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JORNAL NOSSO BEM ESTAR | ANO 11 | Nº 126 | CAXIAS DO SUL | (54) 3028-7479 | WWW.NOSSOBEMESTAR.COM

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11 • Nº 126 • Abril <strong>2022</strong> • Nosso Bem Estar<br />

tos e histórias, como forma de reconectar<br />

as novas gerações aos conhecimentos<br />

e memórias dos mais idosos. Em três<br />

décadas, a população cresceu dez vezes.<br />

Os Yawanawá recuperaram a tradição<br />

dos rituais antigos e falam a língua<br />

ancestral, mas se conectam ao mundo<br />

contemporâneo usando smartphones e<br />

computadores, por meio de antenas de<br />

wifi instaladas nas aldeias, tornando-se<br />

prova viva de que indígenas podem aliar<br />

cultura tradicional a empreendedorismo.<br />

Um dos aspectos marcantes da recuperação<br />

de suas antigas tradições é a<br />

arte plumária: os Yawá produzem alguns<br />

dos mais elegantes trabalhos com penas<br />

de toda a Amazônia, como o cocar que<br />

ilustra nossa foto de capa. Em sua maioria,<br />

os artefatos são feitos de penas brancas<br />

de águia, considerada como um animal<br />

sagrado.<br />

A foto de capa desta edição ilustra a<br />

beleza da arte plumária e do povo Yawanawá<br />

. Com cocar e rosto pintado, a menina<br />

integra a Aldeia Mutum, da Terra Indígena<br />

do Rio Gregório, Estado do Acre.<br />

Exemplificando a diversidade de povos<br />

da Amazônia, a foto do grupo indígena<br />

em meio à floresta, representa uma família<br />

Asháninka, da Terra Indígena Kampa<br />

do Rio Amônea, Estado do Acre.<br />

Saiba mais sobre os povos da floresta<br />

em www.nossobemestar.com<br />

OCEANO VERDE INFLUENCIA O CLIMA DO MUNDO INTEIRO<br />

A região amazônica se estende<br />

por nove países sul-americanos e cerca<br />

de 60% da maior floresta tropical do<br />

mundo estão localizados em solo brasileiro.<br />

Ela cobre quase um terço do<br />

continente sul-americano, um território<br />

muito maior do que toda a Europa.<br />

Possui uma das maiores concentrações<br />

de espécies botânicas do planeta<br />

e inúmeras plantas com notáveis propriedades<br />

medicinais, boa parte conhecida<br />

pelos indígenas.<br />

No coração dessa natureza extravagante<br />

corre o rio Amazonas, que, alimentado<br />

por mais de mil afluentes –<br />

17 deles com mais de 1.500 km de extensão<br />

–, despeja todo os dias 17 bilhões<br />

de toneladas de água no oceano<br />

Atlântico, equivalente a 20% do volume<br />

de água doce mundial.<br />

Outras 20 bilhões de toneladas de<br />

água sobem diariamente da selva em<br />

direção à atmosfera formando os chamados<br />

“rios voadores”, que influenciam<br />

os padrões climáticos em todo o<br />

mundo e são vulneráveis aos efeitos do<br />

desmatamento e do aquecimento global.<br />

O regime de chuvas, inclusive no<br />

Sul do país, está intrinsicamente ligado<br />

a este fenômeno.<br />

Desde o século 17, vilas e cidades<br />

surgiram ao longo do rio Amazonas e<br />

seus afluentes, mas foi a partir da metade<br />

do século 20 que o impacto de destruição<br />

ficou mais acirrado, com os fluxos<br />

migratórios originados do sul do país,<br />

que iniciaram o desmatamento para dar<br />

lugar à pecuária e ao cultivo da soja.<br />

A construção da Transamazônica<br />

e de outras estradas facilitaram o acesso<br />

a madeireiras e garimpeiros. A cada<br />

ano, dezenas de milhares de fazendas<br />

aumentam suas áreas através de roçadas<br />

e de fogo, devorando a floresta e<br />

destruindo gradativamente os territórios<br />

indígenas das vizinhanças.<br />

Sebastião Salgado denuncia ao<br />

mundo que o desmatamento da Amazônia<br />

está se acelerando, exceto nos<br />

territórios indígenas e nos parques nacionais,<br />

onde a proporção de floresta<br />

desmatada é mínima.<br />

Estima-se que cerca de 20% da floresta<br />

já esteja extinta e há a preocupação<br />

de que o desmatamento em breve<br />

chegue a um ponto sem volta. Aquele<br />

em que o bioma não será mais capaz<br />

de se regenerar e onde vastas extensões<br />

de floresta se transformarão em<br />

savanas tropicais.<br />

DIEGO DE PAULA LEMOS/DIVULGAÇÃO/<strong>NBE</strong>

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