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Curso_ECG_Modulo1_Aula1

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ECG na infância:

Os 10 mandamentos

Manual de apoio ao

Curso de Interpretação Manual do para ECG interpretação na infância do ECG na infância - 1ª edição -2022

1 a edição - 2022


ECG NA INFÂNCIA

Os 10 mandamentos

Índice

Introdução ________________________________________________________ 3

Agradecimentos ___________________________________________________ 3

Módulo 1 - Introdução à eletrocardiografia _____________________________ 3

1. Aspectos históricos ______________________________________________________ 4

2. Eletrofisiologia básica ____________________________________________________ 7

3. Convenções eletrocardiográficas__________________________________________ 9

Módulo 2 – Os 10 mandamentos da interpretação do ECG na infância _____ 15

1º Ritmo cardíaco____________________________________________________________ 15

2º Frequência cardíaca _______________________________________________________ 15

3º Atividade atrial ____________________________________________________________ 15

4º Condução atrioventricular _________________________________________________ 15

5º Cálculo do eixo elétrico ____________________________________________________ 15

6º Condução intraventricular _________________________________________________ 15

7º Critérios de hipertrofia ____________________________________________________ 15

8º Repolarização ventricular __________________________________________________ 15

9º Sístole eletromecânica ____________________________________________________ 15

10º _________________________________________________________________________ 15

Módulo 3 – Exercícios de interpretação _______________________________ 15

Exercício 1 __________________________________________________________________ 16

Exercício 2 __________________________________________________________________ 16

Exercício 3 __________________________________________________________________ 16

Exercício 4 __________________________________________________________________ 16

Exercício 5 __________________________________________________________________ 16

Exercício 6 __________________________________________________________________ 16

Exercício 7 __________________________________________________________________ 16

Exercício 8 __________________________________________________________________ 16

Exercício 9 __________________________________________________________________ 16

Referências bibliográficas __________________________________________ 16

Manual para interpretação do ECG na infância - 1ª edição -2022


Introdução

Este manual acompanha o Curso de Eletrocardiografia na Infância: os 10 mandamentos cujo

objetivo é fornecer os elementos básicos para a interpretação do traçado eletrocardiográfico de

crianças.

Ele não se aprofunda em considerações teóricas nem se detém em detalhes da interpretação do

traçado.

O seu objetivo é dar ao aluno os elementos básicos para “decifrar o código” do traçado

eletrocardiográfico de forma a avaliar se ele está dentro dos limites da normalidade para a idade

da criança.

Assuntos abordados incluem a avaliação do ritmo e cálculo da frequência cardíaca, a avaliação

da sequência de ativação cardíaca e o cálculo dos eixos elétricos, a identificação de

crescimento ou hipertrofia de cavidades que possam sugerir uma cardiopatia estrutural, assim

como sinais de efeito de drogas, processos inflamatórios, utilização de marcapasso e

isquemia miocárdica.

O público alvo deste manual são profissionais ou estudantes de Medicina, não cardiologistas.

Agradecimentos

Aos muitos alunos que passaram pelo Caduceus desde 1994 e que com sua curiosidade, seu

espírito crítico através de perguntas e observações nos levaram a aperfeiçoar a forma de

transmitir conceitos médicos de forma segura e concisa, contribuindo assim para sua

formação e principalmente para a triagem e manuseio de cardiopatias na infância.

Índice

Manual para interpretação do ECG na infância - 1ª edição -2022


MÓDULO 1

INTRODUÇÃO À ELETROCARDIOGRAFIA

Aspectos históricos

O traçado eletrocardiográfico é um registro gráfico, de voltagem x tempo, da atividade elétrica

do coração, obtido através de eletrodos colocados na superfície do corpo.

Até o final do século XIX, o sistema de geração e condução dos estímulos elétricos do coração

humano era desconhecido.

Vários pesquisadores contribuíram para a criação e o desenvolvimento da eletrocardiografia.

Dentre eles, destacamos ainda no século XVIII, o médico italiano, Luigi Gavani que

trabalhando junto à sua esposa Lucia em experimentos animais, percebeu a bioeletricidade

e deu início ao estudo da eletrofisiologia.

No século seguinte, outro italiano, o neurofisiologista Carlo Matteucci, impulsionou o estudo

da eletrofisiologia quando, ainda trabalhando com animais, demonstrou o potencial de ação

das células.

Já no século XX, o físico de Luxemburgo, Gabriel Lippmann, laureado com o prêmio Nobel

em 1908, desenvolveu um “eletrômetro capilar” que registrava pequenos potenciais elétricos

e células animais.

Mas foi o francês Augustus Desiree Waller que, colocando as mãos ou os pés em jarras

metálicas cheias de água salgada ligadas ao eletrômetro capilar de Lipmann, percebeu e

documentou pequenas oscilações e após análises minuciosas, provou que em uma fração

de segundo antes de cada batimento cardíaco uma oscilação elétrica era registrada.

Desta forma Waller “inventou” o eletrocardiograma, tendo sido a primeira pessoa a

documentar a eletricidade do coração humano.

Mas foi o holandês Willem Einthoven que aperfeiçoou o galvanômetro permitindo a utilização

de eletrodos na superfície do corpo e cunhou, pela primeira vez o termo

ELETROCARDIOGRAMA em 1893.

Manual para interpretação do ECG na infância - 1ª edição -2022


Einthoven percebeu, amplificou e nomeou as deflexões do traçado, reduziu o número de

eletrodos de 5 (Waller) para 3 e definiu as três derivações bipolares no plano frontal.

Por todo este trabalho ele recebeu o prêmio Nobel de Medicina em 1924 e é conhecido até

hoje como o “Pai da Eletrocardiografia”.

Os primeiros eletrocardiógrafos entraram em funcionamento clínico na primeira década do

século passado, na Universidade de Edinburgo na Escócia em 1908 e no ano seguinte no

Hospital Monte Sinai em Nova York, EUA e no University College de Londres, na Inglaterra.

Foi em Londres, que o médico gaulês Thomas Lewis, descreveu pela primeira vez, sob o

termo "Delirium Cordis", a fibrilação atrial. Dr. Lewis foi um grande estudioso das arritmias

cardíacas, descrevendo muitas delas e passando a ser conhecido como o pai da

eletrofisiologia clínica.

Dois últimos cardiologistas, ambos norte-americanos, trouxeram contribuições importantes

ao aperfeiçoamento da técnica da eletrocardiografia por perceberem que o ECG de três

derivações deixava lacunas, ou áreas “vazias” para análise da eletricidade cardíaca.

O primeiro, Dr. Frank Wilson (1890-1952), além de enormes contribuições clínicas, propôs

a introdução do fio terra, ou central terminal, permitindo a criação das derivações percordiais

V1 a V6, transformando o ECG em 9 derivações. A posição dos eletrodos no tórax do paciente

foi subsequentemente padronizada pelas sociedades de cardiologia.

Em seguida, outro grande estudioso da eletrocardiografia, o Dr. Emanuel Goldberger no

hospital Lincoln de Nova York, utilizou a “central terminal” do Dr. Wilson para introduzir as

derivações unipolares aumentadas no plano frontal, aVR, aVL e aVF, desta forma “cobrindo”

as últimas áreas silenciosas na captação da atividade elétrica do coração humano.

Através da contribuição destes pesquisadores, o ECG inicial de Eithoven, de 3 derições

evoluiu e atingiu o ECG moderno de 12 derivações.

Paralelamente, o aparelho reduziu de tamanho e ganhou outras funcionalidades para facilitar

a sua utilização e inúmeros estudos foram conduzidos para validar a sua eficácia na detecção

de diversas patologias. Hoje o ECG é um exame totalmente incorporado à prática da

cardiologia clínica e traz inúmeras informações para o diagnóstico e manuseio dos pacientes.

A Figura 1 mostra esses 8 precursores e pioneiros da eletrocardiografia clínica.

Índice

Manual para interpretação do ECG na infância - 1ª edição -2022


Luigi Galvani

1737-1798

Carlo Matteucci

1811-1768

Gabriel Lipmann

1845-1921

Augustus Waller

1856-1922

Willem Einthoven

1860-1927

Thomas Lewis

1881-1945

Frank Wilson

1890-1952

Emanuel Goldberger

1914-1994

Figura 1 – Principais cientistas responsáveis pelo desenvolvimento da eletrocardiografia e sua validação na prática clínica.

Curiosidade: o primeiro Galvanômetro, em 1901, pesava 270 Kg e necessitava de água

para esfriar e cinco pessoas para fazê-lo funcionar

Manual para interpretação do ECG na infância - 1ª edição -2022


Eletrofisiologia básica

O coração é um músculo que, diferentemente dos demais músculos do corpo, é capaz

de gerar o seu próprio estímulo elétrico para se contrair e relaxar. Juntamente com

artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias ele forma uma grande central de

distribuição para todo o corpo.

Eletrofisiologia Básica

POTENCIAL TRANSMEMBRANA DE REPOUSO

Célula em repouso = polarizada

ETAPAS DO POTENCIAL TRANSMEMBRANA DE AÇÃO

0 Rápida entrada de Na na célula

1 Diminui a entrada de Na, aumenta a saída de K

2 Em plateau, equilíbrio entre influxo de Na e efluxo de K

3 Aumento do efluxo de K

4 Saída de Na e entrada de K (bombas de Na e K)

Eletrofisiologia Básica

Célula em repouso = Polarizada

Negativa no interior - Positiva no exterior

Distribuição desigual de íons inorgânicos

Estímulo

Despolarização e repolarização

Fases (0-4) do Potencial Transmembrana de Ação

Principal diferença entre as células miocárdicas e as do sistema especializado de condução

FASE 4

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DO POTENCIAL TRANSMEMBRANA DE AÇÃO

3.000.000.000 de vezes em uma vida!

SISTEMA ESPECIALIZADO DE CONDUÇÃO

NO SINUSAL

Marcapasso do coração.

Átrio direito - - -> VCS.

Células elétricas com capazes de se despolarizar espontaneamente.

DESPOLARIZAÇÃO ATRIAL

A partir do nó sinusal o estímulo difunde-se pelo miocárdio dos átrios e chega ao nó atrioventricular (AV)

NÓ ATRIOVENTRICULAR

Retarda o estímulo por alguns milisegundos (para permitir o esvaziamento dos átrios) e depois o libera para os

ventrículos

FEIXE DE HIS e FIBRAS DE PURKINJE

Rápida transmissão do estímulo elétrico para os ventrículos

TEORIA DO DIPOLO

Eletricidade é uma força com direção e magnitude e, portanto, pode ser representada como um

VETOR

Os eletrodos são como “olhos” que observam e registram o fenômeno elétrico de várias posições.

DESPOLARIZAÇÃO

CELULAR

REPOLARIZAÇÃO

CELULAR

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Se o estímulo se APROXIMA do eletrodo, registra-se uma deflexão POSITIVA

Quando ele se aproxima, cruza e se afasta do eletrodo, registra-se uma deflexão com duas fases (isodifásica)

Se o estímulo se afasta do ELETRODO, registra-se uma deflexão NEGATIVA

1. Convenções eletrocardiográficas

PAPEL DO ECG

QUADRICULADO (1mm – 5mm)

VELOCIDADE PADRÃO = 25mm/s

AMPLITUDE PADRÃO (N)

10mm = 1mV

Outras velocidades (50 mm/s e 100 mm/s)

Outras amplitudes (N/2: 5mm = 1mV e 2N: 20mm = 1mV)

POSIÇÃO DO ELETRODOS NOS MEMBROS

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AS 12 DERIVAÇÕES

Plano frontal (6)

DI = ddp BD-BE

DII = ddp BD-PE

DIII = ddp BE-PE

aVR = BD

aVL = BE

aVF = PE

Plano horizontal (6)

V1 = 4 o EIE – D

V2 = 4 o EIE – E

V3 = Entre V2 e V4

V4 = 5 o EIE – LM

V5 = 5 o EIE – LAA

V6 = 5 o EIE – LAM

DERIVAÇÕES NO PLANO HORIZONTAL – PRECORDIAIS

Manual para interpretação do ECG na infância - 1ª edição -2022


Como se chama o ponto anatômico formado pela junção do manúbrio com o corpo do osso esterno.

A) Crista manubriocorpoesternal

B) Ângulo de Laennec

C) Crista de Fallot

D) Ângulo de Louis

E) Nenhuma das acima

Como se chama o ponto anatômico formado pela junção do manúbrio com o corpo do osso esterno.

A) Crista manubriocorpoesternal

B) Ângulo de Laennec

C) Crista de Fallot

*D)

Ângulo de Louis

E) Nenhuma das acima

DERIVAÇÕES NO PLANO HORIZONTAL

PRECORDIAIS

V1 = 4 o EICD, à direita do externo

V2 = 4 o EICE, à esquerda do externo

V3 = Entre V2 e V4

V4 = 5 o EICE, linha mamilar

V5 = 5 o EICE, linha axilar anterior

V6 = 5 o EICE, linha axilar média

DII

Diferença de potencial entre o braço direito e a perna esquerda. Orientação espacial: direita (sup) para a

esquerda (inf)

DI

Diferença de potencial entre os braços direito e esquerdo. Orientação espacial: direita para a esquerda.

Diferença de potencial entre o braço esquerdo e a perna esquerda. Orientação espacial: superior (esq) para

inferior (dir).

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aVR

Potenciais que

se dirigem ao braço

direito.

aVL

Potenciais que

se dirigem ao braço

esquerdo.

aVF

Potenciais que se dirigem à perna esquerda.

SISTEMA HEXA-AXIAL

COMPONENTES DO ECG

Ondas

Segmentos

Intervalos

Ondas

ONDA P

Despolarização atrial

COMPLEXO QRS

Despolarização ventricular

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ONDA T

Repolarização ventricular

ONDA U

Repolarização dos m. pap.?

Segmentos

SEGMENTO PR

Entre o final da despolarização atrial até o início da despolarização ventricular

SEGMENTO ST

Entre o final da despolarização e

início da repolarização ventricular

Intervalos

INTERVALO PR

Despolarização atrial completa

Intervalo QRS

Condução intraventricular

INTERVALO QT

Sístole eletromecânica

Nomenclatura do QRS

Toda deflexão positiva é chamada de R.

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Se houver várias derivações positivas, estas ganham o nome de R’, R’’ e assim por diante

A primeira deflexão negativa (antes da positiva) do ECG é chamada de Q

A deflexão negativa após uma positiva é chamada de S. Havendo várias, ganham o nome S’,

S’’, etc.

Caracteres maiúsculos e minúsculos são utilizados para definir os tamanhos relativos das

deflexões

Resumo: Componentes do ECG

Onda P

Segmento PR

Ondas (Complexo) QRS

Segmento ST

Onta T

Onda U

Intervalo PR

Intervalo QRS

Intervalo QT

= corresponde à despolarização atrial

= medido do final da despolarização atrial até o início da

despolarização ventricular

= corresponde à despolarização ventricular

= medido do final da despolarização ventricular até o início da

repolarização ventricular

= corresponde à despolarização ventricular

= provavelmente corresponde à repolarização dos músculos

papilares

= corresponde à condução atrioventricular

= corresponde à condução intraventricular

= corresponde à sístole eletromecânica

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Módulo 2 – Os 10 mandamentos da interpretação do ECG

na infância

1º Ritmo cardíaco

2º Frequência cardíaca

3º Atividade atrial

4º Condução atrioventricular

5º Cálculo do eixo elétrico

6º Condução intraventricular

7º Critérios de hipertrofia

8º Repolarização ventricular

9º Sístole eletromecânica

10º

Módulo 3 – Exercícios de interpretação

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Exercício 1

Exercício 2

Exercício 3

Exercício 4

Exercício 5

Exercício 6

Exercício 7

Exercício 8

Exercício 9

Referências bibliográficas

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Índice

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