Lusitano de Zurique - ABRIL -DIGITAL
Edição digital de Abril 2022
Centro Lusitano de Zurique
Edição digital de Abril 2022
Centro Lusitano de Zurique
EdiçãoDigitalLUSITANOdeZURIQUE[ ABRIL 2022 | Edição Nº. 287 | ANO XXVIII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]PORTUGALABRIL 74Pág. 40Cancelamentodefinitivo daPeregrinaçãoda Pastoraldas Migraçõesem EinsiedelnANTES E DEPOISFoto: Alfredo CunhaAmadora 1973editorialEleiçõesACTUALIDADETRABALHOAntes do 25 de Abril, “a falta devirgindade da mulher ao tempodo casamento” podia ser motivode anulação do mesmo”.Pág. 3Resultado eleitoral no círculo daEuropa Pág. 9Rússia — Ucrânia: vamos ver(perceber) como tudo começouPág. 20Aumento dos salários mínimosna Suíça alemãPág. 50
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Edição
Digital
LUSITANO
de
ZURIQUE
[ ABRIL 2022 | Edição Nº. 287 | ANO XXVIII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]
PORTUGAL
ABRIL 74
Pág. 40
Cancelamento
definitivo da
Peregrinação
da Pastoral
das Migrações
em Einsiedeln
ANTES E DEPOIS
Foto: Alfredo Cunha
Amadora 1973
editorial
Eleições
ACTUALIDADE
TRABALHO
Antes do 25 de Abril, “a falta de
virgindade da mulher ao tempo
do casamento” podia ser motivo
de anulação do mesmo”.
Pág. 3
Resultado eleitoral no círculo da
Europa Pág. 9
Rússia — Ucrânia: vamos ver
(perceber) como tudo começou
Pág. 20
Aumento dos salários mínimos
na Suíça alemã
Pág. 50
LUSITANO
de
ZURIQUE
EQUIPA EDITORIAL
Director: Armindo Alves
Jornalista CC15 A
Director-adjunto: Manuel Araújo
Jornalista 3000 A
EDITORIAL
Viva a Liberdade.
Viva a Paz!
Email: lusitano@gmail.com
COLABORADORES
Alice Vieira, Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes,
Carmindo de Carvalho, Costa Guimarães,
Cristina F. Alves, Daniel Bohren, Euclides Cavaco,
Ivo Margarido, Joana Araújo, Joaquim Galante, Jorge
Macieira, Luís Osório, Manuel Araújo, Maria dos
Santos, Maria José Praça, Nelson Lima, Nelson Mateus,
Paulo Marques, Pedro Nogueira, Rosa Moreira.
EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO
Joana Araújo
Jornalista CC 11 A
Email: joanaaraujo@protonmail.ch
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Tel.: 079 222 09 14
Email: pub.lusitano@gmail.com
IMPRESSÃO
Diário do Minho - Braga
Tiragem: 3000 exemplares
Periodicidade: Mensal
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ARQUIVO DIGITAL:
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a opinião dos seus autores e não vinculam
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Centro Lusitano de Zurique
1984 - 2022
38
anos
Faça parte da família. Torne-se associado.
Armindo Alves
O tempo passa e ruma sempre em direcção ao Futuro, o
qual, esperamos seja de paz e progresso.
Estamos no mês de Abril, o mês que alguns desconhecem
ser o mês que nos deu a Liberdade.
Muitos nem sabem, por exemplo, que os maridos antes
do 25 de Abril tinham o direito de abrir a correspondência
das mulheres e estava estabelecido no Código Civil
que "a falta de virgindade da mulher ao tempo do casamento"
podia ser motivo de anulação do mesmo. O adultério
era punido com prisão maior, de dois a oito anos,
no caso da mulher; mas no caso do homem, era só uma
multa. Muitos não sabiam que as mulheres não podiam
viajar sem autorização dos maridos e que as enfermeiras,
telefonistas e hospedeiras não lhe era autorizado casar.
Estes são apenas alguns casos. Há muitos...
Já passaram 48 anos, desde que Portugal passou da ditadura,
uma das mais tenebrosas, estúpidas, retrógradas
e analfabetas ditaduras da Europa, para a era da democracia.
Desde então tudo mudou. Hoje somos um povo
livre, responsável, empreendedor, cheio de ambições e
respeitado no Mundo.
Os últimos tempos deixa-nos inseguros e até revoltados,
pois parece que a humanidade, desde há muito sem
guerra na Europa, arrisca interromper o mais longo período
de paz na Europa deste o tempo do Imperador Plínio
que dirigiu o Império Romano no século II.
DEPARTAMENTO DE FUTEBOL
Tel.: 079 222 09 14
Email: armindo.alves@garage-
-mutschellen.ch
RANCHO FOLCLÓRICO
Tel.: 079 549 99 10
Email: rancho@cldz.eu
Para aqueles que nasceram depois do fim da Segunda
Guerra Mundial, a paz é um dado praticamente adquirido,
mas corremos sérios riscos de voltar a guerra e o
medo. Tudo isto deixa-me preocupado. Primeiro foi o Covid-19
e agora a guerra, uma guerra inútil, assim como
todas as outras Guerras.
Vivi a História. Nasci no ano do 25 de Abril e claro na escola
os Heróis dessa data, que corriam nos nossos cadernos,
assim como alguns dos nossos familiares, que nos
contavam histórias da Guerra colonial, a qual terminara
há muito pouco tempo.
No final dos anos noventa, festejávamos o fim da guerra
fria e a queda do Muro de Berlim (89-90) assinalando o
desmembramento do império soviético. Passado trinta
anos e após uma pandemia que fez estragos económicos,
psicológicos e deixou marcas em muitas famílias,
quando tudo parecia controlado, governos de alguns
países, trazem mais uma vez o medo, instabilidade económica
que provavelmente poderá ter consequências
dramáticas para a Humanidade.
Como sempre digo, pensemos positivo e acreditemos em
tempos mais calmos, com mais paz e harmonia.
Aproveitemos, pois, como já disse, o tempo passa sempre
em direcção ao Futuro e não volta.
Viva a Liberdade.
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3
Director
Jornalista CC15 A
Antes de 25 de Abril - “a falta de virgindade
da mulher ao tempo do casamento” podia ser
motivo de anulação do mesmo”
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& ADMINISTRAÇÃO
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Motores
Informação
Religião
A emergência sanitária do Coronavírus colocou-nos à prova! Exige mudar os nossos hábitos e porventura
o estilo de vida, em virtude do apelo à responsabilidade que está a limitar algumas das nossas atividades
quotidianas e das nossas relações.
Com o pós-pandemia no horizonte, partilho a seguinte informação:
• Cancelamento definitivo da Peregrinação Nacional da Pastoral das Migrações em Einsiedeln,
no domingo de Pentecostes.
Qual tecnologia de accio-
namento para carros é a
Atendendo às, novas regras de segurança, implementadas
pelas autoridades, Santuário, Polícia, Bombeiros,
nomeadamente no que se refere às celebrações no
Santuário de Nossa Senhora de Einsiedeln, as quais novas
regras, não permitem ultrapassar número de 1500
fiéis dentro do Santuário.
Após consultar o grupo de Sacerdotes/Missionários, no
encontro/retiro em Lugano, assim como o diálogo permanente
com o Sr. Vigário Geral da Diocese de Chur, em
Zurique, Rev.Pe Luís Varandas e os responsáveis dos serviços
no Santuário, decidiu-se cancelar, definitivamente,
a Peregrinação Nacional, pois a sua dimensão não permite
respeitar os requisitos exigidos.
Convido a oferecer o sacrifício que estamos a viver nesta
situação difícil, como parte do caminho penitencial da
Quaresma para que possamos preparar -nos também assim
para a Páscoa da Ressurreição e da vida nova.
Enfrentemos esta provação com f é, confiança e fidelidade.
Luzern,15 de março de 2022
Pe Aloísio Araújo
(Coordenador Nacional)
mais ecológica?
Armindo Alves
Um estudo do Instituto Paul Scherrer
publicado em 2020 examinou o
impacto ambiental de várias tecnologias
de accionamento para carros
de passageiros.
O estudo foi baseado em avaliações
no ciclo de vida do carro: produção,
operação e descarte, bem como o
fornecimento dos combustíveis gasolina,
diesel, gás, electricidade e hidrogénio
(H2).
Foram percorridos 200,000 km, depois
de todos os cálculos concluídos
está mais que claro que os eléctricos
fazem menos poluição: os veículos
eléctricos causam menos emissões
gerais de CO2, seguidos pelos veículos
movidos a célula de combustível
movidos a hidrogénio, a seguir temos
os motores a combustão, os veículos
a gás, diesel e, finalmente a gasolina
Temos que ter em conta a origem da
electricidade, pois esta desempenha
um papel importante no balanço de
CO2 dos carros eléctricos. A energia
solar é a mais apropriada para manter
os níveis de CO2 baixos (energia
alternativa).
Na Suíça a origem da electricidade
é uma mistura de várias fontes, que
consiste em quase dois terços da
electricidade de usinas hidroeléctricas,
que também é ideal para explorar
o potencial da eletro-mobilidade.
Um carro eléctrico ao cabo de 30,000
km, carregado com o mix de electricidade
já compensou as maiores
emissões de gases de efeito estufa
da produção.
Veículo de célula de
combustível
Os veículos a célula de combustível
são veículos eléctricos que não
extraem a energia do motor de accionamento
de uma bateria, mas de
uma célula de combustível. Na célula
de combustível, a electricidade é
gerada a partir de oxigénio e hidrogénio.
O veículo é abastecido com hidrogénio
a uma pressão de 350 ou 700 bar.
Ao gerar electricidade na célula de
combustível, água ou vapor de água
é o único gás de exaustão.
Os carros de passageiros com célula
de combustível estão a ser oferecidos
como padrão pelos fabricantes
japoneses e coreanos.
Nesta nova realidade pastoral, recomendo aos Reverendos
Capelães que possam em cada Missão ou Região
Pastoral, a si confiada, a procura de fortificar a dimensão
da nossa espiritualidade, Mariana, promovendo uma
peregrinação Cantonal/Regional, em Eirsiedeln, ou em
outro local de culto, excluído o domingo de Pentecostes,
evitando assim o aglomerar de fiéis e possível confusão
com a Peregrinação Nacional!
Aos Capelães e responsáveis das com unidades exorto ao
melhor empenho, na busca de celebrações e encontros
Marianos!
Assumamos esta inquietante situação com sentido penitencial,
fazendo todo o possível para viver a caridade.
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5
Publicidade
Entrevista com
Paula Ernesto,
Mãe de Leonardo
Maria João Coelho
1. Como teve conhecimento da nossa oferta?
Desde mais, desejo a todos os leitores da revista do Centro
Lusitano de Zurique um excelente mês de abril.
Há uns meses, fui convidada a participar nas reuniões de
um grupo “Femmestisch” do cantão de Zurique. Falou-se
brevemente da escolaridade na Suíça e foi feita referência
à associação “S.E.S.J., Starke Eltern – Starke Jugend”, que
dá aconselhamento e informações a pais de jovens que se
encontrem entre a escola e a vida profissional. Foi aí que
tive conhecimento da associação.
3. Como foi a sua experiência com a associação S.E.S.J.?
Como referi acima, durante um dos encontros “Femmestisch”,
a senhora João Coelho encaminhou-me para o S.E.S.J.,
do qual faz parte, e fiquei a saber que faz divulgação do
projeto, traduz os conteúdos e dá apoio durante as reuniões
em português.
Tive também o prazer de conhecer a senhora Giuliana Lamberti,
que é a responsável por esta oferta. Ela fez uma apresentação
muito clara do sistema, respondeu às questões
que surgiram e esclareceu as dúvidas. São duas pessoas
bem informadas, muito solícitas e isso torna a interação
muito fácil e agradável.
Achei muito positivo os serviços da associação serem gratuitos.
Ajudou-me a perceber como funciona o sistema
escolar na Suíça. E fiquei a perceber melhor o sistema de
formação profissional.
4. Como beneficiou do aconselhamento?
Fiquei a entender o sistema escolar suíço e as diferentes
vertentes que o compõe. E isso ajudou-me a dar melhor
apoio durante as escolhas que o meu filho terá de efetuar
para a sua carreira escolar, tendo em vista que vai ter de
fazer muitas escolhas para encontrar o seu caminho profissional.
Como posso ajudar o meu filho a encontrar
uma formação profissional na Suíça?
A transição da escola
para o mundo do trabalho
é um grande desafio
para jovens e jovens
adultos. Os pais são as
pessoas de contacto
mais importantes para
os jovens nesta fase,
mas eles nem sempre
sabem como apoiar os
filhos nesta questão.
A associação S.E.S.J. “Starke Eltern
- Starke Jugend” dá apoio aos pais
que desejam acompanhar os filhos
na transição da escola para o mundo
profissional.
l O seu filho ou a sua filha tem dificuldades
em encontrar um posto de
aprendizagem ou interrompeu a formação
profissional?
l Sabe como pode apoiar o seu filho
ou a sua filha na escolha de escola e
de profissão?
l Que ofertas existem para jovens
que ainda não tenham uma solução
para depois da escolaridade obrigatória?
l Como funciona na Suíça o sistema
escolar e de formação profissional?
l Onde pode obter informações sobre
outras questões?
Os jovens colocam-se muitas questões.
Mas também os pais o fazem. E
estes muitas vezes não sabem como
apoiar melhor os filhos na escola e na
vida profissional.
A associação S.E.S.J. dá, por isso, apoio
aos pais:
“O que nos levou a fundar esta associação
foi termos reconhecido a necessidade
de os pais terem um ponto
de contacto onde possam obter informações
e ajuda quando precisam”,
confirma a iniciadora, co-fundadora e
actual directora da associação, Giuliana
Lamberti. “Se os pais estiverem informados
e puderem apoiar os filhos
nesta importante transição, o potencial
dos jovens pode ser plenamente
explorado”.
A oferta do S.E.S.J. é para os pais na
cidade e cantão de Zurique. O aconselhamento
é gratuito e é conduzido em
diferentes línguas”.
As marcações podem ser feitas por
telefone através de 044 242 27 27 ou
pessoalmente na associação S.E.S.J.,
Weberstrasse 21, 8004 Zürich. Mais
informações também ser encontradas
em www.sesj.ch
Maria João Coelho
Maria João Coelho
Para informações em português, por
favor ligue para 079 243 01 66.
2. Porque decidiu utilizar os nossos serviços?
O sistema escolar suíço é muito diferente do sistema escolar
que temos em Portugal. Compreender como está estruturado
e o que tem para oferecer às crianças e aos jovens
em idade escolar, nem sempre é claro.
Como mãe, quis conhecer a estrutura do sistema de ensino
na Suíça e as diferentes vias que oferece depois da escola
primária. Isto é quando as crianças têm de começar a fazer
escolhas importantes, embora ainda sejam de tenra idade
e não tenham maturidade.
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5. Recomenda os serviços a outros pais?
Tenho muito gosto em divulgar e recomendar os serviços
da associação S.E.S.J. a outros pais, tutores ou encarregados
de educação, pois penso que assim poderão apoiar
melhor as escolhas dos filhos e possibilitar-lhes melhores
perspectivas de futuro a nível profissional.
O alemão pode, por vezes, ser um grande obstáculo para
uma boa compreensão do tema. O facto de os serviços serem
em português, ajuda muito. Aconselho, por isso, todos
a usufruírem deste apoio, que ainda por cima é facultado
na nossa língua.
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Opinião
Um amanuense perigoso e
irresponsável
Carlos Matos Gomes
Os secretários gerais da NATO são amanuenses bem pagos, políticos em estado de pousio que fazem
e dizem o que lhes mandam, como os amanuenses que liam as ordens de serviço nos antigos quartéis.
Mas há limites para tudo.
Este amanuense norueguês devia saber o mínimo dos mínimos: uma guerra nuclear não se ganha
(Einstein: Não sei como vai ser a III Guerra Mundial, mas a IV vai ser com paus e pedras)
Ora esta insana criatura diz (por conta de quem?) que a Rússia não ganhará uma guerra nuclear, isto
quando a doutrina da Organização de que é o amanuense assenta no principio da destruição mútua
e assegurada! (o homem fez provas de admissão? Leu o livro de capas azúis que é distribuído aos funcionários
da NATO?)
Acresce que a causus belli da invasão da Rússia é exatamente a de a Rússia, caso os Estados Unidos e
o seu anexo NATO instalassem armas nucleares na Ucrânia, ter dificuldade em ripostar contra os EUA
e aliados e assegurar a destruição do adversário!
Um tipo como este norueguês não serve nem para porteiro de um bar no Cais do Sodré! Mas garante-
-nos, perante o abanar de orelhas dos lideres europeus, que a Europa está unida à volta da NATO!
Deve ser por estes animais falarem que Marcelo Rebelo de Sousa vai a Fátima e até eu oiço o papa
Francisco.
Resultado eleitoral
no círculo da Europa
Pequeno resumo da
repetição das eleições
no círculo da Europa
João Mendes
O PS tem mais do dobro dos votos do PSD.O PS tem mais
do dobro dos votos do PSD e fica com os dois deputados;
O PSD está mais próximo do CH que do PS e perde o deputado
que tinha.
O CH, que não gosta de emigrantes é o que mais cresce
entre os emigrantes;
O BE regista um desastre em linha com o desastre a nível
nacional;
PAN completa o pódio dos desastres
IL ganha mais ou menos os mesmo que o PCP perde, revelando
uma notória transição do comunismo para o neoliberalismo;
O Livre cresce poucochinho;
O CDS ficou fora do ecrã, o que diz tudo o que precisamos
de saber sobre o resultado;
O MRPP tem 522 votos! São 522 emigrantes prontos para
matar os traidores. Nem o CH tem tantos.
PORTUGUESES
RESIDENTES NO ESTRANGEIRO
NÃO IMPORTA
ONDE ESTÁ.
COM A CAIXA
FICA MAIS PERTO.
Escritório de Representação da CGD - Suíça
Rue de Lausanne 67/69, 1202 Genève
Tel: Genève - 022 9080360 I Tel: Zurique - 078 6002699 I Tel: Lausanne – 078 9152465
email: geneve@cgd.pt
A Caixa Geral de Depósitos, S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.
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9
CRÓNICA
Rússia — Ucrânia:
vamos ver (perceber) como tudo começou
COSTA GUIMARÃES (*)
Por que é que a Rússia
decidiu invadir a Ucrânia
em 24 de fevereiro de
2022? A resposta a essa
pergunta varia de acordo
com quem a responde.
A Ucrânia tem estado no
centro das divergências
entre a Rússia e o Ocidente
praticamente desde
que declarou a independência
em relação a
Moscovo, em 1991, após
ter integrado a União Soviética.
Em 2014, a situação
agravou-se depois da
Rússia anexar a península
da Crimeia. Desde então,
a escalada de tensão aumentou.
Até à invasão em
grande escala, em 2022,
destacam-se alguns momentos
cruciais para perceber
o conflito entre os
dois países.
Vamos ver, então, para perceber melhor
a desgraça que está a acontecer
à Europa. Em 2004, o candidato pró-
-Rússia Viktor Yanukovich é declarado
Presidente, mas uma alegada fraude
eleitoral provoca um protesto, conhecido
como a “Revolução Laranja”, e
força a nova votação, que resulta na
eleição do pró-ocidental Viktor Yushchenko.
Yushchenko promete tirar a Ucrânia
da órbita de Moscovo, em direção à
Organização do Tratado do Atlântico
Norte (NATO) e à União Europeia (UE).
Na cimeira de Bucareste, em 2008,
a NATO concorda com a adesão da
Ucrânia. No entanto, dois anos depois,
Viktor Yanukovich é eleito chefe de
Estado e, uma semana antes da assinatura
do acordo com a UE, suspende
o processo e anuncia que a Ucrânia
prefere juntar-se à Rússia na União
Aduaneira Eurasiática.
A decisão gera uma onda de protestos
violentos de apoiantes da integração
europeia. — o “Euromaidan” —, centrados
na Praça Maidan, em Kiev.
Em fevereiro de 2014, Yanukovich foge
do país quando enfrentava um processo
de destituição e refugia~se na
Rússia. No mês seguinte, a Rússia anexa
a península da Crimeia, no sudeste
da Ucrânia.
Em abril, separatistas com apoio de
Moscovo declaram a independência
das repúblicas de Lugansk e de Donetsk,
na região oriental ucraniana do
Donbass, iniciando uma guerra que
provoca 14 mil mortos em oito anos.
Em maio, o empresário Petro Poroshenko
ganha as eleições presidenciais
com uma agenda pró-ocidental.
Menos de um mês depois, os líderes
da Ucrânia, Rússia, França e Alemanha
criam uma plataforma de diálogo
para tentar resolver a guerra no
Donbass, conhecida por Formato Normandia.
Estão aqui os culpados.
2015: ACORDOS DE
MINSK
Em 2015, depois de longas conversações,
é em Minsk, capital da Bielorrússia,
que se chega a acordo para pôr
fim à guerra. Sob mediação franco-
-alemã, é assinado um plano de paz
entre Rússia e Ucrânia, subscrito pelas
Repúblicas Populares de Donetsk e de
Lugansk. O acordo impunha cessar-
-fogo imediato, mas a paz nunca foi
alcançada e traduz-se em catorze mil
mortos.
Em 2016-2017, a Ucrânia atribui à Rússia
a autoria de vários ataques informáticos
à rede elétrica que causa
um apagão geral e acusa Moscovo de
uma “guerra cibernética”. As instituições
ucranianas sofreram 6,5 mil ataques
nos dois últimos meses de 2016.
Em 2019, o actor Volodymyr Zelensky
vence as presidenciais na Ucrânia e
promete acabar com o conflito no
leste do país, com a ajuda do Presidente
francês Emmanuel Macron e
da chanceler alemã Angela Merkel.
No ano seguinte, o Presidente russo
vence o referendo que o autoriza a ficar
no poder até 2036, com cerca de
73% dos eleitores. O Presidente russo
exige que o país vizinho não se torne
membro da NATO.
A 21 de fevereiro deste ano, Putin
acusa a Ucrânia de pretender usar armas
nucleares para atacar a Rússia.
Num longo discurso, defende que a
ideia da Ucrânia se juntar à NATO é
“uma ameaça direta à segurança da
Rússia” e reconhece a independência
das regiões separatistas pró-Rússia
do leste da Ucrânia.
A 24 de fevereiro, Putin anuncia o
lançamento de uma operação militar
especial na Ucrânia com o objetivo
de desmilitarizar o país. O Presidente
russo acusa os EUA e os seus aliados
de ignorarem a exigência de Moscovo
para que a Ucrânia nunca integre a
NATO (cf. /www.poder360.com.br/eu-
ropa-em-guerra/donetsk-e-lugansk-
-um-braco-estendido-da-russia-dw/).
As zonas da região do Donbass se separaram
da Ucrânia em 2014 e que
Vladimir Putin viabiliza através de
ajuda militar, auxílio financeiro e com
vacinas contra a covid-19, transforma-as
em estados satélites da Federação
Russa. Aqui vivem cerca de três
milhões de pessoas. Cerca de 800 mil
dos seus habitantes têm passaporte
russo.
OS DADOS DA QUESTÃO
1. Argumentos da Rússia
e condições para
encerrar o conflito
A Rússia vem reforçando seu controlo
militar em torno da Ucrânia desde
o ano passado, acumulando dezenas
de milhares de tropas, equipamentos
e artilharia às portas do país.
Em dezembro de 2021, Putin apresentou
à Otan – Organização do Tratado
do Atlântico Norte, – uma lista de
exigências de segurança. A principal
delas era a garantia de que a Ucrânia
nunca entrasse na Otan e que a aliança
reduzisse sua presença militar na
Europa Oriental e Central.
As negociações não avançaram, e o
reforço militar nas fronteiras não arrefeceu,
apesar do esforço diplomático
empreendido no começo de 2022.
Dias antes de iniciar a invasão, Vladimir
Putin reconheceu a independência
de duas áreas separatistas
pró-Rússia da Ucrânia, autodenominadas
República Popular de Donetsk
e República Popular de Lugansk.
No dia da invasão, Putin afirmou haver
um “genocídio” em curso no leste
ucraniano, promovido por tropas
“neonazis” do país contra russos étnicos
e separatistas da região.
A Rússia pede que a Ucrânia se comprometa
com uma neutralidade militar
– o que impediria o país de se
juntar à Otan. Um dos modelos apresentados
é o da Suécia ou da Áustria,
que não integram a aliança e não fazem
parte de acções militares.
Além disso, o Kremlin exige a desmilitarização
e "desnazificação" da
Ucrânia, o reconhecimento da independência
de Donetsk e Luhansk,
bem como o entendimento de que a
Crimeia faz parte do território russo
desde 2014, quando a península foi
anexada no primeiro movimento militar
de Putin na região.
2. Os argumentos da
Ucrânia. Este país recebeu uma
grande onda de apoio internacional
de países tanto no âmbito militar
— com diversas nações ocidentais
enviando armamentos, drones, sistemas
de defesa contra ciberataques e
outros — quanto no repúdio de instituições
globais e de grande parte do
sector privado aos ataques.
Uma figura de destaque emergente
da situação de guerra foi o presidente
ucraniano, Volodymyr Zelensky,
que passou a pressionar as nações
ocidentais pelo apoio militar e humanitário
e, também, a tentar negociar
a entrada do país na União Europeia
e até na Otan — embora Zelensky já
tenha abdicado desta condição.
Zelensky, de família judia, classificou
como "risíveis" as alegações de que
a Ucrânia estaria tomada por "neonazis"
e disse que, se as negociações
com a Rússia continuassem a falhar,
o mundo poderia testemunhar o
acontecimento de uma terceira Guerra
Mundial.
Ao longo da guerra, as autoridades
ucranianas estabeleceram como
prioridades a imposição de sanções
devastadoras à economia russa, bem
como o isolamento de Putin no cenário
internacional.
3. Os impactos na economia
Russa. As primeiras
sanções contra a Rússia foram anunciadas
horas depois do início da guerra,
como sendo as maiores sanções
económicas já impostas a um país.
Activos de bancos russos foram congelados
em diversos países, bem
como os activos de oligarcas russos
e pessoas ligadas ao governo de Vladimir
Putin. O rublo atingiu o mínimo
valor recorde e o Banco Central russo
suspendeu, durante vários dias, as
negociações na Bolsa de Valores de
Moscou.
Um dos mais duros golpes foi a exclusão
de bancos russos do sistema
global de pagamentos Swift, isolando
ainda mais a Rússia do ambiente
de negócios internacional.
A certificação do gasoduto Nord
Stream 2 — um megaprojeto de 11 biliões
de dólares, com 1.200 quilómetros,
concluído em setembro de 2021
— foi suspensa pela Alemanha.
A economia russa sentiu debandada
do setor privado, indo de petrolíferas
ExxolMobil e Shell até empresas do
ramo alimentar, como McDonalds, e
do entretenimento, como Netflix e
Spotify.
4. As consequências
económicas globais da
guerra. A invasão russa gerou uma
reação em cadeia globalmente. Os
preços do petróleo subiram acima de
110 dólares por barril, atingindo um
recorde dos últimos oito anos, à medida
que aumentava a preocupação
de que o crescente isolamento económico
da Rússia desde a invasão da
Ucrânia interromperia o fornecimento
global de energia.
O risco de aumento da inflação e
baixo crescimento económico causa
receio nos sectores monetários em
todo o mundo, apesar da situação da
Europa ser a mais delicada. Espera-
-se que o consumo privado, o investimento
e as exportações cresçam a
um ritmo mais lento em todo o continente.
5. O líder russo conta
com o apoio de alguns aliados
“O DESTERRADO”
DE SOARES DOS REIS
Paulo Marques
Em 1872, com 25 anos, como prova final do
pensionato em escultura que realizou em Roma,
Soares dos Reis (1847 – 1889) esculpiu em mármore de
Carrara “O Desterrado”, sua obra maior, de inspiração
classicista (com pormenores naturalistas e românticos
perfeitamente conjugados), inspirada nos versos das
“Tristezas do Desterro” de Alexandre Herculano.
que dependem ou precisam da ajuda
da Rússia. A Bielorrúsia tem uma posição
estratégica muito importante no
Leste Europeu, pois faz fronteira tanto
com a Rússia e com a Ucrânia. Por
esta razão, também foi alvo de sanções
de outras nações.
O presidente da Venezuela, Nicolás
Maduro, foi incisivo ao declarar apoio
aos movimentos de Putin na Ucrânia,
tem “certeza de que a Rússia sairá
dessa batalha unida e vitoriosa” e
declarou “todo o apoio ao presidente
Putin e seu povo”.
Daniel Ortega, presidente da Nicarágua,
disse que Putin estava certo ao
reconhecer duas regiões separatistas
do leste da Ucrânia como independentes.
Cuba defendeu uma solução diplomática
para o conflito na Ucrânia,
mas criticou os EUA pela “a expansão
progressiva da Otan em direção
às fronteiras da Federação Russa” e
foi subscrito pelo presidente do Irã,
Ebrahim Raisi.
Outro apoio veio da Síria, porque a
Rússia ajudou numa guerra civil em
favor do presidente Bashar al-Assad.
Além das nações citadas, a Índia, ao
lado da China e dos Emirados Árabes
Unidos, decidiu se abster de votar a
favor de resoluções contra a Rússia
perante o Conselho de Segurança.
6. O papel da China
A China, liderada por Xi Jinping, coloca-se
repetidamente a favor do diálogo
e da manutenção da paz. “É imperativo
que todas as partes exerçam
contenção e esfriem a tensão, em vez
de acrescentar combustível ao fogo;
é importante pressionar por uma solução
diplomática, em vez de agravar
mais a situação”, disse o porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores,
Zhao Lijian.
7. A crise dos refugiados
Na manhã dos ataques, filas de carros
de civis deixam Kiev; era o começo
da fuga que envolveu mais de 6,5 milhões
de pessoas deslocadas dentro
do país. Além disso, mais de 3,5 milhões
já deixaram a Ucrânia para países
vizinhos — a maior crise migratória
desde a Segunda Guerra Mundial.
Apesar de a Rússia negar alvo instalações
civis, bombardeamentos incessantes
em cidades como Mariupol,
incluem escolas, orfanatos, edifícios
residenciais, hospitais e teatros.
8. Guerra de comunicação.
Putin afirma que está a lutar
contra uma guerra de informação
com o Ocidente sobre o conflito na
Ucrânia, e, por isso, aprovou uma lei
que impõe penas de prisão a meios
de comunicação ou pessoas que promovam
"desinformação" a respeito da
"operação militar especial" na Ucrânia.
O governo da Rússia bloqueou o acesso
ao Facebook, em todo o país e o
Twitter foi bloqueado no território russo.
Outros serviços de informação de
países do Ocidente estão bloqueados,
como os canais de notícias britânico
BBC e alemão Deutsche Welle. Além
disso, Wikipédia também foi bloqueada.
A União Europeia também decidiu retaliar
veículos estatais russos em seu
território, e suspendeu a licença da TV
Russia Today, por exemplo.
9. Riscos nucleares
A disputa pelo controlo de centrais
nucleares na Ucrânia e o anúncio de
Putin em colocar em alerta as forças
nucleares russas acenderam um sinal
de preocupação na comunidade internacional.
Um dos momentos de maior tensão
foi um ataque à central nuclear de
Zaporizhzhia, a maior em toda a Europa,
que provocou um incêndio ao
lado do reactor principal.
(*) António Costa Guimarães, é
Jornalista, foi Capelão Militar e
Director do jornal Correio do Minho.
Escreve segundo o AO
Sentado num rochedo, um jovem nu, belo e são,
com as mãos cruzadas e apoiadas a um lado,
costas arqueadas, cabeça pendente numa pose de
abandono, com uma lágrima escorrendo-lhe pela
face, olha tristemente? solitariamente? saudosamente?
meditativamente? alheadamente? melancolicamente?
desesperadamente? a espuma das ondas a seus pés.
À época, mal adivinhava Soares dos Reis que “O
Desterrado” viria a ser ele próprio. Desterrado, não no
sentido de ter vivido longe, ou de ter sido expulso da
sua pátria, mas de ter vivido num espaço e num tempo
em que nunca se enquadrou e que nunca o acolheu
com a devida gratidão.
Apesar de nos ter deixado uma obra escultórica a todos
os níveis admirável, de ter sido um artista brilhante, o
percurso de vida do homem a quem Rodin, o célebre
escultor francês, beijou as mãos, comovido com uma
das suas obras, quer pessoal, quer profissional, foi
sempre um percurso angustiado, dramático e até, de
certa forma, falhado.
Soares dos Reis, não só um bom homem, simples e
modesto, de natureza doce, introspetiva, melancólica,
como um dos nossos melhores escultores de todos
os tempos, senão até o nosso melhor escultor, não
merecia ter sido tão maltratado.
O artista que tanto cantou a beleza em vida, a beleza
imperecível que lhe saía do seu miraculoso e perfeito
cinzel, e que deu forma a tantas peças artísticas,
forjadas no singelo amor das formas reais, acabou no
negrume do desespero, na catástrofe da voluntária
aniquilação, quando, desertado de toda a esperança,
aos 41 anos de idade, na sua casa-atelier em Gaia,
buscando na morte a libertação, pôs termo à vida com
dois tiros.
Crónica
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Sei que Salgueiro
Maia lerá esta carta
Luís Osório
Foto: Alfredo Cunha
1.
Caro Salgueiro Maia
Dizem que as cartas quando são queimadas chegam aos
destinatários que já partiram.
Tentarei que isso aconteça, meu capitão.
2.
É que hoje é um dia especial.
Celebramos a data em que a liberdade pode dizer que
viveu mais um dia que a ditadura.
Lembrei-me imediatamente de si e da sua história que
conto aos meus filhos como exemplo de coragem, sacrifício,
humildade e grandeza.
O exemplo de um homem que tem em si o melhor deste
país que amamos, mas que nos deprime tantas vezes. Um
país de extremos e sem a capacidade do meio-termo, um
país de generosidade e inveja, de coragem e de medo.
Um país paradoxal que o admira como um justo herói,
mas um país que teve também um Presidente da República
com a lata de premiar dois pides com uma reforma
que recusou atribuir a si.
Um país que justamente o aplaude, mas que não se revoltou
quando foi menosprezado em vida. Ou quando
morreu com um cancro tendo de enfrentar dificuldades
económicas nos seus últimos anos de vida.
3.
Quero agradecer-lhe mais uma vez pela liberdade.
Agradecer-lhe pelo modo como liderou os seus homens a
caminho de Lisboa e no Quartel do Carmo.
Pela inteligência na forma como evitou um banho de sangue.
Pelo exemplo que deu ao recusar benesses e lugares depois
do 25 de Abril.
Recusou ser deputado, recusou pertencer ao conselho de
revolução, recusou ser adido em embaixadas, recusou estar
na Casa Civil da Presidência da República.
A cada convite a mesma resposta.
Deixo as honrarias para outros, para mim não quero nada.
4.
Caro capitão…
Quero agradecer-lhe por não ter perdido em nenhum
momento a doçura. E era tão normal que a raiva tivesse
conquistado espaço à generosidade – muitos portugueses
não sabem que perdeu a sua mãe aos 4 anos, não sabem
que a perdeu tragicamente num atropelamento por um
autocarro na Praça de Espanha.
Muitos não sabem que cresceu sozinho.
Em colégios internos ou quartéis.
Com um pai ferroviário e destroçado.
Sem irmãos.
Sozinho e com todo o espaço do mundo para enlouquecer
de tristeza.
Mas não.
A tristeza não lhe trouxe a escuridão, pelo contrário.
Trouxe-lhe, isso sim, a capacidade para se transcender e
ser a pessoa que, mais do que qualquer outra, associamos
à liberdade e à democracia.
Obrigado, Salgueiro Maia.
Amanhã a liberdade já levará dois dias de avanço à ditadura.
Espero que o possa celebrar no Olimpo onde repousam os
verdadeiramente grandes.
Espero que aí não haja tantas nuvens como aqui em baixo.
E espero que esta carta possa ser lida por si assim que a
queimar.
LO
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(ART.º 3.º DA UWG (LEI RELATIVA À CONCORRÊNCIA DESLEAL)).
UM PRÉ-REQUISITO PARA A CONCESSÃO DE CRÉDITO É UMA VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO BEM SUCEDIDA.
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“Do Nosso Cantinho para o Vosso Cantão”
Literatura
Aragonez Marques
Cansado de pandemias, de guerras e
também de entrevistas quando não
sou jornalista, hoje vou apresentar
algo diferente, para descansar.
A pandemia está controlada, a guerra
tem a minha consciência tranquila
com a chegada terça-feira de duas
crianças ucranianas para a minha
casa e as entrevistas, fi-las ao Presidente
da Câmara de Campo Maior
como o representante do seu povo e
das suas festas. A outra, a da Senhora
Embaixadora, foi feita pensando no
seu povo com quem contactei vários
anos.
Por amizade a dois povos, ambas.
Agora, preciso de voltar ao meu mundo,
o das letras. Publicarei assim
este mês uma história do meu livro
“Sinónima e outros Contos”. Ofereço-
-vos um momento de leitura.
CRUZ
DE PAU
A primeira mulher que vi nua na minha
vida estava deitada numa mesa de
mármore na casa mortuária do cemitério
da cidade onde nasci.
Era mais branca do que a mesa, tinha
os pés juntos, as unhas pintadas de
cor-de-rosa e os braços colocados ao
lado do corpo como se estivesse em
sentido.
Os olhos fechados deixavam adivinhar
pelo tom das pálpebras uma cor clara,
talvez verde mais do que azul, por ser
escuro o triângulo perfeitamente desenhado
por baixo do ventre.
Mas era o buraquinho vermelho, por
onde saíra a bala, lavado e como a
marca de um beijo, que sobressaia
apesar da pequenez.
Por ele fora empurrada a vida, fria e
rápida, montada na velocidade do disparo
que lhe queimou as costas e arrebatou
a alma quente e lenta.
Dela apenas se sabia ser mulher, entre
os vinte e os trinta anos, que usava na
hora da morte umas botas altas e uma
saia curta, guardadas na entidade forense
que decretou que se expusesse
ali, e as portas fossem abertas, de duas
em duas horas, para que o povo a pudesse
identificar.
Eu ia pela mão do padre, director do
internato onde estava, desde que o
meu pai ali me deixara, depois de a
minha mãe, dizem, que ainda hoje não
sei bem, nos ter abandonado para ir
viver com outra família, a de um homem
com quatro filhos, viúvo e com
carência de afectos que descobriu nos
de minha mãe, assim me contaram, a
solução dos problemas da sua família.
O padre levava-me pela mão, bem
apertada, não fosse perder-me naquele
carrossel de pessoas que andavam à
volta, passo a passo, nova corrida nova
viagem, observando cada traço da
mulher assassinada.
Lembro-me da ponta dos seus sapatos
de verniz, ora tapa que esconde, debaixo
da sotaina comprida e eu, olhava
para cima guiado pela fileira de botões
que passando pelo colarinho branco,
como uma fronteira, destapava do outro
lado um rosto esguio e sorridente
com uma boca que se abria e fechava
e soltava sons “é bonita não é?”
Eu baixava a cabeça, envergonhado, e
o padre apertava-me a mão com mais
força.
Naquele orfanato, passei anos com
agasalho e comida, com oitenta irmãos
de infortúnio que compartilhavam
o mesmo quarto, onde
oitenta camas ordenadas, lado a
lado, de ferro azul claro e colcha
de pano branco, denunciavam a
camarata pelo cheiro de couro
e humidade que escorria, escondida,
pelas paredes pintadas
de cinzento.
O meu pai todos os meses me
visitava e quando calhava também.
Quando os domingos tinham sol,
levava-me a lanchar, uma laranjada
e um bolo de arroz, antes de me entregar
aos padres e às paredes, até que
me visitasse de novo, se pudesse, se
juntasse dinheiro, se tivesse trabalho,
para a viagem de Lisboa ali.
As suas visitas, começavam muito antes
de me visitar.
Soube da morte do meu pai no dia
que me chamaram ao director sem ser
pelo altifalante do pátio.
Tinha dezoito anos e estava a semanas
de abandonar, por idade, a instituição.
O bom padre, que o tempo tinha marcado
com o ritmo do nosso crescimento
moveu os lábios grossos “já não sofre
mais”.
Houve um período de tempo em que
deixou de me visitar.
Não sentia a falta do bolo e da laranjada
nos domingos com sol, mas do
cheiro do seu casaco e da rudeza das
suas mãos grossas e grandes, ou as minhas
eram pequenas e finas.
18 Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu
19
Diziam-me os padres que estava de
viagem, que voltaria se Deus quisesse
e que as minhas orações eram importantes.
Por isso levei dias e dias soltando rezas,
orações e sacrifícios.
Levei anos a rezar, à noite, ao levantar,
várias vezes durante o dia, quando o
cheiro do seu casaco me despertava a
saudade.
Quando finalmente voltou a visitar-me
estava diferente.
Mais triste e mais calado.
Os cabelos tinham mudado de cor e as
suas mãos eram mais leves e trémulas.
Só no dia que me informaram da sua
morte me disseram que a sua viagem
foi feita, parado, numa ilha longe de
todos, numa camarata de adultos por
ordem de
um juiz.
Quando
larguei
a instituição, o velho director deu-me
a chave de um quinto andar numa travessa
dos arredores de Lisboa, Cruz de
Pau, o nome da terra onde viveu os últimos
dias.
A casa estava em meu nome, uma
conquista sua, um orgulho, duas divisões,
uma cozinha e uma casa de banho,
de camas enferrujadas onde iria
por testamento começar a minha vida
sozinho.
Deu-me dinheiro, a morada de uma
fábrica onde deveria pedir trabalho e
um bilhete de comboio.
Cheguei numa quarta-feira, meti a
chave na porta e rodei.
Empurrei devagar e abri o começo da
minha vida adulta.
Duas camas, duas banquinhas de cabeceira,
uma televisão com antena
interna, um frigorífico vazio com seis
garrafas vazias ao lado.
A minha casa.
Fui adulto durante vinte minutos, até
que tocou a campainha e apareceu
Deolinda “ Raúl? Meu menino, o teu
pai falou-me muito de ti” e começou
a falar-me dele, homem triste, sempre
infeliz, onde eu aparecia na sua vida
como vida “ se não fosse pelo menino
Raul, há muito que nos tinha deixado
e não só agora”.
As garrafas vazias ao lado do frigorífico
eram a prova da sua infelicidade, fígado
em explosão de combate à tristeza.
“Gostava muito de si, era eu que lhe
cuidava da roupa, lhe limpava a casa,
lhe respondia quando lhe apetecia falar.”
Deolinda era uma mulher madura,
calma, os cabelos desarranjados por
ter deixado de acreditar em si, mas
uma ternura capaz de me olhar e
de me chamar “menino”.
O seu paizinho pediu-me que
lhe desse esta chave, da caixa
que está em cima do guarda-fato
e talvez incomodada
com a barba que despontava
na minha cara, reparei que
passara a tratar o “menino”
por você.
Nessa noite, abri a caixa.
Tinha dentro vários montinhos
de cartas com laço.
O meu pai e a minha mãe tinham-
-se amado, num tempo e num momento.
Pela noite, tomei banho colocando em
ruído os canos oxidados da casa de banho,
pequena mas minha.
Sentei-me na cama, abri a gaveta da
banquinha de cabeceira.
Uma fotografia de uma mulher com
um bebé ao colo, um pano de flanela
verde envolvendo alguma coisa pesada
e um frasco de verniz cor-de-rosa já
ressequido.
Abri o pano verde como quem desembrulha
um caramelo gigante e depois
das voltas apareceu uma pistola negra.
Lembrei-me das pontas dos sapatos
envernizados do director do meu orfanato,
da sua mão apertando a minha
no dia em que descobri numa mesa
de mármore a primeira mulher nua
que vi na minha vida.
Só então entendi que o bom sacerdote
me tinha levado pela mão a despedir-
-me da mulher que me tinha trazido
ao mundo.
Espectáculo
LEFTY,
de Leonor Andrade, vocalista da banda, actuaram em Almada
Joaquim Galante
Os Lefty são um quarteto de música pop rock formado
por Leonor Andrade (Ella Nor) na voz, João Nobre no
baixo, Pablo Banazol nas guitarras e Dani na bateria.
Formados em 2021 lançaram o álbum de estreia ‘An-
drómeda’ coincidentemente com o concerto ao vivo no
FNAC Live em Lisboa, no passado dia 2 de Outubro.
A vocalista, conhecida dos portugueses por ter representado Portugal na
Eurovisão em 2015 e protagonizado uma novela na TVI, tendo depois abra-
çado um projecto a solo como Ella Nor, surpreendeu tudo e todos com
uma voz segura e melodiosa assim como uma forte presença em palco.
Com uma sonoridade envolvente, os Lefty trazem ao presente sonoridades
do passado, desde o punk ao new wave, passando por um pop/rock bas-
tante elaborado assente nas guitarras eléctricas e bateria.
Os Lefty tem espalhado o perfume musical pelo país, fui encontra-los des-
ta vez em Almada, na emblemática sala ‘Cine Incrível Almadense’ palco
por onde passaram muitas bandas de renome nacional, antes deles pas-
saram os UHF, e é a cidade onde o grupo nasceu e reside.
As músicas do álbum Andrómeda foram escritas, em português, por Leo-
nor Andrade e abordam assuntos relacionados com a descriminação e
intolerância numa perspectiva pessoal.
Numa sala completamente lotada de fãs, os Lefty, durante cerca de 70 mi-
nutos, levaram ritmo, alegria, boa disposição, intimismo na interacção com
o público e muita música, que com certeza ficará na memória de todos,
pois foi a estreia ao vivo dos Lefty na cidade que os viu nascer.
Apesar da reduzida dimensão do palco, muito diferente do FNAC Live ou
até mesmo do The Great Lisbon Club, Leonor não deixou de colocar toda a
sua energia em palco durante as suas interpretações, perante uns fãs que
nunca deixaram de a aplaudir e acarinhar. Afinal de contas estava a cantar
em ‘casa’. Os Lefty são assim a mais recente e agradável surpresa no pano-
rama musical português.
focusmsn.pt
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21
Espectáculo
Opinião
Opinião
TAXI e UHF
no mesmo palco, na Maia, com muitas ondas de nostalgia
Dias 18, 19 e 20 de Março, a Compact Recodrs Fest’22 vai juntar na Maia
grandes nomes da música nacional e internacional.
Bandas como os Human League, Orchestral Manoeuvers in The Dark
(OMD), Editors, Deus, Mão Morta, The Legendary Tigerman, The Last International
ou The Gift irão pisar o palco nestes três dias de festival.
Num espectáculo promovido pela Compact Records, uma empresa nacional
sediada na Maia, que se dedica a venda de material fonográfico
e que representa algumas bandas nacionais e internacionais. De louvar
estas iniciativas culturais/musicais, neste caso da Compact Records, por
nos proporcionar um alinhamento mesclado de bandas de altíssimo nível
onde se cruzam grupos com mais de 40 anos de palco com outras
mais recentes, mas todas elas com marca no panorama musical nacional
e internacional. Da lista de bandas acima descritas, propositadamente,
não incluí no rol as duas principais bandas nacionais que revolucionaram
o rock cantado em português e que com certeza são avós ou bisavós de
algumas que irão pisar o palco da Maia porque merecem outro destaque.
Sem elas, por ventura, algumas destas bandas nacionais acima mencionadas
nem sequer existiriam.
A Compact Records, fundada em 1997, tocou a história da música portuguesa
ao promover, 40 anos depois, o regresso delicioso ao passado
musicalmente falando, quando Portugal ainda vivia um desagradável período
pós-revolucionário, nos finais dos anos 70, início dos 80. Nessa altura
apareceram os TAXI no Porto e os UHF em Lisboa e ‘rebentaram’, com o
seu rock cantado em português, as tabelas de vendas em Portugal. Foi a
lufada de ar fresco que precisávamos, mudou tudo, pois até aqui rock era
sinónimo de bandas internacionais, nas rádios música em português só o
fado e a denominada música ligeira.
Os TAXI e os UHF abriram horizontes, gostar de música rock afinal não era
ser delinquente, trouxeram uma qualidade que imaginávamos impossível,
trouxeram evolução técnica e instrumental, obrigaram a uma evolução ao
nível dos palcos, como montar e organizar um concerto, etc. Passaram a
ser a nossa referência, afinal também poderíamos ter bandas de rock portuguesas,
algo que até então era inimaginável. TAXI e UHF abriram mentalidades
e as portas ao nosso rock.
Além de um orgulho para a juventude, abriu-nos também horizontes musicais
até então impensáveis, aderimos a este fenómeno, passamos a encher
pavilhões e estádios onde estas bandas actuavam, foi a viragem de conceito,
foi o BIG BANG do rock após o qual muitas bandas nasceram e algumas
se tornaram estrelas, estou-me a lembrar dos Xutos & Pontapés, Rui Veloso,
dos GNR, entre outras, mas foram imensas as que morreram sugadas pelo
buraco negro.
Dia 19, os TAXI e os UHF irão pisar o mesmo palco, um a seguir ao outro
como aconteceu inúmeras vezes em tempos longínquos mas que passaram
tão depressa. Outrora grandes rivais, porque as editoras assim o alimentavam
para impulsionar as vendas, João Grande (TAXI), o primeiro disco
de ouro do rock em Portugal e AMR (UHF), segundo disco de ouro do
rock e a banda mais antiga em actividade ininterrupta, ambos vocalistas,
hoje grandes amigos, vão trazer à Maia muitas ondas de nostalgia. Para
aqueles da minha geração será com certeza um dia de grandes memórias.
A não perder.
22 Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu
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Diário de uma avó e de um neto
Retratos contados...
Nélson
Mateus
Verdade ou mentira
Alice
Vieira
Cultura
V NELSON MATEUS (*)
Querida avó,
Num ápice chegamos ao 4º mês
de 2022.
Um mês que começa com o Dia das
Mentiras que é celebrado anualmente
nalguns países do ocidente e na Europa.
Em alguns países é chamado o dia
das petas ou das gafes, ou ainda dia
dos tolos de abril. Em França chama-
-se “poisson d’Avril”, o peixe de Abril.
Tu, que celebras este ano 60 anos de
jornalista, sabes que todos os jornais,
telejornais e rádios assinalavam esta
data pregando partidas e espalhando
boatos. Nos últimos anos as pessoas
estão muito sérias e isso já não acontece.
Deixo para ti a história da origem do
Dia das Mentiras. Ou a partilha de
mentiras como a “Guerra dos Mundos”
transmitida em 1938 por Orson Wells.
Uma mentira (em outubro) que causou
o pânico.
Por falar em estórias, e em mentiras,
quem não se lembra do “Pinóquio”, o
livro do escritor italiano Carlo Collodi,
que conta a estória de um boneco de
madeira que sonha ser um menino de
verdade. Um boneco a quem lhe cresce
o nariz de cada vez que mente.
As saudades que tenho de ir a Itália (a
mais pura verdade).
Recordas-te de termos ido ao Teatro
Aberto ver as peças Verdade e Mentira,
maravilhosamente adaptadas pelo
João Lourenço. Duas peças do autor
Florian Zeller, em dois espectáculos
diferentes, representados pelo mesmo
elenco, em que o público era levado a
variáveis do que será verdade e do que
será mentira – e assim se demonstrava
como a arte de representar se pode
desdobrar em múltiplos sentidos.
No caminho de regresso a casa, foi
grande a reflexão que fizemos sobre
as mentiras e verdades com as quais
somos confrontados diariamente.
As saudades que tenho de ir ao Teatro
(outra pura verdade).
Por falar em verdade e mentira, recordas-te
do programa “Momento da Verdade”
que passou na SIC há uns anos,
apresentado pela Teresa Guilherme? O
programa desafiava os participantes a
responderem a perguntas relacionadas
com a sua vida pessoal, sendo apurada
a verdade pelo recurso a um detector
de mentiras. E lá iam as pessoas
expor a sua vidinha (e a dos familiares)
em praça pública. O cenário era como
uma arena, com pessoas que emitiam
sons de espanto, e do além surgia uma
voz que dizia: “A sua resposta é (longa
pausa) Verdade ou Mentira consoante
o veredicto da poligrafo. E o público
voltava a emitir sons de espanto.
Mais tarde, a TVI teve no programa da
Fátima Lopes uma versão barata do
“Momento da Verdade”.
Chamava-se a “Maquina da Verdade”
Onde as pessoas eram analisadas (e
julgadas publicamente), por um poligrafo
e por um espanhol que vinha cá
aferir se as pessoas eram infiéis, assuntos
relacionados com roubos ou apropriações,
assuntos familiares … e outras
coisas do género. Umas que queriam
provar que não traiam os maridos, outras
que não tinham ficado com as heranças
de familiares falecidos, outras
que queriam provar não ter roubado
as casas das patroas onde faziam limpezas
…
Como é possível as pessoas exporem-
-se desta forma? Quando muitas vezes
as verdades delas não eram comprovadas,
ficavam enxovalhadas em público.
Enfim. Que medo!
Podia estar aqui o dia inteiro mas a
minha vida não é (só) isto. (Mais uma
verdade)!
Cada vez mais se ouve falar de “Fake
news” . A SIC emite semanalmente o
“Poligrafo”, a TVI, em parceria com o
Observador, emite a “Hora da Verdade”.
Ambos dedicados à verificação de
factos, assentes na investigação feita
pelos jornalistas.
Muitos continuam a dizer que a Terra
é plana, que o homem não foi à Lua, e,
pasmem-se, até há quem afirme que o
Holocausto nunca existiu!
Já para não falar na quantidade de
gente que não acreditou no corona vírus.
Agora lembrei-me da Joacine Katar
Moreira aos gritos “É mentiraaaa” ,e do
Trump a dizer que as eleições foram
uma farsa…
O que nos leva a mentir? Existem mentiras
piedosas? E as meias verdades?
Gosto muito de ti. Tu sabes que é verdade!
©: DR ©: DR
V ALICE VIEIRA (*)
Querido neto
Então hoje andamos nas
mentiras???Perguntas-me a
origem desse dia? Ninguém sabe
ao certo.
Há quem diga que vem do séc.
XVI, em França, quando o Ano
Novo se comemorava no dia 25
de Março e os festejos se prolongavam
até ao dia 1 de Abril.
Outros dizem que, devido à adopção
do calendário gregoriano, em
1564, o Rei Carlos IX de França determinou
que o Ano Novo se festejasse
no dia 1 de Janeiro. Mas
foram muitos os que resistiram ,
continuando a seguir o calendário
antigo. Esses eram ridicularizados,
enviavam-lhes convites
para festas que não havia, mandavam-lhes
prendas dentro de
pequenas caixas…vazias.
Também se conta que, no Brasil,
um jornal , chamado “A Mentira”,
anunciou a morte do Imperador
D. Pedro no dia 1 de Abril—o que
foi desmentido no dia seguinte.
O jornal teve vida efémera, como
se calcula, e esse dia passou a ser
chamado o Dia da Mentira.
Deve ter sido alguma coisa assim—mas
que já vem de há muito
tempo
Lembro-me de ouvir contar velhas
mentiras do 1 de Abril, publicadas
em diversos jornais estrangeiros,
que ficaram famosas
até hoje
A queda da cúpula do Capitólio
(pena não ter sido com o Trump
lá dentro.)
Uma extraordinária plantação
de esparguete devido ao tempo
quente
Um suplemento de 7 páginas publicado
no “Guardian” a falar, com
todos os pormenores, de uma pequena
república, até então desconhecida,
chamada San Serriffen,
no Oceano Índico. A corrida
de pessoas até esse paraíso foi
enorme…Coitadinhas
Thomas Edison tinha acabado de
inventar uma máquina de fazer
comida: a terra transformava-se
em trigo, e a água em vinho (até
parecia a Bíblia...)
Várias receitas para cozinhar bem
um dinossauro
(E aqui abro um parêntesis: ainda
não há muito tempo apareceu no
Facebook uma fotografia do Steven
Spielberg a cravar uma seta
no pescoço de um dinossauro.
Acho que não viste isso. Pois não
calculas a quantidade de mensagens
de pessoas indignadas, a
dizerem que o Spielberg devia
ser preso por andar a matar
animais…).
A Bélgica tinha sido dividida
em dois países: o do norte, entregue
à Holanda; o do sul entregue
à França
A Senhora Thatcher tinha tido
um tórrido romance com Gor-
bachev, na sua visita à Rússia (com uma série de
fotografias com ela a fazer-lhe festinhas no queixo,
e ambos a andarem de braço dado nas ruas
das cidades)
Quanto às nossas notícias falsas, são uns anjinhos
comparadas com estas…
Havia a que se repetia quase todos os anos: as
chaminés do Palácio da Vila, em Sintra, tinham
caído. Depois havia muitas relacionadas com o
futebol.
Nós, jornalistas, tínhamos sempre de escrever
uma notícia no dia 2 de Abril—a divulgar que
mentiras tinham saído na véspera em todos os
jornais—incluindo aquele em que trabalhávamos.
E houve um ano em que não conseguimos adivinhar
a mentira de um determinado jornal. Fui
com esse jornal ao meu chefe de redacção—e
não atinávamos. Porque eram tantas, tantas que
podiam ser mentira que não conseguíamos descobrir.
Rimos imenso (e ele nem tinha o riso fácil…)
e não publicámos nada.
Agora, não há páginas de jornais que cheguem
para contar as desgraças deste mundo—e isso,
infelizmente, é verdade
(*) Os autores escrevem segundo o Acordo Ortográfico
(**) Jornalista - (***) Jornalista e Escritora
www.retratoscontados.pt
https://bit.ly/3dvDigl
https://bit.ly/3dvi3Li
https://bit.ly/3tyuFXN
info@retratoscontados.pt
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25
Fica bem.
CRÓNICA
Manuel Araújo (*)
PORTUGAL
ANTES DO 25 DE ABRIL
Este texto já tem alguns anos, mas continua
actual e irá certamente ajudar alguns
“esquecidos” a diferenciar o tempo que foi
a escravidão e a Ditadura e o tempo actual,
o tempo depois de Abril
Partimos do princípio que no Estado Novo
não havia partidos, direito de reunião nem
de opiniões discordantes do governo. As
mulheres não votavam. Era uma Ditadura.
Havia a censura. Os jornais, os livros, o cinema e o
teatro eram visados por censores que proibiam as palavras
que não agradavam ao regime. Muitos escritores, jornalistas,
cantores e músicos eram proibidos de divulgar as suas
obras.
Havia a PIDE. A Polícia Internacional de Defesa do
Estado existia para perseguir, vigiar, prender e torturar todas
as pessoas que tinham opiniões diferentes das do governo.
Muitos antifascistas foram assassinados pela PIDE.
A Polícia Internacional de Defesa do Estado existia para
perseguir, vigiar, prender e torturar todas as pessoas que
tinham opiniões diferentes das do governo. Muitos antifascistas
foram assassinados pela PIDE. (que conheci bem, demasiado
perto.
As prisões da ditadura. Os opositores ao Estado
Novo eram presos em prisões com as de Peniche e
Caxias, onde permaneciam em péssimas condições e eram
torturados, só pelo facto de não concordarem com o regime.
Os opositores ao Estado Novo eram presos em prisões
com as de Peniche e Caxias, onde permaneciam em péssimas
condições e eram torturados, só pelo facto de não
concordarem com o regime. (eu conheci também as prisões
por dentro, bem demais. Conheci o horror da Cadeia
da Trafaria em 1973)
O exílio. Muitos portugueses foram obrigados a emigrar
para não serem presos ou por recusarem ir combater
na injusta guerra colonial. Nos países de exílio, continuaram
a sua luta contra a ditadura.
A Mocidade Portuguesa. Os jovens, a partir
dos sete anos, eram obrigados a pertencer a esta organização
militarista de juventude, que exigia que andassem
fardados, marchassem como soldados e fizessem uma saudação
muito parecida com a nazi.
A Resistência. Como estavam proibidos os partidos
políticos, lutava-se na clandestinidade pela liberdade.
A Oposição Democrática participou em eleições, mas os resultados
eram falseados e os candidatos presos.
A guerra colonial. Os territórios de Angola, Guiné
e Moçambique, para alcançarem a sua liberdade, foram
obrigados a fazer guerra a Portugal. Em consequência,
morreram milhares de africanos e portugueses em África.
Os territórios de Angola, Guiné e Moçambique, para alcançarem
a sua liberdade, foram obrigados a fazer guerra a
Portugal. Em consequência, morreram milhares de africanos
e portugueses em África. (perto de dez mil jovens portugueses
morreram “assassinados” pelo Estado Novo)
O poder autoritário. Quem nomeava os presidentes
das Câmaras Municipais e das Juntas de Freguesia
eram os governantes, que não ouviam a opinião das populações
nem tinham que cumprir um programa de acção.
Portugal isolado do mundo. O nosso País
era condenado por organizações internacionais como a
ONU, que não aceitava que continuássemos a colonizar
os territórios que exigiam a sua independência. O nosso
País era condenado por organizações internacionais como
a ONU, que não aceitava que continuássemos a colonizar
os territórios que exigiam a sua independência. orgulhosamente
sós, como dizia a fascista Salazar.
PORTUGAL
DEPOIS DO 25 DE ABRIL
O 25 de Abril de 1974.
Os capitães rejeitaram a guerra colonial e resolveram organizar-se
no Movimento das Forças Armadas (MFA) para acabar
com a guerra e restabelecer a democracia. Os capitães
rejeitaram a guerra colonial e resolveram organizar-se no
Movimento das Forças Armadas (MFA) para acabar com a
guerra e restabelecer a democracia. que saudades eu tenho
do Comandante Santos Jorge, que já não nos pode explicar
como foi “cozinhado” na clandestinidade a preparação do
Dia da Liberdade.
Liberdade de expressão e manifestação.
O 25 de Abril trouxe a extinção da censura prévia. No 1º
de Maio de 1974 milhões de portugueses saíram à rua em
manifestações livres por todo o país, comemorando a conquista
da liberdade.
Liberdade de reunião e associação. Foram
legalizados os sindicatos, as associações de estudantes
e os partidos políticos, aceitando-se a livre associação para
a difusão de ideias e propostas.
A libertação dos presos políticos.
Os presos políticos foram libertados, pondo-se fim à prática
de se prender as pessoas que não concordassem com o governo
ou que pertencessem a partidos da oposição.
O regresso dos exilados.
Após o 25 de Abril, os exilados regressaram a Portugal, podendo
integrar-se na sociedade democrática e contribuindo
para a construção de um país novo.
Escola para todos.
A escolaridade obrigatória até ao 9º ano (se bem que inicialmente
foi até ao 6º ano) e a proibição do trabalho infantil
permitem a todos os jovens darem o devido valor à escola
e aos estudos, preparando-se melhor para a vida activa.. A
escolaridade obrigatória até ao 9º ano (se bem que inicialmente
foi até ao 6º ano) e a proibição do trabalho infantil
permitem a todos os jovens darem o devido valor à escola
e aos estudos, preparando-se melhor para a vida activa.
(era habitual os filhos de professores (mesmo que grandes
asnos) serem também professores, os filhos de médicos serem
médicos etc…)
A Democracia. As eleições passaram a ser livres e os partidos
políticos passaram a poder divulgar os seus programas
eleitorais para a eleição dos nossos representantes. As eleições
passaram a ser livres e os partidos políticos passaram
a poder divulgar os seus programas eleitorais para a eleição
dos nossos representantes. (as pessoas que criticam os
governos apenas têm o que merecem, pois são as únicas
responsáveis por quem nos tem governado; ou têm votado
mal, ou não têm votado)
O nascimento de novos países.
O 25 de Abril trouxe o fim da guerra colonial, o que originou
novos países: Angola, Cabo Verde, Guiné, Moçambique
e São Tomé e Príncipe. Timor começava a dar os primeiros
passos.
O poder local.
As Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia passaram
a ser eleitas pelas populações locais, que podem fiscalizar
o cumprimento das propostas eleitorais dos respectivos
autarcas. As Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia
passaram a ser eleitas pelas populações locais, que podem
fiscalizar o cumprimento das propostas eleitorais dos respectivos
autarcas. (hoje qualquer um, mesmo sem apoio
dos partidos pode ser eleito autarca)
Portugal na União Europeia.
A democratização de Portugal e a independência das ex-
-colónias foram bem recebidas pelas organizações internacionais
e abriram-se as portas para a integração europeia.”
Conclusão
Antes do 25 de Abril havia corrupção generalizada, miséria,
deportações, fome, morte, guerra (perto de 10 mil mortos),
a PIDE, as prisões arbitrárias, os julgamentos sumários e o
medo, sim muito medo. Eu não esqueci ainda o rádio de
onda-curta que o meu pai escondia num fundo-falso de
um guarda-roupa e o medo de escutar estações estrangeiras
“subversivas”. Havia a PIDE perto, demasiado perto… em
todo lado.
Eu continuo a preferir este sistema democrático mesmo
que imperfeito, do que golpadas militares e o regresso ao
fascismo e à Ditadura que muitos envergonhadamente anseiam.
É urgente no ensino obrigatório e em casa, desde tenra idade
explicarem aos jovens o que foi de facto, o Estado Novo.
Explicar-lhes as diferenças, os valores e conceitos universais
da Democracia, da Cidadania e da Liberdade.
Viva o 25 de Abril!
(*) Texto adaptado
CRÓNICA
Fotos: Alfredo Cunha
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27
AGENDA
Cidadania
Informações
MAPS (*)
Caros leitores, um certificado
de Covid é exigido para muitos
eventos. É importante que você
continue a seguir as medidas de
proteção contra o coronavírus.
Você pode encontrar uma visão
geral das medidas atuais em vários
idiomas em www.stadt-zuerich.ch/coronavirus.
Por favor,
informe-se antes de participar
de um evento. Apesar de tudo,
a equipe da MAPS deseja a você
um bom momento!
(*) Escrito na variante brasileira
da Língua Portuguesa
3.4.2022
CONCERTO SUÍÇO
Vontade de folclore alpino? Venha ao
bar “El Lokal” hoje à noite! Os grupos
“Giigestubete” e “Jodlerei” tocam
música tradicional suíça e cantam o
“Jodel”. 18:00. CHF 5.-.
El Lokal. Gessnerallee 11.
Tram 3/14 oder Bus 31 bis “Sihlpost/
HB”.
h t t p : / / w w w . e l l o k a l .
ch/?lang=de&details=476
4.4.2022
EXPOSIÇÃO SOBRE O OURO
O Helmhaus apresenta a exposição
“GOLD - Mining the Unconscious”.
Quatro artistas mostram suas opiniões
sobre arte e ouro. Esta noite há um
curso sobre arte moderna e estilos
de arte das 17:30 às 18:00. Ter-dom
11:00-18:00. Qui 11:00-20:00. Entrada
gratuita.
Helmhaus. Limmatquai 31.
Tram 4/15 bis “Helmhaus”.
https://www.stadt-zuerich.ch/kultur/
de/index/institutionen/helmhaus/
Vorschau.html
5.4.2022
HAPPY HOUR NO JARDIM
Você gosta de jardinar? Visite o
“Stadtgärtnerei” hoje à noite. Aqui você
pode jardinar com outros amantes da
jardinagem. Os especialistas darão
conselhos e responderão perguntas.
17:30-19:30. Entrada gratuita.
Stadtgärtnerei - Zentrum für Pflanzen
und Bildung. Sackzelg 27.
Tram 3 oder Bus 33/83/89 bis
“Hubertus”.
https://zuercher-museen.ch/museen/
stadtgaertnerei-zentrum-fuerpflanzen-und-bildung/fiirabiggaertnere-termin-1
5.4.2022
FILME SOBRE A REVOLUÇÃO RUSSA
A Revolução Russa de 1917 trouxe o
fim dos “czares” russos. A “Filmstelle”,
O cinema estudantil da ETH, exibe
hoje o filme “October - Proletarian,
learn to use your rifle!” É um filme de
propaganda que fala da revolução
em São Petersburgo. Em russo com
legendas em inglês. 20:00. CHF 5.-.
Kino Filmstelle. ETH-Zentrum.
Universitätstr. 6.
Tram 6/9/10 bis “ETH/
Universitätsspital”.
https://filmstelle.ch/october/
6.4.2022
NOITE MUSICAL
Delicie-se com um concerto hoje
à noite no bar cultural “GLEIS”. O
músico “Neo & Neo” tem viajado
muito. Ele toca música folclórica e
pop inspirada em suas viagens. Às
20:00. Contribuição espontânea.
GLEIS. Zollstrasse 121.
Bus 32 bis “Röntgenstrasse”.
https://dasgleis.ch/programm
7.4.2022
EXPOSIÇÃO DE ARTE SONORA
Descubra a exposição de arte
“Resonant Frequencies” no “Migros
Museum für Gegenwartskunst”. Você
experimentará a arte com seus olhos...
mas também com seus ouvidos
porque a arte é acompanhada de
música, vibrações e sons diversos. Esta
noite das 18:30 às 19:30, o artista Evan
Ifekoya conduz uma visita pública
e explica sua arte. Ter-qua/sex-dom
11:00-18:00. Qui 11:00-20:00. Entrada
gratuita todas as quintas-feiras depois
das 17:00.
Migros Museum für Gegenwartskunst.
Limmatstr. 270.
Tram 4/8/13/17 oder Bus 31/33/72/83
bis “Escher Wyss Platz”.
https://migrosmuseum.ch/
ausstellungen/evan-ifekoya
8.4.2022
HISTÓRIAS DE SEEBACH (ATÉ 10.04)
A partir de hoje até domingo, o
“Maxim Theater” junto com outras
associações organiza o evento
“Seebach macht Geschichte/s”.
Em vários locais em Seebach você
vivenciará peças de teatro, obras
de arte, concertos e histórias sobre
Seebach. O programa está disponível
no site www.maximtheater.ch/
seebachgeschichten. Entrada livre.
10.4.2022
EXPOSIÇÃO SOBRE DIGITALIZAÇÃO
Nossa vida cotidiana é moldada por
dispositivos digitais: computadores,
dispositivos GPS, smartphones e
muito mais. A exposição “Planeta
Digital” do “Museum für Gestaltung”
mostra como o mundo digital
influencia nossas vidas e nossos
pensamentos. Visitas guiadas hoje
das 11:00 às 12:00. Ter-qua/sex-dom
11:00-17:00. Qui 11:00-20:00. CHF 8.-
com KulturLegi (ao invés de CHF 12.-).
Museum für Gestaltung.
Ausstellungsstr. 60.
Tram 4/13/17 bis “Museum für
Gestaltung”.
https://museum-gestaltung.ch/de/
events/planet-digital-3-2022-04-10/
11.4.2022
FILME DOCUMENTÁRIO
A “Schweizer Radio und Fernsehen”
exibe regularmente documentários
e reportagens emocionantes e
instrutivas sobre temas da sociedade,
meio-ambiente, política ou economia.
Atualmente, por exemplo, você pode
ver documentários sobre a guerra na
Ucrânia. Gratuito.
http://www.srf.ch/sendungen/dok
14.4.2022
VISITE UM ATELIÊ DE PINTURA
Você gosta de pintar? O “Righini-Fries-
Stiftung” mostra obras dos pintores
Sigismund Righini, Willy Fries e
Hanny Fries. Eles são três importantes
artistas do final dos séculos XIX e XX
de Zurique. Inscrição para uma visita
em 043 268 05 30 ou stiftung@righinifries.ch.
Entrada livre.
Atelier Righini Fries. Klosbachstr. 150.
Bus 33 bis “Klosbach”.
https://www.righini-fries.ch/
15.4.2022
PASSEIO A RÜSCHLIKON
O “Park im Grüene” é um destino de
passeio agradável para toda a família.
Enquanto as crianças brincam no
parque infantil, os pais aproveitam
para descontrair nas cadeiras. Às
segundas e quartas-feiras as crianças
podem andar no comboiozinho ou
montar um burro. Seg-sex 08:00-
18:30. Entrada livre. Informações
detalhadas sobre as actividades:
www.parkimgruene.ch.
Park im Grüene. Alsenstr. 40.
Rüschlikon.
Bus 165 bis “Rüschlikon, Park im
Grüene”.
https://www.parkimgruene.ch/de/
familienaktivitaeten/baehnli.html
16.4.2022
PINTAR OVOS DE PÁSCOA
Amanhã é domingo de Páscoa e
por isso os coloridos ovos de Páscoa
não podem faltar. Com a sua família,
pode tingir ovos com frutos de baga,
beterraba ou couve roxa. Depois
esconda-os no jardim, na varanda ou
em casa para os seus familiares ou
amigos os procurarem. Gratuito.
https://famigros.migros.ch/de/
ausfluege-und-freizeit/feste-undsaisonales/ostern/ostereier-faerbendekorieren
18.4.2022
REPOUSAR NO JARDIM
O “Rechbergpark” é o mais bonito
jardim barroco em Zurique. Datado de
1790, neste jardim encontra também
encantadores terraços e edifícios desta
época. Desfrute do tempo primaveril e
visite este lugar especial. Gratuito.
Rechberggarte. Hochschulen.
Tram 3 oder Bus 32 bis “Neumarkt”.
https://www.stadt-zuerich.ch/ted/de/
index/gsz/natur-erleben/park-undgruenanlagen/parkanlagen-von-az/
Rechberg.html
19.4.2022
SALA DE DIVERSÃO PARA CRIANÇAS
Na sala de diversão do centro
comunitário “GZ Seebach” as crianças
podem fazer construções, trepar,
escorregar e brincar. Apareça com os
seus filhos (0-7 anos) e troque ideias
com outros pais. Ter/qua/sex 14:00-
17:00. Entrada livre, contribuição
espontânea.
GZ Seebach, Saalobergeschoss.
Hertensteinstr. 20.
Tram 14 oder Bus 40/75/742/768 bis
“Seebach”.
http://www.gz-zh.ch/gz-seebach/
programm/
20.4.2022
EXPOSIÇÃO DE OBJECTOS
Gosta de decoração e objectivos
antigos? Então o “Alterthümer-
Magazin” é dirigido a si! Este museu
abriga uma colecção de obras de arte
e objectos decorativos de Zurique de
vários séculos: janelas, louça, esculturas,
etc. O objectivo é sensibilizar para os
tesouros artísticos de Zurique. Qua
18:30-20:00. Sáb 14:00-15:30. CHF 5.-.
Alterthümer-Magazin. Sihlamtsstr. 4.
S-Bahn 4/10 oder Tram 8 bis “Bahnhof
Selnau”.
https://www.zh.ch/de/sport-kultur/
kultur/kulturerbe/kulturhistorischeinstitutionen/alterthuemer-magazin.
html
22.4.2022
PASSEIO A PÉ À VOLTA DO LAGO DE
ZURIQUE
A Primavera é uma época maravilhosa
para passear junto do lago de Zurique.
Os percursos estão cheios de flores, o
tempo está bom e nos Alpes ainda há
neve. Faça um passeio, pratique jogging
ou descontraia à beira do lago. Os
diversos percursos de caminhada estão
disponíveis em www.schweizmobil.ch.
Gratuito.
https://www.schweizmobil.ch/
de/wanderland/regionale-routen/
route-084.html
23.4.2022
CASTELO HISTÓRICO
É fã de História? Gosta de castelos?
Então visite o “Museum Schloss
Kyburg”. Este castelo com mais de 1000
anos é um dos mais bem conservados
castelos da Suíça. No interior encontra
várias salas e objectos da Idade Média.
Ter-dom 10:00-17:30. CHF 6.- com
KulturLegi (em vez de CHF 12.-).
Museum Schloss Kyburg. Schloss 1.
Effretikon.
S-Bahn bis “Effretikon”, dann Bus 655
bis “Kyburg, Dorf”.
https://schlosskyburg.ch/
24.4.2022
FESTA DA PRIMAVERA NO JARDIM
BOTÂNICO
Hoje visite a Festa da Primavera do
“Botanischer Garten”. Além de música
ao vivo e stands de comida, encontra
ainda especialistas em plantas que lhe
dão sugestões para o seu jardim. Este
ano o tema é “Bedrohte Arten”. 11:00-
17:00. Entrada livre.
Botanischer Garten. Zollikerstrasse 107.
Bus 33/77 bis “Botanischer Garten”.
https://www.bg.uzh.ch/de/
veranstaltung/fruehlingsfest.html
25.4.2022
FESTA DA PRIMAVERA DE ZURIQUE:
“SECHSELÄUTEN”
Hoje vá até Bellevue para ver a
“Sechseläuten”, a mais tradicional festa
da Primavera da cidade de Zurique. É
lançado o fogo a uma enorme figura de
palha chamada “Böögg”: quanto mais
depressa a sua cabeça explodir, tanto
mais quente e longo será o Verão. Este
ano, Uri é o cantão convidado. Haverá
um desfile com trajes tradicionais e
cavalos. Entrada livre. Encontra lugares
sentados ao longo do percurso (custo
entre CHF 10.- a 25.-) que terá de
comprar online. O “Böögg” começa a
arder às 16:00. Mais informações: www.
sechselaeuten.ch.
https://www.zuerich.com/en/visit/
events/sechselaeuten-program
26.4.2022
EXPOSIÇÃO SOBRE O SENTIDO DA
AUDIÇÃO
Sabe como funcionam os ouvidos? Já
alguma vez se questionou sobre se
os animais ouvem da mesma forma
que nós? Até 30.04. pode visitar
uma exposição sobre a audição no
“Kulturama Museum des Menschen”.
A exposição “Erlebnisraum OHR” está
disponível online e em 3D! Exposição
virtual gratuita.
https://my.matterport.com/
show/?m=FmnfF4YSn6h
28.4.2022
NOITE NO LANDESMUSEUM
Deseja visitar o museu, mas
durante o dia não tem tempo? O
“ andesmuseum” está aberto hoje
à noite! Na última quinta-feira de cada
mês o “Landesmuseum” organiza o
evento “Late”, que inclui não só visitas
guiadas nocturnas ao museu, mas
também música, um espectáculo e um
aperitivo. Inscrição obrigatória no sítio
web. 19:00-23:00. CHF 10.-.
Landesmuseum. Museumstr. 2.
Tram 4/6/11/13/14 ou Bus 46 bis
“Bahnhofquai/HB”.
https://www.landesmuseum.ch/late
29.4.2022
CIRCO
Com vontade de rir e de ficar
espantado? Hoje à noite o “Circus
Chnopf” apresenta a sua primeira
sessão do ano! 20:00. CHF 5.-.
Zirkusquartier Zürich. Flurstrasse 85.
Bus 83/89 bis “Flurstrasse”.
https://zirkusquartier.ch/
veranstaltung/35-offenebuhne-2022-04-29
30.4.2022
MERCADO DO TOMATE (ATÉ 14.05.)
Procura um tomateiro para a sua
varanda? Então visite o Mercado do
Tomateiro no “Stadtgärtnerei”, onde
encontrará muitas variedades e
especialistas que respondem às suas
dúvidas. Sex 10:00-18:00. Sáb 10:00-
16:00. Entrada livre.
Stadtgärtnerei - Zentrum für Pflanzen
und Bildung. Sackzelg 27.
Tram 3 oder Bus 33/83/89 bis “Hubertus”.
https://www.stadt-zuerich.ch/ted/de/
index/gsz/aktuell/gruenagenda/2022/
april-juni/tomatensetzlingsmarkt.html
28 Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu
29
Crónica
Saúde
O MUNDO NÃO TEM
DE SER ASSIM…
© (Getty Images) © (Reuters)
Portugal: Exportação de
Graça Foles Amiguinho
Citando o título do livro
sobre a Biografia
de António Guterres,
Secretário-Geral das Nações Unidas, o português que com
a sua atitude humanista, muito honra Portugal e o mundo
civilizado e Democrático, tentarei colocar-me do lado que
defendo, o lado da Justiça, do Respeito, da Ponderação e
da Liberdade.
“O mundo que não tem de ser assim” é o mundo onde
impera a maldade, a arrogância, o nacionalismo exacerbado,
o totalitarismo, a ânsia de dominar o outro, a qualquer
custo, a vontade de matar e destruir, de pôr o pé na garganta
do mais fraco e achar que tudo lhe é permitido, porque
se considera poderoso e capaz de vencer pela força,
impondo, sem dó nem piedade, a sua regra de vida, a sua
prepotência, esmagando, violando todos os compromissos
assumidos, querendo reescrever a “História” dos Povos,
segundo a sua vontade e ideologia.
Este é o “mundo” detestável, que todo o ser humano deve
repudiar e por razão alguma, deixar crescer.
Este é o mundo de “Putin”, talvez só dele, pois não conseguimos
acreditar que entre o povo russo, não haja gente
decente, gente honesta.
Tal como a fera que deita as garras de fora para dominar e
amedrontar os outros animais que a rodeiam, assim é este
ser humano, que se reveste de uma desumanidade sem
precedentes, de uma frieza demoníaca, de um calculismo
impressionante.
O “mundo que não tem que ser assim” é este que estamos
vendo, atacando, bombardeando, com gente morrendo
injustamente, fugindo, escondendo-se, mas na sua outra
face, descobrimos o mundo de luz e amor, cheio de manifestações
de solidariedade para com o povo Ucraniano,
que está sendo apoiado de todas as formas possíveis e até,
impensáveis.
É o mundo dos que lutam pela sua independência e liberdade,
é o mundo dos que dão a vida, se preciso for, pela
sua Pátria, é o mundo das mulheres que partem, com as
suas crianças, sem saberem bem, onde irão parar, fugindo
da guerra, deixando para trás os seus homens, os pais idosos,
uns para combaterem pela continuidade da independência
da sua Pátria, outros, porque a idade já não lhes
permite andar quilómetros, a pé e ao frio.
A Europa uniu-se e têm sido tomadas medidas importantíssimas,
por toda a gente que sente profundamente, o
sofrimento de um povo atacado e a pesada injustiça que
sobre ele caiu.
Dois mundos em confrontação.
De um lado, o poder do mal, do outro, a força do bem.
Hoje, mais do que nunca, através do mundo digital, sabemos
o que se passa no mundo, minuto a minuto, e ninguém
pode queixar-se de que não sabe, não viu ou não
ouviu.
Ninguém pode ficar indiferente ao sofrimento alheio.
Ninguém pode ignorar a miséria das ações ignóbeis da
Rússia, contra povos irmãos.
Guerra, só pode trazer dor, morte, destruição.
O malfeitor tem que ser castigado pelos seus atos e o
mundo democrático, consciente da realidade, está a tomar
medidas, mas que vão ser sentidas por todos nós,
mesmo não estando diretamente envolvidos em tão grande
conflito armado.
“O mundo não tem de ser assim”!
Pois não!
Mas quem poderá mudá-lo?
flor de canábis
aumentou 566% em 2021
Laura Ramos
A exportação de flor de canábis em Portugal aumentou quase 600% em 2021, avançou o Jornal de
Notícias, segundo informação do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento. “A quantidade de
flor seca com teor de humidade igual ou inferior a 10% exportada em 2021 chegou às 30 toneladas”,
superando as 4,5 de 2020, num crescimento de quase 600%.
A quantidade exportada em 2022, até à presente data, foi de cerca de 10 toneladas.
As 30 toneladas de flor de canábis exportadas de Portugal em 2021 tiveram como principais destinos
a Austrália, França, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA), além da Alemanha, Israel, Malta
e Espanha, para onde já tinham sido exportadas 4,5 toneladas em 2020. A informação foi confirmada
pelo Infarmed ao Cannareporter que não especificou, no entanto, que quantidades foram para onde,
alegando razões “comerciais” das próprias empresas.
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31
Observatório Português de Canábis Medicinal
sob contestação de
pacientes e enfermeiros
Laura Ramos
O Observatório Português de
Canábis Medicinal (OPCM)
está a ser alvo de contestação
por parte de pacientes,
enfermeiros e técnicos de saúde,
que se queixam de ter sido
impedidos de participar na 1ª
Conferência Nacional sobre
Canábis Medicinal. A CNCM
realizou-se no dia 26 de Março
em Coimbra e aceitou apenas
inscrições de médicos e
farmacêuticos. Associados do
OPCM estão indignados com a
“discriminação” e dizem que a
limitação do acesso vai contra
os estatutos do próprio OPCM,
acusando ainda a presidente
da associação de “censura”
nas redes sociais.
O Cannareporter questionou a presidente
do OPCM, Carla Dias, sobre as
razões para limitar o acesso ao evento,
de cariz nacional, mas não recebeu resposta.
Uma associação de pacientes
que “não representa
os pacientes”
“O OPCM é uma associação que foi criada
em prol dos pacientes que necessitam
da canábis para melhorar a sua
qualidade de vida e os seus principais
objectivos deveriam ser colocar sempre
os pacientes em primeiro lugar. Porque
é que doentes, cuidadores, enfermeiros,
terapeutas e técnicos de saúde não
podem participar, uma vez que são
fundamentais para o acompanhamento
dos pacientes e da sua evolução, antes
e depois da canábis medicinal?”
As palavras são de Paula Mota, Jurista
e mãe da Margarida, de 13 anos, que
padece de epilepsia refractária. Paula
é associada do OPCM, mas afirma
que nem ela nem outros associados se
sentem representados pela associação.
“Neste momento, é com tristeza que
vejo que os doentes não se sentem representados
por esta associação, uma
vez que tudo o que tem sido feito me
parece mais direccionado para a propaganda
das farmacêuticas a actuar
em Portugal, que muito pouco ou nada
fizeram pelos pacientes portugueses”,
lamenta.
A limitação de participação na conferência
CNCM a médicos e farmacêuticos
gerou a discórdia entre associados,
pacientes e enfermeiros em Portugal
Paula diz que há varias questões que
gostaria de ver esclarecidas pelo OPCM.
“O porquê de os pacientes terem sido
excluídos da 1ª CNCM, uma vez que um
dos objectivos do OPCM é ‘Informar,
apoiar e orientar, a todos os níveis, no
contexto do seu objeto, os pacientes e
utilizadores de medicamentos, preparações
e substâncias à base de canábis
para fins medicinais, respeitando o
Direito à Saúde consagrado no artigo
64.º da Constituição da República Portuguesa’
– ora o facto de os pacientes
não poderem participar não é, desde
logo, uma falta de respeito pelo direito
a saúde?”, questiona Paula.
E continua: “Outro dos objectivos
consagrados nos estatutos do OPCM
é ‘Permitir a integração social dos pacientes
visando a sua dignificação e a
salvaguarda dos seus interesses e direitos,
bem como o apoio a cuidadores
ou familiares.’ Ora, excluir os pacientes
da conferência não será uma segregação
destes? O OPCM foi constituído em
prol do paciente, como pode promover
conferências e deixar os doentes fora
delas? E porque é que os associados
com as quotas em dia também não podem
participar?”
Estatutos estão a ser “violados”
Rui Malato, membro fundador e associado
do OPCM, que entretanto se
demitiu, juntamente com mais dois
membros fundadores em divergência
com a direcção de Carla Dias, diz
estar “chocado”, desde logo porque
“vai contra os estatutos. Até parece
mentira!”, afirma. “O OPCM não serve
verdadeiramente a causa do acesso
à canábis, mas apenas a perspectiva
da indústria, esquecendo quem mais
precisa, os doentes. Esquece também,
de facto, que existem muitos doentes
que, na hora do aperto, mais rapidamente
agarram na Bimby e fazem os
seus próprios produtos, em vez de ficarem
à espera do OPCM e dos seus
congéneres”. Rui Malato acrescenta
ainda que considera “uma afronta”
a forma “altamente restritiva – e no
mínimo suspeita – como conseguem
fazer isto com o acesso à canábis e
seus derivados. Agora até o paciente
é banido das iniciativas da associação,
quando nos estatutos se define
precisamente o contrário. Os estatutos
do OPCM estão simplesmente a
ser violados, o que é um verdadeiro
desrespeito pelos princípios que moveram
e fizeram nascer a associação”,
lamenta Malato, que esclarece ainda
que “a 1ª Conferência de Canábis Medicinal
em Portugal aconteceu em
2018, não em 2022. É, de resto, uma
vergonha, face à realidade de tantos
e tantos pacientes, que continuam na
esperança de melhores dias e à procura
de apoio das instituições e dos
profissionais de saúde relativamente
à canábis…. o OPCM, simplesmente,
virou-lhes as costas”, lamenta.
A limitação de participação na conferência
CNCM a médicos e farmacêuticos
gerou a discórdia entre associados,
pacientes e enfermeiros em
Portugal
Paula diz que há varias questões
que gostaria de ver esclarecidas pelo
OPCM. “O porquê de os pacientes terem
sido excluídos da 1ª CNCM, uma
vez que um dos objectivos do OPCM
é ‘Informar, apoiar e orientar, a todos
os níveis, no contexto do seu objeto,
os pacientes e utilizadores de medicamentos,
preparações e substâncias
à base de canábis para fins medicinais,
respeitando o Direito à Saúde
consagrado no artigo 64.º da Constituição
da República Portuguesa’ – ora
o facto de os pacientes não poderem
participar não é, desde logo, uma falta
de respeito pelo direito a saúde?”,
questiona Paula.
E continua: “Outro dos objectivos
consagrados nos estatutos do OPCM
é ‘Permitir a integração social dos pacientes
visando a sua dignificação e a
salvaguarda dos seus interesses e direitos,
bem como o apoio a cuidadores
ou familiares.’ Ora, excluir os pacientes
da conferência não será uma
segregação destes? O OPCM foi constituído
em prol do paciente, como
pode promover conferências e deixar
os doentes fora delas? E porque é
que os associados com as quotas em
dia também não podem participar?”
Estatutos estão a ser
“violados”
Rui Malato, membro fundador e associado
do OPCM, que entretanto se
demitiu, juntamente com mais dois
membros fundadores em divergência
com a direcção de Carla Dias, diz
estar “chocado”, desde logo porque
“vai contra os estatutos. Até parece
mentira!”, afirma. “O OPCM não serve
verdadeiramente a causa do acesso
à canábis, mas apenas a perspectiva
da indústria, esquecendo quem mais
precisa, os doentes. Esquece também,
de facto, que existem muitos doentes
que, na hora do aperto, mais rapidamente
agarram na Bimby e fazem os
seus próprios produtos, em vez de ficarem
à espera do OPCM e dos seus
congéneres”. Rui Malato acrescenta
ainda que considera “uma afronta”
a forma “altamente restritiva – e no
mínimo suspeita – como conseguem
fazer isto com o acesso à canábis e
seus derivados. Agora até o paciente
é banido das iniciativas da associação,
quando nos estatutos se define
precisamente o contrário. Os estatutos
do OPCM estão simplesmente a
ser violados, o que é um verdadeiro
desrespeito pelos princípios que moveram
e fizeram nascer a associação”,
lamenta Malato, que esclarece ainda
que “a 1ª Conferência de Canábis Medicinal
em Portugal aconteceu em
2018, não em 2022. É, de resto, uma
vergonha, face à realidade de tantos
e tantos pacientes, que continuam na
esperança de melhores dias e à procura
de apoio das instituições e dos
profissionais de saúde relativamente
à canábis…. o OPCM, simplesmente,
virou-lhes as costas”, lamenta.
Também Paulo Patarra, que sofre
de Espondilite Anquilosante e é associado
do OPCM, confessa estar
desiludido com a associação. “Um
Observatório que não quer o doente
– utente incluído, é, no mínimo, triste.
E estranho, porque a conferência começa
com um discurso direccionado
ao doente… o que é uma distopia!”,
lastima, ao mesmo tempo que equaciona
a sua continuação na associação.
“Posso não ir a esta, mas existe
a possibilidade de ir a outras. Não sei
se renove as quotas, estou desiludido
com o OPCM, nem direito temos a
reclamar, e depois daquela entrevista
da presidente ao JN, que desacredita
o doente que cultiva a sua medicina,
fiquei muito triste. Os pacientes têm
muitas dúvidas e procuram respostas.
Não me parece que seja aqui que
as vão encontrar”, confessa Paulo. E
deixa um aviso: “Este OPCM deve ser
chamado à atenção por parte dos
utentes da canábis: 1. Só existe uma
canábis e toda ela é medicina. 2. O
uso da canábis e qual a sua finalidade
é uma opção ou uma necessidade
individual, que diz apenas respeito ao
utente e ao médico, no caso de uso
medicinal”.
Exclusão de Enfermeiros
gera indignação
Alguns enfermeiros manifestaram o
seu descontentamento na página do
Facebook do OPCM.
Por seu lado, Susana Alexandre, Enfermeira,
lamenta não poder participar
no evento e não poupa críticas
à actuação de Carla Dias. “Acho
inadmissível que o OPCM tenha uma
presidente que exclui os Enfermeiros
de participar no referido evento,
sendo que são eles os profissionais
legalmente habilitados para a administração
de medicação. Temos
de considerar também o facto de
a canábis ser mais uma das opções
de tratamento disponíveis e comprovada
cientificamente, capaz de
oferecer uma melhoria na qualidade
de vida dos pacientes portadores de
doenças crónicas, bem como conferir
uma maior autonomia na gestão
da condição de saúde dos próprios
pacientes com determinadas patologias.
O Enfermeiro é determinante
neste contexto de relação de ajuda e
actuação”, refere Susana Alexandre,
que não se conforma com a maneira
como o OPCM tem vindo a ser gerido.
Paula Mota alertou ainda para a
falta de derivados da canábis à venda
nas farmácias e para o facto de Carla
Dias ter entrado numa saga de defesa
daquilo que é apenas “medicinal”,
esquecendo que o que tem aliviado
as crises epilépticas das filhas de
32 Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu
33
ambas é um derivado do cânhamo
industrial, anteriormente considerado
um ‘suplemento alimentar’ e que
actualmente é o único derivado de
canábis a que consegue recorrer em
Portugal, ainda que de forma “ilegal”.
“Passaram-se quatro anos desde a legalização
da canábis medicinal e actualmente
os pacientes só têm acesso
a uma flor de THC a 18%, à venda
por um preço incomportável para a
maioria das pessoas, e que é prescrita
para outras patologias que não a epilepsia
refractária. A senhora presidente
do OPCM já disse muitas vezes na
comunicação social que em Portugal
não existem preparações de canábis
medicinal certificadas e seguras para
uso dos pacientes. Também já afirmou
várias vezes que o uso desta
terapêutica fez toda a diferença na
qualidade de vida da sua filha, situação
pela qual tenho a maior empatia,
porque vivo a mesma, mas a minha
questão e a de muitos outros pacientes
é: onde consegue o óleo de CBD?
E quem lho prescreve?”, questiona.
OPCM acusado de “censura”
nas redes sociais
Ao longo do último ano têm sido várias
as pessoas a manifestar publicamente
o seu desagrado com a actual
gestão do OPCM, mas os comentários
de oposição são, invariavelmente,
apagados.
Um dos comentários
apagados de um post
do OPCM.
“Porque é que apagam comentários
e não permitem que as suas publicações
nas redes sociais sejam comentadas?
Não será este, também, um
dos meios a que os pacientes têm
facilmente acesso para colocarem
questões?”, interroga-se Paula, que
comentou uma publicação do OPCM
e viu o seu comentário apagado, tendo
sido bloqueada em seguida.
“Num país onde o CBD é usado por
imensas crianças e adolescentes para
a epilepsia e autismo o que nos deu a
Tilray ? Eu digo-vos, uma flor de THC
a 18%, que não pode ser usada por
crianças e adolescentes e para quem
a pode usar o preço é exorbitante! Foi
isto que deram aos Pacientes Portugueses!”
Não demorou muito tempo
até o comentário desaparecer.
“Comentário apagado da página do
OPCM! Não questionem a Sra. Presidenta,
senão são banidos”, ironizou
Paula. De igual forma, também Paulo
Patarra se apercebeu que não conseguia
comentar. “Será censura? Parece-
-me que sim”, afirmou. “Sou só eu que
já não consigo comentar este post?
Ou a censura do OPCM já se generalizou?”,
perguntou um dos membros
de um grupo de activistas pela legalização
da canábis. “O OPCM limitou
quem pode comentar, é o habitual”,
respondeu Manuel (nome fictício,
pois prefere não ser identificado), um
activista pela legalização da canábis
que também se tornou associado do
OPCM no início de 2021.
Ao Cannareporter confessou: “acho
que não há qualquer esforço de ouvir
os pacientes ou os associados. Só enviam
comunicações quando é preciso
votos. De resto, iniciativas e dinâmicas
para os pacientes é igual a zero.
É ver e ser visto, é bom para os egos
e para as vaidades, mas para os pacientes
portugueses não aquece nem
arrefece. Mas também, que pacientes
é que o OPCM representa? Esse era o
papel e o foco do OPCM quando foi
criado, mas desde o ‘golpe de estado’
que se mudaram os ventos e as vontades”,
lastima, aludindo às últimas
eleições dos corpos sociais do OPCM,
em Maio do ano passado. Manuel garante
que a presidente do OPCM só
ganhou à custa de muita manipulação
e sob a forte oposição de vários
associados, numa assembleia geral
onde reinou a discórdia e a polémica,
mas a vontade de Carla Dias prevaleceu.
Saiu e deixou de pagar as quotas.
“Se é para continuar nesse registo
prefiro entregar os 22 euros ao mercado
negro. Pelo menos tenho algum
retorno”, diz.
O comentário de Rita Machado, farmacêutica,
que também ficou sem
resposta e foi apagado pelo OPCM.
“A CNCM não traz conhecimento
para quem já
não é leigo no assunto”
Rita Machado, farmacêutica, poderia
até registar-se para ir à CNCM, pois
qualificava-se nos poucos profissionais
elegíveis para participar, mas optou
por não se inscrever. “A verdade
é que em Portugal não estou a ver
que esta conferência possa aportar
conhecimento para uma plateia que
não seja leiga no assunto”, refere. Rita
já foi associada do Observatório, mas
deixou de ser. “Recebi uma convocatória,
mas não renovei as quotas.”
E confirmou a censura nas redes sociais.
“É verdade, também aconteceu
comigo. Este meu comentário desapareceu
da publicação e já não consegui
comentar mais”, revela.
Activistas e agricultores
de cânhamo juntam-se
às críticas ao
OPCM Mas nem só associados,
pacientes e enfermeiros têm criticado
o OPCM. A presidente do Observatório
conseguiu ganhar, no último
ano, a antipatia de uma grande parte
do movimento pro-legalização da
canábis em Portugal, devido às várias
declarações na Imprensa e nas redes
sociais, onde se tem manifestado
contra o auto-cultivo e acusado a
legalização do uso adulto de atrasar
a disponibilização de “produtos” aos
pacientes.
“Noutros países, assistimos (infelizmente)
a doentes que usam Canábis
medicinal tornarem-se vítimas da legalização
do uso recreativo. Não tanto
pela legalização em si, mas pelo facto
dos produtores se sentirem tentados
a entrar nesse mercado. Os requisitos
de qualidade são mais baixos, as
regras são mais fáceis, os controles
são menos rígidos e os rendimentos
(esperam-se) mais altos. Resultado:
a Canábis medicinal recebeu menos
(ou nenhuma) atenção e os doentes
continuam sem os produtos”, acusou
a presidente do OPCM, numa das
suas publicações no Facebook. As
reacções de oposição não se fizeram
esperar e vários comentários contestaram
as suas declarações, mas não
demorou muito até desaparecerem e
deixar de ser possível comentar.
A CNCM, organizada em parceria com
a Faculdade de Medicina da Universidade
de Coimbra, conta com vários
médicos portugueses como oradores
principais e anunciou a participação
de Vasco Bettencourt, Director do
Gabinete de Canábis para Fins Medicinais
do Infarmed I.P. na sessão de
abertura.
Juicy Fields foi alvo de
um ataque informático
A Juicy Fields foi alvo de um ataque informático, anunciou hoje
a empresa em comunicado. Durante esta tarde, a plataforma online
da Juicy Fields esteve temporariamente indisponível, situação
que entretanto já foi regularizada.
A Juicy Fields é uma empresa holandesa dedicada ao cultivo de
canábis para fins medicinais e sofreu um ataque informático que
deixou as suas plataformas digitais inoperacionais, segundo um
comunicado enviado pela empresa por e-mail. De acordo com
as informações prestadas pela Juicy Fields, a plataforma digital
esteve inacessível devido a um mecanismo de intrusão denominado
de “ataque de negação de serviço distribuído” (identificado
pela sigla inglesa “DDoS”).
A plataforma da Juicy Fields estava, no momento da redacção
deste artigo, operacional. No entanto, não foram divulgadas informações
relativas quer ao comprometimento de dados ou informações
sensíveis da empresa e respectivos investidores.
O modelo de negócio da empresa Juicy Fields afirma-se como
“líder no movimento de Crowdgrowing de canábis (uma aglutinação
de “Crowd” com “Growing” – em português, cultivo em
grupo) e fornece uma plataforma para agricultores e e-growers
que desejam cultivar canábis online. A JuicyFields recompensa
ambas as partes pelo sucesso do negócio, que é 100% legal”,
afirma.
34 Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu
35
Crónica
“Coceira” saudosista
Manuel Araújo
Nunca uma publicação minha teve
tanta repercussão; vários milhares
de republicações, centenas de elogios
e também muitos insultos.
ção do direito à saúde e segurança social,
direito a um subsídio de desemprego
etc...
Em 2016 eram 673 para cada cem mil
habitantes.
- Em 1970, quase 26% dos portugueses
eram analfabetos.
Em 2015 eram ainda 5,2%.
Pedro Barroso
- Deixou-nos há dois anos
Manuel Araújo
Pedro Barroso, que foi colaborador do Lusitano de Zurique,
morreu aos 69 anos, em Lisboa, onde se encontrava
internado, vítima de cancro.
Passados dois anos, sinto-me ainda desconfortável a falar
sobre o meu amigo Pedro Barroso. Direi apenas que o
seu desaparecimento, lento e doloroso, foi sentido duramente
tal como senti alguns casos da perda de pessoas
próximas.
Conheci o Pedro há mais três décadas, primeiro devido à
profissão e mais tarde na luta pela vida, contra o maldito
cancro. Direi simplesmente, que tudo fiz para o ajudar a
ultrapassar o problema oncológico que o minava, uma
doença que eu bem conhecia e nos tornou confidentes
e cúmplices e nos fazia tremer. O esforço de ambos pelo
êxito foi grande, houve grandes avanços e recuos e não
falarei sobre o motivo do insucesso, porque não interessa
especificar, falhamos...
Durante todos estes anos, o Pedro foi um amigo incondicional,
conselheiro e colaborador do jornal que fundei na
Suíça na década de noventa, tendo no início de 2005, começado
também a colaborador com a revista do Centro
Lusitano de Zurique, a qual passei o testemunho para a
minha filha Joana Araújo, no início deste ano. Em meados
do ano 2000, convidado por mim, deu apoio a um projecto
interessante mas falhado, destinado às Comunidades
no estrangeiro. Tratava-se de uma “rádio, jornal em papel
e TV”, criado em Braga por um lunático nada digno, que
veio por essse motivo a ser condenado em Tribunal.
Ficou tanta coisa por dizer e fazer. Entre outras, vir a Braga
comer o verdadeiro “Bacalhau à Braga” prometido, mas
desta vez “uma coisa de jeito”, pois o último que comemos
na zona do Porto, de “Bacalhau à Braga” só tinha o
nome e desapontou-nos profundamente…
Ficou também por “fazer a prova dos nove” à minha publicidade
incessante, à melhor Lampreia que se come no
Norte, que é nas Termas de Caldelas, minha terra e do
ex-Chefe Silva, no Restaurante de Caldelas (ex-churrasqueira).
O tempo estava a esgotar-se e ele sabia isso melhor que
ninguém. As idas aos hospitais eram constantes, o prognóstico
era sombrio e o sofrimento atroz...
Pouco tempo antes do fim, numa das suas últimas idas
ao hospital, estivemos a conversar via Skype, onde a tristeza,
preocupação e o desânimo era notório e indisfarçável.
Triste e com o coração acelerado, eu bem tentei mostrar-me
forte e transmitir-lhe ânimo, mas era impossível…
Choramos. Pedi-lhe desculpa pelo falhanço parcial do
plano que havíamos combinado. Ele, já conformado com
o veredicto dos médicos, com uma voz estranhamente
firme e desta vez calma respondeu-me - “Desculpa bom
amigo, mas só peço que na fase pior, depois me dêem
muita morfina e pronto. Mas obrigado, obrigado mesmo
e tu nunca és chato... um grande abraço”...
Desconheço se o motivo dessa interacção,
foi o efeito visual da fotografia
dos meninos fardados da Mocidade
portuguesa, ou o teor dos números
oficiais do Instituto Nacional
de Estatística (INE), ou simplesmente
o ódio à verdade.
Recordo que até o site “verificador
de factos português”
Polígrafo, talvez com ganas
de desmentir os números,
contactou-me solicitando-
-me a fonte que sustentava
o meu texto. Após este contacto
e a minha pronta Explicação
dos números, aguardei
que viessem catalogar a minha
publicação na página deles como
“pimenta na língua”, “falso” ou “verdade”,
como é costume, mas isso não
aconteceu... custou-lhes talvez, admitir
a verdade dos números.
Muitos jovens não sabem e talvez nem
nunca entenderão o que a minha geração
e a anterior passou realmente
para chegarmos até aqui. É claro que
o povo português não vive como desejaria.
Há muitos problemas, mas não
podemos comparar o tempo actual,
com o tempo miserável e criminoso do
“antigamente”, que muitas pessoas da
minha idade viveram na pele.
Muitos desses críticos, alguns, possuidores
de “canudos” universitários, podem
hoje opinar, e insultar livremente
quem lhe deu a Liberdade, sem medo
de serem presos e até podem “armar-
-se ao pingarelho” e demonstrar também
a burrice e a ignorância histórica
que cultivaram. É claro que o povo
português não vive como desejaria, há
muitos problemas, mas não podemos
comparar o tempo actual, com o antigo
regime.
Reafirmo que Portugal está ainda atrás
de alguns países europeus em muitos
aspectos, mas para o trabalhador, muito
mudou nestas décadas pós-25 de
Abril; Liberdade, igualdade de direitos,
direito à greve, liberdade sindical,
direito de associação e manifestação,
protecção do emprego, universaliza-
Eis o texto em questão:
Eis os números oficiais
do Instituto Nacional de
Estatística comparativos
que causaram tanta “coceira”
a muitos saudosistas:
- O PIB per capita a preços constantes,
em 1960, era de 3.682 euros.
Em 2016 era de 18.061 euros (https://
cutt.ly/DgfYVuS) - (corrigido)
- A mortalidade infantil era de 55,5 por
mil nascituros, em 1970.
Em 2015 era de 2,9 em cada mil nascituros.
- Em 1970, sofriam de tuberculose
131,8 portugueses, em cada cem mil.
- Em 2016 eram 17,7 em cada cem mil.
- Em 1970, havia 94 médicos para cem
mil habitantes.
Em 2016 havia 486 médicos para cem
mil habitantes.
- Em 1970, havia 159 enfermeiros para
cada cem mil habitantes.
- Em 1972, o Estado gastou com a educação
de cada português 2,6 euros.
Em 2016 gastou 695,1 euros, por cada
português.
- Em 1960, a Segurança Social e a
Caixa Geral de Aposentações pagou
119.586 pensões.
Em 2016 foram 3.637.341 pensionistas
que receberam a sua merecida
reforma.
Perante a frieza destes números,
custa a entender porque há cada
vez mais pessoas, algumas mesmo
miseráveis, que suspiram pelo
regime fascista, onde apenas os ricos,
viviam decentemente.
Antes de 1974 como é sabido, os portugueses
não votavam livremente, não
podiam manifestar as suas ideias e opiniões
em público, não podiam criticar
o Governo e se o fizessem, podiam ser
presos ou desterrados. O portugueses
não podiam sequer organizar-se livremente
em partidos e outras organizações
sociais e os jovens eram obrigados
a participar numa guerra estúpida.
Hoje somos livres, temos uma Democracia
adulta e repito, que o povo português
ainda não está a viver como desejaria
e o descrédito mantém-se em
relação ao futuro. Não obstante, esse
desagrado, não podemos comparar o
tempo da escravatura, da fome, do arbítrio,
deportação, censura e opressão
do Estado Novo, com o tempo de hoje,
e quem o fizer só poderá ser por má-fé,
ou ignorância do que foi realmente o
Fascismo da mais tenebrosa, estúpida,
retrógrada ditadura da Europa, marcada
pela máxima “orgulhosamente sós”.
.../...
- Excerto do meu livro- A Mala - de
Braga a Caldelas, via Olossato e Zurique
ADENDA I + II:
Devido à “coceira” que este texto causou
a alguns saudosistas, deixo aqui
mais uma comparação:
https://tinyurl.com/4ykkxfcb
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CULTURA
Palavras Cruzadas
V PAULO FREIXINHO
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Horizontais:
1. Festa anual dos Cristãos para comemorar
a ressurreição de Jesus Cristo. 6. Observavam.
9. Cifra. 10. (...) Vermelho, foi aberto
ao meio por Moisés a fim de permitir o êxodo
dos judeus (o povo de Deus que ficou,
assim, livre da escravidão do Faraó). 11. Suspiro.
12. Número de mandamentos da lei
de Deus (Decálogo). 13. Doutor (abreviatura).
14. Mole, fofo. 17. Neste lugar. 19. A Páscoa
celebra-se no primeiro (...) depois da
lua cheia do equinócio de março. 21. Salto
brusco do cavalo, pinote. 22. Elas. 23. Pintura,
geralmente de grandes dimensões,
feita sobre uma parede ou sobre um muro.
25. Concordância dos sons finais de dois
ou mais versos. 27. Argola. 28. Imposto. 29.
Composição poética lírica de assunto elevado,
própria para ser cantada. 31. Da mesma
forma que. 32. Nome dado a Jesus no
Novo Testamento. 34. Prefixo (montanha).
35. A tua pessoa. 36. Gostei muito de. 37.
Chefe político, no Oriente. 38. Bolo próprio
da época pascal.
Verticais:
2. Festa dos (...), Páscoa dos Judeus. 3. No
caso de. 4. Imagem de Cristo na cruz. 5.
Elemento de formação de palavras que
exprime a ideia de ovo, óvulo. 6. Conjunto
das cartas jogadas em cada lance e que
são recolhidas pelo parceiro que ganha.
7. Avançar. 8. Mãe de Jesus. 10. A mim. 12.
Doutrina proclamada como fundamental
e incontestável (Religião). 13. Que contém
duas vezes a mesma quantidade. 15. Antes
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em português, que se
ocupam de vários temas e com
diferentes graus de dificuldade.
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do meio-dia (abreviatura). 16. Na moda
(coloquial). 18. Período que decorre,
como preparação penitencial da Páscoa,
desde Quarta-Feira de Cinzas (Religião).
19. Oferecer. 20. Alternativa. 24. Que se
dispõe tal como os raios saídos de um
centro comum. 25. Domingo de (...), festa
cristã celebrada no domingo antes
da Páscoa e que comemora a entrada
triunfal de Jesus em Jerusalém. 26. Me
+ a. 28. Nome que os judeus dão ao livro
da lei de Moisés. 29. Sufixo (agente). 30.
Caminhou para lá. 31. Tinta para pintar
ou tingir. 32. Companhia União Fabril.
33. Possuir.
de exercitar a mente com as
palavras da língua portuguesa.
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e sótão) - 2 Cozinhas (1 r/c, outra no 1º andar) - 4 Quartos
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38 Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu
39
Poesia seria encontrar 1000 pessoas
dispostas a comprar um livro
de Palavras Cruzadas.
Não vos entristece saber que já
passou um ano e o cruciverbalista
de referência em Portugal ainda
não vendeu 1000 livros?
A mim entristece...
Encomendas
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Opinião
Adoro que me contactem e tenho inúmeras
formas de o fazer. Utilize qualquer
uma destas plataformas, mas diga-me
qualquer coisa.
E-mail: paulo@palavrascruzadas.pt
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Paulo Freixinho
Rua Hermano Neves 18, piso 3, E 7
1600-477 Lisboa
Na véspera de um dos seus últimos internamentos,
escrevi ao meu Amigo Pedro Barroso.
Tentei que fosse um poema a contar-lhe a minha
admiração e a minha amizade agradecida.
Sei que ele tinha a certeza disso!
É o que deixo hoje, na “Lusitano de Zurique”.
Ao Pedro Barroso
Maria José Praça
Na tua força, o retrato
De quem é mais que o retrato,
Numa dança nua e crua
Que oferece esperança e bailado
Em artes de alma e de bruma,
A rodos de água lavada,
Entre margens sem limite,
E que não tranca a corrente
Inundando em vendaval
E em canto de aluvião
O teu brado de sonhar
Conjugando ondas do mar
Em prece de quem se despe
E que em pele d’humanidade
Larga poemas à terra
Em ventos bravos de vida
Que levantam nevoeiros
E aclaram os sentidos,
P’ra lá d’ horizonte à vista,
Neste tempo tão de espadas
Em que desfazes a luta
Em passos de quem caminha,
Que a vida é caminho andado,
Escrito, suado e sulcado!
E tu, Pedrinho, que és pedra
És fogueiras e areal
Tens o sol dentro de ti
Que quente, é sangue e é vida
E pulsa em corrente tal,
Que eu creio, tu crês e ele crê,
Cremos todos de mãos dadas,
N’essa resposta tão gande
Onde ponho a minha fé
Que te grita, sem tamanho,
Que sim, vais ter um bocado,
Mais um bocado de trilho
Onde de ti, nasces novo,
Mais rico de vida, assim,
Crescente em olhos de ver,
E em colheita muito fina
Dos grãos que hás-de peneirar :
- Se já és um milionário das coisas
lindas de ti,
Vais ficar bem mais raiado
Desses milhões sem ter preço
À frente do teu Piano,
Na escrita das tuas Pautas,
Nos teus Poemas-Montanha
D’uma Serra que é de ti
E que há-de crescer o Mapa
D’essa tua Geografia
Que já desenhaste em força
Mas que sem ponto final,
Vais ter de cumprir todinha,
Em Carta Geo-de-Vida
Em palcos d’aqui e d’ali
No teu Canto Universal...
Um beijo grande, Pedrinho.
40 Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu
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Humor - ”Quem não sabe rir, não sabe viver” Passatempo
CULTURA
Silly Season!
- Finalmente, a água corrente foi instalada
no cemitério, para satisfação dos
habitantes.
(Presidente da Junta de Freguesia do
Fundão)
- Esta nova terapia traz esperanças a
todos aqueles que morrem de cancro
em cada ano.
(Dr. Alves Macedo – oncologista)
- Os sete artistas compõem um trio de
talento.
(Manuela Moura Guedes – TVI)
- A polícia encontrou no esgoto um
tronco que provém, seguramente, de
um corpo cortado em pedaços. E tudo
indica que este tronco faça parte das
pernas encontradas na semana passada.
(Paulo Castro – Relações Públicas da PJ)
- A vítima foi estrangulada a golpes de
facão.
(Ângelo Bálsamo – Jornal do Incrível)
- Um surdo-mudo foi morto por um
mal-entendido.
(António Sesimbra – O Independente)
- Os nossos leitores nos desculparão
por este erro indesculpável.
(Rui Lima – Jornal “A Bola”
- Há muitos redatores que, para quem
veio do nada, são muito fiéis às suas origens.
(António Tadeia – Crónicas do Correio da
Manhã)
- Ela contraiu a doença em vida.
(Dr. Joaquim Infante – Hospital de Santa
Maria)
- A conferência sobre a prisão de ventre
foi seguida de farto almoço.
(Diário da Universidade de Bragança)
- O acidente provocou forte comoção
em toda a região, onde o veículo era
bem conhecido.
(António Bravo – SIC)
- O aumento do desemprego foi de 0%
no mês passado.
(Luís Fontes – A Capital)
- À chegada da polícia, o cadáver encontrava-se
rigorosamente imóvel.
(Ribeiro de Jesus – PSP de Faro)
- As circunstâncias da morte do chefe
da iluminação permanecem rigorosamente
obscuras.
(Paulo Assunção – EDP)
- Ferido no joelho, ele perdeu a cabeça.
(Crónicas do Diário da Beira)
- Os antigos prisioneiros terão a alegria
do reencontro para reviver os anos de
sofrimento.
(Maria do Céu Carmo – Psiquiatra)
- A polícia e a justiça são as duas mãos
do mesmo braço.
(Bento Ferreira – Juiz)
- O acidente fez um total de um morto
e três desaparecidos. Teme-se que não
haja vítimas.
(Juliana Faria – TV Globo)
- O acidente foi no tristemente célebre
retângulo das Bermudas.
(Paulo Aguiar – TV Globo)
- Quatro hectares de trigo foram queimados.
Em princípio trata-se de incêndio.
(Lídia Moreno – Rádio Voz de Arganil)
- Antes de apertar o pescoço à mulher,
o velho reformado suicidou-se.
(João Cunha – Testemunha)
- Jogar à defesa pode ser uma faca de
dois legumes
(Jaime Pacheco, treinador de futebol)
- À pergunta “o que achou do jogo”, responde:
«Eu, nada... mas o Aloísio achou
um pente no balneário»
(Roger – Ex-jogador do Benfica)
Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH
Katholische Mission der Portugiesischsprechenden
Fellenbergstrasse 291,
Postfach 217
8047 Zürich
Tel.: 044 242 06 40 7 - 044 242 06 45
Email: mclp.zh@gmail.com
Horário de atendimento:
segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h
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POESIA
SONO ETERNO
Carmindo
O vento passou! Foi-se
Na ânsia de chegar longe.
Mas eu voltei
E por aqui fiquei
Estacionado na clausura
Dos curtos passos da caminhada
Da minha vida.
Vida que em cada dia
Um pouco mais se desfia
Da roca
E fugindo às cócegas
Do fuselar do fuso
Se acomoda
No novelo e se resigna
À sua natural sina.
Até que um dia que há-de chegar
Outro vento
Ou talvez simplesmente
Apenas suave
Brisa vai levar-me
E encerrar-me
No casulo
Do leito eterno.
Depois ali ficarei sossegado
A dormir o sono eterno
O sono que tudo aceita
Afaga e aconchega.
emoldurados de ambição desmedida.
Desta vez queria escrever algo à maneira e obrigam-me
os olhos a fixar-me em seis colunas de cimento armado,
que sustentam um edifício com algumas janelas e
sem varandas.
Mas como poderei escrever alguma coisa que valha, se,
para além das colunas e das paredes do edifício que
aquelas suportam, só um passadiço frio tenho para
procurar motivos para desenvolver num texto e nele
alinhar as maiores palavras e as mais ricas figuras de
estilo literário?
Hoje, quando queria escrever o melhor recorte de palavras
de sempre, tenho apenas para motivo de inspiração
meia dúzia de colunas a suportar um edifício sem
varandas e um passadiço, por onde se passa e cospe
no chão.
aprisionada na parede do edifício com janelas mas sem
varandas, aqueles que aos pouquinhos vão sacrificando
o pé-de-meia, que um dia quiseram fazer crescer,
acomodado e guardado na caixa-forte da sua legítima
ambição, fruto do amargo trabalho de sol a sol de tantos
dias.
Queria escrever uma texto ou uma crónica maior e obrigam-me
os olhos a colher inspiração em seis colunas,
num edifício, numa arcada, num passadiço, numa caixa
de levantamento automático, crucificada numa parede,
onde se levanta à míngua dinheiro e se cospe no
chão, enquanto se espera, como que por uma esmola
da parede.
Queria escrever algo maior, soberbo, mas não é fácil, se
aos meus olhos me prendo e eles me oferecem pouco.
Queria escrever hoje algo bem escrito, mas parece melhor
esperar por melhores dias…
DEIXEM-ME CANTAR ABRIL
Euclides
Cavaco
res, mantém a sua essência, dar a conhecer novos
escritores do mundo lusófono e a vertente solidária,
ajudar a sonhar, com a ajuda de alguns participantes
a apoiarem a participação de outros, com parcas
posses para concretizarem este sonho de se darem a
conhecer no mundo literário.
“ALMA LATINA VOL. 3 – 2022”, Estará disponível a
partir de Maio, estando igualmente a ser divulgada
nas redes sociais um pouco por todo o mundo em
especial no grupo do Facebook Mundo Latino Poesia
e Prosa, e da imprensa nacional e da diáspora que
nos honram com a sua divulgação.
Para os amantes da literatura e em especial da poesia
esta obra estará brevemente disponível am algumas
livrarias e na plataforma digital Buobooks, podendo
igualmente ser solicitada pelo mail: almalatina.
vol3@gmail.com
Com o povo de mãos dadas.
Que a hístória jamais olvide
Os militares de excelência
Que incutiram fim à pide
E à maldita prepotência...
CULTURA
de Carvalho
Deixem-me cantar Abril
E evocar tal heroísmo
Lá ao longe a rodela doirada
Militar junto ao civil
Do sol que pinta
Que derrubou o fascismo.
A linha do horizonte
Prestar aos bravos meu preito
Deixem-me exaltar os bravos
Já quase beija
Dizer-lhes Valeu a pena
Do nosso Portugal novo
LETRAS
A água e diz-me:
Os cravos e o tema eleito
Da Revolução dos Cravos
“Adeus até amanhã!”
Grandola Vila Morena !...
Que trouxe justiça ao povo.
Em pouco tempo
Dando a Abril o sentido
A linha do horizonte
Deixem-me clamar victória
Com coragem e vontade
Vai tornar-se escura
Às nossas Forças Armadas
De abrir com o povo unido
Compacta na escuridão
Pelo seu triunfo e glória
As portas da liberdade !...
Que tudo esconde.
Lá no menos longe
Um barco
Que chega
Certamente carregado
De sonhos e ilusões
De peixe fresco
ALMA LATINA
E ratos de porões.
TRANSEUNTES DO
Na lonjura do tempo
ACASO
Do muito tempo que já foi tempo
José Maria Ramada
Também eu fui mundo
Fora de peito aberto
Saboreando o sopro
Manuel António
Do vento.
Novembro, 2019
“Alma Latina - Colectânea de Autores Latinos no
Mundo” é uma obra literária do mundo da lusofonia
Sei que não posso mudar o mundo e, que
em Poesia e Prosa editada desde 2020, anualmente,
a minha existência se resume às lágrimas
estamos no 3º Volume.
que me escapam e de mim brotam, enquanto
à minha volta, o mundo fervilha
“Alma Latina Vol. 3 2022, contou com a participação
de 87 autores latinos dos 5 continentes com naturalidade
ou a residir em 15 países. Significa que este
de mentalidades ávidas de tudo, cientes
OUTRO DIA DIREI MELHOR
volume será distribuído um pouco por todo o mundo
de nada, Ateus do sonho, buscando seja
e se tudo correr como desejamos vamos ter várias
o que for, no labirinto do acaso, abalroando-se
para saciarem a ambição que cres-
apresentações e divulgações. A obra também estará
João Luís Dias
tal como nos anos anteriores presente em diversas
feiras do livro em Portugal através da “Rota do Livro”.
ce proporcionalmente ao tamanho da
Mais uma vez, José Maria Ramada, natural de Fafe, a
sua avidez, que carecem para alimentarem
a sagacidade com que se adornam
Queria escrever um texto fantástico, onde nele desenvolvesse
uma ideia genial e aí soltasse todas as melho-
que, com o adiantado destas, formam uma espécie de
Pregada na parede do edifício, fixado pelas colunas
residir há alguns anos na Madeira coordenou a obra,
este ano prefaciada pela ilustre poetisa, Maria do Rosário
Serrado de Freitas, com sinopse da muito querires
palavras e com elas prendesse à leitura até o mais arcada, existe uma caixa de levantamento automático
– multibanco – onde, à míngua, se vai colhendo da
e se impõem perante o seu semelhante.
desprendido destas coisas da escrita. Queria escrever
da Sónia Micaelo residente na Bélgica e revista pelo
algo mesmo fantástico, repito.
parede o magro salário e reforma, a quem nem tempo
lhes dão para poisarem, para algum temperamen-
ilustre e conhecido Bracarense das artes, Dr. Jorge
À minha volta, as crianças riem, inconscientes
da inconsciência daqueles que
Bem, mas não o conseguirei, claro. Que raio de mania
Nuno.
tenho de me iludir com feitos inatingíveis. Que apetência
tenho para me deixar perder em delírios do espírito, os juros e vão parando no passadiço, em frente à caixa
A colectânea de 2022, á semelhança das anterio-
tudo desprezam, falseando cada
to, em depósito. E vão rindo os bolsos e vão gemendo
momento,
descuidando-se de si, pensando
que de si tratam e do mundo cuidam,
condenando-o e condenando-se à perpetuidade
dos horrores da tortura asfixiante
de mentalidades mesquinhas, com que
vão sustentando a irresponsabilidade que
se generalizou e vingou, no homem, que
um dia se cansou de o ser!
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HORÓSCOPO
Abril
Carneiro
Vai ter de fazer um esforço extra
para cumprir as suas metas no
trabalho.É melhor adiar uma parceria.
Pode marcar viagem para
resolver questão judicial. Reserve
um tempo para cuidar de si. Deverá
atrair muitos olhares no romance.
A dois, evite dramas.
Touro
Mudanças em geral podem causar
preocupação. Tensão nas
amizades. Terá garra ao lidar com
estudos e concursos. Evite levar
tudo a ferro e fogo no serviço. Momento
de se abrir para aventuras
amorosas. Na vida a dois, pode
surgir insegurança.
Pode se aborrecer com assuntos
profissionais. Vai revelar organização
ao mexer com as suas contas.
Os relacionamentos em casa
estarão mais emotivos. Romance
recente em óptima fase. Momentos
de alegria com quem ama.
Virgem
Terá bons resultados nos estudos.
Terá jogo de cintura para
enfrentar os desafios. Evite assinar
documentos sem ler com
cuidado. As relações no trabalho
poderão ficar estremecidas. Na
conquista, não vai desistir fácil.
A dois, entendimento e cumplicidade.
Sagitário
Notícias favoráveis da Justiça.
Cuide da alimentação – há risco
de intoxicação. Uma nova oportunidade
de serviço vai chamar a
sua atenção. Uma pessoa jovem
vai fazer seu coração bater mais
rápido. A dois, clima envolvente.
Capricórnio
Fase de renovação e empenho.
Se pensa em abrir negócio com
parente, a hora chegou. É provável
que seja pau pra toda obra no
emprego. Poderá começar namoro.
Respeite o ritmo do par e esqueça
as discussões.
Todo o tipo de frutas
e legumes da época
numa sò casa!
Gémeos
Balança
Aquário
Os seus sonhos de trabalho poderão
se realizar mais rápido do
que imagina. Você saberá economizar
seu dinheiro. Cuide do seu
lado espiritual e do seu corpo. Sair
da rotina irá renovar os laços de
amor com o par. No romance, saberá
mostrar o que deseja.
Caranguejo
Faça uma coisa de cada vez para
não deixar coisas para trás. Seus
projectos poderão sair da gaveta.
Talvez haja oportunidade de mudar
de emprego. Na saúde, evite
exageros. Você não fará rodeios
na conquista. Estará mais exigente
com a sua alma gémea.
Leão
No emprego, poderá dar sugestões
interessantes e ser notada
pela chefia. Use seu sexto sentido
em relação às finanças. Sinal
de contrariedade em casa ou em
viagem. Se está só, é possível
que conheça alguém especial.
Desfrute mais o seu par.
Escorpião
Terá energia no serviço, mas adie
conversa sobre promoção. Lance
com grana pode decepcionar.
Bom clima com familiares. Tratamentos
de beleza serão benéficos.
No romance, cuidado com
discussões insignificantes. Na
conquista, abuse da sua sedução.
As tarefas profissionais vão exigir
mais foco. Terá bom-senso
para aplicar o seu dinheiro. Bom
mês para encarar mudança de visual.
No romance, você precisará
resolver situações. Na conquista,
não fará rodeios.
Peixes
Poderá ter sorte ao buscar vaga
de emprego. Deixe de lado as
competições no trabalho. A sua
saúde precisará de mais atenção.
Tenha cautela ao mexer com dinheiro.
Seja você mesmo na hora
da conquista. Saberá abrir o seu
coração para a pessoa amada.
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JOANA ARAÚJO
47
Horário
Seg. a Sexta. — 08h00 às 20h00
Sábado — 08h00 às 19h00
Previdência profissional:
Posso verificar as
contribuições da Caixa
de Pensões?
Eu (30) trabalhei como motorista para
uma empresa de logística em 2020.
Ganhei aí um total de cerca de 25.000
francos. Nas folhas de vencimento
vejo que são feitas deduções para o
AHV-AVS; IV-AI, EO-APG e também
para o seguro de acidentes. Mas acho
estranho não ver quaisquer deduções
para a caixa de pensões. Também
nunca recebi um certificado da caixa
de pensões. Infelizmente, a empresa
não me dá nenhuma informação. Posso
controlar se a empresa fez os descontos?
Regula Dick: Sim. A partir dos 25 anos de idade, o
empregador tem obrigatoriamente de o segurar na
caixa de pensões assim que os seus rendimentos
ultrapassarem o chamado limiar de entrada na previdência
profissional (em 2020, era de CHF 21.330).
As caixas de pensões enviam o certificado de previdência
no início de cada ano. Neste certificado pode
ver em que caixa de pensões está segurado e que
quantias foram pagas. Uma vez que não recebeu
este certificado e nas suas folhas de vencimento não
constam prestações da caixa de pensões, é possível
que o seu empregador não o tenha segurado em nenhuma
caixa de pensões ou que a empresa não esteja
associada a uma caixa de pensões. As caixas
de compensação do AHV-AVS são responsáveis
pela verificação da associação à caixa de pensões.
Contacte a caixa de compensação AHV-AVS do
seu antigo empregador e pergunte qual é a caixa de
pensões da empresa. Se não sabe qual é a caixa de
compensação do seu empregador, contacte a caixa
de compensação AHV-AVS do seu cantão. Se o seu
empregador não estiver associado a uma caixa de
pensões, a caixa de compensação irá providenciar
a inscrição obrigatória do empregador na Fundação
Instituição de Recolha da previdência profissional.
Se o seu empregador tiver uma caixa de pensões,
mas não o tiver segurado na mesma, informe a caixa
de pensões sobre a relação de trabalho e solicite
que o segurem retroactivamente.
(Work, 19.11.2021)
Caixa de desemprego: Sanções por
apreensão da carta de condução?
Sou motorista. Estive na festa de aniversário
do meu melhor amigo e, apesar
de ter bebido demasiado, fui de
carro para casa. No caminho fui controlado
por uma patrulha da polícia.
Apreenderam a minha carta de condução.
O meu chefe soube do sucedido e
despediu-me. A caixa de desemprego
suspendeu o pagamento do subsídio
durante 35 dias. Isto está correcto?
Fatal para motoristas: Apreensão da carta por condução
em estado de embriaguez. (Foto: Keystone)
Markus Widmer: Sim, está correcto, porque a
causa do desemprego foi por culpa própria. A responsabilização
pessoal ocorre quando existe uma
violação das obrigações relativas ao trabalho. Mas
também quando o segurado deu ao empregador um
motivo justificado para o despedimento, através do
seu comportamento dentro ou fora da empresa. Isto
significa que uma pessoa segurada sabe que o seu
comportamento pode levar ao despedimento, mas
tem o comportamento na mesma. Como motorista, o
senhor está dependente da carta de condução para
poder exercer a sua profissão, pelo que pôs em risco
perder o emprego no caso de apreensão da carta. No
caso de culpa própria, a caixa de desemprego tem
também de fazer a distinção entre culpa leve, moderada
e grave. O montante de uma suspensão é calculado
em função do grau da culpa. A culpa grave é
punida com uma suspensão de 31 a 60 dias. No seu
caso, a suspensão de 35 dias é correcta.
(Work, 19.11.2021)
Gravidez: tenho de fazer horas extraordinárias?
Trabalho num armazém no ramo de
produtos alimentares. Actualmente, temos
muito trabalho e, por isso, temos
de fazer horas extraordinárias. Estou
grávida e por essa razão mal consigo
cumprir com o meu horário normal de
trabalho. Também tenho de fazer horas
extraordinárias?
1984 - 2022
PROTECÇÃO DA MATERNIDADE: As mulheres grávidas podem trabalhar, no máximo, 9 horas
por dia (Foto: iStock)
David Aeby: Não. Um ambiente de trabalho desfavorável
também afecta a criança através da mãe e pode ser
prejudicial à sua saúde e bem-estar. Isto aplica-se nomeadamente
à organização do trabalho e à estruturação
do horário de trabalho. A Lei do Trabalho contém
uma disposição de protecção correspondente para
as mulheres grávidas, que é especificada no decreto-lei
que lhe está associado. O trabalho diário deve
ser limitado à duração normal contratada, ou seja, à
carga horária acordada no contrato de trabalho. As
mulheres grávidas e lactantes não podem trabalhar
mais do que foi acordado antes da gravidez. Além
disso, aplica-se uma carga horária máxima: as mulheres
grávidas e lactantes não podem trabalhar mais
de nove horas por dia. Se o tempo de trabalho diário
acordado foi mais elevado, terá de ser reduzido para
nove horas. Não pode ser exigido qualquer trabalho
adicional, além destas nove horas, mesmo em situações
excepcionais.
(Work, 19.11.2021)
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49
Última
CCT do ramo das limpezas
Aumento dos salários
mínimos na Suíça alemã
A limpeza é essencial para todos (Foto: FO-Publishing GmbH)
O novo contrato colectivo de trabalho
(CCT) para o ramo das limpezas
na Suíça alemã está em vigor
desde 1 de Janeiro de 2022. O novo
CCT contém melhorias importantes
para os trabalhadores, como
aumentos salariais e melhor aplicação
dos contratos.
O novo CCT está em vigor desde 1
de Janeiro de 2022 e é válido até 31
de Dezembro de 2025. Foi negociado
pelos sindicatos Unia, VPOD-SSP,
Syna e pela associação patronal Allpura
e aplica-se a todos os trabalhadores
das limpezas na Suíça alemã.
O novo contrato continua a evolução
salarial dos últimos anos. Entre a primeira
celebração do contrato em
2004 e o aumento salarial negociado
para 2024, os salários subiram 35 %.
A partir de 2024, deixará de haver salários
à hora inferiores a 20 francos.
Aperfeiçoamento profissional
A comissão paritária do ramo das
limpezas na Suíça alemã oferece
50
Lusitano de Zurique - ABRIL 2022 | www.cldz.eu
um programa de formação interno
aos trabalhadores não qualificados.
Quem concluir esta formação com
aprovação tem direito a um salário
mínimo mais elevado. Trata-se de um
curso de formação gratuito de 80 horas
para trabalhadores das limpezas
que não tenham completado uma
formação formal. Com a formação,
o ou a trabalhador/a é colocado/a
numa categoria de nível salarial mais
elevada (limpeza de manutenção II,
limpeza especializada II, limpeza de
veículos II) e tem um salário mais
alto. Como são necessários conhecimentos
suficientes de alemão para
esta formação, os parceiros contratuais
também organizam cursos de
alemão para o pessoal do ramo das
limpezas.
Reforço da protecção dos salários
Para além dos aumentos salariais, foram
também alcançadas melhorias
no seu cumprimento. O dumping
salarial continua a ser generalizado
no ramo. Com o aumento das contribuições
para os custos de execução,
que financiam as inspecções, a
proibição do pagamento de salários
em dinheiro e a especificação das categorias
profissionais, o CCT contém
importantes inovações para a execução
eficaz dos contratos.
Informações sobre o novo CCT
O Unia publicou um folheto em várias
línguas sobre as disposições mais
importantes do CCT para as limpezas
na Suíça alemã. Este folheto, bem
como mais informações sobre o novo
CCT estão disponíveis nos secretariados
do Unia. O texto completo do
novo CCT em alemão, francês e italiano,
informações sobre formação contínua,
perguntas e respostas sobre as
várias disposições encontram-se no
site da comissão paritária do ramo
das limpezas: https://www.pk-reinigung.ch