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Entrevista: Projeto transforma resíduos da produção madeireira em biomassa<br />

CRESCIMENTO<br />

CONTÍNUO<br />

ALTO INVESTIMENTO EM NOVO PARQUE<br />

FABRIL ATENDE FORTE DEMANDA DO<br />

MERCADO DE FACAS E PICADORES<br />

MERCADO<br />

EMPRÉSTIMOS DEVEM<br />

FOMENTAR PRODUÇÃO DE<br />

ENERGIA SOLAR NA REGIÃO NORTE<br />

PELO MUNDO<br />

JAPÃO SUPERA DESASTRE NUCLEAR COM<br />

INVESTIMENTOS EM FONTES RENOVÁVEIS


HÁ UMA DÉCADA, ESPECIALIZADA EM<br />

TRANSFORMAR BIOMASSA EM<br />

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SUMÁRIO<br />

06 | EDITORIAL<br />

Qualidade internacional<br />

08 | CARTAS<br />

10 | NOTAS<br />

22 | ENTREVISTA<br />

26 | PRINCIPAL<br />

32 | PELO MUNDO<br />

Reconstrução<br />

38 | INDÚSTRIA<br />

Segurança no processo<br />

42 | INOVAÇÃO<br />

Luxo do lixo<br />

46 | MERCADO<br />

Geração Solar<br />

52 | ECONOMIA<br />

58 | ARTIGO<br />

64 | AGENDA<br />

66 | OPINIÃO<br />

Eletricidade 4.0: novo conceito para a<br />

descarbonização do planeta e o impacto<br />

positivo na receita das empresas<br />

04 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

Na capa deste mês, destaque para a DRV<br />

Ferramentas, empresa referência no<br />

mercado madeireiro de máquinas para corte<br />

QUALIDADE<br />

INTERNACIONAL<br />

E<br />

mpreender para não apenas ser uma referência, mas para continuar como um dos principais<br />

players do setor de máquinas de corte para os setores florestal, industrial madeireiro e de<br />

biomassa. Essa é a história da DRV, empresa que completa 11 anos em 2022 e na reportagem<br />

especial, conta um pouco sobre as inovações desenvolvidas pela empresa para o segmento.<br />

Nesta edição, o Leitor também confere uma entrevista exclusiva sobre o projeto, que fomenta a produção<br />

de biomassa a partir de resíduos de eucalipto, além de outras reportagens especiais sobre inovação,<br />

mercado e muito mais. Tenha uma excelente leitura!<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO IX - EDIÇÃO 50 - ABRIL 2022<br />

Diretor Comercial<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação<br />

Jorge de Souza<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira - Gabriela Bogoni<br />

Larissa Purkotte - (criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Mídias Sociais<br />

Cainan Lucas<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Dep. Comercial<br />

Gerson Penkal - Carlos Felde<br />

(comercial@revistabiomais.com.br)<br />

Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Dep. de Assinaturas<br />

Pedro Moura<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

Veículo filiado a:<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e<br />

independente, dirigida aos produtores e consumidores de<br />

energias limpas e alternativas, produtores de resíduos para<br />

geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa,<br />

estudantes universitários, órgãos governamentais, ONG’s,<br />

entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se<br />

responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes<br />

materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização,<br />

reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados,<br />

sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras<br />

criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente<br />

proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

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CARTAS<br />

CAPA<br />

O Brasil se consolida como um player mundial no mercado de biomassa. O setor tem que ficar<br />

cada vez mais em evidência e ganhar apoio das autoridades!<br />

Dayane França – Curitiba (PR)<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

Importante constatar que a energia solar está próxima de ser acessível para boa parte da população. Mais economia e<br />

sustentabilidade para a sociedade.<br />

Camila Ferraz – Campinas (SP)<br />

EVENTO<br />

O poder público tem que estar atento às oportunidades para fomentar a produção de energia limpa no Brasil. Por isso,<br />

é louvável o envolvimento da Itaipu em projetos nessa área.<br />

Felipe Lara – Campo Grande (MS)<br />

PELO MUNDO<br />

Triste que a política interfira negativamente na busca por soluções sustentáveis. O foco<br />

deve ser o futuro global e não disputas de egos entre governantes.<br />

Rodrigo Lopes – Marília (SP)<br />

Foto: divulgação<br />

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na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

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Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

COMPRA DE FONTES<br />

RENOVÁVEIS<br />

A partir de abril vigora o contrato assinado entre<br />

Celepar e Copel Mercado Livre, pelo qual a Companhia<br />

de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná<br />

passa a integrar a categoria varejista, o que a torna<br />

apta a adquirir energia elétrica de fontes renováveis,<br />

como a solar e a eólica. O contrato tem vigência até<br />

final de 2026 e garante outra vantagem: a economia de<br />

aproximadamente R$ 3 milhões ao ano em gasto com<br />

energia.<br />

“A iniciativa reforça o compromisso assumido<br />

pela Celepar com os Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável, da ONU (Organização das Nações Unidas),<br />

e contribui para tornar o planeta um lugar melhor e<br />

mais sustentável”, disse o presidente da Celepar, Leandro<br />

Moura. “Além de investirmos em energia limpa e<br />

renovável e reduzirmos o impacto ambiental, estamos<br />

também economizando. É um contrato que temos<br />

muito o que celebrar.”<br />

Moura lembrou, ainda, que a empresa conta com<br />

uma usina fotovoltaica em funcionamento desde<br />

2018 para a captação de energia solar, o que também<br />

demonstra a preocupação com o meio ambiente. Com<br />

essa medida, a Celepar também está apta a buscar o<br />

Certificado I-REC, que representa um reconhecimento a<br />

nível global de energia limpa e renovável. O documento<br />

garante que a energia utilizada por empresas, gerada<br />

ou consumida, tem como origem fontes renováveis.<br />

Os ODS foram construídos de forma colaborativa em<br />

uma agenda mundial, adotada durante a Cúpula das<br />

Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável,<br />

em setembro de 2015, composta por 17 objetivos e<br />

169 metas a serem atingidos até 2030.<br />

Nesta agenda promovida pela ONU estão previstas<br />

ações mundiais nas áreas de erradicação da pobreza,<br />

segurança alimentar, agricultura, saúde, educação,<br />

igualdade de gênero, redução das desigualdades,<br />

energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de<br />

produção e de consumo, mudança do clima, cidades<br />

sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos<br />

e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico<br />

inclusivo, infraestrutura, industrialização, entre outros,<br />

com o objetivo de promover o bem no planeta.<br />

Foto: divulgação<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CONCURSO INCENTIVA ESTUDANTES A EMPREENDER<br />

A Eletrobras abriu as inscrições para o Desafio FazGame Eletrobras60. O certame se destina a professores e estudantes dos 1º<br />

e 2º anos do ensino médio de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Organizados em duplas, os participantes devem criar<br />

um game narrativo sobre geração e transmissão de energia limpa e renovável, considerada essencial para a sobrevivência do planeta.<br />

Para os estudantes do 1º ano do ensino médio, o tema é Geração de Energia Eólica. Para os estudantes do 2º ano do ensino<br />

médio, o tema é Energia como Vetor de Desenvolvimento Local.<br />

A transmissão, ao vivo, do lançamento do desafio ocorreu no final de março. A competição é gratuita e será realizada no formato<br />

online, buscando incentivar a educação. A ação celebra os 60 anos da companhia.<br />

O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, lembrou que o compromisso com o desenvolvimento sustentável da sociedade<br />

está expresso no propósito da empresa. “Sabemos o quanto é importante conscientizarmos as novas gerações a respeito do papel<br />

de todos nós, empresas e cidadãos, na construção de um futuro baseado em energia limpa e renovável. Por isso, nada melhor do<br />

que celebrar nossos 60 anos incentivando jovens estudantes a pensarem nesse futuro, junto conosco", afirmou. O jogo se baseia<br />

na contação de histórias e é criado na plataforma online da FazGame, empresa de educação e tecnologia responsável pela produção<br />

do desafio. Os estudantes recebem suporte de seus professores que, por sua vez, contam com orientação e acompanhamento<br />

durante o processo.<br />

A líder pedagógica da FazGame, Heloisa Padilha, disse que, ao criar o jogo, o estudante desenvolve habilidades essenciais alinhadas<br />

com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). “E, assim, aprimora seu domínio da língua portuguesa, que é fundamental<br />

para o exercício da cidadania e para sua entrada no mundo do trabalho.”<br />

As vagas são limitadas e a efetivação da participação acontece mediante ordem de envio da documentação requerida no<br />

regulamento. Serão classificadas para a premiação dez duplas, mas somente duas receberão o reconhecimento de melhor game.<br />

Elas serão premiadas com tablets e computadores. Uma banca de jurados convidada avaliará os jogos pelos critérios de narração,<br />

uso de funcionalidades da plataforma, lógica e criatividade.<br />

Os professores participantes também receberão uma licença gratuita para a plataforma FazGame até dezembro deste ano. A<br />

solenidade de premiação está prevista para ocorrer, via internet, no dia 22 de junho. As inscrições se encerram no dia 29 de abril.<br />

Foto: divulgação<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

11


NOTAS<br />

PARCERIA<br />

Foto: divulgação<br />

A Engerey, montadora de painéis elétricos, acaba de fechar parceria com a Schneider Electric para a produção de<br />

células modulares de média tensão. A empresa também recebeu a certificação EcoXpert MV, oferecida pela gigante<br />

mundial para parceiros estratégicos, e que dá garantias de qualidade e originalidade de componentes do painel.<br />

As Células Modulares de Média Tensão, conhecidas também como cubículos SM6, são comumente usadas em indústrias,<br />

shoppings, data centers, aeroportos, companhias de saneamento e outros segmentos do setor terciário, sendo<br />

utilizadas como proteção e medição de entradas de média tensão de concessionárias de energia, além da distribuição e<br />

proteção em média tensão dentro das unidades consumidoras.<br />

No caso da linha SM6 Schneider Electric, uma das vantagens está no tamanho do equipamento que é compacto,<br />

sendo apropriado, por exemplo, para instalação de shoppings até subestações com limitação de espaço em redes de<br />

distribuição elétrica. Caso haja a necessidade de expansão na subestação elétrica, o equipamento é modular de fácil<br />

instalação. O SM6, por exemplo, tem disjuntores e seccionadoras SF6, que funcionam com o gás a baixa pressão, do<br />

tipo selados para a vida. Como os polos ficam envoltos no gás SF6, a manutenção é bem reduzida e existem baixíssimos<br />

riscos de vazamento ou comprometimento das propriedades dielétricas, não havendo a necessidade de sistemas de<br />

monitoramento de vazamento.<br />

Ainda, entre os benefícios deste equipamento, está seu cunho ambiental, pois ao fim de sua vida útil, o SM6 pode<br />

ser processado, reciclado e seus materiais recuperados conforme as regulamentações europeias relativas aos produtos<br />

eletroeletrônicos, e, especialmente, sem liberação de gases na atmosfera ou quaisquer líquidos poluentes.<br />

Outro diferencial é que todas as células de média tensão SM6 estão em conformidade com as normas vigentes,<br />

como a NBR IEC 62271-200, em relação à sua compactação, e seguem a forma construtiva LSC2A-PI-IAC-AFL ou AFLR,<br />

descrita na norma NBR IEC 62271-200, que significa que os painéis garantem segurança e continuidade de operação<br />

tendo, inclusive, sido ensaiados para suportar o arco interno (sobretensões na rede que podem causar choques) em três<br />

ou quatro lados.<br />

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NOTAS<br />

CRÉDITOS DE<br />

CARBONO<br />

O BNDES (Banco Nacional de<br />

Desenvolvimento Econômico e<br />

Social) aprovou operação-piloto<br />

para aquisição de até R$ 10<br />

milhões em créditos de carbono.<br />

As compras serão voltadas, em um<br />

primeiro momento para títulos<br />

predominantemente de origem<br />

REDD+ (Redução de Emissões<br />

Provenientes de Desmatamento e<br />

Degradação Florestal), Reflorestamento<br />

e Energia.<br />

Com esta iniciativa, o BNDES<br />

pretende apoiar o desenvolvimento<br />

de um mercado voluntário para<br />

comercialização destes títulos,<br />

além de chancelar padrões de qualidade<br />

para condução de projetos<br />

de descarbonização da economia<br />

a partir de 2022. Créditos de carbono<br />

representam a não emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, contribuindo para a preservação do meio ambiente.<br />

A compra destes créditos pelo BNDES ocorrerá através de Chamada Pública para seleção de projetos de origem REDD+, Reflorestamento<br />

e Energia. A estratégia do Banco é estimular a demanda para estes desenvolvedores, donos de terra com potencial<br />

para projetos ambientais e demais participantes do mercado. A operação também aposta na publicação e transparência da iniciativa,<br />

de modo a tornar os atributos de negociação dos créditos acessíveis ao mercado. Por fim, vale ressaltar que a iniciativa piloto<br />

é propícia para busca de melhorias e revisão de processos com vistas à consolidação da prática já a partir de 2022.<br />

Para o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, mercado de carbono é uma tendência global, em que o Brasil está vocacionado<br />

a ser referência. “Cabe ao BNDES criar a estrutura para que o nosso país possa se beneficiar desta grande oportunidade e se<br />

tornar um dos maiores exportadores também desta commodity. Em consequência, teremos nossas florestas preservadas, levaremos<br />

renda à população que vive dela ou no entorno dela e criaremos uma economia verde pujante,” explica Montezano.<br />

“O mercado de crédito de carbono cresce à medida que as empresas se tornam mais conscientes sobre suas responsabilidades<br />

ambientais. O BNDES possui papel fundamental para trazer clareza sobre fatores como precificação, tratamento administrativo,<br />

contábil e jurídico, além de aprofundar debates sobre novas soluções dentro deste mercado. E esta operação introdutória vai nos<br />

propiciar maior amadurecimento técnico em preparação à operação de aquisição de créditos planejada para 2022”, acrescenta<br />

Bruno Laskowsky, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES.<br />

A equipe do Projeto Carbono, grupo de trabalho com a participação de diversas áreas do BNDES, já interagiu com algumas empresas<br />

compradoras e vendedoras de créditos e vem analisando instrumentos financeiros e institucionais para atuação do Banco<br />

no mercado voluntário de carbono. O mercado destes créditos se divide em regulados, aquele nos quais os agentes emissores são<br />

obrigados a comprar créditos para a compensação de suas emissões por uma exigência regulatória, e voluntários. Neste último,<br />

as motivações para a aquisição podem ser diversas, como o acesso a fontes de financiamentos verdes ou estratégia de posicionamento<br />

institucional. A estimativa é que o mercado voluntário precise crescer mais de 15 vezes até 2030 para cumprir as metas do<br />

Acordo de Paris, que pressupõe o atingimento do equilíbrio entre emissão e remoção dos gases causadores do efeito estufa até o<br />

ano de 2050. Nesse contexto, a negociação dos créditos de carbono é uma maneira das empresas e países alcançarem suas metas<br />

de descarbonização. O mecanismo REDD+, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, foi desenvolvido<br />

pelas partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Por meio dele, países em desenvolvimento que<br />

têm seus esforços para redução da emissão de carbono por conta de desmatamento e degradação podem receber pagamentos<br />

por resultados.<br />

Foto: divulgação<br />

14 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

ENERGIA FOLTOVOLTAICA<br />

As instalações para geração de energia solar fotovoltaica registraram um avanço significativo nos últimos anos, com o aumento<br />

de incentivos e o número de empresas apostando no setor. No entanto, o momento agora é de alerta para a qualidade, a garantia<br />

e o seguro das placas solares. A afirmação é de Hugo Albuquerque, superintendente comercial da SOL Copérnico, durante palestra<br />

realizada no 12º Fórum GD Sudeste, que aconteceu em São Paulo. Durante dois dias, os palestrantes mostraram as tendências e os<br />

rumos do setor de geração distribuída na ligação com fontes renováveis.<br />

“Estamos vendo muitos problemas ocorrendo nas instalações das placas solares, desde o efeito da queda de um raio, por exemplo,<br />

que danifica o equipamento ou até mesmo erros quando são instaladas, alguns deles inclusive sem seguir as normas técnicas.<br />

Agora, mais do que nunca, é hora de olharmos para esta parte do segmento, para a mão de obra, para os treinamentos, para a<br />

qualidade das placas que estão sendo instaladas, porque uma hora essa conta vai chegar”, ressalta Albuquerque, que também é<br />

engenheiro eletricista, formado em 1999 na Universidade de Pernambuco (Escola Politécnica), e que atua no setor desde 2009.<br />

Ainda de acordo com o especialista, este é um dos grandes momentos para discutir o tema proposto. “O Brasil vem sofrendo<br />

uma grave crise energética, mas estamos aqui para virar o jogo. De todos os recursos renováveis, a luz do sol é uma fonte de energia<br />

constante, previsível e inesgotável”, afirma. Para atender a essa demanda e entregar aos consumidores as melhores soluções de kits<br />

fotovoltaicos, a SOL Copérnico conta com reconhecidos fornecedores internacionais, como Astronergy, Chint, Sungrow, Longi, Hoymiles,<br />

SSM, oferecendo módulos, inversores e estruturas metálicas com a maior qualidade do mercado fotovoltaico, com segurança<br />

e credibilidade nos processos de instalação.<br />

“Cada vez mais os integradores precisam estar atentos à qualidade, às garantias e aos seguros dos equipamentos, visto que a<br />

quantidade de sistemas fotovoltaicos que não geram conforme o prometido tem crescido muito, e isso tem se refletido no número<br />

de processos judiciais e inadimplências, e consequentemente, no aumento das taxas de juros para financiamento”, acrescenta<br />

Albuquerque.<br />

A empresa brasileira de sustentabilidade e energia solar, nasceu com o propósito de democratizar a energia solar e sustentável<br />

no Brasil. Este movimento de mercado vem se juntar ao crescimento já verificado pelo mercado solar. No ano passado, o Brasil conseguiu<br />

entrar no grupo das 15 nações com maior capacidade instalada de energia solar no mundo, sendo o único país da América<br />

Latina no ranking mundial. Hoje, são mais de 13 GW (Gigawatts) instalados, o que equivale a mais de 70% da potência da usina<br />

hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo e líder em geração de energia na América Latina.<br />

Atualmente, a energia solar é uma das indústrias mais promissoras no Brasil. Em 2020,<br />

o setor obteve um crescimento de 70%, enquanto no ano passado o salto foi de 64%,<br />

segundo dados da ABSOLAR. Ainda de acordo com a entidade, no acumulado<br />

desde 2012 essa fonte de energia já trouxe ao Brasil mais de R$ 66,3 bilhões em<br />

novos investimentos, e gerou mais de 390 mil empregos. Com isso, evitou a<br />

emissão de 17,5 milhões de t (toneladas) de CO2 (Gás Carbônico) na geração<br />

de eletricidade.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

BITCOIN<br />

Depois de grandes naipes do<br />

sistema monetário digital entrarem<br />

em circulação, quebrarem tabus e<br />

faturarem muito bem, circula no<br />

mercado uma microcoin potente<br />

que, além de almejar crescer rápido,<br />

promete lucro aos seus compradores<br />

logo nos primeiros 12 meses.<br />

O conceito inovador da EnyCoin é<br />

assinado pelo time da fintech paulista<br />

EnergyPay. Ele se sustenta porque<br />

trata-se da única criptomoeda do<br />

Brasil com uma usina de energia<br />

fotovoltaica em construção. Quem<br />

investe na compra da moeda por<br />

meio do BNB (Binance Coin) – usado<br />

como método de pagamento na<br />

Binance, Exchange mais utilizada<br />

do mundo – já faz parte da história<br />

toda, tendo um pedacinho da<br />

usina para chamar de sua. A moeda<br />

digital oferece retorno financeiro de<br />

50% aos compradores no primeiro<br />

ano, a partir da produção da energia<br />

gerada pela usina e pela geração de<br />

lucratividade da moeda.<br />

“A ENY poderá ser recomprada pela empresa e, com isso, o investidor terá garantidamente 50% de lucro”, explica o CEO da<br />

EnergyPay, Marcos Silva. O comprador da ENY ganha também com a valorização do ativo financeiro e com os percentuais da<br />

venda de energia. Para quem pensa em aportar, o momento é bem interessante, já que a ENY tem preço acessível, tornando<br />

o projeto palpável. “O bitcoin [a maior criptomoeda do mundo], quando começou a ser negociado lá em 2008, valia X. Hoje,<br />

vale Y. Por isso, é interessante garantir a compra da criptomoeda agora, porque depois de pronto, sustentável, ela certamente<br />

vai valorizar muito”, afirma.<br />

O mercado de moeda digital cresceu rapidamente no País, especialmente após o impacto econômico da pandemia da<br />

Covid-19. Movidos pela segurança de seus patrimônios, muitos optaram pelo investimento que, segundo estudos financeiros,<br />

vem sendo considerado o melhor e mais rentável. Apenas em 2021, o crescimento foi de 938% em número de investidores,<br />

segundo pesquisa realizada com base em dados da B3 e da Comissão de Valores Mobiliários.<br />

A falta de chuva e, com ela, o alto preço na tarifa aceleram novos projetos para a geração de energia elétrica. A primeira<br />

usina de energia fotovoltaica do Brasil com recursos de criptomoedas é um deles. Trata-se de uma obra potente, com capacidade<br />

para gerar 1 MW (megawatt) e com conceito social financiado por moeda digital rentável. Longe de ser utopia, o projeto<br />

é real, já saiu do papel e deve ser inaugurado na cidade de Itaobim (MG) antes de outubro, sua previsão inicial.<br />

A construção da usina em Minas Gerais é como uma espécie de cheque caução e sinaliza que o investimento na moeda<br />

não é perdido. Asseguram a negociação, também, os próximos projetos da EnergyPay: as usinas de energia fotovoltaica nos<br />

estados da Bahia e Rio de Janeiro; além do compromisso de compra do token após o primeiro ano de funcionamento da<br />

usina por parte de quem adquiriu a criptomoeda e desejar vendê-la. “É a única moeda no Brasil que é sustentável e que já<br />

consolidou a planta da usina”, destaca Marcos.<br />

Acima de tudo, o investimento é realmente seguro porque o gerador de energia é o sol, fonte inesgotável de luz e calor.<br />

A estrela central do sistema solar é o fiador do empreendimento, alimentando o sonho da EnergyPay e de quem aposta na<br />

multiplicação dos resultados que as microcoins – como é o caso da ENY – podem trazer.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

CANA-DE-AÇÚCAR<br />

Melhorar a produtividade da cana-de-açúcar<br />

para aumentar a produção de bioetanol.<br />

Esse é o principal objetivo da pesquisa Avanços<br />

para cana-de-açúcar e novas fontes de<br />

bioenergia, projeto desenvolvido no âmbito<br />

do RCGI (Centro de Pesquisa para Inovação em<br />

Gases de Efeito Estufa), financiado pela Shell<br />

do Brasil e pela FAPESP (Fundação de Amparo<br />

à Pesquisa do Estado de São Paulo).<br />

“A cana produz açúcar apenas uma vez ao<br />

ano. Nossa ideia é fazer com que isso aconteça<br />

duas vezes ao ano, a exemplo do que<br />

ocorre com o milho que tem a safra principal<br />

e a chamada safrinha”, afirma o coordenador<br />

da pesquisa, o biólogo Marcos Buckeridge,<br />

diretor do INCT (Instituto Nacional de Ciência<br />

e Tecnologia do Bioetanol), sediado no<br />

IB-USP (Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo). Atualmente, o INCT é composto por 15 laboratórios. Do projeto do RCGI<br />

participam alguns desses laboratórios, sendo eles o LAFIECO (Laboratório de Fisiologia Ecológica de Plantas), criado por Buckeridge em<br />

2005, e o BIOCEL (Laboratório de Biologia Celular de Plantas), ambos situados no IB-USP, além do Laboratório de Genética Molecular de<br />

Plantas, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e o CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura), no campus Piracicaba<br />

da ESALQ-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). O primeiro passo do trabalho será sequenciar o genoma da cana-de-<br />

-açúcar em nível cromossômico para assim termos o mapa de genes da planta”, diz Buckeridge. “O genoma é dividido em cromossomos<br />

e os genes que coordenam funções biológicas estão espalhados entre eles. Para entender como o crescimento vegetal é coordenado, é<br />

necessário conhecer as posições exatas de cada gene ativado durante o crescimento.”<br />

De posse do mapeamento genético da planta, o próximo passo é observar em conjunto os hormônios e o sistema sensor de açúcares<br />

da planta para conseguir entender de que forma acontece o crescimento da cana, bem como sua produção de sacarose. Para que<br />

essa análise seja possível, os pesquisadores vão lançar mão da CRISPR-Cas9, sigla para Conjunto de Repetições Palindrômicas Regularmente<br />

Espaçadas, que funciona com uma proteína associada, a Cas. Trata-se de uma ferramenta de edição de genomas desenvolvida<br />

pela microbiologista francesa Emmanuelle Charpentier e a bioquímica norte-americana Jennifer Doudna, que graças ao feito venceram<br />

o Prêmio Nobel de Química em 2020.<br />

“Não vamos desenvolver uma planta transgênica, porque a edição elimina a necessidade de inserir genes estranhos à cana-de-<br />

-açúcar. No caso, basta editar o DNA, em uma espécie de cut and paste de genes, para alterar regiões selecionadas do genoma e assim<br />

reengenheirar o funcionamento da planta. Uma vez editado o DNA, passamos a selecionar os mutantes desejados que cresçam mais<br />

rápido, acumulem mais açúcares e/ou amoleçam as próprias paredes celulares para tornar a produção da segunda geração do bioetanol<br />

mais fácil”, explica Buckeridge. O aumento da produção de açúcar e também do volume de biomassa da cana (no caso, bagaço e palha)<br />

vai possibilitar produzir o chamado etanol de segunda geração, entre outros produtos. “Esse resíduo pode ser fermentado e aumentar<br />

em até 40% a produção de etanol no país. Além disso, é possível aproveitar polímeros presentes nas fibras da cana-de-açúcar, a exemplo<br />

do betaglucano, que pode ser utilizado em cosméticos antirrugas, como complemento alimentar e também pela indústria farmacêutica<br />

por ser um potente antidiabético”, conta Buckeridge.<br />

Ao longo do projeto, os experimentos serão testados por meio de modelagem matemática. “Por meio de cálculos com base em<br />

dados científicos confiáveis, a modelagem fisiológica acoplada aos dados ambientais utilizando inteligência artificial deverá permitir<br />

averiguar como os testes feitos em laboratório funcionariam em campo e também de que forma a cana-de-açúcar vai se comportar em<br />

ambientes extremos, com estresse hídrico, aumento de temperatura e excesso de gás carbônico, por exemplo”, esclarece Buckeridge.<br />

Além da cana-de-açúcar, o projeto vai trabalhar com outras duas matérias-primas. Uma delas consiste nas lentilhas d´água (como a<br />

Lemna minor por exemplo), plantas aquáticas da família das Araceae, a mesma dos lírios e pacovás. “As lentilhas d´água são minúsculas e<br />

crescem tão rápido quanto a cana. Podem ser usadas para produzir bioetanol, pois produzem biomassa em grande quantidade sem precisar<br />

de terra. Para completar, essas plantas combatem a poluição da água, podem ser usadas como complemento alimentar e produzem<br />

substâncias que têm potencial para serem utilizadas no desenvolvimento de medicamentos contra a Covid-19”, alerta Buckeridge.<br />

Foto: divulgação<br />

20 www.REVISTABIOMAIS.com.br


E D I Ç Ã O<br />

VEM AÍ!<br />

A N O S<br />

PATROCINADORES:<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

www<br />

revistareferencia.com.br<br />

comercial@revistareferencia.com.br


ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

TIAGO<br />

HENDRIGO<br />

DE ALMEIDA<br />

Formação: Graduado em Engenharia Industrial<br />

Madeireira pela UNESP (Universidade Estadual<br />

Paulista), Mestrado em Ciências e Engenharia de<br />

Materiais pela EESC (Escola de Engenharia de São<br />

Carlos), Doutorado em Ciências e Engenharia de<br />

Materiais pela EESC, USP (Universidade de São Paulo)<br />

e University of Illinois at Urbana-Champaign e Pósdoutorado<br />

em Engenharia de Estruturas pela EESC<br />

Cargo: Pesquisador Industrial no Instituto Senai de<br />

Inovação em Biomassa<br />

PESQUISA<br />

E INOVAÇÃO<br />

A<br />

busca por fontes renováveis de energia para atender a demanda mundial por um desenvolvimento<br />

econômico e social sustentável está atrelada ao fomento da pesquisa e inovação. Um bom<br />

exemplo tem sido realizado pelo Instituto Senai de Inovação em Biomassa, localizado em Três<br />

Lagoas (MS). O centro de pesquisa está desenvolvendo um estudo que permite a obtenção de<br />

biomassa a partir de resíduos da produção de eucalipto para indústrias do segmento de celulose e papel.<br />

“Isso caracteriza aquelas questões de economia circular e tudo isso está agregado ao projeto, discutido e<br />

desenhado no projeto onde estamos utilizando um passivo e transformando em um ativo de alto valor para<br />

a própria indústria, é o que mais se procura em inovação”, relata o pesquisador do Instituto Senai de Inovação<br />

em Biomassa, Tiago Hendrigo de Almeida. Em entrevista exclusiva para a Revista BIOMAIS, o pesquisador<br />

revelou os detalhes do projeto.<br />

22 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Como nasceu a ideia do projeto para produção de<br />

biomassa a partir de resquícios da produção madeireira?<br />

Existe uma cooperação entre o Instituto Senai de<br />

Inovação Biomassa e a Eldorado Celulose por alguns anos<br />

já. Desta forma, é comum o trabalho em conjunto. Em uma<br />

conversa com o representante da Eldorado Celulose na<br />

parte de madeiras, melhoria contínua e inovação, a gente<br />

conversou sobre a utilização da madeira deles em processos<br />

pirolíticos. É sabido que em processos pirolíticos fazem<br />

com que seja possível a produção de carvão, bio-óleo leve,<br />

bio-óleo pesado, enfim o processo de termoconversão<br />

de biomassa já é bastante conhecido e essa empresa em<br />

questão tem trabalhado bastante na utilização e valorização<br />

dos tocos de raízes provenientes das árvores que eles<br />

plantam para a produção de cavaco para polpa celulósica.<br />

Assim, visando uma maior valorização desse material,<br />

pensamos nessa possibilidade de desenhar esse projeto<br />

utilizando os tocos de raízes na conversão pirolítica de<br />

combustíveis de alto desempenho. Esse foi o ambiente em<br />

que nasceu a ideia do projeto Forest for Fuel. O projeto foi<br />

desenhado visando o atendimento das indústrias de polpa<br />

celulósica, uma vez que eles produzem muita madeira, que<br />

é a matéria-prima deles, e com a extração da madeira, os<br />

tocos de raízes acabam ficando no talhão, sendo um passivo<br />

para as empresas. Se a gente conseguir transformar esse<br />

passivo em ativo, isso será ótimo.<br />

Como é estabelecido o processo para a obtenção da<br />

biomassa?<br />

Existe uma condição chamada prova de conceito.<br />

Quando se fala de prova de conceito, temos que falar na<br />

escala que estamos trabalhando. Aqui a prova de conceito<br />

está em escala laboratorial. A gente vai validar essa<br />

prova de conceito em escala laboratorial. Já é sabido que<br />

o processo pirolítico de biomassa é usado para converter<br />

biomassa em carvão e bio-óleos, mas será que essa<br />

termoconversão pode ser realizada para tocos de raízes?<br />

O que acontece quando a gente realiza essa termoconversão?<br />

Qual é o resultado? O que a gente obtém? Qual é<br />

a qualidade dos produtos obtidos? Qual é o desempenho<br />

de conversão? Então esse estudo é necessário para uma<br />

validação e aí entra a questão da escala. Nesse projeto, estamos<br />

fazendo uma validação na escala laboratorial. Assim<br />

fica desenhado o projeto. A gente parte de um passivo que<br />

são os tocos de raízes, aplica um conceito que é a pirólise<br />

da biomassa, obtendo-se carvão e bio-óleos. O carvão e os<br />

bio-óleos podem ser adensados, vindo assim a ser obtido<br />

um briquete, que nada mais é que um carvão sob pressão.<br />

O poder calorífico de biomassas é dado em unidades de<br />

energia por quilogramas e se adensa o material, aumenta-se<br />

o potencial calorífico dele. Assim, aumenta o calor<br />

gerado dentro do mesmo volume. Então é muito comum<br />

a tática de compressão de materiais, formando briquetes e<br />

pellets. Um dos produtos de alto desempenho que vamos<br />

obter aqui é o carvão pirolítico prensado formando o briquete,<br />

utilizando como ligante o bio-óleo pesado. Temos<br />

assim, um conceito de utilização de carvão e bio-óleo pesado<br />

como ligante para formar o briquete e vamos aplicar<br />

aqui também esse conceito, mais uma prova de conceito<br />

com validação em escala laboratorial dentro do projeto<br />

Forest for Fuel.<br />

Quais os diferenciais da biomassa produzida nesse<br />

processo?<br />

Dentro desse projeto a gente vai pegar esse bio-óleo<br />

pesado para fazer um teste de conversão, que é rico em<br />

aromáticos como guiacol, seringol, fenol, esses aromáticos<br />

a gente vai converter cataliticamente para obter hidrocarbonetos,<br />

que estão presentes, por exemplo, no diesel.<br />

Mas no diesel eles são provenientes de uma matriz fóssil<br />

e aqui estamos falando de uma matriz totalmente vegetal<br />

e renovável, bem como, sendo um passivo da indústria de<br />

polpa celulósica. Então, em linhas gerais, está utilizando<br />

um passivo da indústria de polpa celulósica, toneladas de<br />

raízes, convertendo isso com um processo de termoconversão<br />

em carvão vegetal e bio-óleo leve e pesado, sendo<br />

assim, conseguimos combinar o bio-óleo pesado com o<br />

carvão formando o briquete, que é um combustível de alto<br />

desempenho, que pode ser queimado em caldeiras, por<br />

exemplo, e só o bio-óleo sozinho pode ser convertido em<br />

hidrocarboneto renovável, que seria um green diesel, um<br />

diesel proveniente de uma matriz vegetal e renovável. Esse<br />

Nada mais é que, uma<br />

vez desenvolvidas as<br />

tecnologias, empregar tudo<br />

isso nas indústrias, mostrar<br />

que do passivo delas é<br />

possível criar ativos que<br />

podem ser utilizados em<br />

diversos setores<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

23


ENTREVISTA<br />

é o caminho do projeto, que tem uma visão de valorização<br />

dessa biomassa que seria descarte nessas indústrias de<br />

papel e celulose, com isso a gente vai desenvolver produtos<br />

de alto desempenho e que podem ser utilizados no<br />

próprio processo produtivo da indústria de polpa celulósica,<br />

uma vez que o briquete pode queimar na caldeira e o<br />

green diesel pode ser utilizado eventualmente, tanto em<br />

um motor à diesel, quanto em um motor à diesel de transporte,<br />

em um caminhão. Ou seja, isso caracteriza aquelas<br />

questões de economia circular e tudo isso está agregado<br />

ao projeto, discutido e desenhado no projeto onde<br />

estamos utilizando um passivo e transformando em um<br />

ativo de alto valor para a própria indústria, é o que mais se<br />

procura em inovação. Resolver um problema dando uma<br />

solução com essa sinergia, entre outras ideias.<br />

Esse projeto foi<br />

desenhado visando<br />

o atendimento das<br />

indústrias de polpa<br />

celulósica, uma vez que<br />

eles produzem muita<br />

madeira<br />

Como vão estabelecer a execução desse projeto<br />

dentro do mercado?<br />

Cabe ressaltar que o projeto vai ser realizado em 2<br />

anos. Vamos seguir com um cronograma que foi desenhado<br />

em que as etapas vão de 1 a 6. A primeira etapa é um<br />

levantamento do estado da arte para caracterização da<br />

matéria-prima e vamos estudar o estado da arte e ver se<br />

temos patentes na área. Com essas patentes, conseguimos<br />

desenhar o nosso caminho, até porque queremos fazer um<br />

desenvolvimento de tecnologia e o final desse desenvolvimento<br />

é a possibilidade de patentear o projeto. E ao mesmo<br />

tempo se realiza uma caracterização da matéria-prima<br />

proveniente do campo. Na segunda etapa, vamos otimizar<br />

o processo de pirólise rápida em escala de bancada para a<br />

maximização da formação de carvão e na terceira etapa o<br />

foco é na maximização do bio-óleo pesado. Nesse estudo,<br />

vamos construir um modelo matemático, uma superfície<br />

de resposta, desenhando o procedimento de pirólise,<br />

variando as possibilidades da rotina de testes. Por exemplo,<br />

a granulometria da biomassa, a temperatura, tempo<br />

de residência, esses tipos de variáveis para otimização do<br />

processo. Na etapa 4 iremos realizar o desenvolvimento do<br />

combustível sólido a partir do bio-carvão, que nada mais<br />

é que a briquetagem. Uma vez que produzimos o carvão<br />

por meio do processo otimizado e obtivemos também o<br />

bio-óleo pesado, vamos unir os dois, aplicando o conceito<br />

de briquetagem e obtendo assim o carvão vegetal.<br />

Um briquete totalmente pronto para ser queimado em<br />

caldeira. Cabe um adendo aqui, que uma vez que essa<br />

biomassa é proveniente do campo, é comum ter bastante<br />

solo agregado a essa biomassa. Com a formação do carvão,<br />

esse carvão vai apresentar bastante inorgânicos. Uma vez<br />

que eles não sejam propícios para a queima, por conta da<br />

grande concentração de inorgânicos, outras opções serão<br />

levantadas, por exemplo, utilizar esse carvão para a remediação<br />

de solos degradados da própria indústria de polpa<br />

celulósica. Da mesma forma, volta para o talhão o carvão<br />

com o próprio solo que veio do talhão. Assim, fica o ciclo<br />

fechado novamente, sendo isso uma possibilidade caso o<br />

carvão não tenha alto desempenho. Na etapa 5 vamos coletar<br />

esse bio-óleo pesado e realizar o desenvolvimento de<br />

rota para obtenção de hidrocarbonetos renováveis a partir<br />

do bio-óleo pesado. É sabido que a árvore apresenta maior<br />

concentração de ligninas na primeira tora, na primeira raiz,<br />

então na parte que fica enterrada, porque é onde necessita<br />

de maior resistência mecânica. Realizando o processo<br />

de pirólise em uma biomassa com alta concentração de<br />

lignina a tendência é de bastante bio-óleo pesado, que é<br />

o que a gente quer. Quanto mais bio-óleo melhor, porque<br />

conseguimos converter esse bio-óleo pesado em hidrocarbonetos<br />

que será nossa etapa 5. Por último na etapa 6 iremos<br />

realizar uma avaliação global da tecnologia desenvolvida<br />

para mitigações e emissões de gases do efeito estufa.<br />

Nada mais é que, uma vez desenvolvidas as tecnologias,<br />

empregar tudo isso nas indústrias, mostrar que do passivo<br />

delas é possível criar ativos que podem ser utilizados em<br />

diversos setores.<br />

Entrevista concedida<br />

previamente ao Podcast ABTCP<br />

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Aumente sua<br />

PRODUTIVIDADE!<br />

<br />

Durabilidade Produtividade Economia<br />

A DRV vem investindo em alta tecnologia para<br />

inovação – o que resulta em melhoria dos<br />

processos, aperfeiçoamento e desenvolvimento<br />

de novos produtos para suprir as necessidades<br />

do mercado de Biomassa, Florestal e Madeireiro.<br />

<br />

<br />

<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS


PRINCIPAL<br />

CRESCER PARA SER<br />

REFERÊNCIA<br />

EMPRESA COMPLETA 11 ANOS DE<br />

ATIVIDADE EM 2021 E CHEGA A ESSA IDADE<br />

RECONHECIDA PELA EFICIÊNCIA DAS<br />

FERRAMENTAS DE CORTE NO MERCADO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


O<br />

s dicionários definem o conceito de<br />

empreendedorismo como o processo<br />

de iniciativa de implementar novos<br />

negócios ou mudanças em empresas<br />

já existentes. Mas afinal o que é empreender? Ser<br />

inovador, criando soluções que modificam o mercado<br />

ou conseguir dia após dia se manter como referência<br />

dentro de um setor?<br />

Para a DRV, a história do empreendedorismo<br />

começou em 2011, quando Diego Ricardo Vieira e<br />

Liliane Cordeiro iniciaram o projeto de ser referência<br />

dentro do setor de ferramentas de corte para as<br />

áreas florestal, industrial madeireiro e de biomassa.<br />

“O propósito da DRV sempre foi muito claro<br />

em ser a empresa referência no segmento e levar<br />

soluções confiáveis para todo território nacional.<br />

Acreditamos no Brasil e somos apaixonados pelo<br />

setor florestal e pela transformação da madeira. Tenho<br />

certeza de que podemos ser e fazer a diferença<br />

na vida de muitas pessoas começando pelo nosso<br />

time”, garante o diretor da DRV, Diego Ricardo Vieira.<br />

Essa visão empreendedora fez com que a empresa<br />

avistasse na produção de facas para picadores<br />

com qualidade semelhante ou melhor das importadas,<br />

mas com um custo mais baixo, uma oportunidade<br />

de crescimento no mercado.<br />

“Nestes 11 anos trabalhamos muito, superando<br />

desafios e buscando diferenciais, sempre acreditando<br />

no nosso potencial, no nosso produto e principalmente<br />

no mercado. Desde o início contamos<br />

com uma equipe comprometida com os valores da<br />

empresa e com foco na satisfação dos clientes”, afirma<br />

a diretora da DRV, Liliane Cordeiro<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

27


PRINCIPAL<br />

Então desde 2019, a empresa iniciou as operações<br />

em sua fábrica de facas e peças para picadores<br />

com maquinários modernos, com capacidade de<br />

produzir até 7t (toneladas) de ferramentas por mês.<br />

“A DRV, e os membros que nela constituem,<br />

sempre tiveram uma visão de ter o melhor produto<br />

em mãos, para desenvolver a qualidade desejada,<br />

para daí sim apresentar ao cliente. Por isso cada um<br />

dentro da empresa tem seu valor, seu conhecimento<br />

para aprimorar ainda mais cada projeto de um<br />

material. Tudo isso se completa com a visão e sonhos<br />

dos diretores da empresa para desafios ainda<br />

maiores”, completa o gerente da DRV, Julio Miranda.<br />

INOVAÇÃO E QUALIDADE<br />

Hoje com 11 anos de atuação no mercado a<br />

produção de facas e peças dobrou, graças aos investimentos<br />

da DRV em infraestrutura com a construção<br />

de uma nova sede e compra de maquinários<br />

de última geração. Além disso, a empresa continua<br />

focada na evolução para atender as demandas do<br />

mercado, por meio da excelência no atendimento,<br />

inovação nos processos e gestão da qualidade nos<br />

equipamentos.<br />

“Tenho certeza de que<br />

podemos ser e fazer a<br />

diferença na vida de muitas<br />

pessoas começando pelo<br />

nosso time”<br />

Diego Ricardo Vieira, diretor,<br />

da DRV Ferramentas<br />

28<br />

www.REVISTABIOMAIS.com.br


“A mudança de sede é motivo de orgulho para<br />

nós. Com um maior espaço físico, podemos focar na<br />

organização, desenvolvimento de produtos, além<br />

do aumento da capacidade produtiva. Confiamos e<br />

apostamos no mercado e acreditamos em um grande<br />

crescimento nos próximos anos”, projeta Liliane<br />

Cordeiro.<br />

Dentre as soluções oferecidas pela empresa ao<br />

mercado, estão os modelos Suprema, DRV-FLEX e<br />

o lançamento Energy. Todas as facas são fabricadas<br />

com aço especial, tendo um tratamento térmico<br />

específico para cada aplicação. Dessa forma, esses<br />

produtos seguem a um rigoroso controle de qualidade<br />

para suprirem picadores nacionais e importados.<br />

“Sabemos da necessidade de um corte preciso,<br />

uma serra maleável, mais robusta e com solda fusão<br />

resistente, por isso desenvolvemos o aço com os<br />

melhores componentes para proporcionarmos um<br />

corte de qualidade e diminuir as paradas para troca<br />

e configuração das ferramentas. Estamos muito felizes<br />

com o que conquistamos até aqui. A inauguração<br />

da nova sede, mais ampla e moderna. Tudo isso<br />

nos dá vigor para buscar ainda mais inovações nos<br />

nossos produtos”, exemplifica a gerente administra-<br />

“A mudança de sede é motivo<br />

de orgulho para nós. Com<br />

um maior espaço físico,<br />

podemos focar na organização,<br />

desenvolvimento de produtos,<br />

além do aumento da<br />

capacidade produtiva”<br />

Liliane Cordeiro, diretora,<br />

da DRV Ferramentas<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 29


PRINCIPAL<br />

tiva da DRV, Michele Cordeiro.<br />

Outro equipamento produzido pela empresa<br />

com foco nas demandas do mercado é a AFR - Suprema<br />

Afiadora e Retífica de Facas. Essa solução<br />

permite a afiação e retífica das facas com maior rapidez<br />

e qualidade, o que reduz custos de manutenção<br />

desses equipamentos, além de gerar maior produtividade<br />

em todo o processo.<br />

“Nosso material tem maior rendimento, aço<br />

especial. Conseguimos medir observando, que os<br />

clientes têm menor número de setup das máquinas;<br />

nossas fitas e facas duram mais tempo no maquinário<br />

sem troca, maior número de afiações e melhor<br />

qualidade no corte ou picagem, pois na afiação não<br />

é necessária muita remoção. Além de ser aprovada<br />

também em madeiras mais duras e até madeira<br />

nativa”, aponta a gerente comercial da DRV, Bruna<br />

Rafaela.<br />

Além das facas para picadores, a DRV Ferramentas,<br />

ainda apresenta para o mercado, as marcas Lion<br />

e Expert em serras de fita para madeira. Esses equipamentos<br />

têm a emenda feita à fusão, produzidas<br />

com aço importado de liga especial, que proporciona<br />

na linha Lion um recalque no dente de corte, o<br />

que impede trincas na lâmina de serra. Já na linha<br />

“Conseguimos medir<br />

observando, que os clientes<br />

têm menor número de setup<br />

das máquinas; nossas fitas e<br />

facas duram mais tempo no<br />

maquinário sem troca”<br />

Bruna Rafaela, gerente comercial,<br />

da DRV Ferramentas<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Expert as serras são fabricadas com alta tecnologia<br />

presente em uma têmpera homogênea nos dentes,<br />

elevando, assim, a vida útil do equipamento, sem a<br />

perda do desempenho.<br />

A empresa ainda apresenta atenção ao crescente<br />

mercado da biomassa no Brasil. A fonte sustentável<br />

de energia atende aos requisitos para o desenvolvimento<br />

sustentável, pois é natural e com menor<br />

taxa de poluição à atmosfera, além de ser um combustível<br />

mais barato para obtenção de energia. Com<br />

esse foco, a DRV irá em breve apresentar soluções<br />

inovadoras para esse setor.<br />

“Os investimentos não param, tanto em sua<br />

nova sede, como também, investimento em equipamentos<br />

de ponta para a fabricação dos produtos.<br />

Pretendemos esse ano, com a implantação da ISO<br />

e também lançamento de novos produtos, registrar<br />

um crescimento em torno de 80% ou mais”, prospecta<br />

o gerente industrial da DRV Ferramentas, Flávio<br />

Almeida.<br />

“Pretendemos esse ano,<br />

com a implantação da ISO<br />

e também lançamento de<br />

novos produtos, registrar<br />

um crescimento em torno de<br />

80% ou mais”<br />

Flávio Almeida, gerente industrial,<br />

da DRV Ferramentas<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

31


PELO MUNDO<br />

RECONSTRUÇÃO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REGIÃO DE FUKUSHIMA<br />

NO JAPÃO BUSCA DEIXAR<br />

PASSADO NUCLEAR<br />

PARA TRÁS EM PROL<br />

DO DESENVOLVIMENTO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

33


PELO MUNDO<br />

A<br />

pós 11 anos do desastre nuclear, a região<br />

japonesa de Fukushima está apostando<br />

em um futuro renovável, investindo em<br />

usinas solares ao longo da costa, com<br />

microrredes de energia verde e produção experimental<br />

de hidrogênio não poluente.<br />

Em 11 de março de 2011, um terremoto desencadeou<br />

um tsunami na região nordeste do Japão, causando<br />

um vazamento na usina nuclear de Fukushima<br />

e forçando evacuações por temores de radiação.<br />

As energias renováveis produziram 43% da energia<br />

consumida em Fukushima no ano fiscal de 2020,<br />

contra 24% em 2011.<br />

Mas os obstáculos permanecem, desde custos<br />

mais altos para os consumidores até preocupações<br />

persistentes com a contaminação.<br />

As energias renováveis<br />

produziram 43% da<br />

energia consumida em<br />

Fukushima no ano fiscal<br />

de 2020, contra 24% em<br />

2011<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Um campo de painéis solares se estende ao<br />

longo de uma faixa costeira ao norte da usina danificada,<br />

em um local anteriormente reservado para a<br />

terceira usina nuclear da região, um projeto abandonado<br />

após o tsunami.<br />

A energia gerada no local, concluído em 2020 e<br />

do tamanho de 25 campos de futebol, é usada para<br />

gerar hidrogênio, um combustível limpo quando<br />

gerado com eletricidade renovável e uma das<br />

esperanças do Japão para alcançar a neutralidade de<br />

carbono até 2050.<br />

O combustível produzido graças ao Campo de<br />

Pesquisa de Energia de Hidrogênio de Fukushima, na<br />

cidade de Namie, tem sido usado até agora para pequenos<br />

projetos, alguns ligados aos Jogos de Tóquio,<br />

e para abastecer veículos de células de combustível<br />

na área.<br />

O projeto está em<br />

operação desde<br />

2020 e por enquanto<br />

a instalação cobre<br />

em média 40% das<br />

necessidades anuais da<br />

cidade<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

35


PELO MUNDO<br />

A região de Fukushima já tinha barragens<br />

hidrelétricas, mas agora parques eólicos, usinas de<br />

biomassa e campos de painéis solares estão surgindo<br />

em terras abandonadas após o tsunami.<br />

O preço ainda é um problema, de acordo com o<br />

Apollo Group, um pequeno fornecedor de energia<br />

em Fukushima que aumentou suas ofertas de energias<br />

renováveis nos últimos anos.<br />

Outro projeto de energia renovável que tenta<br />

conquistar os moradores são as "microrredes", nas<br />

quais a eletricidade é produzida e consumida no<br />

mesmo local.<br />

Katsurao, uma pequena cidade perto da usina<br />

de Fukushima, foi evacuada devido à contaminação<br />

radioativa entre 2011 e 2016 e agora tem apenas<br />

450 moradores, menos de um terço de sua antiga<br />

população.<br />

A energia gerada no<br />

local, concluído em<br />

2020 e do tamanho de<br />

25 campos de futebol,<br />

é usada para gerar<br />

hidrogênio<br />

36 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Um antigo campo de arroz, usado para armazenar<br />

materiais radioativos quando os trabalhadores<br />

realizavam as primeiras tarefas de desmantelamento,<br />

agora abriga uma fazenda solar cuja eletricidade é<br />

direcionada diretamente para a cidade.<br />

O projeto está em operação desde 2020 e por<br />

enquanto a instalação cobre em média 40% das necessidades<br />

anuais da cidade, onde o espectro de um<br />

desastre nuclear paira sobre outros projetos.<br />

Os moradores foram contrários a uma estação de<br />

biomassa planejada porque temiam que ela pudesse<br />

produzir emissões radioativas se fosse usado material<br />

de áreas ainda contaminadas da região.<br />

Mas a estação solar ajudou Hideaki Ishii, trabalhador<br />

de um restaurante e mercearia familiar em<br />

Katsurao, a se sentir mais seguro em casa.<br />

A região de Fukushima<br />

já tinha barragens<br />

hidrelétricas, mas agora<br />

parques eólicos, usinas<br />

de biomassa e campos<br />

de painéis solares estão<br />

surgindo em terras<br />

abandonadas após o<br />

tsunami<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

37


INDÚSTRIA<br />

SEGURANÇA NO<br />

PROCESSO<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EMPRESA DESENVOLVE TECNOLOGIA<br />

DE BATERIA DE FLUXO PARA FORNECER<br />

SOLUÇÃO MAIS RESISTENTE E LONGEVA PARA<br />

ARMAZENAMENTO DE ENERGIA RENOVÁVEL<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 39


INDÚSTRIA<br />

A<br />

Honeywell disponibilizou no mercado<br />

uma nova tecnologia de bateria de fluxo<br />

que funciona com fontes renováveis<br />

de geração - como eólica e solar - para<br />

atender à crescente demanda por armazenamento<br />

sustentável de energia.<br />

A nova bateria de fluxo usa um eletrólito seguro<br />

e não inflamável, que converte energia química<br />

em eletricidade para armazenar energia para uso<br />

posterior, atendendo aos padrões ambientais, de<br />

longevidade e de segurança das concessionárias de<br />

serviços públicos.<br />

A nova tecnologia oferece maior flexibilidade e<br />

duração estendida para concessionárias de serviços<br />

públicos. A bateria armazena energia que pode<br />

ser usada quando não há vento ou sol, em caso de<br />

queda de energia enquanto as redes elétricas estão<br />

em plena capacidade.<br />

Ela ainda pode armazenar e descarregar eletricidade<br />

por até 12h (horas), excedendo a duração<br />

das baterias de íon-lítio, que podem descarregar<br />

eletricidade por até 4h. A bateria foi projetada com<br />

componentes recicláveis e não se degrada com o<br />

tempo, garantindo o desempenho do sistema, e<br />

uma tecnologia confiável e de baixo custo por até 20<br />

anos.<br />

“À medida que concessionárias e corporações<br />

buscam alternativas econômicas para usinas movidas<br />

a carvão com as soluções de armazenamento<br />

de energia de longa duração, elas estão mudando<br />

para metas de energia renovável que funcionam<br />

24h por dia para reduzir as emissões de carbono, e a<br />

tecnologia da Honeywell pode ajudá-las a chegar lá”,<br />

explicou José Fernandes, vice-presidente e gerente<br />

geral da Honeywell Performance Materials and Technologies<br />

para a América Latina.<br />

“A Honeywell<br />

recentemente se<br />

comprometeu a alcançar<br />

a neutralidade de carbono<br />

em suas operações e<br />

instalações até 2035 “<br />

40 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A bateria de fluxo da Honeywell também pode<br />

ser combinada com outras tecnologias e fontes de<br />

geração renovável para fornecer uma solução de<br />

armazenamento de energia integrada e completa<br />

para concessionárias e produtores de energia independentes<br />

para atender às metas de neutralidade de<br />

carbono.<br />

O sistema geral também posicionará a empresa<br />

como uma das primeiras fornecedoras de soluções<br />

de armazenamento de energia verticalmente<br />

integrados de ponta-a-ponta, desde a fabricação de<br />

baterias até a integração, controles, sistemas de gerenciamento<br />

de energia e contratos de desempenho.<br />

“A Honeywell recentemente se comprometeu<br />

a alcançar a neutralidade de carbono em suas operações<br />

e instalações até 2035. Esse compromisso se<br />

baseia no histórico da empresa de reduzir drasticamente<br />

as emissões de gases de efeito estufa devido<br />

à nossa longa história de inovação tecnológica de<br />

décadas”, completa José Fernandes.<br />

A tecnologia de bateria de fluxo será testada<br />

nos Estados Unidos pela Duke Energy. A Honeywell<br />

entregará uma unidade de 400 kWh (Quilowatts-hora)<br />

para as instalações da Duke Energy em Mount<br />

Holly, N.C. em 2022, com o objetivo de implantar um<br />

projeto piloto em escala de serviço público de 60<br />

MW/h (Megawatts-hora) a partir de 2023.<br />

“Os testes com a Duke Energy nos permitirão<br />

implementar essa tecnologia inovadora de armazenamento<br />

de energia em escala e trazer ao mercado<br />

uma bateria de fluxo revolucionária para atender às<br />

crescentes demandas de armazenamento de energia<br />

enquanto auxilia as empresas a cumprirem suas<br />

metas de carbono neutro”, alerta José Fernandes.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

41


INOVAÇÃO<br />

LUXO<br />

DO LIXO<br />

RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA<br />

NO BRASIL FECHOU 2021<br />

COM MAIS DE 1 BILHÃO<br />

EM INVESTIMENTOS EM<br />

GERAÇÃO DE ENERGIA A<br />

PARTIR DO LIXO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

43


INOVAÇÃO<br />

O<br />

setor de recuperação energética de<br />

resíduos está fechando o ano com<br />

significativo aumento de sua carteira<br />

de associados, entre eles os maiores<br />

players do mercado mundial do waste-to-energy,<br />

como Veolia (França), Hitachi Zosen Inova (Suíça), Babcock<br />

& Wilcox Renewable (USA), Ramboll (Dinamarca),<br />

Sacyr (Espanha) e Toyo Setal – Grupo Mitsui (Japão),<br />

que são algumas das empresas multinacionais que se<br />

associaram a Abren (Associação Brasileira de Recuperação<br />

Energética de Resíduos) em 2021. Além das que<br />

já faziam parte como, Sutco Brasil (Alemanha), Solvay<br />

(França) e Swan (Suíça).<br />

Neste ano, a Abren alavancou investimentos<br />

no setor de recuperação energética de resíduos,<br />

atendendo desde a elaboração de projetos por meio<br />

de consultorias especializadas, fabricação de equipamentos,<br />

construção de usinas e operação de concessões<br />

municipais. No início de 2021, a associação tinha<br />

30 associados, agora são mais de 50.<br />

“Entre as empresas nacionais, destaca-se a Orizon<br />

Valorização de Resíduos, considerada hoje a líder do<br />

mercado de gestão de resíduos no Brasil e a única do<br />

setor listada na B3, que atua desde a gestão de aterros<br />

sanitários, captura de gás de aterro para geração de<br />

energia elétrica, produção de CDR para o coprocessamento,<br />

recuperação energética, reciclagem, entre<br />

outros serviços ambientais”, comenta o presidente da<br />

ABREN, Yuri Tisi.<br />

A Orizon foi a responsável por viabilizar a primeira<br />

Unidade de Recuperação Energética de Resíduos<br />

(URE) no Brasil. Trata-se da URE Barueri, contratada<br />

no Leilão A-5 do MME, cujas obras iniciam no 1º<br />

semestre de 2022, com capacidade de gerar 20 MW<br />

(Megawatts) de potência instalada e tratar 870 ton/dia<br />

de RSU.<br />

Segundo estudo da Abren, considerando um<br />

cenário que representa 58% de todo o lixo urbano<br />

gerado no Brasil (RSU), englobando as 28 regiões<br />

metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes,<br />

somados aos municípios com mais de 200 mil habitantes,<br />

poderão ser demandados investimentos de<br />

R$ 78,3 bilhões (CAPEX), nas 274 usinas URE (94), CDR<br />

(95) e Biogás (85), além de instalações de centrais de<br />

reciclagem não computadas nesse valor.<br />

Assim, serão tratados 46 milhões de toneladas de<br />

RSU por ano, sendo destinados 62% para URE, 21%<br />

para CDR, 11% para biogás e 6% para reciclagem,<br />

somente 4% serão destinados a aterros. Serão gerados<br />

15 mil empregos diretos, e evitará 63 milhões de<br />

44 www.REVISTABIOMAIS.com.br


toneladas de CO2 equivalente, o que corresponde a<br />

192 milhões de árvores plantadas por ano, área similar<br />

ao município de São Paulo (SP).<br />

A Abren estima que tenham sido investidos cerca<br />

de R$ 150 milhões em usinas de CDR e coprocessamento,<br />

R$ 50 milhões em usinas de TMB e aproximados<br />

R$ 600 milhões na construção da URE Barueri,<br />

sendo que as obras se iniciam no 1º semestre de<br />

2022 e devem ser concluídas em um horizonte de 32<br />

meses.<br />

Os associados da Abren esperam investir mais de<br />

R$ 5 bilhões nas plantas que vão participar de leilões<br />

nos próximos meses. Estima-se que, nos próximos<br />

10 anos, essas empresas invistam em torno de R$<br />

50 bilhões em usinas de recuperação energética de<br />

resíduos no Brasil.<br />

Para 2022, a associação trabalha para que sejam<br />

contratados 150 MW de potência instalada em leilões<br />

promovidos pelo MME (Ministério de Minas e Energia),<br />

inclusão de energia gerada a partir de RSU nos<br />

diversos leilões A-4, A-5 e A-6, assim como nos leilões<br />

de capacidade. Também atua para que as emendas<br />

legislativas encaminhadas sejam aprovadas ainda em<br />

2022, seja por meio de projetos existentes ou projeto<br />

próprio. Com apoio do FMASE (Fórum do Meio<br />

Ambiente do Setor Elétrico) e da Coalizão Valorização<br />

Energética de Resíduos, a ABREN conta com articulação<br />

ampla do setor privado para buscar a aprovação<br />

de instrumentos econômicos que irão alavancar ainda<br />

mais projetos waste-to-energy no Brasil.<br />

A ABREN também espera que a Aneel (Agência<br />

Nacional de Energia Elétrica) regulamente ainda<br />

neste 1º semestre de 2022 a geração distribuída por<br />

chamada pública, permitindo que as distribuidoras de<br />

energia elétrica contratem até 10% de sua demanda<br />

nacional, incluindo usinas de recuperação energética<br />

de resíduos.<br />

Além disso, existe a expectativa de que o mercado<br />

de crédito de carbono seja regulamentado e inicie<br />

a operação financeira no Brasil, o que valorizará os<br />

projetos de recuperação energética de resíduos no<br />

país, especialmente para atendimento do compromisso<br />

assumido pelo Brasil na COP 26, que traz a meta de<br />

redução de 30% do metano gerado até 2030.<br />

Há também a perspectiva de que sejam editadas<br />

regulações específicas no âmbito da ANA (Agência<br />

Nacional de Águas e Saneamento Básico), Aneel e<br />

Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) para<br />

regular adequadamente todas as questões inerentes à<br />

recuperação energética de resíduos no Brasil.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

45


MERCADO<br />

GERAÇÃO<br />

SOLAR<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


BNDES FINANCIARÁ GERAÇÃO DE<br />

ENERGIA SOLAR PARA CONSUMIDORES<br />

NA REGIÃO NORTE DE MANEIRA INÉDITA<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

47


MERCADO<br />

O<br />

BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento<br />

Econômico e Social) aprovou<br />

operação que permitirá o consumidor de<br />

energia da região norte do Brasil, principalmente<br />

da Amazônia, a substituir seus geradores a<br />

diesel por usinas fotovoltaicas. O banco adquiriu 95%<br />

dos R$ 60 milhões em debêntures verdes emitidas<br />

pela Amazônia Solar Companhia Securitizadora de<br />

Créditos Financeiro. A emissão viabilizará a parceria<br />

com a fintech Solfácil, especializada em financiar a<br />

instalação de sistemas de microgeração solar fotovoltaica.<br />

A operação permitirá o financiamento a cerca de<br />

1.600 projetos num prazo de até 150 meses para a instalação<br />

de sistemas solares fotovoltaicos em residên-<br />

O BNDES, junto com a<br />

Solfácil, está construindo uma<br />

iniciativa focada na transição<br />

energética da Amazônia,<br />

por meio do melhor<br />

aproveitamento de recursos<br />

renováveis disponíveis<br />

Rodrigo Bacellar, da Área de Energia<br />

do BNDES<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


cias e empresas localizadas na região. Será a Solfácil a<br />

responsável por avaliar a capacidade do contratante e<br />

do contratado, além de verificar a viabilidade do sistema<br />

para o consumidor antes de aprovar o crédito.<br />

Cada investimento, na ponta, deverá apresentar<br />

um custo médio em torno de R$ 37 mil e será 100%<br />

financiado. Ao todo, serão cerca de 12 MWp de capacidade<br />

instalada, equivalente ao consumo de quase sete<br />

mil famílias.<br />

Esta é a primeira vez que o BNDES atua neste<br />

formato. O volume total estimado de carbono evitado<br />

é da ordem de 30.500 tCO2 e em 15 anos, que é equivalente<br />

a emissão de 1.017 veículos por ano.<br />

Trata-se de operação piloto, visando promover<br />

a aceleração da geração solar distribuída na Região<br />

Norte, na qual existem problemas de fornecimento de<br />

energia e cerca de 250 sistemas isolados que utilizam<br />

A operação vai contribuir<br />

para democratizar o acesso<br />

à geração solar para os<br />

consumidores de energia<br />

da região norte, permitindo<br />

maior acesso ao crédito<br />

na ponta e promovendo a<br />

desconcentração bancária<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

49


MERCADO<br />

a geração térmica a diesel para fornecimento de<br />

energia elétrica.<br />

Na opinião da diretora de Concessão de Crédito<br />

à Infraestrutura do BNDES, Solange Vieira, a operação<br />

é inovadora na forma de atuação do BNDES, ao<br />

permitir o acesso do consumidor final aos recursos do<br />

BNDES sem a intermediação tradicional de bancos. “A<br />

operação vai contribuir para democratizar o acesso<br />

à geração solar para os consumidores de energia da<br />

Região Norte, permitindo maior acesso ao crédito na<br />

ponta e promovendo a desconcentração bancária.”<br />

Outro benefício para o consumidor é a redução<br />

no gasto com contas de luz, estimada em até 90%. A<br />

compensação será suficiente para pagar o financiamento.<br />

Após a liquidação do empréstimo, o consumidor<br />

será o proprietário do sistema fotovoltaico, que<br />

tem uma durabilidade prevista de 25 anos.<br />

Do ponto de vista do desenvolvimento regional,<br />

serão gerados novos empregos e renda para a região<br />

Este é um projeto piloto<br />

a partir do qual o banco<br />

espera desenvolver muitos<br />

outros, em parceria com o<br />

mercado<br />

Fábio Scherma, chefe do<br />

Departamento de Energia Elétrica<br />

do BNDES<br />

50 www.REVISTABIOMAIS.com.br


norte, sobretudo para os instaladores locais dos sistemas<br />

fotovoltaicos.<br />

O gerente Rodrigo Bacellar, da Área de Energia do<br />

BNDES, destacou que a operação reitera o compromisso<br />

do BNDES com o desenvolvimento sustentável:<br />

“O BNDES, junto com a Solfácil, está construindo<br />

uma iniciativa focada na transição energética da<br />

Amazônia, por meio do melhor aproveitamento de<br />

recursos renováveis disponíveis, beneficiando milhares<br />

de consumidores de energia da Região”, afirmou o<br />

gerente. Já, Fábio Scherma, chefe do Departamento<br />

de Energia Elétrica do BNDES ressalta que “este é um<br />

projeto piloto a partir do qual o Banco espera desenvolver<br />

muitos outros, em parceria com o mercado.”<br />

As debêntures são caracterizadas como verdes,<br />

com base nas diretrizes do Green Bond Principles,<br />

emitidas pela ICMA (International Capital Market<br />

Association), conforme desempenho socioambiental<br />

avaliado por consultoria especializada em parecer<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 51


ECONOMIA<br />

MUDANÇAS<br />

NA ÁREA<br />

LEI QUE REGULA O MERCADO DE GERAÇÃO<br />

DE ENERGIA FOI SANCIONADA PELO<br />

PRESIDENTE JAIR BOLSONARO E TRAZ<br />

SEGURANÇA JURÍDICA PARA O SETOR;<br />

SAIBA O QUE MUDA PARA O CONSUMIDOR<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

52 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

53


ECONOMIA<br />

A<br />

nova Lei 14.300, sancionada com vetos<br />

em março pelo Presidente da República,<br />

Jair Bolsonaro (PL) regulamenta o setor<br />

de energias alternativas no Brasil e cria o<br />

Programa de Energia Renovável Social.<br />

De acordo com Leandro Kuhn, CEO da L8 Group<br />

(conglomerado empresarial que atua em soluções<br />

tecnológicas), a nova legislação traz segurança jurídica<br />

para o setor e vai impulsionar as vendas e instalações<br />

de Sistemas Geradores Fotovoltaicos em 2022. “A falta<br />

de uma regulamentação traria instabilidade para o<br />

setor, que vem crescendo muito no Brasil, principalmente<br />

nos últimos cinco anos”, destaca.<br />

Para Leandro Kuhn, com a nova legislação, o Brasil<br />

está preparado para um crescimento vertiginoso nos<br />

próximos anos, seguindo uma tendência mundial<br />

de investimentos em fontes alternativas de energia<br />

elétrica.<br />

“Acompanhamos a tramitação deste projeto no<br />

Congresso Nacional e o texto que foi sancionado foi<br />

um acordo. Não foi o melhor texto para o setor de<br />

geração distribuída, mas foi o acordo possível. Ele<br />

mantém um equilíbrio entre a demanda crescente<br />

do setor fotovoltaico e as distribuidoras de energia<br />

elétrica”, explica.<br />

O QUE MUDA PARA O CONSUMIDOR?<br />

De acordo com o texto, a partir de agora, os<br />

consumidores residenciais ou pequenos comércios<br />

geradores de energia poderão se unir na modalidade<br />

loteamento para microgeração e ter uma única<br />

central geradora de até 1 MW (Megawatts), desde que<br />

54 www.REVISTABIOMAIS.com.br


estejam localizados lado a lado, o que minimiza os<br />

custos de produção. Será permitida ainda a instalação<br />

de microgeração e minigeração distribuída com a<br />

combinação de diferentes fontes de energia, como a<br />

eólica e a fotovoltaica, por exemplo.<br />

O diretor da L8 Energy (empresa do Grupo L8 que<br />

atua na industrialização e distribuição de sistemas<br />

fotovoltaicos) Guilherme Nagamine, explica que a lei<br />

estabelece os limites de geração para cada modalidade<br />

de geração distribuída. A microgeração é definida<br />

para os geradores com potência menor ou igual a 75<br />

kW. A minigeração distribuída tem potência de 75 kW<br />

a 5 MW para fontes hidrelétricas, biomassa e biogás e,<br />

de 75 kW a 3 MW para fontes geradoras solar e eólica.<br />

“A principal mudança para o consumidor que tiver<br />

sistema de geração de energia por meios renováveis,<br />

como solar fotovoltaica, eólica, biomassa e centrais<br />

“A principal mudança<br />

para o consumidor<br />

que tiver sistema de<br />

geração de energia<br />

por meios renováveis,<br />

como solar fotovoltaica,<br />

eólica, biomassa e<br />

centrais hidrelétricas, é a<br />

remuneração da TUSD”<br />

Guilherme Nagamine, diretor da L8<br />

Energy<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

55


ECONOMIA<br />

hidrelétricas, é a remuneração da TUSD (Tarifa de<br />

Uso do Sistema de Distribuição), por meio de uma<br />

metodologia para valores de créditos de energia,<br />

fazendo uma diferenciação de compensação, fontes e<br />

capacidade instalada que será de responsabilidade da<br />

ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)”, destaca<br />

Nagamine.<br />

CRISE HÍDRICA EVIDENCIA NECESSIDADE<br />

DE INVESTIMENTOS EM ENERGIAS RENOVÁVEIS<br />

O Marco Legal da Geração Distribuída vem em<br />

um momento crítico para o atual sistema elétrico brasileiro,<br />

em meio à maior crise hídrica do Brasil desde<br />

1910, que atinge cerca de 40% do território nacional,<br />

segundo dados da ANA (Agência Nacional de Águas)<br />

e do CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e<br />

Alertas de Destras Naturais).<br />

“Ele mantém um<br />

equilíbrio entre a<br />

demanda crescente do<br />

setor fotovoltaico e as<br />

distribuidoras de energia<br />

elétrica“<br />

56 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Dados da ANEEL e da ABSOLAR (Associação<br />

Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) demonstram<br />

que 57,6% da energia gerada no país vem de fontes<br />

hídricas, enquanto apenas a energia solar fotovoltaica<br />

é responsável por apenas 2,4% da matriz energética<br />

brasileira. Leandro Kuhn lembra que os dados<br />

reforçam a necessidade de investimentos em fontes<br />

alternativas de energia em um país que ainda é muito<br />

dependente dos recursos hídricos.<br />

“Além de ser uma energia mais barata e ambientalmente<br />

sustentável, a geração de energia distribuída<br />

pode desafogar o sistema elétrico Integrado, gerando<br />

energia no próprio local de consumo”, analisa.<br />

“A escassez de água novamente evidenciou a<br />

dependência do Brasil em relação à energia gerada<br />

pelas usinas hidrelétricas e provocou um aumento das<br />

tarifas. A energia fotovoltaica é uma fonte alternativa<br />

que vem para ajudar o consumidor a não sentir os impactos<br />

desses aumentos na conta de energia elétrica,<br />

já que esses sistemas podem gerar uma economia de<br />

até 95% na fatura mensal”, finaliza Nagamine.<br />

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ARTIGO<br />

O CRESCIMENTO<br />

POPULACIONAL<br />

E OS IMPACTOS AMBIENTAIS<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

58 www.REVISTABIOMAIS.com.br


MARIA DA CONSOLAÇÃO FERREIRA<br />

JOSELAINE FERREIRA LOPES<br />

RESUMO<br />

O<br />

objetivo do presente artigo é discutir, a partir<br />

de uma revisão da literatura, sobre os impactos<br />

ambientais causados pelo crescimento populacional<br />

sem as devidas precauções. Este estudo<br />

se configura como bibliográfico e descritivo e, desse modo,<br />

consultou-se artigos científicos e livros que versam sobre a<br />

temática aqui abordada. O problema de pesquisa que guiará<br />

esse estudo está ligado à compreensão de se os impactos<br />

ambientais são um problema governamental ou representam<br />

a falta de conscientização da população, o que justifica<br />

a relevância da proposta. Parte-se da hipótese de que com o<br />

crescimento da população, a demanda por moradias e mais<br />

alimentos foi aumentando cada vez mais. Em pesquisas a<br />

respeito do tema e a partir de visitas realizadas em lixões<br />

e diversos setores de construções da cidade, a conclusão<br />

foi que se homem e natureza não conviverem harmoniosamente,<br />

em pouco tempo não terá mais como viver de forma<br />

sustentável. Terrenos preservados e florestas são devastadas<br />

para construção de novas moradias. A pesquisa tem como<br />

objetivo, então, refletir sobre como essa prática tem afetado<br />

o meio ambiente. Os surgimentos de novos bairros afetam<br />

a natureza e, devido à falta de planejamento, a interferência<br />

humana prejudica ainda mais a saúde do planeta. Todos os<br />

dias são destruídos espaços juntamente com suas biodiversidades<br />

e, no lugar, surgem novas casas, novos prédios,<br />

novos espaços de lazer, etc. Como resultado, tem-se o fato<br />

de que o homem tem interferido cada vez mais e de diferentes<br />

maneiras ao modificar o meio ambiente, prejudicando a<br />

natureza e ele mesmo.<br />

Palavras-chave: Impacto ambiental, preservação, sustentabilidade,<br />

justiça social.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

59


ARTIGO<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

O impacto ambiental é um desequilíbrio provocado pelo<br />

choque de relação entre o homem e a natureza advindo da<br />

revolução humana, ou seja, no momento em que o homem<br />

começou a evoluir em seu modo de vida. Nos primórdios, o<br />

homem vivia em harmonia e submisso à natureza. Tem-se,<br />

então, como problema, analisar se os impactos ambientais<br />

são um problema governamental ou representam a falta de<br />

conscientização da população. A concentração da população<br />

em ambientes urbanos é cada vez maior. Esse fenômeno<br />

gera um crescimento desordenado e acelerado, provocando<br />

uma série de mudanças no meio ambiente. Com a expansão<br />

urbana desordenada, surge a necessidade de adaptação<br />

das cidades como construções de casas, prédios, sem contar<br />

com o crescimento das favelas em áreas urbanas sem que<br />

haja uma fiscalização adequada de profissionais competentes.<br />

Não tendo a devida orientação, o que se vê são construções<br />

feitas de forma irregular e precária. Com isso, a degradação<br />

do meio ambiente é constante, representada pelo<br />

lixo e entulhos depositados em qualquer lugar, esgoto a céu<br />

aberto e em razão de uma série de problemas relacionados à<br />

saúde, higiene, falta de estrutura e ausência de conhecimentos<br />

sobre preservação e meio ambiente. A escolha do tema<br />

se deu pelo fato de ser necessário observar a relação do ser<br />

humano com o meio ambiente, marcada pelo desrespeito.<br />

Desrespeito esse que, em muitas das vezes, é gerado pela<br />

falta de conhecimento da causa ou mesmo orientação na<br />

hora de agir. A metodologia que embasa esse estudo é a<br />

pesquisa de caráter bibliográfico e descritivo, e, em razão<br />

disso, consultou-se artigos e livros relacionados à temática,<br />

com vistas a discutir sobre os impactos dessa relação<br />

homem vs natureza.<br />

A partir dos achados, constata-se que a qualidade de<br />

vida do ser humano está cada vez pior devido aos maus<br />

hábitos adquiridos ao longo dos anos. Estamos no século<br />

XXI e os problemas ambientais estão piorando de forma<br />

acelerada, o que torna as estratégias necessárias ao convívio<br />

harmônico entre homem e natureza indispensáveis. O<br />

objetivo principal desse trabalho é apresentar estratégias<br />

para que se busque por soluções para que as autoridades<br />

locais e a população se conscientizem de que a natureza é<br />

como nossa casa, precisando ser limpa e preservada. Levar<br />

essas ideias para as escolas públicas e particulares, por meio<br />

de palestras e elaboração de cartazes sobre a preservação<br />

do meio ambiente, espera-se obter resultados satisfatórios.<br />

Visa-se, também, buscar por soluções junto às empresas<br />

poluidoras e às autoridades competentes dos municípios.<br />

2. METODOLOGIA<br />

Conforme Gil (2006), a pesquisa bibliográfica toma forma<br />

a partir da consulta à materiais já elaborados, sendo esses,<br />

principalmente, artigos científicos e livros. Aponta, também,<br />

que quase todos os tipos de estudos possuem essa natureza,<br />

contudo, há pesquisas que se voltam exclusivamente<br />

ao desenvolvimento a partir de fontes bibliográficas. Nesse<br />

sentido, cabe auferir que uma grande parcela dos estudos<br />

descritivos e exploratórios são definidos como pesquisas<br />

bibliográficas, e, desse modo, pode-se propor análise de<br />

diversas posições sobre um determinado problema, isto<br />

é, apoia-se na literatura para analisar, cientificamente, um<br />

fenômeno. Os materiais a serem consultados (artigos e<br />

livros) são fontes bibliográficas por excelência, e, assim, são<br />

empregados como referências, ou seja, para sustento de<br />

posicionamentos do autor.<br />

Os materiais bibliográficos tomados como referência,<br />

de acordo com Gil (2006), são fontes que têm como escopo<br />

possibilitar, ao autor, a rápida obtenção de informações<br />

necessárias para o embasamento de seus argumentos, isto<br />

é, esses dados podem ser localizados facilmente. Há dois<br />

tipos de possibilidades de referência: a informativa (contém<br />

a informação que se busca) e a remissiva (o material remete<br />

à outras fontes).<br />

Cabe destacar, também, segundo Marconi e Lakatos<br />

(2002) e Gil (2006), que a principal vantagem da pesquisa de<br />

caráter bibliográfico é o fato de que permite, ao pesquisador-autor,<br />

que investigue uma vasta gama de fenômenos e/<br />

ou problemas sociais. Essa abordagem permite uma análise<br />

ampla e profunda do assunto investigado. Quando há a<br />

presença de dados muito dispersos essa vertente é particularmente<br />

eficiente.<br />

Gil (2006) cita, como exemplo, o fato de que seria<br />

inviável ao pesquisador percorrer todo o território brasileiro<br />

em busca de dados sobre uma determinada população, e,<br />

assim, se há, a seu dispor uma bibliografia que contém os<br />

dados almejados, ele consegue avançar com a sua pesquisa.<br />

No caso de estudos históricos a abordagem também é<br />

indispensável, uma vez que não é possível conhecer a nossa<br />

história sem recuperarmos as fontes que preservaram essa<br />

história. Contudo, Gil (2006), chama a atenção para o fato<br />

de que é preciso tomar cuidado com esses dados para que<br />

não sejam coletados e processados de forma equivocada.<br />

Há pesquisas que carregam erros, e, desse modo, quando<br />

reproduzidas, esses erros continuam a perpetuar. A fim de se<br />

reduzir tal problema, é preciso que se descubra as incoerências/contradições<br />

e que se faça uso de fontes diversas para<br />

abordar um assunto.<br />

60 www.REVISTABIOMAIS.com.br


3. A RELAÇÃO HOMEM VS MEIO AMBIENTE<br />

A relação entre homem e meio ambiente tem se tornado<br />

cada vez mais insustentável, pois, com o crescimento<br />

demográfico avançando continuamente, a vida sustentável<br />

do planeta está cada vez mais escassa. A população tem<br />

crescido assustadoramente, e, com isso, o consumismo tem<br />

aumentado. Com o crescimento desordenado das grandes<br />

cidades e as grandes devastações das áreas verdes, a<br />

extinção de plantas e animais silvestres está aumentando a<br />

cada dia. É cada vez mais comum ouvir pessoas reclamarem<br />

de poluição, doenças relacionadas a tal coisa, e, em alguns<br />

lugares, há até escassez de alimentos (Martine, 1993). A harmonia<br />

entre o homem e a natureza precisa ser estabelecida,<br />

antes que não haja mais natureza para preservar.<br />

Quando falamos sobre preservação ambiental, precisa-<br />

-se compreender que é algo muito além do que ensinamos<br />

na sala de aula. Vivemos em uma sociedade capitalista e<br />

o que sempre fazemos é explorar os recursos naturais, até<br />

esgotá-los. No material de estudos fornecidos pela UCAM,<br />

(2014, p. 9), que se trata de uma apostila que apresenta<br />

aspectos voltados à Projetos, Planejamento e Licenciamento<br />

Ambiental, um trecho esclarece que:<br />

Os artigos 1º e 2º da Lei 9.795/99, que dispõe sobre educação<br />

ambiental e institui a política nacional de educação<br />

ambiental, definem educação ambiental como os processos<br />

por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem<br />

valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências<br />

voltadas para a conservação do meio ambiente,<br />

bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade<br />

de vida e sua sustentabilidade, sendo um componente<br />

essencial e permanente da educação nacional, devendo<br />

estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e<br />

modalidades do processo educativo, em caráter formal e<br />

não formal (Ucam, 2014, p. 9).<br />

Segundo Hogan (1991), em seu artigo: Crescimento<br />

Demográfico e Meio Ambiente; sabe-se que a pressão<br />

demográfica já foi responsabilizada por todos os males do<br />

mundo moderno, tais como: desertificação, fome, esgotamento<br />

de recursos, degradação ambiental, etc. O que pôde<br />

ser constatado com esse argumento é que está longe de ser<br />

resolvida a questão do crescimento populacional sem que<br />

ocorra a degradação do meio ambiente. Existe, ainda, uma<br />

problemática maior que tem se intensificado a cada ano. É a<br />

questão do lixo. Quanto mais cresce a população, mais lixo<br />

se fabrica todos os dias. Um problema que envolve todos na<br />

busca de solução. As instituições de ensino educação infantil<br />

e ensino fundamental que têm seus currículos voltados à<br />

educação ambiental percebem que, ainda na infância, é<br />

possível corrigir vários erros dos nossos antepassados.<br />

As formas de trabalhar a conscientização ambiental nas<br />

escolas vão muito além de sua inserção no currículo escolar.<br />

O trabalho é realizado em conjunto com familiares e autoridades<br />

locais. Em visita ao depósito de lixo da cidade de<br />

Pedro Leopoldo (MG), foi possível observar que os esforços<br />

da política ambiental local tinham como escopo dar um fim<br />

às toneladas de lixos que são fabricadas todos os dias pelos<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

61


ARTIGO<br />

moradores. A reciclagem foi desenvolvida como solução<br />

para o problema, pois, além de dar emprego a muitas famílias,<br />

resolveu, em parte, a produção descontrolada de lixo,<br />

diminuindo, assim, os impactos causados pelo lixo. Quanto<br />

ao restante do lixo, ou seja, aquele que não tem mais como<br />

reutilizar é despejado em uma grande caçamba e, depois,<br />

levado para cidade de Sabará (MG), onde existe um aterro<br />

bem estruturado.<br />

Com os recursos e cuidados necessários na captação e<br />

queima de gás, tratamento de chorume e demais cuidados<br />

necessários, visando, dessa forma, acabar com a infestação<br />

de animais e urubus no local, é possível obter resultados<br />

bastante satisfatórios, porém, cabe a mudança de postura.<br />

Foi um grande avanço, pois, no passado, o lixo era depositado<br />

à céu aberto, trazendo transtornos para os moradores<br />

próximos ao lixão e, assim, muitas doenças eram transmitidas<br />

às pessoas que procuravam materiais no lixo. Tratando-<br />

-se de soluções para preservar o meio ambiente, é preciso<br />

colocar em pauta dois fatores. De um lado está a natureza,<br />

localizada onde sempre esteve. Do outro, o homem, que,<br />

por sua vez, busca e cria novas tecnologias, utilizando, para<br />

isso, recursos que, na maioria das vezes, agridem e destroem<br />

o meio ambiente.<br />

No tocante à criação de instrumentos legais, a Constituição<br />

Federal determina, em seu artigo 23, inciso VI, que cabe<br />

à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a<br />

competência concorrente para “proteger o meio ambiente<br />

e combater a poluição em qualquer de suas formas”. Essa<br />

possibilidade decorre da concretização do denominado<br />

federalismo cooperativo refletido no parágrafo único do art.<br />

23, que prevê que uma lei complementar fixe normas para a<br />

cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e municípios,<br />

visando equilíbrio de desenvolvimento e bem-estar em<br />

âmbito nacional (Cervi, 2009, s/p).<br />

E, na busca de seus ideais, esquecem que sem preservação<br />

não existe natureza e sem natureza não tem sobrevivência.<br />

Há que se concordar com Dias (2003) quando infere que<br />

a falta de planejamento adequado na utilização dos recursos<br />

naturais acarretará, à médio prazo, o esgotamento desses<br />

recursos, que, em muitas das vezes, são irrecuperáveis ou<br />

são recompostos em um espaço de tempo muito longo.<br />

4. O CRESCIMENTO POPULACIONAL E A SUA<br />

RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE<br />

A busca pela sobrevivência está cada vez mais disputada<br />

entre homens e natureza, e, nessa busca desenfreada, é<br />

comum encontrar vários rastros de destruição deixados pelo<br />

ser humano. Não adianta lembrar e falar sobre Protocolo de<br />

Kyoto, Eco-92 e de demais instituições que tratam do assunto<br />

de preservação ambiental se não colocarem em prática<br />

tudo que foi tratado. As fábricas continuam poluindo, as florestas<br />

estão sendo destruídas, os rios poluídos com o despejo<br />

de esgotos, além de resíduos tóxicos das grandes fábricas,<br />

sem contar o lixo hospitalar que ainda causa transtorno no<br />

manejo e descarte. A aceleração do crescimento populacional<br />

tem contribuído muito com o estrago da natureza. Todo<br />

os anos são colocadas grandes frotas de veículos nas ruas<br />

e, apesar da fiscalização, o grau de poluição emitidos pelas<br />

descargas dos veículos ainda é muito preocupante.<br />

Nesse contexto, visualiza-se, ainda hoje, que a poluição<br />

emitida na atmosfera é contínua e faz com que os hospitais<br />

fiquem lotados e as pessoas doentes em razão de problemas<br />

respiratórios, sendo que os mais prejudicados são as<br />

crianças e os idosos. A qualidade de vida está cada vez pior,<br />

principalmente nas grandes cidades, onde existe uma quantidade<br />

maior de veículos nas ruas e fábricas poluidoras. Não<br />

é preciso ir muito longe para vislumbrar o que o ser humano<br />

tem feito para destruir o meio ambiente. No nosso bairro,<br />

nas ruas de nossa cidade e mesmo na vizinhança ao lado<br />

vemos a ignorância do ser humano à respeito do assunto. É<br />

necessário, urgentemente, implantar a educação ambiental<br />

no currículo escolar, de forma obrigatória, com pessoas capacitadas<br />

para instruir as crianças à respeito da importância<br />

e os cuidados que se deve ter para com o meio ambiente.<br />

Deve-se orientar e educar desde cedo, pois esse é o<br />

recurso mais eficiente. Não devemos esperar que essas<br />

crianças se tornem adultos para que se comprometam com<br />

o meio. Aprender a respeitar a natureza é uma tarefa que<br />

deve ser ensinada em casa, nas empresas e nas escolas. Muito<br />

se houve falar na destruição da floresta amazônica com o<br />

desmatamento, incêndios, etc. Contudo, esquecemos que a<br />

educação ambiental começa dentro de nossas residências,<br />

quando orientamos a família e aplicamos medidas cabíveis<br />

quanto ao descarte de nosso lixo, usando a reciclagem e fazendo<br />

o uso consciente da água e energia elétrica, evitando<br />

desperdícios desnecessários. A maior parte das águas potáveis<br />

que consumimos vem dos rios (Paiva, 2011). Além do<br />

lixo que vai parar no leito de um rio depois de fortes chuvas,<br />

existe, também, a contaminação pelo esgoto não tratado<br />

das residências e indústrias.<br />

Não podemos esquecer que a distribuição irregular da<br />

população vem afetando muito a condição climática, pois<br />

a densidade demográfica tem aumentado cada vez mais<br />

na região sudeste e litorânea, motivo pelo qual essa região<br />

concentra maior crescimento populacional cujos impactos<br />

ambientais são maiores.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

De acordo com tudo que foi exposto na pesquisa<br />

62 www.REVISTABIOMAIS.com.br


concluiu-se que o problema com o meio ambiente abrange<br />

todo planeta. Com uma visão mais futurista foi possível perceber<br />

que a solução para tais problemas está nas mãos de<br />

cada um, pois já não é mais um problema somente político-<br />

-organizacional. Se cada indivíduo conscientizar e começar,<br />

mesmo com medidas simples, dentro do seu próprio<br />

ambiente onde habita e trabalha, cuidando do seu espaço,<br />

a contribuição para a preservação será visível à todos. A<br />

mudança de atitude das pessoas diante da nova realidade<br />

propicia uma qualidade de vida melhor. Para viver de forma<br />

sustentável é necessário que homem e natureza vivam em<br />

harmonia. Para que aconteça a melhoria não podemos<br />

cobrar nada da natureza, pois ela está onde sempre esteve.<br />

Cabe, a nós, preservá-la.<br />

O invasor é o ser humano que degrada, agride, maltrata<br />

sem se importar com as consequências futuras, que, na<br />

verdade, já não pertencem mais ao futuro, é uma realidade.<br />

Da forma de como está acelerada a devastação muito em<br />

breve os problemas relacionados aos atos humanos sobre<br />

a natureza serão irreversíveis. Lembrando que o homem foi<br />

feito por causa da natureza, não o inverso. Conscientizar a<br />

população sobre preservação ambiental é a melhor solução<br />

para melhorar a qualidade de vida e contribuir, também,<br />

para com um desenvolvimento sustentável em cada localidade.<br />

Com algumas atitudes como: reflorestar as áreas desmatadas,<br />

criar um processo de despoluição dos nossos rios e<br />

córregos e com a adesão a medidas sustentáveis, como, por<br />

exemplo, o uso consciente dos recursos naturais, evita-se,<br />

assim, qualquer tipo de poluição.<br />

Devemos, também, conscientizar as gerações futuras<br />

sobre a preservação ambiental, criando leis que garantam<br />

essa preservação, pois, desse modo, tem-se esperança em<br />

salvar o planeta. Com o aumento da população, aumenta-se<br />

a taxa de mortalidade. Preservando e cuidando do meio<br />

ambiente, acarreta, por outro lado, a melhora da qualidade e<br />

expectativa de vida.<br />

Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/meio-ambiente/crescimento-populacional


AGENDA<br />

MAIO 2022<br />

XXI SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO<br />

E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA<br />

Data: 15 a 18<br />

Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />

Informações: xxvisnptee.com.br/<br />

DESTAQUE<br />

JUNHO 2022<br />

ECOENERGY<br />

Data: 7 a 9<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: feiraecoenergy.com.br/16/<br />

Imagem: divulgação<br />

SENDI VITÓRIA<br />

Data: 21 a 24<br />

Local: Serra (ES)<br />

Informações: www.sendi.org.br/<br />

AGOSTO 2022<br />

XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />

PLANEJAMENTO ENERGÉTICO<br />

Data: 24 a 26<br />

Local: Formato híbrido<br />

Informações: www.xiiicbpe.com.br/<br />

SETEMBRO 2022<br />

ENERGY SOLUTIONS SHOW<br />

Data: 27 a 29<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: www.energysolutionsshow.com.br/<br />

pt/home.html<br />

FENASUCRO & AGROCANA<br />

Data: 16 a 19 de agosto<br />

Local: Sertãozinho (SP)<br />

Informações:<br />

www.fenasucro.com.br/pt-br.html<br />

A Fenasucro & Agrocana, uma das maiores<br />

e mais engajadas comunidades do setor<br />

de bioenergia do mundo, reúne marcas e<br />

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energética e de todos os elos da cadeia<br />

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periódicas realizadas junto à comunidade,<br />

a Fenasucro & Agrocana entende e prioriza<br />

os mais importantes interesses de cada elo<br />

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OPINIÃO<br />

Foto: divulgação<br />

ELETRICIDADE 4.0: NOVO<br />

CONCEITO PARA A<br />

DESCARBONIZAÇÃO DO<br />

PLANETA E O IMPACTO<br />

POSITIVO NA RECEITA DAS<br />

EMPRESAS<br />

O<br />

Brasil passa por um momento de desafios severos<br />

no abastecimento hídrico, o que impacta<br />

diretamente a geração de energia. Prova desse<br />

impacto é que já tivemos um registro de crescimento<br />

acima de 100% na tarifa de energia, segundo dados da<br />

EPE (Empresa de Pesquisa Energética).<br />

Como a energia desempenha papel vital em nossas vidas,<br />

é necessário analisar cada etapa da cadeia de valor, da geração,<br />

transmissão e distribuição, ao uso e consumo de energia,<br />

e disseminar a mudança contínua na mentalidade e nas<br />

práticas corporativas nacionais e internacionais, maximizando<br />

a performance energética das organizações com mínimo<br />

impacto ao meio ambiente.<br />

Nesse contexto, acredito que a Eletricidade 4.0 é o caminho<br />

para a gestão efetiva da aplicação dos recursos energéticos<br />

e para evitar medidas mais drásticas, como o racionamento,<br />

ao ampliar a visibilidade das oportunidades de resposta<br />

à demanda, eficiência energética e redução associada de<br />

emissões de carbono em ritmo significativo e, consequentemente,<br />

beneficiando o planeta ao promover o uso da energia<br />

de forma resiliente, segura, e muito mais sustentável.<br />

Por unir a eficiência da gestão de energia com o potencial<br />

da digitalização, a Eletricidade 4.0 torna-se um diferencial<br />

no engajamento em ações sustentáveis. Ela influencia não<br />

apenas a reputação de uma empresa perante seus parceiros<br />

e clientes, mas principalmente o seu resultado financeiro, por<br />

elucidar o impacto do uso da energia e recursos na matriz<br />

de competitividade da organização, permitindo concatenar<br />

esforços em prol de um melhor desempenho dos negócios.<br />

POR QUE ELETRICIDADE 4.0?<br />

Eletricidade Quatro Ponto Zero remete ao termo: Indústria<br />

Quatro Ponto Zero; e vem do conceito de Quarta Revolução<br />

Industrial. Porém, há outro significado mais profundo que usaremos<br />

cada vez mais: Eletricidade para Zero, com a implicação<br />

de zero desperdício, zero emissões ou zero carbono.<br />

COMO ACONTECE ESSA UNIÃO ENTRE GESTÃO<br />

E DIGITALIZAÇÃO?<br />

A gestão é possível por meio das tecnologias de automação,<br />

que permitem racionalizar o uso da energia, por meio<br />

da ampla capacidade de comando e controle de processos,<br />

instalações e equipamentos, reduzindo o consumo de uma<br />

empresa entre 30% e 40%. Por sua vez, a digitalização torna<br />

essa energia inteligente, gerando informações e dados<br />

relevantes para tomada de decisão em tempo real, dando<br />

transparência ao manuseio e gerenciamento dos dados sobre<br />

a performance energética.<br />

Atuando em conjunto, os dois fatores produzem aumento<br />

da eficiência e eliminam o desperdício, além de permitir a integração<br />

de fontes energéticas em qualquer escala e ao longo<br />

de todo sistema elétrico - reduzindo perdas e maximizando o<br />

uso de infraestrutura, traçando um caminho para a sustentabilidade,<br />

uma vez que a eletricidade continua sendo o melhor<br />

e mais eficiente vetor de descarbonização.<br />

É uma forma de agilizar a recuperação verde do planeta,<br />

por ser uma solução difusa, com grande capacidade de<br />

geração de emprego e renda, impedindo que o mesmo seja<br />

irreversivelmente impactado pelas mudanças climáticas e<br />

pela falta de integração dos recursos energéticos.<br />

Tudo isso compõe uma inovação que certamente proverá<br />

para as empresas a máxima segurança energética - a partir de<br />

uma energia acessível, renovável e inteligente, combinando<br />

todo o potencial de redes inteligentes, geração distribuída,<br />

armazenagem, resposta à demanda e eficiência energética,<br />

devido à integração total proporcionada pela Eletricidade 4.0.<br />

Por Rafael Segrera<br />

Presidente da Schneider Electric para a América do Sul<br />

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