23.03.2022 Views

Homens Em Tempos Sombrios - Hannah Arendt

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

notáveis pois contém uma queixa pessoal — algo muito raro na poesia de Brecht.

Verjagt aus meinem Land muss ich nun sehn

Wie ich zu einem neuen Laden komme, einer Schenke

Wo ich verkaufen kann das, was ich denke.

Die alten Wege muss ich wieder gehn

Die glatt geschliffenen durch den Tritt der Hoffnungslosen!

Schon gehend, weiss ich jetzt noch: zu wem?

Wohin ich komme hör’ ich: Spell your name!

Ach, dieser “name” gehörte zu den grossen!

(Acossado para fora do meu país, agora preciso ver como abrir uma nova loja, algum lugar onde possa

vender o que penso. Preciso retomar os velhos caminhos, gastos pelos passos dos desesperançados! Já a

caminho, ainda não sei: para onde? Onde vou, ouço: Soletre seu nome! Oh, esse “nome” era um dos

grandes!)

2 Martin Esslin, autor de Brecht: The man and his work (Anchor Books, 1961), afirmou recentemente

que Brecht “podia ter voltado para a Alemanha quando quisesse [...]; o difícil na época para os alemães era

sair, não entrar na Alemanha”. (“Brecht at Seventy”, in tdr, outono de 1967). É um erro; mas é cerco que

Brecht “queria documentos de viagem não alemães precisamente para manter aberta sua retirada”.

3 Para evitar mal-entendidos, Brecht não se dava melhor com os críticos literários comunistas, e o que

disse a respeito deles em 1938 aplica-se igualmente aos “anticomunistas”: “Lukács, Gabor, Kurella [...] são

inimigos da produção. A produtividade levanta-lhes suspeitas. Ela é inconfiável, imprevisível. Nunca se

sabe o que vai ocorrer com a produtividade. E eles mesmos não querem produzir. Querem brincar de ser

apparatchicks, de ter controle sobre os outros. Cada crítica sua contém uma ameaça”. (Ver Walter

Benjamin, “Gespräche mit Brecht”, in Versuche über Brecht, Frankfurt, 1966).

4 “Briefe über Gelesenes”, Gedichte, vol. vi.

5 “Böser Morgen”, Gedichte 1948-1956, vol. vii. O elogio de Brecht a Stálin foi cuidadosamente

eliminado de suas Obras reunidas. Os únicos vestígios se encontram em Prosa, vol. v, nas notas para Me-ti

postumamente publicadas (ver nota 33). Ali Stálin é elogiado como “o útil” e se justificam os seus crimes

(pp. 60 e ss. e 100 e ss.). Logo após sua morte, Brecht escreveu que ele fora “a encarnação da esperança”

para “os oprimidos dos cinco continentes”. (Sinn und Form, vol. 2, 1953, p. 10). Cf. também o poema em

op. cit., ii, 2, 1950, p. 128.

6 “In mir habt ihr einen, auf den könnt ihr nicht bauen”, in “Vom armen B. B.”, o último poema de

Hauspostille, Gedichte 1918-1928, vol. i.

7 Walter Benjamin, op. cit., pp. 118-9.

8 No “Geschichten vom Herrn Keuner”, Versuche 1-3, Berlim, 1930.

9 Gedichte, vol. vii, intitulado “Die Lösung”.

10 Angelus Silesius, Cherubinischer Wandersmann (1657), livro i, 289, in Werke, Munique, 1949, vol.

iii.

11 “Oh, como podemos responder pela pequena rosa? Subitamente púrpura e jovem e próxima? Oh, não

fomos visitá-la, mas quando chegamos, ela ali estava.

“Antes de ali estar, não era esperada: quando apareceu, era difícil de acreditar. Oh, chegou algo que

nunca se iniciara. Mas não é assim que sempre foi?”

In Gedichte, vol. vii.

12 Ibid., p. 84.

13 Benjamin, op. cit., p. 133.

14 Esslin, op. cit., observa que “na versão oficial alemã oriental, o retorno de Brecht a Berlim geralmente

é datado de outubro de 1948; Brecht realmente visitou a cidade nessa data, mas voltou novamente a

Zurique” e foi somente “no final de 1949 [que] Brecht concordou em seguir para Berlim Oriental”. Em

outubro daquele ano, ainda escreveu: “Não tenho nenhum tipo de função ou obrigação oficial em Berlim

Oriental e não recebo nenhum salário”.

15 In The jewish wife and other short plays, Evergreen Paperbacks.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!