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JORNAL NOSSO BEM ESTAR | ANO 11 | Nº 126 | CAXIAS DO SUL | (54) 3028-7479 | WWW.NOSSOBEMESTAR.COM
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Nosso Bem Estar • Nº 126 • Abril <strong>2022</strong> • 10<br />
RECONHECIMENTO INTERNACIONAL<br />
Sebastião Salgado nasceu em<br />
1944, em Minas Gerais, Brasil, e<br />
vive em Paris, na França. Economista<br />
por formação, começou sua carreira<br />
como fotógrafo profissional<br />
em 1973. Viajou para mais de 100<br />
países com seus projetos fotográficos,<br />
que, além de inúmeras publicações<br />
na imprensa internacional, fo<br />
ram destaque em livros como Outras<br />
Américas, 1986; Terra, 1997;<br />
Êxodos, 2000; Gênesis, 2013; Gold,<br />
mina de ouro Serra Pelada, 2019, e<br />
Amazônia, 2021, entre muitos outros.<br />
Exposições feitas a partir dessas<br />
obras foram e continuam sendo<br />
mostradas até hoje em museus e<br />
galerias de todo o mundo. O<br />
documentário O sal da terra,<br />
2014, codirigido por Wim<br />
Wenders e Juliano Ribeiro<br />
Salgado, conta parte da história<br />
do fotógrafo e recebeu<br />
o Prêmio Especial do Júri no<br />
Festival de Cannes no mesmo<br />
ano e indicado ao Oscar.<br />
Sebastião e sua esposa<br />
Lélia criaram o Instituto Terra,<br />
que tem como missão o<br />
reflorestamento, a preservação<br />
e a educação ambiental.<br />
E trabalham desde a década<br />
de 1990 na recuperação<br />
ambiental de parte da<br />
Mata Atlântica brasileira, no<br />
Vale do Rio Doce, no estado<br />
de Minas Gerais.<br />
mas e suas esperanças. Os documentários<br />
foram filmados na Amazônia brasileira pouco<br />
antes da epidemia da Covid-19, evento<br />
que impediu a participação presencial dos<br />
indígenas nas mostras internacionais.<br />
Em seus materiais de divulgação e<br />
em suas abordagens para a imprensa de<br />
todo o mundo, o fotógrafo traz à tona a<br />
grave devastação da floresta e as pressões<br />
sobre as comunidades indígenas.<br />
A história da etnia Yawanawá, do<br />
Acre, é uma das mais impressionantes.<br />
Em cerca de 50 anos, a etnia saiu da absoluta<br />
invisibilidade para um período de<br />
grande exuberância cultural, tornando-se<br />
referência para o mundo.<br />
Em 1970, sua comunidade não contava<br />
com mais de 120 membros, com<br />
altíssimo índice de alcoolismo e consequente<br />
desagregação social e cultural.<br />
“Nossa língua foi proibida, só os velhos<br />
a conheciam, as crianças só aprendiam<br />
o português. Nossas crenças e tradições<br />
eram consideradas diabólicas pelos<br />
missionários e muitos de nós acreditavam<br />
nisso. Passamos a viver como escravos<br />
no trabalho e na cultura”, conta<br />
Biraci Brasil Yawanawá, que no início dos<br />
anos 1990 assumiu a liderança do grupo,<br />
expulsou a missão religiosa, restabeleceu<br />
o ensino da língua tradicional e passou<br />
a incentivar o estudo dos antigos mi-<br />
RENATO AMOROSO/DIVULGAÇÃO/<strong>NBE</strong><br />
SEBASTIÃO SALGADO/DIVULGAÇÃO/<strong>NBE</strong>