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Revista Recap - 1° tri 2022 - EDIÇÃO 125

A Revista Recap é uma publicação trimestral do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região, distribuída com o objetivo de levar aos associados informações exclusivas e atualizadas sobre o setor. ANUNCIE: (11) 98724-9650

A Revista Recap é uma publicação trimestral do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região, distribuída com o objetivo de levar aos associados informações exclusivas e atualizadas sobre o setor.

ANUNCIE: (11) 98724-9650

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REVISTA<br />

<strong>1°</strong> TRI <strong>2022</strong> - EDIÇÃO <strong>125</strong><br />

Pleito de muitos anos começou a ser a atendido: impacto<br />

do ICMS no preço dos combustíveis ganha destaque no<br />

jogo. Alta carga <strong>tri</strong>butária é um dos grandes vilões, além de<br />

trazer distorções para o setor.


NESTA EDIÇÃO<br />

04<br />

EDITORIAL<br />

...dando espaço para<br />

quem?<br />

12<br />

TREINAMENTOS<br />

Confira o calendário<br />

de <strong>2022</strong><br />

20<br />

GIRO EM NOTÍCIAS<br />

Quatro diretores são<br />

aprovados para ANP<br />

06<br />

PERFIL<br />

Setor de combustíveis<br />

em foco!<br />

14<br />

NOVIDADES<br />

<strong>Recap</strong> amplia canais de<br />

comunicação em <strong>2022</strong><br />

24<br />

TENDÊNCIA<br />

Setor automotivo tem<br />

queda de vendas<br />

10<br />

SET0R<br />

ANP autoriza usar o zero<br />

na terceira casa decimal<br />

16<br />

CAPA<br />

Para frear alta, Governo<br />

aprova mudanças no ICMS<br />

30<br />

ARTIGO<br />

Percepção, realidade e<br />

velocidade das notícias<br />

EXPEDIENTE<br />

RECAP - Sindicato do Comércio<br />

Varejista de Derivados de<br />

Petróleo de Campinas e Região.<br />

SP COMBUSTÍVEIS<br />

Associação dos Revendedores<br />

do Comércio Varejista de<br />

Derivados de Petróleo e Afins<br />

no Estado de São Paulo.<br />

www.recap.org.br<br />

Rua José Augusto César, 233<br />

Jd. Chapadão, Campinas-SP<br />

CEP: 13070-062<br />

Fone: (19) 3284-2450<br />

DIRETOR RESPONSÁVEL<br />

Emílio Martins<br />

EDITORES<br />

Caio Augusto<br />

Flávio Lamas<br />

REPORTAGENS<br />

Gláucia Franchini<br />

Rosemeire Guidoni<br />

DESIGN GRÁFICO<br />

Daniele Constantino<br />

Gláucia Franchini<br />

DEPARTAMENTO COMERCIAL<br />

José Maria dos Santos<br />

(11) 98724-9650<br />

revista@recap.com.br<br />

IMPRESSÃO<br />

Lince - Gráfica e Editora<br />

TIRAGEM<br />

10.000 exemplares<br />

As opiniões dos artigos assinados e<br />

informações dos anúncios não são<br />

responsabilidade da <strong>Revista</strong> <strong>Recap</strong>.<br />

Fechamento: 29 de abril de <strong>2022</strong>.


Editorial<br />

...DANDO ESPAÇO PARA QUEM?<br />

Emílio Martins<br />

Presidente do <strong>Recap</strong><br />

04 RECAP<br />

O setor de combustíveis tem<br />

ocupado grande espaço na mídia<br />

nos últimos meses, em função<br />

das variações de preços nas<br />

bombas, bem como, também,<br />

com muito destaque na imprensa,<br />

a interferência de autoridades<br />

na tentativa de conter ou<br />

controlar essas variações.<br />

Este é o assunto do momento<br />

no mercado de combustíveis!<br />

É muito bom que se discuta este<br />

setor, mas além da necessidade<br />

de espaço para discussões<br />

e esclarecimentos dos pontos<br />

que envolvem a cadeia como<br />

um todo (produção, dis<strong>tri</strong>buição<br />

e revenda), precisamos destacar<br />

quem faz parte deste complexo<br />

setor, responsável pelo abastecimento<br />

do país.<br />

Neste negócio, no último elo da<br />

cadeia de abastecimento, diretamente<br />

ligado aos consumidores,<br />

estão os Postos Revendedores<br />

varejistas.<br />

É preciso reforçar a importância<br />

dos empresários varejistas,<br />

sejam eles de grandes redes,<br />

médios revendedores e principalmente<br />

os milhares de revendedores<br />

pequenos, boa parte<br />

tendo o posto como negócio de<br />

família. Este importante e gigantesco<br />

setor é o elo da cadeia que<br />

garante competição no mercado<br />

de combustíveis no Brasil!<br />

Não é de hoje que se ouve dizer<br />

- muitas vezes por alguns líderes<br />

sindicais - que diante da<br />

enorme concorrência e competição<br />

no varejo, “num futuro próximo<br />

os pequenos e médios revendedores<br />

não conseguirão sobreviver”.<br />

Tenho certeza que já<br />

ouviram isso!<br />

Temos que lutar muito para que<br />

esta previsão não vire realidade,<br />

pois além de muito cruel, se isso<br />

ocorrer, também estará ameaçada<br />

“de morte” a concorrência no ú-<br />

nico elo da cadeia onde, de fato,<br />

existe competição, garantida por<br />

esta parcela da revenda, que representa<br />

a esmagadora maioria<br />

dos mais de 40 mil postos espalhados<br />

pelo Brasil.<br />

Quais aspectos e peculiaridades<br />

levam a previsões tão negativas<br />

para o pequeno revendedor?<br />

Alta concorrência? Capital<br />

de giro muito alto? Exigência de<br />

novas tecnologias? Alta carga de<br />

impostos e <strong>tri</strong>butos? Margens a-<br />

pertadas e insuficientes para<br />

manter o negócio sadio? Logística?<br />

Volume? Eficiência?<br />

Acredito que nenhum desses<br />

fatores levará pequenos e médios<br />

à bancarrota, pois são fatores<br />

que afetam todos e já fazem<br />

parte do dia a dia da revenda há<br />

décadas!<br />

Mas há uma parcelinha da<br />

“revenda” que faz a diferença<br />

quando o assunto é concorrência.<br />

Refiro-me à concorrência<br />

desleal, balizada por fraudes e<br />

sonegação de impostos!<br />

Essa sim, distorce e deturpa a<br />

competição, confunde o consumidor<br />

e algumas autoridades, ferindo<br />

de morte pequenos e médios<br />

empresários do setor! O Estado<br />

que cobra e recebe impostos<br />

e os órgãos de fiscalização<br />

que deveriam coibir as fraudes,<br />

são os grandes responsáveis por<br />

esta situação.<br />

Assim, estamos assistindo ao<br />

surgimento de um “tipo novo” de<br />

revendedor, que cresce ocupando<br />

o espaço deixado pelos pequenos<br />

que não aguentam a<br />

competição balizada pela fraude….<br />

É um círculo vicioso que se<br />

auto alimenta e “engorda” com a<br />

ineficiência do estado!<br />

Não é regra nem maioria (ainda),<br />

mas em algumas regiões,<br />

quando o pequeno posto quebra<br />

ou fica em dificuldades, surge<br />

ali um desses, “vendendo<br />

combustível abaixo do seu preço<br />

de custo”. Aí, vale voltarmos aos<br />

especialistas que previam o perfil<br />

do varejo com menos postos e<br />

mais volume!<br />

Vale aqui um alerta a algumas<br />

Cias que, ao aplicarem suas políticas<br />

de preços, em alguns aspectos<br />

desequilibradas e que<br />

não garantem a competitividade<br />

de parcelas de suas redes, acabam<br />

potencializando e alimentando<br />

este “turnover” do mal!<br />

Muito importante também é<br />

que os grandes revendedores e<br />

grandes redes entendam que a<br />

sobrevivência e a viabilidade do<br />

pequeno revendedor traz equilíbrio<br />

para o mercado e garante<br />

vida longa a todos!


Perfil<br />

SETOR DE COMBUSTÍVEIS EM FOCO!<br />

Roberto Giannetti da Fonseca é Economista pela Universidade de São Paulo.<br />

Atualmente preside a empresa Kaduna Consultoria e atua como Presidente<br />

do LIDE Energia e Vice-Presidente da AEB - Associação de Comércio Exterior<br />

do Brasil. É presidente do Conselho de Gestão da Secretaria de Logística e<br />

Transportes do Estado de São Paulo. Autor do livro “Memórias de um<br />

Trader” (2002). A entrevista foi concedida em março.<br />

06 RECAP


ROBERTO GIANNETTI DA FONSECA<br />

Diante de tantos debates<br />

para conter a alta dos preços<br />

dos combustíveis, uma das<br />

ações propostas pelo governo,<br />

que não contou com o<br />

apoio dos estados, é a mudança<br />

na cobrança do ICMS.<br />

Qual sua avaliação sobre<br />

isso? A proposta pode, realmente,<br />

controlar os preços e<br />

também coibir irregularidades<br />

existentes no setor?<br />

A aprovação pelo Congresso<br />

Nacional do PLP11/2020 no<br />

último dia 11 de março, agora<br />

transformado após sanção<br />

presidencial na Lei Complementar<br />

192/<strong>2022</strong>, traz profunda<br />

modificação na estrutura<br />

<strong>tri</strong>butária do setor de<br />

combustíveis.<br />

Em relação ao ICMS, a nova<br />

legislação introduz três conceitos<br />

inovadores, já previstos<br />

na Constituição Federal, mas<br />

ainda não regulamentados: (i)<br />

incidência monofásica, ou seja<br />

num único elo da cadeia, (ii)<br />

alíquota ad rem fixa, ou seja<br />

um valor nominal por litro ao<br />

invés de ad valorem, que é um<br />

percentual sobre o preço por<br />

litro, e finalmente (iii) alíquota<br />

única entre todos Estados,<br />

acabando com a multiplicidade<br />

de alíquotas nos 27 Estados<br />

da Federação.<br />

A ideia de reduzir o preço<br />

dos combustíveis através da<br />

redução da incidência do<br />

ICMS sobre combustíveis não<br />

vai ser atendida nesta legislação<br />

pois este imposto é muito<br />

relevante para a arrecadação<br />

<strong>tri</strong>butária dos Estados e seria<br />

hoje uma utopia imaginar isto<br />

acontecendo em ano eleitoral.<br />

A nova estrutura <strong>tri</strong>butária<br />

traz duas vantagens explícitas:<br />

a redução das fraudes e sonegação<br />

<strong>tri</strong>butária e a melhor<br />

previsibilidade da arrecadação<br />

<strong>tri</strong>butária dos Estados, já que a<br />

variação dos preços dos combustíveis<br />

não mais influenciará<br />

a carga <strong>tri</strong>butária incidente.<br />

Em sua visão, o controle das<br />

fraudes <strong>tri</strong>butárias seria<br />

suficiente para evitar perdas<br />

aos estados pela mudança<br />

do ICMS?<br />

Em tese os Estados vão sair<br />

ganhando nesta nova estrutura<br />

<strong>tri</strong>butária, pois a fórmula<br />

sugerida de fixação da alíquota<br />

ad rem no nível máximo vigente<br />

entre eles, e a prerrogativa<br />

de proceder um desconto individualizado<br />

aos con<strong>tri</strong>buintes<br />

por Estado, vai procurar obter<br />

uma equivalência da atual arrecadação<br />

<strong>tri</strong>butária, que lhes<br />

garante no mínimo este empate<br />

no valor arrecadado.<br />

Agora, com a monofasia incidente<br />

nas refinarias e nos importadores,<br />

a fiscalização será<br />

muito mais efetiva e a sonegação<br />

que ainda está elevada<br />

será dificultada se não eliminada.<br />

Com isto a arrecadação <strong>tri</strong>butária<br />

agregada de ICMS poderá<br />

aumentar de 15 a 20%<br />

em todo país. E de quebra e-<br />

limina-se a nociva concorrência<br />

desleal que prejudica sobremaneira<br />

os con<strong>tri</strong>buintes<br />

idôneos.<br />

Do ponto de vista de preços,<br />

o problema da alta atual não<br />

se deve à elevação do barril<br />

de petróleo, associada ao<br />

câmbio desfavorável?<br />

Não há dúvida que a conjuntura<br />

internacional derivada<br />

da guerra Rússia x Ucrânia tem<br />

sido o principal fator de subida<br />

dos preços de petróleo e de<br />

seus derivados. Isto associado<br />

à alta volatilidade do câmbio<br />

no Brasil, tem causado o inevi-<br />

A nova estrutura <strong>tri</strong>butária traz duas<br />

vantagens explícitas: a redução das<br />

fraudes e sonegação <strong>tri</strong>butária e a<br />

melhor previsibilidade da arrecadação<br />

<strong>tri</strong>butária dos Estados, já que a variação<br />

dos preços dos combustíveis não mais<br />

influenciará a carga <strong>tri</strong>butária incidente.<br />

07 RECAP


Perfil<br />

tável aumento de preços dos<br />

combustíveis ao consumidor<br />

brasileiro.<br />

A questão <strong>tri</strong>butária é secundária<br />

na minha opinião. Houve<br />

aqui uma excessiva conotação<br />

política no debate entre Governo<br />

Federal e os Estados.<br />

Qual sua opinião sobre a<br />

criação de um fundo de estabilização<br />

de preços?<br />

A ideia em si me parece boa,<br />

mas dependerá muito da sua<br />

regulamentação e governança.<br />

Portanto, deve ser estudada<br />

com cautela e avaliada sem<br />

pressa para que uma boa ideia<br />

não seja má implementada e<br />

falhe.<br />

Com o prolongamento do<br />

conflito na Ucrânia, que reflexos<br />

podemos esperar<br />

aqui, não apenas do ponto<br />

de vista de preços dos combustíveis,<br />

mas para demais<br />

produtos (como fertilizantes)<br />

e para a inflação como<br />

um todo?<br />

O conflito está afetando a<br />

oferta de inúmeros produtos,<br />

entre eles o <strong>tri</strong>go (40% da<br />

produção mundial na Rússia e<br />

na Ucrânia), metais básicos,<br />

combustíveis e fertilizantes. Isto<br />

tem causado desabastecimento<br />

de mercado e aumento<br />

dos preços internacionais. A<br />

inflação a nível mundial já é<br />

uma realidade preocupante e<br />

poderá vir acompanhada de<br />

uma recessão econômica com<br />

desemprego crescente e com<br />

Com a monofasia incidente nas<br />

refinarias e nos importadores, a<br />

fiscalização será muito mais<br />

efetiva e a sonegação, que ainda<br />

está elevada, será dificultada se<br />

não eliminada.<br />

queda da renda per capita de<br />

muitos países.<br />

Como conter a inflação? Que<br />

medidas e/ou reformas seriam<br />

prioritárias neste momento?<br />

Desoneração de impostos<br />

seria uma delas?<br />

Em tese para corrigir um processo<br />

inflacionário você tem<br />

que reequilibrar os níveis de<br />

oferta e demanda dos produtos,<br />

agindo simultaneamente<br />

com estímulos fiscais ou<br />

monetários dirigidos ao aumento<br />

da oferta (e o preço é o<br />

melhor indutor para isto) e a<br />

redução da demanda, pela via<br />

da elevação dos juros, res<strong>tri</strong>ções<br />

ao crédito, e maior <strong>tri</strong>butação<br />

da renda e das mercadorias.<br />

Cada caso é um caso, a receita<br />

e a dosime<strong>tri</strong>a pode mudar<br />

a cada país e a cada produto/mercado.<br />

Esse conflito, associado à alta<br />

do petróleo, pode ser visto<br />

como um ponto de partida<br />

para estimular outras<br />

fontes de energia, que aca-<br />

bam se tornando mais competitivas?<br />

Que tendências o<br />

senhor enxerga nessa área?<br />

Não há dúvida que este conflito,<br />

assim como a pandemia,<br />

tem acelerado o processo de<br />

transição energética no mundo.<br />

Se é que se pode dizer que<br />

se trata de um efeito benigno<br />

destes dois lamentáveis eventos<br />

que ocorrem na atualidade.<br />

Vemos no mundo todo a<br />

ascensão exponencial das usinas<br />

de energias eólica e fotovoltaica,<br />

o surgimento do hidrogênio<br />

verde como opção e-<br />

nergética para vários usos alternativos,<br />

e uma crescente cobrança<br />

da sociedade civil, leiase<br />

consumidores, por produtos<br />

sustentáveis na produção e<br />

no consumo. Esta transição e-<br />

nergética trará profunda transformação<br />

do modelo de produção<br />

e logística da humanidade<br />

e dos hábitos de consumo<br />

com que estamos acostumados<br />

desde o século XX. Estejamos<br />

preparados para um<br />

mundo melhor e mais sustentável.<br />

08 RECAP


setor<br />

ANP AUTORIZA USAR O NÚMERO ZERO<br />

NA TERCEIRA CASA DECIMAL<br />

<br />

No final de março, Agência Nacional do Petróleo acatou solicitação da<br />

Fecombustíveis.<br />

De acordo com a Resolução<br />

858/2021 da ANP (Agência Nacional<br />

do Petróleo), a partir de<br />

7 de maio todos os postos deverão<br />

expor os preços dos<br />

combustíveis (por litro) apenas<br />

duas casas decimais.<br />

Essa determinação vale para<br />

as informações do painel de<br />

preços e das bombas medidoras,<br />

além de qualquer outra<br />

comunicação ao consumidor.<br />

Porém, vale destacar, que o<br />

tema tem gerado dúvidas à<br />

revenda, justamente porque<br />

alguns modelos de bomba não<br />

permitem a retirada da terceira<br />

casa decimal e outros equipamentos<br />

demandam serviços<br />

especializados, que têm como<br />

consequência a necessidade<br />

de substituir lacres, podendo<br />

até onerar os postos.<br />

Diante dos questionamentos,<br />

a Fecombustíveis (Federação<br />

Nacional do Comércio de Combustíveis<br />

e de Lubrificantes) solicitou<br />

à ANP a utilização do zero<br />

na terceira casa decimal.A<br />

agência aceitou a sugestão,<br />

permitindo que nas bombas<br />

seja usado o número zero na<br />

terceira casa decimal para os<br />

postos de todo o país. Todavia,<br />

ressaltamos que nos painéis<br />

de preço deve-se manter apenas<br />

as duas casas após a vírgula.<br />

Alguns revendedores também<br />

manifestaram dúvidas sobre<br />

o GNV, que é em metros<br />

cúbicos. Segundo a ANP, o gás<br />

natural segue a mesma regra<br />

dos combustíveis líquidos e os<br />

preços devem ser expostos<br />

em duas casas decimais, independentemente<br />

da unidade de<br />

medida.<br />

10 RECAP


INMETRO ESTABELECE NOVOS PRAZOS PARA<br />

SUBSTITUIÇÃO DE BOMBAS<br />

O anúncio do novo cronograma ocorreu no final de março.<br />

Confira!<br />

No dia 31 de março, o<br />

Inmetro (Instituto Nacional de<br />

Metrologia, Normalização e<br />

Qualidade Indus<strong>tri</strong>al) anunciou<br />

novos prazos para troca<br />

de bombas medidoras de<br />

combustíveis líquidos, nos<br />

postos, de acordo com a Portaria<br />

Inmetro Nº 159.<br />

O primeiro prazo é 2024,<br />

para bombas fabricadas até o<br />

ano de 2004.<br />

As bombas mais novas (fabricadas<br />

entre 2019 e <strong>2022</strong>)<br />

também deverão ser substituídas,<br />

porém com o prazo estendido<br />

para 2033.<br />

O cronograma completo está<br />

descrito abaixo e o detalhamento<br />

da Portaria em questão<br />

pode ser obtido no site do<br />

Inmetro. O <strong>Recap</strong> também está<br />

à disposição, em caso de dúvidas.<br />

11 RECAP


treinamentos<br />

CONFIRA O CALENDÁRIO DE <strong>2022</strong><br />

O curso de Análise e Recebimento de Combustíveis volta a ser<br />

ministrado presencialmente e treinamentos com especialista no setor<br />

têm descontos exclusivos para associados.<br />

No final de março, o <strong>Recap</strong><br />

confirmou a volta do curso de<br />

"Qualidade no Recebimento<br />

de Produtos e Análise de Combustíveis",<br />

que ficou suspenso<br />

durante a pandemia. Esse treinamento<br />

é ministrado pelo Laboratório<br />

Vulcano, sendo que<br />

o retorno presencial foi possível<br />

graças à melhora nos índices<br />

da Covid-19, com a primeira<br />

turma no dia 19 de abril e<br />

outras duas já abertas para o<br />

dia 26 maio, de manhã e a tarde,<br />

na sede do <strong>Recap</strong> em Campinas.<br />

O curso é gratuito para<br />

associados, incluindo material<br />

didático e certificado.<br />

O cronograma completo de<br />

<strong>2022</strong> já foi elaborado e será<br />

divulgado nos canais oficiais<br />

do sindicato, como no site<br />

www.recap.org.br. As outras<br />

turmas serão ministradas em<br />

cidades da região de abrangência<br />

do <strong>Recap</strong>, facilitando a<br />

participação neste treinamento<br />

tão importante para o rotina<br />

dos postos de combustíveis.<br />

As inscrições podem ser<br />

feitas exclusivamente pelo telefone<br />

(19) 3284-2450. As vagas<br />

são limitadas.<br />

12 RECAP


Invista no seu negócio!<br />

Para <strong>2022</strong>, o <strong>Recap</strong> em parceria<br />

com o especialista em<br />

postos de combustíveis e lojas<br />

de conveniência, Marcelo Borja,<br />

oferece um calendário completo<br />

de cursos para aperfeiçoamento<br />

dos negócios, através<br />

do investimento em treinamento<br />

dos colaboradores,<br />

em áreas especificas e muito<br />

importantes para os postos.<br />

Nesse caso, os cursos permanecem<br />

em forma online,<br />

com uma metodologia que se<br />

confirmou um grande sucesso:<br />

a gameficação que facilita e torna<br />

o aprendizado mais didático<br />

e prazeroso. A plataforma<br />

usada é Zoom , com interação<br />

e a comodidade de poder a-<br />

cessar os conteúdos de onde<br />

estiver, através do computador,<br />

notebook ou celular.<br />

Em todos os cursos, os associados<br />

ao <strong>Recap</strong> têm desconto<br />

exclusivo.<br />

Nos meses de junho e julho,<br />

a conveniência será o destaque,<br />

com o curso de "Gestão e<br />

Gerenciamento de Loja de<br />

Conveniência", seguido pelo<br />

"Atendimento e Vendas para<br />

Lojas de Conveniência" (conforme<br />

cronograma abaixo).<br />

Em setembro, o foco é na<br />

parte de lubrificação com o<br />

treinamento "Venda de lubrificantes<br />

e Técnico de Lubrificação",<br />

seguindo em outubro<br />

pelo de "Gestão de Pessoas<br />

para Postos e Lojas de Conveniência".<br />

O calendário <strong>2022</strong> encerra<br />

com a "Formação e<br />

Transformação de Vendedores<br />

de Pista", em dezembro.<br />

"Ficamos felizes em poder o-<br />

ferecer esse portfólio de cursos,<br />

já reconhecidos. Continuaremos<br />

buscando novos conteúdos<br />

para atender às necessidades<br />

de nossos associados",<br />

destaca Caio Augusto, gerente<br />

executivo do <strong>Recap</strong>. Mais informações<br />

no site do sindica-to<br />

(acesse pelo QR-Code).<br />

Concluído<br />

13 RECAP


Novidades<br />

RECAP AMPLIA CANAIS DE COMUNICAÇÃO EM <strong>2022</strong><br />

Sindicato mira no relacionamento com os associados e no diálogo<br />

com a sociedade<br />

Constantemente, o <strong>Recap</strong><br />

aperfeiçoa seus serviços, sempre<br />

acompanhando as necessidades<br />

da revenda e os avanços<br />

tecnológicos.<br />

No começo deste ano, um<br />

novo canal oficial de comunicação<br />

foi criado: o WhatsApp<br />

Business. Com ele, os associados<br />

que se interessarem podem<br />

receber os comunicados<br />

do sindicato diretamente no<br />

seu WhatsApp, com uma linguagem<br />

adequada a esta plataforma<br />

e o envio através de<br />

listas de transmissão, o que<br />

traz segurança e um contato<br />

direto com a revenda.<br />

Os demais canais oficiais do<br />

<strong>Recap</strong> estão mantidos, o que<br />

traz um amplo leque de opções<br />

para que o revendedor<br />

esteja bem informado, além<br />

do contato direto com os<br />

assessores de cada região, que<br />

oferecem atendimento persolizado<br />

e individual.<br />

Momento <strong>Recap</strong><br />

Além do compromisso com<br />

a categoria, o <strong>Recap</strong> mantém<br />

sua responsabilidade social, informando<br />

a sociedade com esclarecimentos<br />

e informações<br />

de credibilidade sobre o setor.<br />

Neste ano, firmou uma parceria<br />

com a rádio Jovem Pan<br />

News, trazendo conteúdos de<br />

interesse público. A parceria<br />

com outros órgãos de imprensa<br />

é mantida, para que esse<br />

tipo de informação com chegue<br />

ao maior número de pessoas.<br />

Entre os canais estão as<br />

rádios CBN Campinas e Rádio<br />

Cidade de Jundiaí. Nesses espaços,<br />

o <strong>Recap</strong> apresenta programas<br />

do sindicato, campanhas<br />

e dicas para o consumidor.<br />

Os conteúdos ficam disponíveis<br />

também no portal.<br />

Acesse: www.recap.org.br.<br />

<strong>Recap</strong> no Whats!<br />

Os associados que ainda não<br />

recebem os comunicados no<br />

WhatsApp através do canal oficial<br />

do <strong>Recap</strong> e desejam participar<br />

da lista de transmissão, devem<br />

seguir o passo a passo.<br />

1- Salve este número na lista<br />

de contatos do seu celular:<br />

(19) 97415-1329.<br />

2- Envie mensagem para este<br />

número pelo WhatsApp, com<br />

seu nome completo, posto e<br />

cidade. Assim, você receberá<br />

todos os conteúdos. Aproveite!<br />

14 RECAP


capa<br />

PARA FREAR ALTA,<br />

GOVERNO APROVA MUDANÇAS NO ICMS<br />

<br />

Além de tentar reduzir os impactos do conflito<br />

geopolítico, medida con<strong>tri</strong>bui para evitar fraudes<br />

<strong>tri</strong>butárias, que causam alta nos preços e<br />

concorrência desleal.<br />

<br />

16 RECAP


Em 24 de março, o Conselho<br />

Nacional de Política Fazendária<br />

(Confaz) decidiu fixar uma<br />

alíquota única de R$ 1,0060<br />

por litro para o óleo diesel S10<br />

e de R$ 0,9986 por litro para o<br />

S500, que entrarão em vigor<br />

em 1º de julho. A medida foi<br />

mais um desdobramento das<br />

ações para tentar frear a alta<br />

dos preços dos combustíveis<br />

no Brasil — que, segundo dados<br />

da ANP, permanecem elevados.<br />

Na semana encerrada<br />

em 25 de março, o litro da gasolina<br />

vendida no país chegou<br />

perto de R$ 9 e o do diesel<br />

ficou em R$ 6,564 na média<br />

nacional.<br />

O Confaz também prorrogou,<br />

até 30 de junho, o convênio<br />

que congela a base de cálculo<br />

do ICMS cobrado sobre a<br />

gasolina, o etanol e o gás de<br />

cozinha. A decisão foi tomada<br />

para evitar que os estados tivessem<br />

que seguir a regra de<br />

transição para o diesel estabelecida<br />

pela Lei Complementar<br />

192, a qual poderia trazer perdas<br />

de arrecadação.<br />

Sancionada em 11 de março,<br />

essa Lei complementar foi considerada,<br />

pelo setor de combustíveis,<br />

uma vitória, ao estabelecer<br />

a monofasia do ICMS e<br />

sua cobrança na primeira etapa<br />

da cadeia, com valor único<br />

em reais em todos os estados<br />

(ad rem). No entanto, ela desagradou<br />

aos estados, que enxergaram<br />

na decisão um risco<br />

de perda de arrecadação.<br />

Todavia, um dos pontos que<br />

merece destaque é a questão<br />

das fraudes <strong>tri</strong>butárias. Segundo<br />

cálculos do Instituto Combustível<br />

Legal, as perdas do<br />

setor com evasão de impostos<br />

chegam a R$ 14 bilhões ao<br />

ano. Uma redução de impostos<br />

pode inibir esse cenário de<br />

fraudes.<br />

Assim, apesar das reclamações<br />

dos Governos estaduais,<br />

a tendência é de que a arrecadação<br />

não caia tanto com a<br />

monofasia — afinal, ao diminuir<br />

a sonegação, a perspectiva<br />

é de que sobre mais dinheiro<br />

nos cofres públicos.<br />

“Em tese, os estados vão sair<br />

ganhando nesta nova estrutura<br />

<strong>tri</strong>butária”, afirmou o economista<br />

Roberto Giannetti da<br />

Fonseca (veja mais na seção<br />

Perfil desta edição).<br />

“A simplificação <strong>tri</strong>butária e o<br />

mesmo valor do imposto no<br />

país inteiro vai con<strong>tri</strong>buir para<br />

melhorar a arrecadação. Por<br />

outro lado, há estados com alíquotas<br />

menores que utilizam a<br />

política <strong>tri</strong>butária do ICMS como<br />

forma de atrair investimentos,<br />

porém, lembramos<br />

que sempre há risco de distorções:<br />

assim como atrai as<br />

empresas corretas, abre precedente<br />

para atuação dos chamados<br />

devedores contumazes,<br />

que são empresas inidôneas<br />

criadas com a finalidade<br />

de obter vantagens com o não<br />

pagamento de <strong>tri</strong>butos”, ressaltou<br />

a Fecombustíveis, em<br />

comunicado ao mercado.<br />

Preços elevados ainda são<br />

um problema<br />

Apesar de o setor de combustíveis<br />

ter aprovado a mudança<br />

na <strong>tri</strong>butação, existe um<br />

consenso de que isso não será<br />

suficiente para conter a alta<br />

dos preços.<br />

Aliás, não é de hoje que o<br />

preço elevado dos combustíveis<br />

vem causando problemas,<br />

seja para os consumidores, cada<br />

vez com o orçamento mais<br />

apertado diante do cenário e-<br />

conômico, seja para os próprios<br />

postos revendedores,<br />

muitas vezes acusados — injustamente<br />

— pelos aumentos.<br />

Os desdobramentos disso<br />

já causaram tanto ameaças de<br />

uma nova greve dos caminhoneiros,<br />

quanto o surgimento<br />

de mais fraudes <strong>tri</strong>butárias,<br />

além de ações fiscalizatórias<br />

nos postos, por parte dos<br />

orgãos de defesa dos consumidores.<br />

Porém, no Brasil, a razão do<br />

preço elevado dos combustíveis<br />

é resultado de uma conjunção<br />

de fatores, que inclui a<br />

cotação internacional do petróleo<br />

e a própria situação de<br />

fragilidade da economia, que<br />

causa a desvalorização do real<br />

perante o dólar. E, desde o fim<br />

de fevereiro, com o início do<br />

conflito entre Rússia e Ucrânia,<br />

o preço do barril brent vem se<br />

mantendo elevado. Em 25 de<br />

março, pouco antes do fecha-<br />

17 RECAP


capa<br />

mento desta reportagem, sua<br />

cotação havia superado os<br />

valor de US$ 120.<br />

Para tentar frear a escalada<br />

de preços dos derivados de<br />

petróleo no Brasil, também no<br />

mês de março o Governo Federal<br />

acelerou a análise dos<br />

projetos do chamado “pacote<br />

dos combustíveis”, com o PLP<br />

11/2020 e o Projeto de Lei<br />

1.472. Ambos foram aprovados<br />

rapidamente e convertidos<br />

na Lei Complementar 192,<br />

sancionada no dia 11 de março,<br />

estabelecendo a monofasia.<br />

A Lei, no entanto, definiu<br />

uma regra de transição, que<br />

determinava a base de cálculo<br />

a partir da média móvel dos<br />

preços praticados nos últimos<br />

60 meses. Para contornar essa<br />

regra de transição, o Confaz<br />

estabeleceu a alíquota única,<br />

utilizando como referência o<br />

mês novembro de 2021, quando<br />

houve o congelamento do<br />

ICMS no país.<br />

Essa medida foi vista com<br />

bons olhos pelo setor, embora<br />

com algumas ressalvas. “O IBP<br />

reconhece como avanço o estabelecimento<br />

de alíquotas fixas<br />

por volume, que reduzirá a<br />

volatilidade do ICMS a partir de<br />

1º de julho, o que não ocorre<br />

no regime de substituição <strong>tri</strong>butária<br />

com alíquotas percentuais<br />

em que os estados têm a<br />

prerrogativa de reajustar a base<br />

de cálculo do imposto a cada<br />

15 dias, seguindo as alterações<br />

do preço bomba”, disse a<br />

entidade que representa as<br />

principais dis<strong>tri</strong>buidoras do<br />

país, por meio de sua assessoria<br />

de imprensa, destacando<br />

que “a regulamentação, da forma<br />

que se encontra, tem fragilidades<br />

que podem ensejar<br />

questionamentos no judiciário,<br />

retomando a ‘guerra das liminares’<br />

vivida no final dos anos<br />

90, trazendo consequências<br />

danosas para o Estado e sociedade”.<br />

18 RECAP


FUNDO DE AMORTIZAÇÃO EM DISCUSSÃO<br />

Diante da perspectiva de o<br />

câmbio no Brasil permanecer<br />

desfavorável e o barril de petróleo<br />

continuar em alta, outras<br />

soluções continuam em<br />

discussão para tentar conter<br />

essa questão de preços elevados.<br />

Uma delas seria a criação de<br />

um fundo de amortização para<br />

amenizar a volatilidade do petróleo,<br />

sendo algo similar ao<br />

que foi a Con<strong>tri</strong>buição de Intervenção<br />

no Domínio Econômico,<br />

a Cide, no passado.<br />

Em coletiva de imprensa, o<br />

presidente do Comsefaz, Décio<br />

Padilha, defendeu a aprovação<br />

do PL 1472/2021, que foi já<br />

aprovado no Senado e prevê a<br />

criação da conta estabilizadora<br />

de preços.<br />

“Enquanto o Congresso aprova<br />

essa lei que é prejudicial aos<br />

estados e municípios, o PLP<br />

1472 não sai do Senado. O<br />

projeto propõe um ajuste na<br />

Política de Paridade Internacional.<br />

É o único PLP que foi<br />

elaborado com critérios técnicos,<br />

mas está parado”, afirmou.<br />

No entanto, o presidente da<br />

Câmara, Arthur Lira (PP/AL)<br />

resiste em colocar tal projeto<br />

em pauta.<br />

19 RECAP


Giro em Notícias<br />

quatro diretores são<br />

aprovados para ANP<br />

No dia 07 de abril, quatro indicados para<br />

integrar a Diretoria Colegiada da Agência<br />

Nacional do Petróleo foram aprovados no<br />

Plenário do Senado Federal. Confira: Symone<br />

Araújo (aprovada para recondução); Fernando<br />

Wandscheer de Moura Alves; Cláudio<br />

Jorge de Souza e Daniel Maia Vieira.<br />

Symone Araújo ocupou o cargo de diretora<br />

da Agência até 27 de março deste ano,<br />

quando houve o fim de seu mandato de dois<br />

anos, que, segundo a Lei das Agências (Lei<br />

13.848/2019), permite recondução. Já o artigo<br />

50 da Lei 13.848/2019 determina uma regra<br />

de não coincidência de mandatos dos diretores<br />

das agências reguladoras. Como<br />

houve três mandatos de diretores encerrando<br />

em 2020, a ANP se encaixa no caso do<br />

inciso III: "encerramento de 3 (três) mandatos<br />

em um mesmo ano: os prazos dos mandatos<br />

subsequentes, contados do primeiro mandato<br />

que se encerra, serão, respectivamente,<br />

de 2 (dois), 3 (três) e 4 (quatro) anos, permitida<br />

uma única recondução do membro<br />

com mandato de 2 (dois) anos para exercer<br />

mandato de 5 (cinco) anos". Assim, os demais<br />

diretores assumem o cargo. São eles:<br />

- Fernando Wandscheer de Moura Alves que<br />

é Secretário Executivo no Ministério do Meio<br />

Ambiente.<br />

- Cláudio Jorge de Souza é servidor da Agência,<br />

ocupando o cargo de Superintendente de<br />

Dados Técnicos desde julho de 2017, atuando<br />

até então como Diretor Substituto, nos termos<br />

do Artigo 10 da Lei 9.986/2000, que trata<br />

do exercício de cargos vagos na diretoria.<br />

- Já Daniel Maia Vieira é auditor federal de<br />

controle externo do Tribunal de Contas da<br />

União (TCU), atuando na assessoria do Ministro<br />

do TCU Jorge Oliveira.<br />

Postos de rodovia: MI é favorável<br />

à cobrança de estacionamento<br />

Neste mês de abril, em resposta ao Ofício<br />

da Fecombustíveis, o Ministério da Infraestrutura<br />

emitiu uma Nota Informativa, de número<br />

27/<strong>2022</strong>/CGTRC/DPLAN/SNTT, que concluiu<br />

favoravelmente à possibilidade de os postos<br />

de combustíveis localizados em rodovia,<br />

poderem fazer a cobrança pelo uso de espaços<br />

de estacionamento e de áreas de<br />

descanso de seus estabelecimentos.<br />

O ofício foi da Federação havia sido enviado<br />

no começo de fevereiro, endereçado, inclusive,<br />

ao presidente Jair Bolsonaro. Nesta<br />

reposta, agora do mês de abril, o Ministério<br />

de Infraestrutura em sua Norma Informativa,<br />

fez algumas considerações para permissão da<br />

cobrança.<br />

O destaque vai para o fato de que "para que<br />

haja a cobrança para permanência do veículo<br />

no estabelecimento cadastrado como Ponto<br />

de Parada e Descanso, o mesmo deve ser<br />

cercado e possuir controle de acesso". Além<br />

disso, o documento conclui que "a aplicação<br />

de cobrança dos serviços oferecidos pelos<br />

estabelecimentos particulares ao público em<br />

geral, excetuados os casos previstos em Lei, é<br />

uma opção do proprietário.<br />

20 RECAP


Escalada dos preços deve<br />

afetar negativamente consumo de combustíveis<br />

Reportagem do Valor Econômico de abril<br />

destacou previsões da Empresa de Pesquisa<br />

Energética (EPE), apontando que o consumo<br />

de combustíveis no Brasil em <strong>2022</strong> deve ter<br />

efeitos negativos diante da escalada de preços<br />

e menores expectativas do mercado.<br />

Apesar disso, acredita-se que o mercado de<br />

combustíveis deverá se recuperar ao longo do<br />

ano dos efeitos da pandemia, com previ-são<br />

de chegar aos níveis de 2019.<br />

Na matéria, foi apontado que em janeiro e<br />

fevereiro, a demanda por combustíveis líquidos<br />

no país cresceu 1,1%, em relação a 2021,<br />

com destaque para o diesel e a gasolina.<br />

Além disso, foi apresentada a projeção da<br />

EPE de que em <strong>2022</strong> as vendas de diesel aumentem<br />

0,8% no comparativo com 2021,<br />

diante da expectativa de que o agronegócio<br />

impulsione o transporte.<br />

No caso da gasolina, a previsão é de que se<br />

mantenha estável, podendo haver perda de<br />

participação de mercado para o etanol hidratado<br />

neste ano.<br />

O querosene de aviação deve ter um aumento<br />

de 25% se comparado a 2021, mas<br />

ainda abaixo de 2019, antes da pandemia.<br />

Já para o GLP, espera-se que tenha um leve<br />

aumento, com impulso dos programas de<br />

auxílio na compra de botijões por famílias de<br />

baixa renda.


Giro em Notícias<br />

venda de etanol<br />

cresce no país<br />

Reportagem do jornal Valor Econômico<br />

apontou que as vendas de etanol hidratado<br />

apresentaram uma recupe-ração mais forte<br />

em março no comparativo com fevereiro,<br />

mas ainda abaixo do patamar do mesmo período<br />

de 2021. Na matéria são usados dados<br />

da ANP que apontam que foram vendidos<br />

1,494 bilhão de litros do biocombustível no<br />

mês, 28,8% mais que em fevereiro e 3,8%<br />

abaixo de março do ano passado.<br />

Esse foi o maior volume de vendas de<br />

hidratado desde junho do ano passado, sendo<br />

que a reportagem destaca que ao longo<br />

de março, o etanol ganhou competitividade,<br />

principalmente após o aumento expressivo<br />

dos preços de combustíveis fósseis pela<br />

Petrobras, que resultou em uma forte alta da<br />

gasolina. Com isso, o preço do etanol em<br />

relação à gasolina caiu abaixo dos 70% em<br />

quatro Estados: São Paulo, Minas Gerais,<br />

Mato Grosso e Goiás, que juntos concentraram<br />

três quartos do total das vendas de<br />

etanol do país no mês.<br />

Só em São Paulo, as vendas de etanol<br />

hidratado aumentaram 21,9% no comparativo<br />

com fevereiro, para 711 milhões de litros.<br />

Em Minas Gerais, o volume cresceu 36% no<br />

período, para 210,3 milhões de litros, ultrapassando<br />

até o volume vendido em março de<br />

2021. Goiás, que é o terceiro maior<br />

consumidor de etanol do Brasil, teve um aumento<br />

nas vendas de 16% na comparação<br />

mensal, chegando em 124,8 milhões de litros,<br />

ultrapassando também a marca do ano passado<br />

em 4,4%. No caso do Mato Grosso, as<br />

vendas de etanol hidratado subiram 21,9%,<br />

para 70,3 milhões de litros (5% a menos do<br />

que em março de 2021).<br />

Taxa de desemprego fica em<br />

11,1% no <strong>tri</strong>mestre<br />

Dados do IBGE apontaram que a taxa de<br />

desemprego no Brasil caiu de 11,2% no <strong>tri</strong>mestre<br />

terminado em fevereiro para 11,1%<br />

no <strong>tri</strong>mestre encerrado em março, sendo a<br />

mais baixa para o período desde 2016.<br />

Reportagem do Estado de S. Paulo<br />

destacou que o País ainda tinha 11,949 milhões<br />

de desempregados no primeiro <strong>tri</strong>mestre<br />

de <strong>2022</strong> sendo que, considerando toda a<br />

mão de obra subutilizada, ainda faltava trabalho<br />

para 26,812 milhões de pessoas. Já o<br />

salário de quem se manteve empregado ficou<br />

8,7% menor em um ano.<br />

22 RECAP


Expopostos traz tendências pós-covid, ma<strong>tri</strong>z energética e<br />

outros assuntos importantes do setor<br />

A tradicional feira do setor de combustíveis, a<br />

ExpoPostos & Conveniência <strong>2022</strong> ocorrerá<br />

entre os dias 26 e 28 de julho, no São Paulo<br />

Expo, na capital paulista.<br />

Nela são apresentadas tendências de mercado,<br />

além de oportunidades, negócios, informação<br />

e troca de experiências. Trata-se da única<br />

feira do mercado na América Latina que a-<br />

brange toda a dis<strong>tri</strong>buição de combustíveis,<br />

desde a importação até o abastecimento.<br />

Neste ano, traz entre os assuntos questões<br />

relacionadas ao mercado no pós-Covid, mudanças<br />

na ma<strong>tri</strong>z energética com foco nas<br />

particularidades do Brasil, novas tecnologias e<br />

diversidade dentro das empresas.<br />

A palestra de abertura será com um panorama<br />

geral do setor, com o tema “O Mercado<br />

Global de Conveniência e Combustíveis Pós-<br />

Covid”, ministrado por Henry Armour, presidente<br />

e CEO da NACS (National Association of<br />

Convenience Stores), uma das principais consultorias<br />

do setor de dis<strong>tri</strong>buição de combustíveis<br />

nos EUA.<br />

O Fórum Internacional terá ainda apresentações<br />

tratando da gestão de negócios, revenda<br />

na realidade latino-americana, meios de<br />

pagamento e diversos outros temas.<br />

A programação completa já está disponível e<br />

vem com grandes nomes que podem ser conferidos<br />

no site da ExpoPostos.<br />

Realizada a cada dois anos, esta será a 15ª<br />

edição, sendo um importante vetor de negócios<br />

para as empresas, com um ambiente favorável<br />

para estreitar o relacionamento com toda a cadeia<br />

produtiva.<br />

A feira propicia que dis<strong>tri</strong>buidores e revendedores<br />

de combustíveis, equipamentos e lojas<br />

de conveniência apresentem seus produtos,<br />

serviços, tecnologias e soluções voltados ao<br />

setor.<br />

Outras informações e inscrições pelo portal:<br />

www.expopostos.com.br.


Tendência<br />

24 RECAP


SETOR AUTOMOTIVO TEM QUEDA DE VENDAS, MAS MODELOS<br />

HÍBRIDOS SÃO DESTAQUE NO MERCADO<br />

<strong>2022</strong> começou com um cenário ainda preocupante com falta de insumos<br />

e impactos dos juros em alta. Na contramão, híbridos com uso do etanol<br />

se destacaram, com aposta de gigante do segmento.<br />

O ano de <strong>2022</strong> começou<br />

com números ruins para o setor<br />

de automóveis. Na primeira<br />

quinzena de janeiro, o<br />

mercado chegou a ter o menor<br />

patamar de emplacamentos<br />

desde o começo da pandemia,<br />

em março de 2020, indicando<br />

uma retração de 23,8% no<br />

mercado na comparação com<br />

o mesmo período de 2021, segundo<br />

dados divulgados pela<br />

Agência Autoinforme.<br />

A situação tem sido acompanhada<br />

de perto pela mídia,<br />

principalmente as que cobrem<br />

exclusivamente o setor. Giovanna<br />

Riato é editora da <strong>Revista</strong><br />

Automotive Business e curadora<br />

de conteúdo do ABPlan –<br />

Planejamento Automotivo. Ela<br />

cobre diretamente o segmento<br />

e traz uma análise desse cenário,<br />

detalhando que o mesmo<br />

traz um reflexo da pandemia -<br />

a falta de componentes - e<br />

também reflete o atual momento<br />

econômico do país.<br />

"Por causa da falta dos semicondutores,<br />

as montadoras<br />

não tem tido capacidade de a-<br />

tender a demanda do consumidor,<br />

então existe um represamento<br />

das vendas. Mas,<br />

por outro lado, nesse momento,<br />

a própria indús<strong>tri</strong>a automotiva<br />

já reconhece que existe<br />

um soluço da própria demanda".<br />

O aumento da taxa de juros<br />

tem sido uma barreira.<br />

"O mercado tem dado sinais<br />

de dificuldade, principalmente<br />

com o aumento da taxa básica<br />

de juros, a Selic. Isso reflete<br />

muito no financiamento de veículos",<br />

complementa.<br />

O que se nota no mercado<br />

já é um aumento das vendas<br />

de veículos à vista, o que também<br />

mostra que o perfil de<br />

quem está comprando carro é<br />

do consumidor com um maior<br />

poder aquisitivo. "A indús<strong>tri</strong>a<br />

começa a se deparar com essa<br />

dificuldade de penetrar em<br />

outras camadas da sociedade.<br />

Talvez seja uma tempestade<br />

perfeita que pode, de fato, reduzir<br />

o interesse do consumidor".<br />

Em fevereiro, o cenário de<br />

preços em alta dos veículos se<br />

manteve, mesmo com a retração<br />

do mercado, segundo estudo<br />

“Monitor de Variação de<br />

Preços”, divulgado pela KBB<br />

Brasil. Dessa vez, os grandes<br />

vilões dos preços foram os carros<br />

seminovos e usados. Para<br />

se ter uma ideia, a variação<br />

nos seminovos (até três anos<br />

de uso) foi de quase 3% e nos<br />

usados (com quatro a dez a-<br />

nos de uso), a alta chegou perto<br />

dos 2%. Enquanto isso, o<br />

aumento dos preços dos veículos<br />

0 km obtiveram variação<br />

de apenas 0,25%.<br />

Em paralelo a esses aumentos,<br />

houve o anúncio que poderia<br />

ser uma esperança: a redução<br />

do IPI. Na análise da<br />

jornalista Giovanna Riato, o<br />

impacto não é tão expressivo.<br />

"É um pleito do setor automotivo<br />

já que há uma cadeia<br />

de impostos muito grande,<br />

mas dentro da cascata de impostos<br />

da indús<strong>tri</strong>a, essa redução<br />

ao consumidor vai refletir<br />

entre 1 e 4.2% no preço, segundo<br />

um cálculo da própria<br />

Anfavea, que é a associação<br />

que representa as montadoras.<br />

Então, a gente vê que não<br />

é um efeito de alto impacto."<br />

25 RECAP


Tendência<br />

MONTADORAS E EMPRESAS INVESTEM EM VEÍCULOS<br />

HÍBRIDOS COM USO DO ETANOL<br />

Os veículos elé<strong>tri</strong>cos e híbridos<br />

surgem como uma tendência<br />

mundial, principalmente<br />

no exterior, onde já há<br />

ações para o futuro que preveem<br />

res<strong>tri</strong>ções à fabricação<br />

de veículos movidos à combustão.<br />

Embora isso ainda não<br />

aconteça no Brasil, o país tem<br />

uma particularidade, que já a-<br />

parece nas estratégias de algumas<br />

montadoras.<br />

No começo de março, a<br />

Stellantis, que representa um<br />

terço do mercado de automóveis<br />

(reúne Fiat, Chrysler, Jeep,<br />

Peugeot e Citroën) apresentou<br />

seu plano de lançamentos até<br />

2025, que engloba 23 novos<br />

modelos (nacionais e importados.<br />

Entre eles estão sete modelos<br />

híbridos, sendo que um<br />

deles deverá envolver a aplicação<br />

de motor a etanol auxiliado<br />

por sistema elé<strong>tri</strong>co. O destaque<br />

é que o mesmo é uma<br />

"solução à brasileira", como informado<br />

pelo próprio presidente<br />

da empresa na América<br />

do Sul, Antonio Filosa, durante<br />

o anúncio.<br />

Essa aposta em veículos híbridos<br />

já foi feita no Brasil pela<br />

Toyota, com os motores híbridos<br />

flex em versões do Corolla,<br />

por exemplo. O pioneirismo foi<br />

responsável por ampliar a presença<br />

desse tipo de automóvel<br />

no Brasil, embora a participação<br />

geral ainda seja baixa. As<br />

vendas de automóveis híbridos<br />

ou elé<strong>tri</strong>cos representam<br />

menos de 2%. No caso de caminhões<br />

e ônibus, em 2021,<br />

essas versões representaram<br />

0,3% do mercado nacional.<br />

Esses dados foram informados<br />

pela editora da <strong>Revista</strong><br />

Automotive Business.<br />

"Essa demanda por elé<strong>tri</strong>cos<br />

ou híbridos está em crescimento<br />

muito por causa das<br />

empresas. A gente vê locadoras<br />

investindo em frotas ele<strong>tri</strong>ficadas,<br />

o que é um impulso<br />

muito grande. Outro projeto<br />

muito relevante no Brasil está<br />

relacionado a caminhões. A<br />

Volkswagen Caminhões e Ônibus,<br />

desde o ano passado, produz<br />

o e-Delivery localmente,<br />

que é um projeto brasileiro super<br />

pioneiro de caminhão<br />

100% elé<strong>tri</strong>co, com encomendas<br />

esgotadas e uma parceria<br />

forte com a Ambev", comenta<br />

Riato.<br />

Apesar desse interesse, a<br />

demanda em si ainda é tímida.<br />

"Começa a haver um interesse<br />

grande. A adesão do<br />

consumidor ainda é tímida por<br />

26 RECAP


questão de preço. Então, tem<br />

aquele consumidor mais premium,<br />

vanguardista na adesão<br />

da tecnologia".<br />

Para Giovanna, o Brasil, embora<br />

com atraso, pode se destacar<br />

nesse cenário com o uso<br />

do etanol. "Não está clara a<br />

direção que vai tomar. O Brasil<br />

vem nessa caminhada da ele<strong>tri</strong>ficação<br />

com algum atraso.<br />

Vamos ver se isso vai resultar<br />

numa solução mais brasileira".<br />

A aposta seria, por exemplo,<br />

em uma célula de combustível<br />

de hidrogênio abastecida por<br />

etanol, que carregasse o motor<br />

elé<strong>tri</strong>co.<br />

A entrevista completa sobre<br />

esse cenário automotivo pode<br />

ser acessada no <strong>Recap</strong> Podcast<br />

que está disponível no site do<br />

<strong>Recap</strong> e também nas plataformas<br />

de áudio. Nela, além dos<br />

pontos aqui abordados, a<br />

jornalista traz as perspectivas<br />

para <strong>2022</strong>.<br />

Acesse o podcast através<br />

do QR-Code abaixo.<br />

Giovanna Riato, jornalista e editora da<br />

Automotive Business, foi entrevistada no <strong>Recap</strong><br />

Podcast de março. Confira!


Social<br />

RECAP É NOVAMENTE APOIADOR OFICIAL DO JUNHO<br />

VERMELHO DO HEMOCENTRO DA UNICAMP<br />

Junto a isso, pelo<br />

<br />

quinto ano<br />

No mês de março, o Hemocentro<br />

da Unicamp lançou as<br />

inscrições para a 2ª edição da<br />

Corrida e Caminhada “Movimente-se:<br />

Sangue Salva”, que<br />

compõe a tradicional campanha<br />

#JunhoVermelho neste a-<br />

no de <strong>2022</strong>, para incentivar a<br />

doação de sangue, com programação<br />

da atividade para o<br />

mês de junho, com centenas<br />

de inscritos promovendo a<br />

qualidade de vida e incentivando<br />

a doação.<br />

consecutivo, o <strong>Recap</strong> é apoiador<br />

oficial dessa ação tão importante,<br />

mobilizando a revenda<br />

e a sociedade para que estoques<br />

de sangue permaneçam<br />

em níveis adequados a-<br />

final, o sangue é o combustível<br />

essencial da vida!<br />

A corrida e caminhada são<br />

só uma das atividades que estão<br />

sendo preparadas para o<br />

mês de junho que, tradicionalmente,<br />

é o período em que<br />

há uma redução nos estoques,<br />

devido às baixas temperaturas,<br />

que fazem com que o número<br />

de doadores diminua.<br />

Nesse contexto, os postos<br />

de combustíveis acabam sendo<br />

importantes espaços de divulgação<br />

das peças da campanha,<br />

por estarem nas principais<br />

ruas e avenidas da cidade,<br />

com um apelo forte junto aos<br />

consumidores, reforçando seu<br />

papel social e de prestação de<br />

serviço.<br />

28 RECAP


RECAP MANTÉM APOIO AO LAR PEQUENO PARAÍSO<br />

O <strong>Recap</strong> reforça seu compromisso<br />

social com diversas<br />

ações e apoios em diversas<br />

campanhas sazonais e fixas,<br />

como da Creche Lar Pequeno<br />

Paraíso, que há anos tem como<br />

parceiro o sindicato.<br />

Essa instituição sem fins lucrativos<br />

fica em Campinas, interior<br />

de São Paulo (onde está<br />

localizada a sede do <strong>Recap</strong>) e<br />

atende 108 crianças de 2 a 6<br />

anos de regiões carentes do<br />

município, oferecendo gratuitamente<br />

educação infantil, creche<br />

em período integral, além<br />

de fornecer quatro refeições<br />

ao dia: café da manhã, almoço<br />

(sobremesa), lanche e jantar,<br />

que são complementadas e<br />

reforçadas com as doações<br />

recebidas.<br />

Nesse cenário, o <strong>Recap</strong>, por<br />

mais um ano mantém seu<br />

apoio na divulgação das ações<br />

do Lar Pequeno Paraíso, para<br />

angariar recursos para as realizações<br />

dos eventos e na<br />

captação de doações.<br />

O Lar recebe doações diversas<br />

de pessoas físicas e jurídicas<br />

(financeira e/ou material)<br />

e realiza promoções beneficentes,<br />

tais como Eventos da<br />

Feijoada, Pizza e Bazares de<br />

Roupas, Calçados e artigos diversos<br />

para sua manutenção,<br />

garantindo assim, o atendimento<br />

das famílias que moram<br />

em uma região de vulnerabilidade<br />

social.<br />

Para conhecer mais sobre<br />

esta instituição, acesse o site<br />

www.larpequenoparaiso.org.br.<br />

Além das doações financeiras,<br />

a ajuda pode vir através do<br />

trabalho voluntário junto ao a-<br />

tendimento oferecido às crianças.<br />

Os interessados em participar<br />

podem entrar em contato diretamente<br />

com a instituição pelo<br />

telefone (19) 3294-5938.<br />

29 RECAP


Artigo<br />

PERCEPÇÃO, REALIDADE E VELOCIDADE DAS NOTÍCIAS<br />

Você acha que o mundo, seu país e<br />

a vida em geral pioraram ou melhoraram<br />

nos últimos 10 anos?<br />

Em todo o mundo, a grande maioria<br />

das pessoas que escuta esta pergunta<br />

responde que tudo piorou. Será verdade?<br />

É inegável que, nos dois últimos a-<br />

nos, a pandemia trouxe mais mortes,<br />

preocupações, desemprego e inflação<br />

e, mais recentemente, a guerra na U-<br />

crânia trouxe novas preocupações,<br />

mas uma análise desapaixonada de<br />

vários outros dados mostra uma realidade<br />

bastante diferente.<br />

De 10 anos para cá, a fome, a miséria<br />

e o número de homicídios despencaram<br />

no mundo. No Brasil, onde a<br />

taxa de homicídios era e ainda é bem<br />

maior que a média mundial, a queda<br />

do número de homicídios foi ainda<br />

maior. Aqui, a renda per capita encolheu<br />

nos últimos 10 anos e a taxa de<br />

desemprego é das maiores que já tivemos,<br />

mas em grande parte do resto<br />

do mundo, a taxa de desemprego é<br />

das menores da História e a renda<br />

das pessoas é a mais alta já registrada.<br />

De onde, então, vem a percepção de<br />

piora generalizada? Um fator importante<br />

foi a aceleração da velocidade<br />

de disseminação de notícias. A<br />

internet e as redes sociais trouxeram<br />

grandes mudanças; muitas delas boas;<br />

outras não. Uma dessas mudanças<br />

foi uma aceleração da disseminação<br />

das notícias e, por consequência,<br />

um mais rápido envelhecimento<br />

das notícias, levando as pessoas,<br />

cada vez mais, a focarem na notícia<br />

do momento, independentemente<br />

de sua relevância nas vidas delas.<br />

Por que isto importa? Porque destruições<br />

são quase instantâneas, mas<br />

30 RECAP<br />

construções demoram a acontecer.<br />

Como o processo de construção – de<br />

um melhor modelo educacional, de<br />

um melhor sistema de acesso a alimentos<br />

ou de um sistema de energia<br />

acessível – é lento, ele não é notícia.<br />

As pessoas querem saber o que está<br />

acontecendo neste exato momento.<br />

O acontecimento momentâneo que<br />

chama a atenção normalmente é um<br />

desastre, um acidente, um problema<br />

ou algum acontecimento absurdo.<br />

Por isso, cada vez mais, o que é noticiado<br />

e, ainda mais o que é notado<br />

pelas pessoas são exatamente as catástrofes.<br />

Sendo bombardeadas e<br />

prestando atenção diariamente a<br />

centenas de notícias ruins, é natural<br />

que as pessoas acreditem que tudo<br />

está piorando.<br />

O processo de seleção natural reforçou,<br />

ao longo tempo, nos seres humanos<br />

a característica de prestar<br />

mais atenção aos problemas e riscos<br />

do que às coisas boas. Na savana, as<br />

pessoas que se assustavam e corriam<br />

ao ouvir o rugido do leão sobreviveram<br />

e tiveram a chance de ter filhos e<br />

passarem seus genes que prestam<br />

atenção às más notícias para frente.<br />

Já as que não davam bola para más<br />

notícias viraram comida de leões.<br />

Muita gente se queixa que a mídia<br />

foca, em geral, nas más notícias. É fato<br />

que isto acontece. A parte importante<br />

é por que isso acontece. A razão<br />

é que as pessoas dão mais atenção<br />

às más notícias. A mídia sobrevive<br />

de audiência. Se as pessoas focam<br />

mais nas más notícias, a mídia<br />

naturalmente noticiará o que as pessoas<br />

focam.<br />

Só que a confluência destes fatores<br />

está criando uma falsa percepção de<br />

que tudo só piora. Se esta percepção<br />

não for revertida, acabará se transformando<br />

em uma profecia auto-realizável.<br />

O que causou melhorias gigantescas<br />

de expectativa de vida, riqueza e<br />

liberdade foram inovações que só a-<br />

conteceram porque muita gente acreditou<br />

que era possível mudar para melhor.<br />

Só acreditar na possibilidade de<br />

melhorar não garante nada, mas sem<br />

acreditar que é possível mudar as coisas<br />

para melhor, nada será feito para<br />

que elas melhorem e elas não irão melhorar.<br />

A falsa percepção de piora generalizada<br />

está paralisando cada vez<br />

mais gente. Se isso se generalizar, a<br />

humanidade e o Brasil estarão fadados<br />

à decadência.<br />

Otimismo é fundamental, mas não o-<br />

timismo ingênuo e sim um otimismo<br />

realista e construtivo. Para serem solucionados,<br />

os problemas precisam ser<br />

reconhecidos e compreendidos. Ao<br />

mesmo tempo, as pessoas precisam a-<br />

creditar que eles podem ser solucionados.<br />

Exatamente por isso, há muitos e<br />

muitos anos, enfatizo em minhas palestras,<br />

posts e entrevistas não apenas<br />

quais são os problemas nacionais e suas<br />

potenciais soluções, mas os infindáveis<br />

casos concretos de pessoas no<br />

Brasil e no mundo fazendo coisas sensacionais<br />

em todos os campos da vida<br />

– negócios, tecnologia, ciência, esportes,<br />

educação, saúde, artes, etc. Estas<br />

pessoas mostram que todos nós podemos<br />

fazer coisas incríveis e que há<br />

muita coisa melhorando muito, mas<br />

estas coisas apenas não estão no radar<br />

da maioria das pessoas.<br />

Ricardo Amorim, economista mais<br />

influente do Brasil segundo a Forbes e<br />

influenciador nº 1 no LinkedIn.

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