edição de 21 de março de 2022

especial digital
Plataformas discordam do texto da PL das fake news porque acreditam que transformado em lei ele vai trazer prejuízo aos negócios e à liberdade da internet; Google, Twitter, Mercado Livre, Facebo
Players creem que texto do Pl das
fakes news precisa mudar e maturar
Projeto de Lei 2630/2020 pode ser aprovado no fim deste mês e
gera debate, já que indústria do setor vê pontos prejudiciais ao negócio
Neusa spaulucci
lógico que ninguém gosta de
É notícia ruim e muito menos
de ser enganado. E para conter
tais abusos, principalmente em
ano de eleição, como é o caso
do Brasil, tramita na Câmara
dos Deputados o Projeto de Lei
2630/2020, ou PL das Fake News.
A discussão não é nova. Começou
em 2019 e foi aprovado no
Senado em 2020, tudo em no-
me do combate às notícias falsas.
Porém, nos últimos meses,
o debate ganhou força porque
pode ser aprovado no fim deste
mês. Uma fonte ligada a um dos
players do setor afirma que foram
feitas algumas rodadas de
negociações, mas tudo voltou à
estaca zero. É que a indústria –
leia-se principalmente Google,
Twitter, Facebook/Instagram,
TikTok e Mercado Livre – questiona
a efetividade da futura lei,
que pode até “não pegar” da maneira
como está sendo proposta.
Segundo a mesma fonte, que
prefere não se identificar, o PL
nasceu bem-intencionado, mas
traz no seu escopo assuntos não
relacionados a fake news. “Ano
eleitoral tem essa maquiagem”.
Todos concordam que quanto
mais transparência menos fake
news e é por aí que a indústria
do segmento se bate e debate
para tentar barrar o que uma outra
fonte do PROPMARK afirma
que o PL ainda precisa maturar.
E lembra que, após a aprovação,
tem um bom período de adaptação
que pode levar até dois anos.
Essa mesma fonte afirma
que o impacto do PL como está
será grande em todos os sentidos,
inclusive para o usuário e
os pequenos anunciantes das
plataformas, que, segundo ela,
será de cunho econômico, com
a “proibição de entrega de anún-
24 21 de março de 2022 - jornal propmark