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completa de suas obras. Após a Segunda Guerra Mundial, uma edição de dois
volumes de enxertos “com anotações cuidadosas que sublinhavam seus erros”
saiu em Berlim Oriental e foi seguida por uma “análise exaustiva do sistema
luxemburguista de erros”, de autoria de Fred Oelssner, a qual rapidamente “caiu
na obscuridade” por se tornar “‘stalinista’ demais”. Certamente não fora isso o
que Lênin exigira e nem serviria, como esperara, “para a educação de muitas
gerações de comunistas”.
Depois da morte de Stálin, as coisas começaram a mudar, mas não na
Alemanha Oriental, onde a revisão da história stalinista assumiu tipicamente a
forma de um “culto a Bebel”. (O único a protestar contra esse novo absurdo foi o
pobre e velho Hermann Duncker, o último sobrevivente ilustre que ainda podia
“lembrar o período mais maravilhoso de minha vida, quando rapaz conheci e
trabalhei com Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Franz Mehring”.) Contudo,
os poloneses, embora sua edição em dois volumes de obras escolhidas em 1959
seja “parcialmente coincidente com a alemã”, “retiraram sua reputação quase
inalterada do esquife em que fora colocada” desde a morte de Lênin, e após 1956
apareceu no mercado uma “torrente de publicações polonesas” sobre o tema. É
de se querer acreditar que ainda há esperanças de um reconhecimento tardio de
quem foi e o que fez Rosa, e de se esperar que finalmente encontre seu lugar na
educação dos cientistas políticos nos países do Ocidente. Pois o sr. Nettl tem
razão: “Suas idéias pertencem a todos os lugares em que se ensine seriamente a
história das idéias políticas”.
1 Uma outra limitação se tornou ainda mais óbvia nos últimos anos quando Hitler e Stálin, devido à sua
importância na história contemporânea, foram honrados imerecidamente com biografias definitivas. Não
importa quão escrupulosamente Alan Bullock, em seu livro sobre Hitler, e Isaac Deutscher, em sua
biografia de Stálin, tenham seguido os detalhes técnicos exigidos pelo gênero, ver a história sob a luz de
teses impessoais apenas resulta na promoção falsa à respeitabilidade e em uma distorção ainda mais sutil
dos eventos. Quando queremos ver os eventos e as pessoas em sua proporção correta, temos ainda de ir às
biografias muito menos documentadas e factualmente incompletas de Hitler e Stálin, escritas
respectivamente por Konrad Heiden e Boris Souvarine.
2 Rosa Luxemburg, 2 vols., Oxford University Press, 1966.
3 Ver o Bulletin des Presse- und informationsamtes der Bundesregierung, de 8 de fevereiro de 1962, p.
224.
4 Em uma carta a Hans Diefenbach, 8 de março de 1917, in Briefe an Freunde, Zurique, 1950.
5 Ibid., p. 84.
6 Seu livro mais importante agora está disponível em inglês com o título de Evolutionary socialism
(Schoken Paperback), infelizmente sem comentários ou introdução.
7 Ver “The German Social Democratic Party, 1890-1914, as a politicalmodel”, Past and Present, abril de
1965.
8 A situação apresenta traços muito similares à posição do exército francês durante a crise Dreyfus na