Homens Em Tempos Sombrios - Hannah Arendt

hernandesjuan81
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18 Franz Kafka, Tagebücher, p. 42.19 Franz Kafka, Briefe, p. 347.20 Ibid., p. 378.21 In “Der Autor als Produzent”, palestra feita em Paris em 1934, onde Benjamin cita um ensaio anteriorsobre a esquerda intelectual. Ver Versuche über Brecht, p. 109.22 Citado in Max Brod, Franz Kafkas Glauben und Lehre, Winterthur, 1948.23 Brecht, por exemplo, disse a Benjamin que seu ensaio sobre Kafka auxiliava e reconfortava ofascismo judeu. Ver Versuche, p. 123.24 Franz Kafka, BRIEFE, p. 183.25 No artigo acima mencionado, Pierre Missac trata da mesma passagem e escreve: “Sans sous-estimerla valeur d’une telle réussite [d’être le sucesseur de Hamann et de Humboldt], on peut penser que benjaminrecherchait aussi dans le marxisme un moyen d’y échapper” [Sem subestimar o valor de um tal sucesso (deser o sucessor de Hamann e Humboldt), pode-se pensar que Benjamin também buscava no marxismo ummeio de escapar a isso].26 Lembra-se imediatamente o poema de Brecht, “Sobre o Pobre B.B.”:Von diesen Städten wird bleiben: der durch sie hindurchging, der Wind!Fröhlich machet das Haus den Esser: er leert es.Wir wissen, dass wir Vorläufige sindUnd nach uns wird kommen: nichts Nennenswertes.[Dessas cidades ficará o que por elas soprou, o vento!A casa alegra o visitante: ele a consome.Sabemos que somos transitóriosE depois de nós virá: nada digno de comentários.](The manual of piety, Nova York, 1966)É de se notar também um notável aforismo de Kafka nas “Notas do ano 1920”, sob o título “ele”: “Tudoo que ele faz lhe aparece como extraordinariamente novo mas também, devido à impossível abundância donovo, extraordinariamente amador, na verdade dificilmente suportável, incapaz de se tornar histórico, dedespedaçar a cadeia das gerações, de romper pela primeira vez a música do mundo que, até agora, podiapelo menos ser adivinhada em toda a sua profundidade. Às vezes, em sua vaidade ele se preocupa mais como mundo do que consigo mesmo”.O predecessor desse ânimo é outra vez Baudelaire: “Le monde va finir. La seule raison pour laquelle ilpouvait durer, c’est qu’elle existe. Que cette raison est faible, comparée à toutes celles qui annoncent lecontraire, particulièrement à celle-ci: qu’est-ce que le monde a désormais à faire sous le ciel? [...] Quant àmoi qui sens quelquefois en moi le ridicule d’un prophète, je sais que je n’y trouverai jamais la charité d’unmédicin. Perdu dans ce vilain monde, coudoyé par les foules, je suis comme un homme lassé dont l’oeil nevoit en arrière, dans les années profondes, que désaubusement et amertume, et devant lui qu’un orage oùrien de neuf n’est contenu, ni enseignement ni douleur’’. In Journaux intimes, Pléiade, pp. 1195-7.27 Weltgericht (Juízo Final) joga com o duplo sentido de Gericht (juízo; prato de refeições). (Nota dotradutor inglês).28 Cf. Kafka, Briefe, p. 173.29 Foi lançada uma coletânea sob o título Parables and paradoxes, em edição bilíngüe (Nova York,Schocken Books, 1961).30 Benjamin, “Lob der Puppe”, Literarische Welt, 10 de janeiro de 1930.31 Ver Martin Heidegger, Kants These über das Sein, Frankfurt, 1962, p. 8.32 Para o aforismo de Mallarmé, ver “Variations sur un sujet”, no subtítulo “Crise des vers”, Pléiade, pp.363-4.

BERTOLT BRECHT: 1898-1956Você espera, sim,que seus livros o desculparão,salvarão do inferno:porém,sem parecer triste,sem de modo algumparecer culpar(Ele não precisa,bem sabendoa que um amante da artecomo você presta atenção),Deus pode lhe obrigarno Dia do Juízo Finala lágrimas de vergonha,recitando de coros poemas que poderiater escrito, tivessesua vida sido boa.W. H. Auden

18 Franz Kafka, Tagebücher, p. 42.

19 Franz Kafka, Briefe, p. 347.

20 Ibid., p. 378.

21 In “Der Autor als Produzent”, palestra feita em Paris em 1934, onde Benjamin cita um ensaio anterior

sobre a esquerda intelectual. Ver Versuche über Brecht, p. 109.

22 Citado in Max Brod, Franz Kafkas Glauben und Lehre, Winterthur, 1948.

23 Brecht, por exemplo, disse a Benjamin que seu ensaio sobre Kafka auxiliava e reconfortava o

fascismo judeu. Ver Versuche, p. 123.

24 Franz Kafka, BRIEFE, p. 183.

25 No artigo acima mencionado, Pierre Missac trata da mesma passagem e escreve: “Sans sous-estimer

la valeur d’une telle réussite [d’être le sucesseur de Hamann et de Humboldt], on peut penser que benjamin

recherchait aussi dans le marxisme un moyen d’y échapper” [Sem subestimar o valor de um tal sucesso (de

ser o sucessor de Hamann e Humboldt), pode-se pensar que Benjamin também buscava no marxismo um

meio de escapar a isso].

26 Lembra-se imediatamente o poema de Brecht, “Sobre o Pobre B.B.”:

Von diesen Städten wird bleiben: der durch sie hindurchging, der Wind!

Fröhlich machet das Haus den Esser: er leert es.

Wir wissen, dass wir Vorläufige sind

Und nach uns wird kommen: nichts Nennenswertes.

[Dessas cidades ficará o que por elas soprou, o vento!

A casa alegra o visitante: ele a consome.

Sabemos que somos transitórios

E depois de nós virá: nada digno de comentários.]

(The manual of piety, Nova York, 1966)

É de se notar também um notável aforismo de Kafka nas “Notas do ano 1920”, sob o título “ele”: “Tudo

o que ele faz lhe aparece como extraordinariamente novo mas também, devido à impossível abundância do

novo, extraordinariamente amador, na verdade dificilmente suportável, incapaz de se tornar histórico, de

despedaçar a cadeia das gerações, de romper pela primeira vez a música do mundo que, até agora, podia

pelo menos ser adivinhada em toda a sua profundidade. Às vezes, em sua vaidade ele se preocupa mais com

o mundo do que consigo mesmo”.

O predecessor desse ânimo é outra vez Baudelaire: “Le monde va finir. La seule raison pour laquelle il

pouvait durer, c’est qu’elle existe. Que cette raison est faible, comparée à toutes celles qui annoncent le

contraire, particulièrement à celle-ci: qu’est-ce que le monde a désormais à faire sous le ciel? [...] Quant à

moi qui sens quelquefois en moi le ridicule d’un prophète, je sais que je n’y trouverai jamais la charité d’un

médicin. Perdu dans ce vilain monde, coudoyé par les foules, je suis comme un homme lassé dont l’oeil ne

voit en arrière, dans les années profondes, que désaubusement et amertume, et devant lui qu’un orage où

rien de neuf n’est contenu, ni enseignement ni douleur’’. In Journaux intimes, Pléiade, pp. 1195-7.

27 Weltgericht (Juízo Final) joga com o duplo sentido de Gericht (juízo; prato de refeições). (Nota do

tradutor inglês).

28 Cf. Kafka, Briefe, p. 173.

29 Foi lançada uma coletânea sob o título Parables and paradoxes, em edição bilíngüe (Nova York,

Schocken Books, 1961).

30 Benjamin, “Lob der Puppe”, Literarische Welt, 10 de janeiro de 1930.

31 Ver Martin Heidegger, Kants These über das Sein, Frankfurt, 1962, p. 8.

32 Para o aforismo de Mallarmé, ver “Variations sur un sujet”, no subtítulo “Crise des vers”, Pléiade, pp.

363-4.

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