chegar a melhores resultados (ITAIPU<br />

BINACIONAL, 1998).<br />

38


Com o passar do tempo a Itaipu se tornou uma referência nacional para<br />

esta forma de criação de peixes e os resultados obtidos deram amparo para o<br />

desenvolvimento deste sistema em outras instituições como, por exemplo a<br />

CEPTA/IBAMA, CESP, CEMIG, BAHIAPESCA, entre outras (ITAIPU BINAIONAL,<br />

1998).<br />

2.7 SOFTWARE PARA PROGRAMAÇÃO DO CHIP <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong><br />

De acordo com Haro (2002), o software utiliza como base o primeiro<br />

número identificado no <strong>PIT</strong> tag que pode ser programado antes ou na hora <strong>da</strong><br />

utilização. Este número de identificação contém 16 dígitos utilizando hora e <strong>da</strong>ta<br />

convertidos de forma numérica, como nas planilhas do Excel. A leitura e gravação<br />

dos códigos Tags são feitas através de um programa chamado TIRFID <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong><br />

SYSTEMS. Dentro deste programa existe um submenu chamado Reader Manager,<br />

a partir do menu principal, que torna os passos <strong>da</strong> programação relativamente<br />

simples e auto explicativo.<br />

Conforme o Manual de Procedimentos de marcação com <strong>PIT</strong> tag (1999),<br />

Ca<strong>da</strong> marca recebe um único código e utiliza um software de computador<br />

especializado para permitir aos pesquisadores gravar e armazenar rapi<strong>da</strong>mente<br />

<strong>da</strong>dos nas marcas. Este software permite ao usuário conectar <strong>PIT</strong> tag a leitores e<br />

outros dispositivos de <strong>da</strong>dos diretamente conectados ao computador, maximizando<br />

a capaci<strong>da</strong>de de utilizar a medição eletrônica direta e minimizando o potencial de<br />

erro devido à entra<strong>da</strong> de <strong>da</strong>dos digitados. Este software utiliza um sistema de<br />

atalhos para comandos que simplifica e padroniza a operação de entra<strong>da</strong> de <strong>da</strong>dos.<br />

De acordo com Prentice et al. (1990) apud Ferraz (2004), um dos<br />

sistemas mais modernos de marcação de peixes é conhecido com <strong>PIT</strong> tag. Esta<br />

tecnologia é basea<strong>da</strong> no implante de pequenos sensores codificados que identificam<br />

os animais através de leitura óptica.<br />

Ain<strong>da</strong> acrescenta Haro (2002), alguns cui<strong>da</strong>dos na utilização dos códigos,<br />

pois devem ser feitos esforços para evitar a duplicação de códigos tag em estudos<br />

passados, presentes ou no futuro. Uma sugestão do autor é a utilização de um<br />

banco de <strong>da</strong>dos e arquivo de códigos tag para servir como referência para evitar a<br />

39


duplicação de códigos de etiqueta e auxiliar na rápi<strong>da</strong> identificação dos peixes<br />

recapturados. Estas duplicações podem gerar conflitos com outros peixes<br />

pesquisados. Por último, o autor aconselha a utilização de ano na codificação que<br />

pode permitir a identificação mais rápi<strong>da</strong> em peixes que estão sendo pesquisados a<br />

mais de um ano.<br />

2.8 MARCAS <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong> E DART <strong>TAG</strong><br />

Atualmente, a Divisão que coordena o Reservatório <strong>da</strong> Itaipu Binacional<br />

realiza um acompanhamento <strong>da</strong> migração dos peixes pelo Canal <strong>da</strong> Piracema<br />

utilizando a tecnologia de monitoramento por Biotelemetria através de marcas DART<br />

tag. Também é usa<strong>da</strong> a Radiotelemetria com marcas denomina<strong>da</strong>s <strong>PIT</strong> tag<br />

(Transponder Passivo Integrado), que correspondem a um circuito revestido com<br />

uma cápsula de vidro podendo ser colocado através de uma pequena incisão<br />

cirúrgica na região ventral, abdominal ou dorsal (ITAIPU, 2011).<br />

Os chips <strong>da</strong>s <strong>PIT</strong> tag podem vir programados de fábrica com um número<br />

preestabelecido ou o profissional que for utilizar os chips pode programar colocando<br />

um número conforme sua necessi<strong>da</strong>de. Também foram utiliza<strong>da</strong>s marcas tipo DART<br />

tag, que são marcas passivas de plástico. Estas marcas tem aproxima<strong>da</strong>mente<br />

12cm e consta um número de identificação e o telefone 0800 para contato com a<br />

base <strong>da</strong> pesquisa no refugio (HARO, 2002). Abaixo pode ser observado através <strong>da</strong>s<br />

figuras 7 e 8 as marcas <strong>PIT</strong> tag e DART tag.<br />

Figura 7: Chips <strong>PIT</strong> tag em cartela Figura 8: Marca DART tag<br />

40


3 MATERIAL E MÉTODOS<br />

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO<br />

A avaliação foi desenvolvi<strong>da</strong> no Refúgio Biológico Bela Vista, uma uni<strong>da</strong>de<br />

de proteção ambiental cria<strong>da</strong> nos anos 70 para receber milhares de animais<br />

provenientes <strong>da</strong>s operações de resgate de fauna. Neste mesmo ambiente são<br />

realiza<strong>da</strong>s pesquisas sobre produção de mu<strong>da</strong>s florestais, reprodução de animais<br />

silvestres em cativeiro e a recuperação de áreas degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

To<strong>da</strong> esta área pertence à Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, a qual<br />

está localiza<strong>da</strong> na fronteira do Brasil e Paraguai, a 14 km ao Norte <strong>da</strong> Ponte <strong>da</strong><br />

Amizade, nos municípios de Foz do Iguaçu/Brasil e Ciu<strong>da</strong>d del Este/Paraguai,<br />

coordena<strong>da</strong>s geográficas 25° 32′ 52″ S, 54° 35′ 16″ W. Na Figura 9 pode ser<br />

identificado o local <strong>da</strong> instalação dos tanques-rede.<br />

Figura 9: Local dos tanques-rede do experimento, reservatório <strong>da</strong> Usina Hidrelétrica de Itaipu.<br />

Fonte: Google Earth, 2011.<br />

Observando a Figura 7 pode-se identificar através ponto 1 a área do<br />

Refúgio Biológico Bela Vista e no ponto 2 a instalação dos tanques-rede do<br />

experimento. As gaiolas <strong>da</strong> pesquisa foram instala<strong>da</strong>s próximos a outros tanques-<br />

1<br />

1<br />

2<br />

2<br />

41


edes do Refúgio Biológico Bela Vista que ficam fixados dentro do Lago de Itaipu. O<br />

Lago de Itaipu é um reservatório formado em outubro de 1982, possuindo uma<br />

profundi<strong>da</strong>de média de 22 m no corpo principal, chegando a 170 m nas<br />

proximi<strong>da</strong>des do corpo principal <strong>da</strong> barragem, apresentando uma capaci<strong>da</strong>de total<br />

de armazenamento de 29 bilhões de m 3 de água.<br />

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />

3.2.1 Transporte dos peixes<br />

No dia 03 de maio de 2011 foram capturados os exemplares de peixes de<br />

cultivo em tanques-rede <strong>da</strong>s espécies: Pacu (Piaractus mesopotamicus),<br />

Piracanjuba (Brycon orbygnianus) e Piapara (Leporinus obtusidens), destinados ao<br />

experimento. Foram separados e transportados do Refúgio Biológico de Santa<br />

Helena – PR até Foz do Iguaçu – PR em um tanque próprio para transporte de peixe<br />

vivo conhecido como Trans-Fish.<br />

Esta forma de transporte foi a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> para manter a água com a<br />

quanti<strong>da</strong>de de oxigênio necessária para a sobrevivência <strong>da</strong>s espécies. Para<br />

amenizar o impacto do estresse causado pelo transporte dos peixes, foi adiciona<strong>da</strong><br />

a água do Trans-Fish uma substância anestésica chama<strong>da</strong> Benzocaína na<br />

proporção de 15mg/L. Estes peixes ficaram em repouso em um tanque-rede por<br />

uma semana para se recuperar do desgaste do transporte e se a<strong>da</strong>ptar ao novo<br />

habitat, procedimento adotado pelos técnicos do refúgio para diminuir ao máximo a<br />

mortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s espécies.<br />

3.2.2 Programação dos chips <strong>PIT</strong> tag<br />

O <strong>PIT</strong> tag utilizado para o monitoramento tem 23mm. É um circuito<br />

revestido com uma cápsula de vidro que pode ser colocado através de uma pequena<br />

42


incisão cirúrgica na região ventral, abdominal ou dorsal.<br />

Os Chips <strong>PIT</strong> tag podem vir programados de fábrica com um número<br />

preestabelecido ou o profissional que for utilizar os chips pode programar colocando<br />

um número conforme sua necessi<strong>da</strong>de. Neste experimento os chips adquiridos<br />

foram programados no local <strong>da</strong> pesquisa pelo Biólogo Hélio Martins acompanhado<br />

pelo autor desta pesquisa. Foi utilizado o programa S2_Util, também chamado de<br />

TIRFID <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong> SYSTEMS. Abaixo pode ser observado na Figura 10 o momento <strong>da</strong><br />

programação dos chips <strong>PIT</strong> tag.<br />

Figura 10: Programação dos chips <strong>PIT</strong> tag<br />

3.2.3 Preparação dos peixes para implantação dos chips e <strong>da</strong> marca DART tag<br />

Antes <strong>da</strong> implantação foram necessários alguns cui<strong>da</strong>dos com as<br />

uni<strong>da</strong>des pesquisa<strong>da</strong>s. Após o período de repouso de uma semana, os peixes foram<br />

retirados dos tanques rede e submersos na substância anestésica, a Benzocaína em<br />

45mg/L. O tempo necessário para o anestésico fazer o efeito varia em torno de<br />

alguns minutos, de acordo com a reação de ca<strong>da</strong> espécie.<br />

Tanto para o chip <strong>PIT</strong> tag como para a Marca DART tag foram utiliza<strong>da</strong>s<br />

planilhas para efetuar a coleta dos seguintes <strong>da</strong>dos: identificação de ca<strong>da</strong> espécie,<br />

local do implante, peso, medições total e parcial, <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> coleta dos <strong>da</strong>dos e<br />

adicionados qualquer informação que se julgue importante no momento. Foram<br />

utilizados um total de 188 peixes, sendo que 91 receberam o chip já programado<br />

43


com um número de identificação <strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de pesquisa<strong>da</strong> e 07 foram utilizados na<br />

reposição do tanque 04. Os outros 90 receberam as <strong>Marcas</strong> DART tag. Em ambos<br />

os casos, estas uni<strong>da</strong>des pesquisa<strong>da</strong>s foram acompanhados e avalia<strong>da</strong>s em média,<br />

a ca<strong>da</strong> 20 dias.<br />

3.2.4 Implantação dos chips <strong>PIT</strong> tag<br />

Após a preparação do peixe com a transferência para um tanque com<br />

anestésico e a coleta de <strong>da</strong>dos na planilha como tamanho e peso, a uni<strong>da</strong>de<br />

pesquisa<strong>da</strong> receberá o <strong>PIT</strong> tag. Para implantação dos chips foram utiliza<strong>da</strong>s 91<br />

uni<strong>da</strong>des, dividi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seguinte forma: 30 uni<strong>da</strong>des de Pacu (Piaractus<br />

mesopotamicus), 30 uni<strong>da</strong>des de Piracanjuba (Brycon orbygnianus) e 31 uni<strong>da</strong>des<br />

de Piapara (Leporinus obtusidens). Dentro de ca<strong>da</strong> espécie, no grupo de trinta<br />

uni<strong>da</strong>des, a implantação do chip foi subdividi<strong>da</strong> em três locais diferentes: 10<br />

uni<strong>da</strong>des receberam o chip no dorso (implante intramuscular), 10 uni<strong>da</strong>des<br />

receberam na cavi<strong>da</strong>de abdominal e 10 uni<strong>da</strong>des receberam intramuscular ventral.<br />

Logo após a preparação, as uni<strong>da</strong>des pesquisa<strong>da</strong>s receberam os<br />

implantes dos chips através de uma pequena incisão feita por um bisturi nas áreas já<br />

determina<strong>da</strong>s anteriormente: dorso, abdômen e intramuscular ventral. Este<br />

procedimento foi executado pela equipe dos técnicos do Refúgio Bela Vista. Nas<br />

Figuras 11 e 12 pode ser verificado o momento <strong>da</strong> incisão com um bisturi e o<br />

implante <strong>da</strong>s marcas <strong>PIT</strong> tag.<br />

Figura 11: Incisão com bisturi para implante <strong>da</strong><br />

marca <strong>PIT</strong> tag.<br />

Figura 12: Implante do chip <strong>PIT</strong> tag.<br />

44


3.2.5 Implantação <strong>da</strong>s marcas DART tag.<br />

Para Marca DART tag também foram coletados <strong>da</strong>dos dos peixes como<br />

tamanho e peso, e transferidos para uma planilha, que posteriormente foram<br />

vinculados ao número gravado na própria marca DART tag. A uni<strong>da</strong>de pesquisa<strong>da</strong><br />

recebe a Marca numera<strong>da</strong> <strong>da</strong>s seguintes cores: azul e vermelha. Seguindo<br />

orientação dos técnicos <strong>da</strong> Itaipu, to<strong>da</strong>s as marcas DART tag foram coloca<strong>da</strong>s no<br />

dorso. Abaixo pode ser observado o implante <strong>da</strong> marca DART tag através <strong>da</strong> Figura<br />

13 e 14.<br />

Figura 13: Preparação para implante <strong>da</strong> marca<br />

DART tag.<br />

Figura 14: Peixe com o implante <strong>da</strong> marca<br />

DART tag.<br />

Na implantação <strong>da</strong>s <strong>Marcas</strong> DART tag também foram utiliza<strong>da</strong>s 90<br />

uni<strong>da</strong>des e divi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seguinte forma: 30 uni<strong>da</strong>des de Pacu (Piaractus<br />

mesopotamicus) no tanque 01, 30 uni<strong>da</strong>des de Piracanjuba (Brycon orbygnianus) no<br />

tanque 02 e 30 uni<strong>da</strong>des de Piapara (Leporinus obtusidens) no tanque 03, sendo<br />

que 15 de ca<strong>da</strong> espécie receberam a Marca DART tag azul e 15 receberam a Marca<br />

DART tag vermelha.<br />

3.2.6 Acondicionamento dos peixes em tanques-rede com chip <strong>PIT</strong> tag<br />

Os 91 peixes com chip foram colocados no tanque-rede com as seguintes<br />

dimensões: 1,75m de largura, 1,75m de comprimento e 1,75m de profundi<strong>da</strong>de.<br />

Para facilitar a avaliação os tanques-rede receberam uma numeração. Estas<br />

45


uni<strong>da</strong>des foram coloca<strong>da</strong>s no tanque-rede número 04 e receberam alimentação<br />

balancea<strong>da</strong> diariamente.<br />

Aproxima<strong>da</strong>mente a ca<strong>da</strong> 20 dias estas uni<strong>da</strong>des foram avalia<strong>da</strong>s<br />

empregando a leitora própria para marcas do tipo <strong>PIT</strong> tag para verificar qual foi a<br />

rejeição dos chips, com base na permanência <strong>da</strong> marca no organismo do animal. A<br />

Tabela 5 contém informações do acondicionamento dos peixes no Tanque 04. Esta<br />

tabela busca facilitar a visão de como foi organizado os peixes por quanti<strong>da</strong>de e<br />

espécie na gaiola com os chips <strong>PIT</strong> tag.<br />

Tabela 5: Acondicionamento dos peixes no Tanque 04 com chip <strong>PIT</strong> tag.<br />

LOCAL DO IMPLANTE<br />

Pacu/30 Un.<br />

ESPÉCIES NO TANQUE 04<br />

Piracanjuba/30 Un. Piapara/31 Un.<br />

Dorso 10 11 10<br />

Abdominal 10 09 11<br />

Intramuscular ventral. 10 10 10<br />

Subtotal<br />

Total 91<br />

30 30 31<br />

3.2.7 Acondicionamento dos peixes em tanques-redes com a marca DART tag<br />

Os 90 peixes com a marca DART tag foram colocados em três tanques-<br />

rede com as seguintes dimensões: 1,75m de largura, 1,75m de comprimento e<br />

1,75m de profundi<strong>da</strong>de. Para facilitar a avaliação os tanques-rede receberam uma<br />

numeração. Todos os tanques-rede receberam alimentação balancea<strong>da</strong><br />

diariamente.<br />

No tanque-rede número 01 foi coloca<strong>da</strong> 30 uni<strong>da</strong>des de Piracanjuba<br />

(Brycon orbygnianus), sendo que 15 receberam a Marca DART tag azul e 15<br />

receberam a Marca DART tag vermelha. No tanque-rede número 02, foram<br />

coloca<strong>da</strong>s 30 uni<strong>da</strong>des de Pacu (Piaractus mesopotamicus), sendo que 15<br />

receberam a Marca DART tag azul e 15 receberam a Marca DART tag vermelha. E<br />

no tanque-rede número 03 foram coloca<strong>da</strong>s 30 uni<strong>da</strong>des de Piapara (Leporinus<br />

obtusidens), sendo que 15 receberam a Marca DART tag azul e 15 receberam a<br />

Marca DART tag vermelha.<br />

A tabela 6 apresenta as informações dos tanques-rede 01, 02 e 03. Nesta<br />

tabela constam as espécies dividi<strong>da</strong>s nas cores de ca<strong>da</strong> DART tag implanta<strong>da</strong>.<br />

46


Tabela 6: Acondicionamento dos peixes nos Tanques 01, 02 e 03 (DART tag).<br />

ESPÉCIE Piracanjuba Pacu Piapara<br />

CORES Azul Vermelha Azul Vermelha Azul Vermelha<br />

Tanque 01 15 15<br />

Tanque 02 15 15<br />

Tanque 03 15 15<br />

Subtotal 30 30 30<br />

Total 90<br />

3.2.8 <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> pesquisa<br />

Aproxima<strong>da</strong>mente a ca<strong>da</strong> 20 dias foram feitas avaliações em todos os<br />

tanques-rede. No tanque-rede número 04, onde foram colocados os peixes com os<br />

chips <strong>PIT</strong> tag realizou-se os seguintes procedimentos:<br />

1º Elevação do tanque-rede para facilitar a retira<strong>da</strong> dos peixes;<br />

2º Foram recapturados os peixes através de um puçá;<br />

3º Todos foram colocados em um tanque com o anestésico Benzocaina<br />

na proporção de 15mg/L;<br />

4º Após perceber o efeito do anestésico, os peixes foram retirados do<br />

tanque e passaram por um scanner para verificar se possuem o chip ou ocorreu a<br />

rejeição;<br />

5º As informações observa<strong>da</strong>s foram passa<strong>da</strong>s para uma planilha para<br />

posteriormente serem tabula<strong>da</strong>s para o resultado final,<br />

original.<br />

6º Após estes procedimentos os peixes retornaram para o tanque-rede<br />

Nos tanques-rede 01, 02, e 03, onde foram colocados os peixes com a<br />

marca DART tag, realizou-se os seguintes procedimentos:<br />

1º Elevação do tanque-rede para facilitar a retira<strong>da</strong> dos peixes;<br />

2º Foram recapturados os peixes através de um puçá;<br />

3º Todos foram colocados em um tanque com o anestésico Benzocaina<br />

na proporção de 15mg/L;<br />

4º Após perceber o efeito do anestésico, os peixes são retirados do<br />

tanque e observado se houve pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca;<br />

5º As informações observa<strong>da</strong>s foram passa<strong>da</strong>s para uma planilha para<br />

47


posteriormente serem tabula<strong>da</strong>s para o resultado final,<br />

original.<br />

6º Após estes procedimentos os peixes retornaram para o tanque-rede<br />

Na realização <strong>da</strong> terceira avaliação com 64 dias foi constatado que houve<br />

um rompimento na tela do tanque-rede número 3 com a espécie piapara e<br />

consequentemente a fuga de 10 exemplares. Foi observado que restaram 20 peixes,<br />

sendo que 10 com a marca DART vermelha e 10 com a azul. Com o objetivo de<br />

aproveitar a pesquisa foram utilizados os peixes restantes e reiniciado a pesquisa a<br />

partir do sexagésimo quarto dia e a primeira avaliação foi realiza<strong>da</strong> no octogésimo<br />

sétimo dia.<br />

A primeira avaliação com 16 dias foi apenas para reposição <strong>da</strong><br />

mortali<strong>da</strong>de dos peixes. A única espécie que teve mortali<strong>da</strong>de foi a piracanjuba<br />

apresentando um total de 8 óbitos. Estes peixes foram substituídos e não foi<br />

observa<strong>da</strong> nenhuma outra morte durante as próximas avaliações.<br />

48


4 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

TANQUE 01 (PIRACANJUBA): Na Figura 15 pode ser observa<strong>da</strong> a<br />

evolução <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s duas cores apresenta<strong>da</strong>s, azul e vermelha. Na primeira<br />

avaliação, com 16 dias, houve apenas 01 pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca vermelha e nenhuma<br />

<strong>da</strong> marca azul. Já com 43 dias passaram para 03 pre<strong>da</strong>ções vermelhas e 01 azul.<br />

Figura 15: Evolução <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha e azul <strong>da</strong> espécie piracanjuba.<br />

Até a avaliação com 118 dias a vermelha se manteve nas três pre<strong>da</strong>ções<br />

e a azul foi evoluindo gradualmente somando mais uma pre<strong>da</strong>ção nos 64 e<br />

alcançando a vermelha nos 118 dias. Na última avaliação pode ser observado que a<br />

azul ultrapassa a vermelha perfazendo 5 pre<strong>da</strong>ções contra 4 <strong>da</strong> vermelha.<br />

Na Figura 16 é demonstra<strong>da</strong> a porcentagem <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART<br />

tag azul <strong>da</strong> espécie piracanjuba. O gráfico mostra que 33,3% <strong>da</strong>s marcas DART tag<br />

<strong>da</strong> cor azul foram pre<strong>da</strong><strong>da</strong>s e 66,7% não sofreram nenhum <strong>da</strong>no.<br />

Figura 16: Proporção de pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag azul na piracanjuba<br />

49


A Figura 17 apresenta a porcentagem <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag<br />

vermelha <strong>da</strong> espécie piracanjuba. O gráfico mostra que 26,7% <strong>da</strong>s marcas DART<br />

tag foram pre<strong>da</strong><strong>da</strong>s pela espécie e 73,3 não sofreram nenhuma pre<strong>da</strong>ção.<br />

Figura 17: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha na piracanjuba.<br />

Observando-se as Figuras 16 e 17 pode-se destacar a informação que a<br />

piracanjuba teve um índice de pre<strong>da</strong>ção geral, sem considerar as cores, de 30% e<br />

não tiveram nenhuma alteração 70% <strong>da</strong>s marcas DART tag. Também é possível<br />

verificar uma pequena diferença na pre<strong>da</strong>ção entre as cores <strong>da</strong>ndo uma<br />

porcentagem maior de 6,6% para a cor azul em relação a cor vermelha.<br />

TANQUE 02 (PACU): A Figura 18 apresenta o avanço <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s<br />

duas cores <strong>da</strong> marca DART tag, azul e vermelha.<br />

Figura 18: Evolução <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha e azul <strong>da</strong> espécie pacu.<br />

Observando-se a Figura 18, pode-se perceber que no 16° dia apenas as<br />

marcas vermelhas sofreram pre<strong>da</strong>ção de 05 uni<strong>da</strong>des. Posteriormente com 43 dias<br />

50


verificou-se que as marcas vermelhas alcançaram 14 uni<strong>da</strong>des e as azuis 12 marcas<br />

pre<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Dos 43 aos 118 dias não houve alteração, mas na avaliação dos 157 dias<br />

foi observa<strong>da</strong> uma evolução <strong>da</strong> marca azul alcançando a vermelha com 14 uni<strong>da</strong>des<br />

pre<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

Na Figura 19 é demonstra<strong>da</strong> a porcentagem <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca<br />

DART tag azul <strong>da</strong> espécie pacu. Neste gráfico pode ser observado que 93,3% <strong>da</strong>s<br />

marcas DART tag <strong>da</strong> cor azul foram pre<strong>da</strong><strong>da</strong>s e apenas 6,7% não sofreram nenhum<br />

<strong>da</strong>no.<br />

Figura 19: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag azul no pacu<br />

A Figura 20 apresenta a porcentagem <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag<br />

vermelha <strong>da</strong> espécie pacu que também alcançou que 93,3% de pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca<br />

DART tag e 6,7% não sofreram nenhuma pre<strong>da</strong>ção.<br />

Figura 20: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha no pacu<br />

Observando-se as Figuras 19 e 20 sem considerar as cores e<br />

51


considerando-se somente a pre<strong>da</strong>ção, é possível perceber o alto índice de<br />

pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag pela espécie pacu.<br />

TANQUE 03 (PIAPARA): Na Figura 21 pode ser observa<strong>da</strong> a diferença do<br />

inicio <strong>da</strong> avaliação, pois neste momento devido à fuga de alguns peixes do tanque<br />

03 foi necessário reiniciar a pesquisa 64 dias depois do início do implante. Neste<br />

gráfico pode se perceber a pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca vermelha a partir do 87° dia e<br />

nenhuma azul até este dia. Já no dia 118 podem ser observa<strong>da</strong>s duas pre<strong>da</strong>ções <strong>da</strong><br />

marca vermelha e uma azul. Alcançando os 157 dias, a cor vermelha chegou a 3<br />

pre<strong>da</strong>ções enquanto a azul se manteve em uma marca DART tag com pre<strong>da</strong>ção.<br />

Figura 21: Evolução <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha e azul <strong>da</strong> espécie piapara.<br />

Na Figura 22 é demonstra<strong>da</strong> porcentagem <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART<br />

tag azul <strong>da</strong> espécie piapara. Pode ser verificado que a pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca azul<br />

chegou a 10%.<br />

Figura 22: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag azul na piapara<br />

52


A Figura 23 apresenta a porcentagem <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag<br />

vermelha <strong>da</strong> espécie piapara. Observando-se o gráfico pode se verificar que a<br />

pre<strong>da</strong>ção marca DART tag vermelha alcançou os 30%.<br />

Figura 23: Proporção <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag vermelha na piapara.<br />

Comparando-se as Figuras 22 e 23, foi possível perceber uma maior<br />

pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag de cor vermelha. Ain<strong>da</strong> desconsiderando-se as cores<br />

e somente contando-se as pre<strong>da</strong>ções é possível perceber que teve uma pre<strong>da</strong>ção<br />

de marcas DART tag de 20% em 80% não houve pre<strong>da</strong>ção.<br />

TANQUE 04 (REJEIÇÃO DAS MARCAS <strong>PIT</strong> <strong>TAG</strong>): De acordo com<br />

Prentice et al. (1990) apud Ferraz (2004), um dos sistemas mais modernos de<br />

marcação de peixes é conhecido com <strong>PIT</strong> tag. Esta tecnologia é basea<strong>da</strong> no<br />

implante de pequenos sensores codificados que identificam os animais através de<br />

leitura óptica.<br />

Figura 24: <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> espécie piracanjuba<br />

53


Observando-se a Figura 24 percebe-se que durante todo período <strong>da</strong><br />

pesquisa houve uma rejeição de 4 <strong>da</strong>s 9 marcas <strong>PIT</strong> tag implanta<strong>da</strong>s no abdominal<br />

<strong>da</strong> piracanjuba. Nota-se uma grande rejeição nos locais intramuscular ventral e<br />

intramuscular dorsal <strong>da</strong> piracanjuba e que o local mais resistente ao implante foi o<br />

abdômen.<br />

Através <strong>da</strong> Figura 25 foi possível perceber em que momento <strong>da</strong> pesquisa<br />

se destaca a maior quanti<strong>da</strong>de de rejeição <strong>da</strong> piracanjuba. Fica demonstrado que a<br />

maior parte <strong>da</strong>s rejeições foi detecta<strong>da</strong> na primeira avaliação e somente uma<br />

rejeição em ca<strong>da</strong> local diferente nas outras quatro avaliações.<br />

Número de peixes<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

3<br />

0 0 0 0<br />

Figura 25: Demonstrativo por período <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> piracanjuba<br />

Na Figura 26 observado-se que em todo período de pesquisa não houve<br />

rejeição <strong>da</strong>s marcas <strong>PIT</strong> tag na espécie pacu em dois locais diferente do implante:<br />

no abdômen e intramuscular dorsal.<br />

8<br />

9<br />

Abdominal Ventral Dorsal<br />

Figura 26: <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> espécie pacu.<br />

1<br />

1<br />

1<br />

0 0 0 0 0<br />

1ª Aval. 43 dias 2ª Aval. 43 à 65 dias 3ª Aval. 65 à 88 dias 4ª Aval. 88 à 118 dias 5ª Aval. 118 à 157 dias<br />

54


Visualizando-se que os implantes intramusculares ventral tiveram sete<br />

rejeições demonstrando uma tendência maior de rejeição neste local. Entre as três<br />

espécies pesquisa<strong>da</strong>s o pacu foi a que teve menor rejeição <strong>da</strong>s marcas <strong>PIT</strong> tag.<br />

A Figura 27 mostra que as rejeições <strong>da</strong> espécie pacu ocorreram to<strong>da</strong>s na<br />

primeira avaliação e somente nos implantes intramuscular ventral. Fica visível que a<br />

condição de aceite <strong>da</strong>s marcas <strong>PIT</strong> tag se mantiveram-se nas próximas quatro<br />

avaliações.<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Figura 27: Demonstrativo por período <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag do pacu<br />

A Figura 28 demonstra-se a rejeição <strong>da</strong> marca <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> espécie<br />

piapara. Percebe-se uma maior resistência nos implantes do abdômen com apenas<br />

um rejeito <strong>da</strong>s onze marcas implanta<strong>da</strong>s. Já nos implantes intramuscular ventral e<br />

intramuscular dorsal ocorreu uma condição inversa, pois de ca<strong>da</strong> 10 implantes, nove<br />

foram rejeitados.<br />

7<br />

Abdominal Ventral Dorsal<br />

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

1ª Aval. 43 dias 2ª Aval. 43 à 65 dias 3ª Aval. 65 à 88 dias 4ª Aval. 88 à 118 dias 5ª Aval. 118 à 157 dias<br />

Figura 28: <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> espécie piapara.<br />

55


Observando-se a Figura 29 verifica-se que quase to<strong>da</strong>s as rejeições<br />

foram identifica<strong>da</strong>s na primeira avaliação, sendo que apenas na última foi observa<strong>da</strong><br />

uma nova rejeição. Também percebe-se que o local de maior resistência foi o<br />

abdômen e de forma oposta, os locais de menor resistência foram os implantes<br />

intramuscular ventral e intramuscular dorsal.<br />

Figura 29: Demonstrativo por período <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag <strong>da</strong> piapara.<br />

Na Figura 30 foi feito um comparativo com as três espécies: piracanjuba,<br />

piapara e pacu respectivamente, nesta análise podem ser identifica<strong>da</strong>s algumas<br />

semelhanças de rejeição e resistência dos peixes quando implantado a marca <strong>PIT</strong><br />

tag. Observando-se as três situações apresenta<strong>da</strong>s na mesma Figura, fica claro que<br />

o implante <strong>da</strong> marca <strong>PIT</strong> tag no abdômen obteve um melhor resultado com pouca ou<br />

nenhuma rejeição.<br />

Númerode peixes<br />

11<br />

10<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Figura 30: Evolução <strong>da</strong> rejeição do chip <strong>PIT</strong> tag durante todo período <strong>da</strong> pesquisa nas espécies<br />

piracanjuba, piapara e pacu.<br />

1<br />

8<br />

9<br />

Abdominal Ventral Dorsal<br />

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

0<br />

1ª Aval. 43 dias 2ª Aval. 43 à 65 dias 3ª Aval. 65 à 88 dias 4ª Aval. 88 à 118 dias 5ª Aval. 118 à 157 dias<br />

Abdominal Ventral Dorsal<br />

0 43 64 87 118 157 0 43 64 87 118 157 0 43 64 87 118 157 Dias<br />

Piracanjuba Piapara<br />

Pacu<br />

1<br />

56


O destaque vai para o pacu como mais resistente ao implante do<br />

abdômen e logo em segui<strong>da</strong> com pouca diferença a piapara. A piracanjuba se<br />

manteve próxima com apenas quatro rejeições no abdômen. Outra semelhança é<br />

entre a piracanjuba e a piapara que tiveram uma grande rejeição nos implantes<br />

intramuscular ventral e intramuscular dorsal. Comparando-se as três espécies foi<br />

possível perceber que o pacu tem um melhor resultado na aceitação dos implantes<br />

<strong>da</strong>s marcas <strong>PIT</strong> tag.<br />

De acordo com Kubitza (2003), o mecanismo de defesa dos peixes é<br />

influenciado pelo processo inflamatório que visa eliminar organismos estranhos, de<br />

forma a recuperar o equilíbrio fisiológico. O autor acrescenta que os mecanismos<br />

são dependentes do sistema imune, essa imuni<strong>da</strong>de tem a capaci<strong>da</strong>de de<br />

resistência contra substâncias invasoras ao corpo, produtos metabólicos e<br />

patógenos.<br />

Segundo Ranzani (2004), afirma que o estresse é a soma de to<strong>da</strong>s as<br />

respostas fisiológicas e bioquímicas quando um animal tenta manter a homeostase<br />

orgânica.<br />

Conforme Kubitza (2003), os peixes em cativeiro sofrem várias situações<br />

como transporte, má nutrição, confinamento, infestações por parasitas e<br />

patogênese, entre outras.<br />

Figura 31: Procedimento de leitura do chip PTI<br />

tag.<br />

Figura 32: Identificação de um exemplar com<br />

rejeição <strong>da</strong> marca <strong>PIT</strong> tag.<br />

Na Figura 31 pode-se observar o procedimento de leitura do chip em um<br />

exemplar e na Figura 32 é possível observar o momento exato em que ocorre uma<br />

rejeição <strong>da</strong> marca <strong>PIT</strong> tag.<br />

57


Para Cyrino (2004), o estresse pode ser caracterizado <strong>da</strong> seguinte<br />

maneira: “é um conjunto de respostas do organismo animal diante de estímulos<br />

desagradáveis, agressivos e ameaçadores”.<br />

De acordo com Kubitza (2003), “o estresse é definido como um estado<br />

físico ou fisiológico produzido por qualquer fator ambiental que supera a capaci<strong>da</strong>de<br />

a<strong>da</strong>ptativa normal do peixe, com isso reduzem-se as chances de sobrevivência do<br />

animal”.<br />

Após a coleta e análise dos <strong>da</strong>dos, conclui-se que a melhor aplicabili<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> marca <strong>PIT</strong> tag na espécie pacu é através do implante nos seguintes locais:<br />

intramuscular dorsal e cavi<strong>da</strong>de abdominal com êxito de 100%.<br />

Outra espécie avalia<strong>da</strong> foi a piapara, identificou-se que o melhor local<br />

para o implante do chip <strong>PIT</strong> tag é a cavi<strong>da</strong>de abdominal, pois este local apresentou<br />

uma aceitação de 91%. A piracanjuba foi a terceira espécie a ser analisa<strong>da</strong> e<br />

demonstrou que o melhor local para a implantação é na cavi<strong>da</strong>de abdominal com<br />

56% de aprovação. De acordo com Ferraz (2004), a marcação feita por “Peterson<br />

disk tags” apresentou o local mais apropriado na região do pendúculo cau<strong>da</strong>l na<br />

região do opérculo, percebendo melhores resultados nos peixes recapturados.<br />

De acordo com Moraes e Makrakis (2011), buscaram em sua pesquisa<br />

avaliar o comportamento de peixes em tubulações fluviais com o uso de marcas <strong>PIT</strong><br />

tag. Para este trabalho capturou-se 129 exemplares, sendo que somente 44<br />

cascudos e 82 lambaris receberam implantes. Os pesquisadores observaram que<br />

não houve mortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> espécie cascudo, mas 49 lambaris morreram. Em relação<br />

às marcas passivas plásticas denomina<strong>da</strong>s DART tag, foi observado que o pacu é o<br />

maior pre<strong>da</strong>dor deste tipo de marca. Tanto as marcas de cor azul como as<br />

vermelhas, obtiveram 93,3% de pre<strong>da</strong>ção demonstrando a inviabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> utilização<br />

deste tipo de marca para esta espécie.<br />

A espécie piapara apresentou uma pre<strong>da</strong>ção de 30% <strong>da</strong> cor vermelha e<br />

10% <strong>da</strong> cor azul. Este resultado mostra que a cor mais propensa a pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong><br />

marca DART tag, pela espécie piapara é a vermelha. A outra espécie analisa<strong>da</strong> foi a<br />

piracanjuba, esta apresentou uma pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca DART tag de 33,3% <strong>da</strong> cor<br />

azul e 26,7% <strong>da</strong> cor vermelha. Com esta informação é possível afirmar que a<br />

tendência de pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> piracanjuba é maior pela marca DART tag de cor azul.<br />

Segundo Volpe (1959) apud Ferraz (2004), outro fato observado<br />

utilizando diferentes sistemas de marcação externa para o robalo-flexa<br />

58


(Centropomus undecimalis), efetuando um trabalho de migração na Flóri<strong>da</strong>, foi<br />

possível perceber alguns pontos de inflamação e degeneração de tecidos em alguns<br />

casos com os peixes recapturados.<br />

Através <strong>da</strong> Figura 33 é possível verificar a pre<strong>da</strong>ção de uma marca DART<br />

tag na espécie pacu. Na Figura 34 pode ser observado um exemplar com a marca<br />

DART tag e outro peixe sem a marca DART tag. Significa que este animal sofreu<br />

pre<strong>da</strong>ção de sua marca.<br />

Figura 33: Exemplar com pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> marca<br />

DART tag vermelha.<br />

59<br />

Figura 34: Exemplares com e sem pre<strong>da</strong>ção <strong>da</strong><br />

marca DART tag.<br />

Utilizando outra tecnologia de marcação externa, Carvalho Souza et al.<br />

(2010), identificaram uma eleva<strong>da</strong> taxa de retenção de tags alojados na região<br />

subcutânea sem causar lesões e agressões dos tecidos em um artigo buscando<br />

avaliar o implante visível de Elastómero Fluorescente (VIFE) em gourami<br />

(Tricogaster trichopterus) em cativeiro. Foi demonstrado que na primeira avaliação<br />

feita após 45 dias do implante a visibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> tag se comportou muito bem e<br />

somente após os 90 dias que as cores começaram a apresentar per<strong>da</strong>s.<br />

Foram capturados os exemplares de peixes <strong>da</strong>s espécies pacu,<br />

piracanjuba e piapara. As espécies foram separados e transportados do Refúgio<br />

Biológico de Santa Helena – PR até Foz do Iguaçu – PR, com um percurso<br />

aproximado de 120 km em um tanque próprio para transporte de peixe vivo. Para o<br />

transporte foram efetuados todos os procedimentos estabelecidos pela legislação<br />

brasileira.<br />

De acordo com Dias (2006), algumas providências a serem toma<strong>da</strong>s no<br />

transporte de peixes como a legislação para transporte de animais. Em um primeiro<br />

momento, quando se inicia o cultivo de espécies nativas ou exóticas o responsável


pelo transporte deve seguir alguns passos: Retirar o Guia de Trânsito Animal – GTA,<br />

Devem proceder de proprie<strong>da</strong>de rural que esteja ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong> na Secretaria <strong>da</strong><br />

Agricultura e do Abastecimento – SEAB e Nota Fiscal de Produtor ou outro<br />

documento fiscal que comprove o motivo do transporte dos animais.<br />

Segundo Kubitza (1997), existem vários modelos de transporte de peixes,<br />

o que mais diferencia este equipamento são o formato, tamanho, quali<strong>da</strong>de e tipo de<br />

material usado na fabricação. O transporte de peixes com sucesso deve começar<br />

como o preparo dos peixes. Inicialmente se providencia animais sadios e deve-se<br />

suspender a alimentação dos exemplares. Deixando os peixes em jejum antes do<br />

transporte para evitar a excreção de fezes e metabólitos na água do tanque (PET-<br />

PESCA, 2011).<br />

Este tipo de transporte mantém a água com a quanti<strong>da</strong>de de oxigênio<br />

necessária para a sobrevivência dos peixes. Para amenizar o impacto causado pelo<br />

transporte, foi adiciona<strong>da</strong> na água do Trans-Fish uma substância anestésica<br />

chama<strong>da</strong> Benzocaína na proporção de 15mg/L. Estes peixes ficaram em repouso<br />

por uma semana para se recuperar do desgaste do transporte e se a<strong>da</strong>ptar ao novo<br />

habitat.<br />

Para Baldisserotto (2005), o transporte dos peixes é responsável por<br />

parte considerável do custo de manejo. Para se capturar, transportar e descarregar<br />

os peixes é aconselhável aplicar um anestésico, assim, evitando que se debatam e<br />

se machuquem durante o manejo. Ain<strong>da</strong> o mesmo autor cita que quando os peixes<br />

chegam ao local de soltura devem passar por um período de aclimatização para se<br />

a<strong>da</strong>ptar as novas características físicas e químicas <strong>da</strong> água.<br />

60


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Como foi demonstrado o local que teve o menor rejeito <strong>da</strong> marca <strong>PIT</strong> tag,<br />

é possível aumentar a eficiência do monitoramento <strong>da</strong>s espécies padronizando o<br />

local do implante <strong>da</strong> mesma e consequentemente diminuindo a chance de não<br />

identificar o exemplar monitorado por rejeição.<br />

Na marca DART tag também foi possível melhorar sua aplicabili<strong>da</strong>de, pois<br />

foi observa<strong>da</strong> a forte tendência de pre<strong>da</strong>ção na espécie pacu e com menor<br />

intensi<strong>da</strong>de nas outras duas espécies, piracanjuba e piapara.<br />

Estas informações podem contribuir na escolha <strong>da</strong> cor a ser utiliza<strong>da</strong> para<br />

efetuar o implante, ou ain<strong>da</strong>, auxiliar na decisão de procurar outra tecnologia para<br />

marcação <strong>da</strong> espécie pacu, sendo que esta apresentou um alto índice de pre<strong>da</strong>ção.<br />

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