Revista Analytica Edição 117
Revista Analytica Edição 117
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EDITORIAL<br />
<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>117</strong> - Março 2022<br />
Nós da revista <strong>Analytica</strong>, não poderíamos deixar de prestar nossas condolências a todas as vítimas que a declarada guerra contra a Ucrânia já fez.<br />
Uma epidemia emendada a uma guerra? Que década!<br />
Novamente os soldados se preparam...justiceiros, impiedosos...<br />
De um lado, o desejo de dominar; do outro, o de defender. De um lado mísseis; do outro, bombas. De um lado<br />
políticos; do outro, crianças. De um lado muro; do outro, mares. Interesses versus dores. Tanques contra carros...<br />
Mais uma vez, prendemos a respiração e fechamos nossos olhos com a esperança de um amanhã melhor.<br />
Neste momento, nossa contribuição para este amanhã se concentra em continuar nossa busca pelo<br />
conhecimento, por novidades e a divulgação das inovações na indústria.<br />
Os artigos desta edição discorrem se o destilado da desodorização é um produto seguro para consumo<br />
humano ou animal e também sobre o controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />
resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull.<br />
Você não pode deixar de ler também as seções que nossos colunistas prepararam com tanto esmero.<br />
E na esperança de que um dia as vidas deixem de ser usadas como moedas de troca, me despeço, desejando<br />
paz a este mundo tão cansado de dor; e uma boa leitura a todos vocês que nos acompanham.<br />
#todasasvidasimportam<br />
Abraços,<br />
Luciene Almeida<br />
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contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />
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Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />
EXPEDIENTE<br />
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Conselho Editorial: Sylvain Kernbaum | revista@revistaanalytica.com.br<br />
Jornalista Responsável: Luciene Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />
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Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral
<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>117</strong> - Março 2022<br />
ÍNDICE<br />
01<br />
06<br />
Editorial<br />
Publique na <strong>Analytica</strong><br />
ARTIGO 1<br />
08<br />
CONTROLE DE QUALIDADE DE TIJOLOS<br />
SOLO-CIMENTO INCORPORADOS COM RESÍDUOS SÓLIDOS<br />
INDUSTRIAIS UTILIZANDO A ESTATÍSTICA DE WEIBULL<br />
Por: Bruno Carlos Alves Pinheiro, Sandro Ferreira de Sousa,<br />
Rodrigo Bicalho Mendes, Taís de Sousa Alves Coutinho<br />
ARTIGO 2<br />
18<br />
O DESTILADO DA DESODORIZAÇÃO É UM<br />
PRODUTO SEGURO PARA CONSUMO HUMANO OU ANIMAL?<br />
Por: Isaac Dias Bezerra<br />
22<br />
Cosmetologia<br />
24<br />
Composto Químico<br />
2<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
26<br />
Em Foco
<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>117</strong> - Março 2022<br />
ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />
ordem alfabética<br />
Anunciante pág. Anunciante pág.<br />
ARENA TÉCNICA 31<br />
BCQ<br />
4ª CAPA<br />
ER ANALITICA 03<br />
GREINER 17<br />
KASVI 05<br />
NOVA ANALITICA 29<br />
PENSABIO<br />
2ª CAPA<br />
PRIME CARGO<br />
3ª CAPA<br />
VEOLIA 07<br />
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4<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
Conselho Editorial<br />
Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />
Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />
do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />
de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />
Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />
da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />
Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />
Bruno Carlos Alves Pinheiro, Sandro Ferreira de Sousa, Rodrigo Bicalho Mendes, Taís de Sousa Alves Coutinho, Isaac Dias Bezerra, Daniela López, Jackeline Alecrim, Marcos Roberto Ruiz.
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<strong>Revista</strong><br />
Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>117</strong> - Março 2022<br />
PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />
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A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />
autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />
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Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />
editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />
educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />
levarão em consideração para publicação toda<br />
e qualquer contribuição que possua correlação<br />
com as análises industriais, instrumentação e o<br />
controle de qualidade.<br />
Todas as contribuições serão revisadas e analisadas<br />
pelos revisores.<br />
Os autores deverão informar todo e qualquer<br />
conflito de interesse existente, em particular<br />
aqueles de natureza financeira relativo<br />
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com a contribuição e o manuscrito<br />
apresentado.<br />
Acompanhando o artigo deve vir o termo<br />
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atestando a originalidade do artigo, bem<br />
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Os manuscritos deverão ser escritos em português,<br />
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O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />
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da instituição onde o estudo foi realizado.<br />
Além disso, o nome do autor correspondente,<br />
com endereço completo fone/fax e e-mail<br />
também deverão constar. Seguidos por resumo,<br />
palavras-chave, abstract, keywords, texto<br />
(Ex: Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />
Experimental, Resultados e Discussão, Conclusão)<br />
agradecimentos, referências bibliográficas,<br />
tabelas e legendas.<br />
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sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />
da publicação, segundo norma ABNT 10520.<br />
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citadas no texto devem vir listadas no fim,<br />
com o sobrenome do autor em primeiro lugar<br />
seguido pela sigla do prenome. Ex.: sobrenome,<br />
siglas dos prenomes. Título: subtítulo do<br />
artigo. Título do livro/periódico, volume, fascículo,<br />
página inicial e ano.<br />
Evite utilizar abstracts como referências. Referências<br />
de contribuições ainda não publicadas<br />
deverão ser mencionadas como “no prelo”<br />
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Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />
vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />
disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />
média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />
em outras publicações.<br />
6<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
ENVIE SEU TRABALHO<br />
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A/C: Luciene Almeida – Redação<br />
Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />
Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />
Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/
Artigo 1<br />
CONTROLE DE QUALIDADE DE TIJOLOS<br />
SOLO-CIMENTO INCORPORADOS COM RESÍDUOS SÓLIDOS<br />
INDUSTRIAIS UTILIZANDO A ESTATÍSTICA DE WEIBULL<br />
Por: Bruno Carlos Alves Pinheiro, Sandro Ferreira de Sousa, Rodrigo Bicalho Mendes, Taís de Sousa Alves Coutinho<br />
Resumo<br />
Abstract<br />
A distribuição de Weibull é um método estatístico que tem sido utilizado<br />
The Weibull distribution is a statistical method used to describe<br />
para descrever o tempo de vida de materiais para engenharia. O objetivo<br />
the lifetime of engineering materials. The main objective of<br />
principal deste trabalho foi avaliar a qualidade em termos da resistência<br />
this work is to evaluate in terms of the compressive strength<br />
a compressão de tijolos solo-cimento incorporados com resíduos sólidos<br />
of the soil-cement bricks incorporated with industrial solid<br />
industriais (resíduo de serragem de madeira e o resíduo de construção<br />
waste (wood sawdust waste and construction and demolition<br />
e demolição) com a aplicação da probabilidade de Weibull. Tijolos solo-<br />
waste) with the application of the statistical probability of<br />
cimento contendo até 3 partes em volume de resíduo sólido industrial<br />
Weibull. Soil-cement bricks containing up to 3 parts in volume<br />
foram preparados por prensagem uniaxial e curados durante 28 dias.<br />
of industrial solid waste were uniaxially pressed and cured for<br />
Verificou-se através dos resultados experimentais obtidos que o método<br />
28 days. It was found from the experimental results obtained<br />
de Weibull é adequado para determinar a qualidade em termos da<br />
that the Weibull method is suitable to determine the quality in<br />
resistência a compressão de materiais cerâmicos. Com a presente<br />
terms of the compressive strength of ceramic materials. With the<br />
técnica consegue-se uma boa interpretação dos resultados, o que<br />
present technique achieves a good interpretation of the results,<br />
permitiu concluir que até 3 partes em volume de resíduo de construção<br />
which allowed us to conclude that up to 3 parts in volume of<br />
e demolição poderiam ser adicionados em tijolos solo-cimento para uso<br />
construction and demolition waste could be added into the soil-<br />
como material de construção.<br />
cement bricks for use as building material.<br />
8<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
Palavras chave: Tijolo solo-cimento, Resíduo sólido, Weibull.<br />
Keywords: Soil-cement bricks, Solid waste, Weibull.
Introdução<br />
Um dos maiores problemas enfrentados pela<br />
sociedade contemporânea é o crescimento e<br />
o acúmulo de resíduos gerados pelas diversas<br />
atividades industriais devido ao progresso<br />
econômico. O crescente volume de resíduos<br />
gerados, entre eles, os resíduos sólidos, causa<br />
preocupações relacionadas, principalmente,<br />
com a disposição final de tais resíduos. De<br />
fato, o acúmulo de resíduos, mesmo que seja<br />
em depósitos controlados, tais como aterros<br />
sanitários, não é uma solução muito aceitável<br />
pela sociedade. Cada vez mais os consumidores e<br />
as autoridades têm buscado informações sobre os<br />
impactos ambientais relacionados aos processos<br />
produtivos, uso e descarte final adequado dos<br />
produtos e, principalmente, dos resíduos (1-3).<br />
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS<br />
– Lei nº 12.305/2010) instituída no Brasil<br />
aborda a reutilização/reaproveitamento como<br />
uma das principais opções no que diz respeito<br />
ao gerenciamento dos resíduos. Os elevados<br />
custos referentes aos processos de tratamento e<br />
disposição final têm levado o setor industrial a<br />
buscar novas alternativas que possam promover<br />
o reaproveitamento cada vez maior dos resíduos<br />
gerados. Esse reaproveitamento deve permitir<br />
que os resíduos se tornem novamente matériasprimas<br />
e retorne ao processo produtivo (4).<br />
Estudos já demonstraram com sucesso que a<br />
indústria cerâmica pode atuar como grande<br />
aliada para consumir alguns tipos de resíduos.<br />
Dentre os fatores que tornam a indústria cerâmica<br />
atrativa para a este fim, tem-se: i) a indústria<br />
cerâmica utiliza enormes quantidades de<br />
matérias-primas naturais; ii) as matérias-primas<br />
usadas na fabricação de produtos cerâmicos,<br />
principalmente, os produtos usados na<br />
construção civil apresentam larga variabilidade<br />
química e mineralógica; iii) o processo de<br />
fabricação não é alterado com a utilização dos<br />
resíduos; e iv) a matriz cerâmica é capaz de<br />
promover o encapsulamento dos resíduos (5,6).<br />
Diante do que foi mencionado até aqui,<br />
uma alternativa relevante e interessante<br />
é o reaproveitamento de resíduos sólidos<br />
industriais tais como o resíduo de construção<br />
e demolição (RCD) e o resíduo de serragem<br />
de madeira (RSM) para obtenção de materiais<br />
cerâmicos ecológicos (tijolo solo-cimento)<br />
utilizados na construção civil.<br />
O tijolo solo-cimento tem sido considerado<br />
como um importante material de construção,<br />
principalmente, em países em desenvolvimento.<br />
Ele apresenta vantagens do ponto de vista<br />
técnico e econômico em relação ao tijolo de base<br />
argilosa sinterizado. Entre essas vantagens podese<br />
citar, o baixo custo, propriedades técnicas<br />
melhoradas, e a eliminação da etapa de queima,<br />
a qual apresenta alto consumo de energia (7).<br />
Estudos visando a investigação de vários<br />
tipos de resíduos sólidos como componentes<br />
alternativos em formulações para tijolo<br />
solo-cimento tem apresentado resultados<br />
interessantes e promissores (7,8). Verifica-se<br />
que a maioria dos trabalhos busca basicamente<br />
determinar se o traço cerâmico formulado<br />
está apto ou não para a fabricação de tijolo<br />
solo-cimento. Estes trabalhos apresentam<br />
somente valores experimentais médios das<br />
propriedades tecnológicas usadas para a<br />
especificação do material, principalmente, a<br />
resistência mecânica a compressão. Entretanto,<br />
poucos são os trabalhos que tratam da<br />
reprodutibilidade e confiabilidade (qualidade)<br />
dos tijolos solo-cimento incorporados com<br />
resíduos sólidos levando em consideração a<br />
dispersão dos resultados experimentais da<br />
resistência a compressão utilizando método<br />
estatístico adequado.<br />
Por ser um material cerâmico, a resistência a<br />
compressão do tijolo solo-cimento depende da<br />
microestrutura e, principalmente, da distribuição<br />
e tamanho dos defeitos (poros e trincas)<br />
presentes. Como esta distribuição é na maioria<br />
das vezes aleatória, a resistência mecânica<br />
avaliada experimentalmente apresenta uma<br />
dispersão. Desse modo, apresentar somente o<br />
valor médio da resistência a compressão não<br />
é suficiente. É de vital importância levar em<br />
consideração a dispersão dos resultados (9,10).<br />
Quantitativamente a dispersão da resistência<br />
a compressão pode ser obtida através de um<br />
método estatístico que foi desenvolvido pelo<br />
físico sueco Wallodi Weibul. Este método<br />
estatístico é capaz de predizer o comportamento<br />
mecânico de materiais frágeis. A equação 1<br />
apresentada a seguir é conhecida como função<br />
de distribuição de probabilidade de fratura de<br />
Weibull. Pode ser observado que a equação<br />
relaciona a probabilidade de sobrevivência<br />
de uma peça (P(x)), com a carga a que está<br />
submetida (x) (9-12):<br />
Onde: x é a carga aplicada, x0 é um fator de<br />
escala, valor característico da distribuição, tal<br />
como o tempo de vida, m é o parâmetro de forma<br />
da distribuição, conhecido como coeficiente<br />
ou módulo de Weibull e xu é o parâmetro de<br />
localização, que é o mínimo valor característico<br />
da carga obtida (resistência característica) –<br />
corresponde a tensão no qual a probabilidade de<br />
falha é 63,2%.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
9
Artigo 1<br />
Diante do exposto até aqui, o presente trabalho<br />
tem como objetivo avaliar a qualidade em<br />
termos da resistência mecânica a compressão<br />
(comportamento mecânico) de tijolos solocimento<br />
incorporados com os resíduos de<br />
serragem de madeira e de construção e<br />
demolição utilizando a estatística de Weibull.<br />
Esta estatística se constitui como um método<br />
adequado para esse tipo de análise e avaliação<br />
por levar em consideração a dispersão dos valores<br />
da resistência a compressão desses materiais.<br />
São objetivos específicos do presente<br />
trabalho:<br />
• Determinar a absorção de água e resistência<br />
mecânica a compressão dos corpos cimentícios<br />
incorporados com os resíduos de serragem de<br />
madeira e de construção e demolição.<br />
• Determinar o coeficiente de correlação (R) dos<br />
corpos cimentícios incorporados com os resíduos de<br />
serragem de madeira e de construção e demolição.<br />
• Determinar a resistência característica (xu) dos<br />
corpos cimentícios incorporados com os resíduos de<br />
serragem de madeira e de construção e demolição.<br />
• Determinar o módulo de Weibull (m) dos corpos<br />
cimentícios incorporados com os resíduos de<br />
serragem de madeira e de construção e demolição.<br />
a compressão. A água utilizada foi água potável<br />
coletada a partir da rede de distribuição de<br />
água do município de Ubá – MG, fornecida pela<br />
COPASA – MG. O resíduo de serragem de madeira<br />
foi coletado a partir de indústrias componentes<br />
do pólo moveleiro de Ubá – MG e o resíduo de<br />
construção e demolição também é proveniente<br />
do município de Ubá – MG.<br />
Beneficiamento das matérias-primas<br />
O solo foi submetido a um processo de secagem<br />
ao ar livre durante 10 dias, e em seguida, a um<br />
processo de secagem em estufa de laboratório a<br />
110 °C por um período de 24 h. Após secagem,<br />
o solo foi destorroado manualmente até a<br />
passagem completa em peneira de 4 mesh (4,75<br />
mm ABNT) e armazenado em sacos plásticos para<br />
não absorver umidade. O cimento utilizado foi<br />
submetido apenas a um processo de secagem em<br />
estufa de laboratório a 110 °C por 24 h. O resíduo<br />
de serragem de madeira (RSM) foi seco em estufa<br />
de laboratório a 110 °C por 24 h e depois passado<br />
em peneira 200 mesh (75 µm ABNT). O resíduo<br />
de construção e demolição (RCD) foi destorroado<br />
manualmente, seco em estufa de laboratório a<br />
110 °C por 24 h e passado em peneira 200 mesh<br />
(75 µm ABNT). Ambos foram acondicionados em<br />
sacos plásticos para não absorverem umidade e<br />
para posterior utilização.<br />
Formulação e preparação dos traços<br />
cerâmicos<br />
Composições de tijolo solo-cimento foram<br />
formuladas usando misturas de solo, cimento,<br />
resíduo de serragem de madeira e resíduo de<br />
construção e demolição. A composição dos traços<br />
cerâmicos formulados é apresentada na Tabela 1.<br />
Neste estudo, o solo foi parcialmente substituído<br />
por até 3 partes em volume pelos resíduos<br />
propostos. Uma formulação de tijolo solo<br />
cimento (solo/cimento – 10/1) foi usada como<br />
referência (TO). Os índices 0, 1, 2 e 3 as partes<br />
em volume de resíduos que foram incorporadas<br />
aos traços cerâmicos. TRRSM designa os traços<br />
contendo o resíduo de serragem de madeira e<br />
TRRCD está relacionado aos traços contendo o<br />
resíduo de construção e demolição.<br />
Dosagem das matérias-primas<br />
As matérias-primas foram dosadas de acordo com a<br />
formulação apresentada na Tabela 1. Logo após, as<br />
matérias-primas foram misturadas manualmente<br />
até que se atingisse uma coloração uniforme. Em<br />
seguida, as misturas foram umidificadas com<br />
água em 16 % em massa. O cimento Portland e a<br />
proporção de água nos traços cerâmicos (misturas)<br />
foram mantidos constantes para excluir o efeito<br />
dessas variáveis nas propriedades técnicas.<br />
Materiais e Métodos<br />
Tabela 1: Composição dos traços cerâmicos formulados<br />
10<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
Matérias-Primas<br />
As matérias-primas utilizadas foram: solo,<br />
cimento, água, resíduo de serragem de madeira<br />
(RSM) e o resíduo de construção e demolição<br />
(RCD). O solo utilizado foi coletado no município<br />
de Ubá - MG. Foi utilizado o cimento Portland<br />
CPIII – 40 RS, devido a facilidade de encontrá-lo,<br />
seu baixo custo e por apresentar maior resistência
Preparação dos corpos cimentícios<br />
Análise estatística de weibull<br />
6. Determinação do módulo de Weibull através<br />
Corpos cimentícios cilíndricos (Φ = 30 mm)<br />
Os parâmetros da distribuição de Weibull para um<br />
da tangente da curva de (ln [ln (1/1-F)) em<br />
foram conformados por prensagem uniaxial<br />
determinado conjunto de dados pode ser estimado<br />
função de ln (tensão).<br />
utilizando-se uma prensa hidráulica manual,<br />
através de vários métodos diferentes. No presente<br />
modelo PHP com capacidade de 15 toneladas. A<br />
trabalho foi utilizado um modelo que utiliza um<br />
Para o cálculo dos dados descritos acima foi<br />
pressão de compactação foi de 2 toneladas.<br />
método de regressão linear. A aplicação da estatística<br />
de Weibull seguiu os seguintes passos:<br />
utilizado software Excel na forma de tabela e<br />
o software Origin 8.0 para a construção dos<br />
Secagem e cura dos corpos cimentícios<br />
Após a conformação, os corpos cimentícios foram<br />
colocados sobre uma superfície sólida em local<br />
coberto. Durante os primeiros 7 dias, foi realizada<br />
uma molhagem a cada 3 horas com o auxílio de<br />
um borrifador. Em seguida, os corpos cimentícios<br />
foram submetidos a secagem por convecção<br />
natural (cura) até que se completasse um período<br />
de 28 dias. Esse período é o usual adotado na<br />
produção industrial de tijolo solo-cimento.<br />
1. Ordenação de forma crescente dos valores de<br />
resistência a compressão obtidos para cada amostra;<br />
2. Cálculo do ranking mediano (probabilidade de<br />
fratura) para cada observação:<br />
(F = (i – 0,5)/N);<br />
3. Cálculo do logaritmo natural da resistência a<br />
compressão (σ) (ln (σ)) de cada observação;<br />
4. Cálculo do logaritmo natural do logaritmo<br />
natural do inverso de 1 menos o ranking mediano<br />
de cada observação ( ln [ln (1/1-F)]);<br />
gráficos e análise de regressão linear. O tamanho<br />
de amostra utilizado foi N = 30.<br />
Resultados e discussão<br />
A retração volumétrica dos corpos cimentícios é<br />
mostrada na Figura 1. Pode ser observado que<br />
os corpos cimentícios exibiram baixos valores de<br />
retração volumétrica. Esses valores se encontram<br />
dentro dos limites de segurança de produção<br />
industrial (13). A incorporação do resíduo de<br />
construção e demolição provocou um ligeiro<br />
Determinação das propriedades fisicomecânicas<br />
dos corpos cimentícios<br />
As seguintes propriedades dos corpos cimentícios<br />
5. Construção dos gráficos com ln (tensão) no<br />
eixo das abscissas (x) e ( ln [ln (1/1-F)) no eixo<br />
das ordenadas (y);<br />
aumento da retração volumétrica. Já o resíduo de<br />
serragem de madeira provocou uma ligeira queda<br />
na retração volumétrica dos corpos cimentícios.<br />
curados foram determinadas: retração<br />
volumétrica (RV - %), massa específica aparente<br />
(MEA - g/cm³), absorção de água (AA - %) e<br />
resistência a compressão (Rc - MPa). Os valores<br />
de retração volumétrica foram obtidos a partir<br />
da variação de volume das peças cilíndricas.<br />
Os valores de massa específica aparente foram<br />
obtidos de acordo com MEA = m/V, onde m é a<br />
massa dos corpos cimentícios (g) e V é o volume<br />
dos corpos cimentícios (cm³). Os valores de<br />
absorção de água foram obtidos de acordo com<br />
a norma ABNT NBR 10834/94 e a resistência a<br />
compressão dos corpos cimentícios cilíndricos<br />
curados foi obtida a partir da norma ABNT NBR<br />
12025/90. A superfície de fratura dos corpos<br />
cimentícios foi observada por microscopia ótica.<br />
Figura 1: Retração volumétrica versus conteúdo de resíduos.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
11
Artigo 1<br />
A Figura 2 mostra o comportamento da massa<br />
específica aparente. Pode ser observado que<br />
a massa específica aparente é fortemente<br />
influenciada pela incorporação dos resíduos<br />
estudados. De forma geral a incorporação<br />
do resíduo de construção e demolição tende<br />
a aumentar a massa específica aparente. A<br />
incorporação do resíduo de serragem de madeira<br />
tende a diminuir a massa específica aparente<br />
dos corpos cimentícios. Para as condições de<br />
processamento estudadas os corpos cimentícios<br />
contendo o resíduo de serragem de madeira são<br />
ligeiramente menos densos do que os corpos<br />
cimentícios contendo o resíduo de construção<br />
e demolição e do que os corpos cimentícios de<br />
referência. O resíduo de construção e demolição<br />
Figura 2: Massa específica aparente versus conteúdo de resíduos.<br />
contribui para um maior empacotamento das<br />
partículas, aumentando a densificação dos corpos<br />
cimentícios. Esses resultados estão de acordo<br />
com os resultados de retração volumétrica.<br />
A Figura 3 apresenta os resultados da absorção<br />
de água (nível de porosidade aberta) dos corpos<br />
cimentícios. Também é apresentado o valor<br />
limite máximo médio de absorção de água de<br />
acordo com a norma NBR 10834/94. A absorção<br />
de água é influenciada pela incorporação dos<br />
resíduos estudados. A incorporação do resíduo<br />
de serragem de madeira provoca um aumento<br />
nos valores de absorção de água. Isso leva a<br />
um aumento da porosidade, principalmente,<br />
da porosidade aberta. Este comportamento<br />
pode estar associado com o menor grau de<br />
Figura 3: Absorção de água versus conteúdo de resíduos.<br />
empacotamento das partículas promovido pela<br />
de serragem de madeira são menos densos do<br />
de construção e demolição. Esses resultados<br />
12<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
incorporação do resíduo de serragem de madeira.<br />
De fato, os corpos cimentícios contendo o resíduo<br />
que os corpos cimentícios de referência e do<br />
que os corpos cimentícios contendo o resíduo<br />
corroboram com os resultados apresentados na<br />
Figura 2.
A incorporação do resíduo de serragem de<br />
madeira pode ter influenciado a distribuição<br />
de tamanho de grânulos da massa cerâmica<br />
de modo a aumentar a fração de grânulos mais<br />
finos. Além disso, provavelmente, o resíduo<br />
de serragem de madeira é um material que<br />
apresenta atividade pozolânica muito baixa,<br />
isto é, apresenta uma baixa atividade química<br />
como material cimentício.<br />
É importante destacar que os corpos<br />
cimentícios contendo o resíduo de serragem<br />
de madeira apresentaram valores médios de<br />
absorção de água inferiores ao valor máximo<br />
recomendado pela norma NBR 10834/94<br />
conforme pode ser observado na Figura 3.<br />
Figura 4: Resistência a compressão versus conteúdo de resíduos.<br />
A incorporação do resíduo de construção<br />
demolição no sentido de promover uma<br />
dos resíduos estudados. A incorporação do<br />
e demolição promoveu uma redução nos<br />
estrutura mais densa e, consequentemente,<br />
resíduo de serragem de madeira provocou<br />
valores de absorção de água (ver Figura 3).<br />
menos porosa. Também é importante<br />
uma diminuição nos valores de resistência<br />
A incorporação do resíduo de construção e<br />
destacar que os corpos contendo o resíduo<br />
a compressão. Já a incorporação do resíduo<br />
demolição pode ter atuado no sentido de ter<br />
de construção e demolição apresentaram<br />
de construção e demolição fez aumentar os<br />
promovido um maior grau de empacotamento<br />
valores de absorção de água inferiores ao valor<br />
valores de resistência mecânica a compressão<br />
das partículas. Isso, provavelmente, pode<br />
máximo permitido por norma.<br />
dos corpos cimentícios.<br />
estar associado a dois fatores: i) aumento<br />
da fração de grânulos com distribuição de<br />
A resistência mecânica dos corpos<br />
O aumento da resistência a compressão para os<br />
tamanho mais adequada (mais grosseira),<br />
cimentícios foi determinada em termos<br />
corpos cimentícios incorporados com o resíduo de<br />
a qual permite um melhor empacotamento<br />
da resistência a compressão (Figura 4). A<br />
construção e demolição pode estar relacionado<br />
e, principalmente, ii) a adição de areia com<br />
resistência a compressão é considerada<br />
com o maior grau de empacotamento dos<br />
a incorporação do resíduo de construção e<br />
uma das propriedades mais importantes<br />
grânulos promovido pelo resíduo de construção<br />
demolição, o que favorece a liberação de<br />
para os materiais cerâmicos usados na<br />
e demolição. Conforme discutido anteriormente,<br />
maior quantidade de cimento para ligar os<br />
construção civil. Pode ser observado na<br />
esse maior grau de empacotamento leva a<br />
grãos menores. Sendo assim, tem-se uma<br />
contribuição do resíduo de construção e<br />
Figura 4 que a resistência a compressão<br />
também é influenciada pela incorporação<br />
uma estrutura menos porosa, mais densa e,<br />
conseqüentemente, mais resistente.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
13
Artigo 1<br />
Um outro fator que pode estar contribuindo<br />
para este comportamento pode estar<br />
relacionado ao fato do resíduo de construção e<br />
demolição estar, provavelmente, influenciando<br />
de modo a promover uma melhor hidratação<br />
do cimento. Isso faz com que se tenha uma<br />
maior completeza das fases hidratadas do<br />
cimento. Estas fases, especialmente, os silicatos<br />
de cálcio hidratados (C-S-H) são os principais<br />
responsáveis pela resistência mecânica durante<br />
o processo de cura (14). Vale destacar que<br />
os corpos cimentícios apresentaram valores<br />
médios de resistência a compressão superiores<br />
ao valor mínimo estabelecido por norma para<br />
toda a faixa de incorporação dos resíduos<br />
estudados (ver Figura 4).<br />
a compressão dos corpos cimentícios contendo o<br />
resíduo de serragem de madeira. Já na Figura<br />
5 (c) (Traço TRRCD 2) pode ser observado uma<br />
superfície de fratura com textura mais suave,<br />
mais compacta e menos porosa.<br />
A Tabela 2 apresenta os resultados para o módulo<br />
de Weibull (m), a resistência característica (xu)<br />
e o coeficiente de correlação (R) para os corpos<br />
cimentícios estudados. Esses parâmetros foram<br />
determinados por regressão linear seguindo o<br />
procedimento descrito anteriormente.<br />
Primeiramente, é importante observar na Tabela<br />
2 que os valores de coeficiente de correlação são<br />
próximos de 1. Isto é importante, pois indica<br />
A Figura 5 (a – c) apresenta a evolução estrutural<br />
da superfície de fratura para os corpos cimentícios<br />
depois de curados por 28 dias.<br />
que os dados experimentais de resistência<br />
a compressão para os corpos cimentícios<br />
incorporados com os resíduos estudados são<br />
ajustados de acordo com a teoria de Weibull.<br />
14<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
Pode ser observado na Figura 5 (a) que os<br />
corpos cimentícios representativos do traço de<br />
referência (Traço T0) apresentam uma estrutura<br />
compacta e homogênea. Na Figura 5 (b) (Traço<br />
TRRSM 2) pode ser observado uma superfície<br />
de fratura mais grosseira, rugosa, heterogênea<br />
e porosa. Isso pode explicar o empacotamento<br />
menos eficiente entre as partículas. A porosidade<br />
observada é a principal responsável pela alteração<br />
das propriedades físico-mecânicas, resultando<br />
em menor retração volumétrica, menor massa<br />
específica aparente, maior absorção de água<br />
e menor resistência a compressão. Defeitos<br />
como poros funcionam como concentradores<br />
de tensão, principalmente, poros com formatos<br />
irregulares (poros menos arredondados). Esses<br />
defeitos contribuem para a redução da resistência<br />
Além disso, eles podem ser representados por<br />
uma equação de primeiro grau. Ou seja, os<br />
valores dos coeficientes (R) obtidos, indicam<br />
a validade do uso da análise de Weibull na<br />
avaliação do comportamento mecânico dos<br />
materiais cerâmicos estudados.<br />
Figura 5: Fotomicrografias dos corpos<br />
cimentícios: (a) T0; (b) TRRSM 2 e (c) TRRCD 2.<br />
Tabela 2: Parâmetros da Análise Estatística de Weibull
O módulo de Weibull (m) se constitui num valioso<br />
do resíduo de serragem de madeira. Este<br />
A partir da análise de Weibull foi possível avaliar a<br />
critério para a determinação da qualidade dos<br />
comportamento está de acordo com a resistência<br />
confiabilidade e reprodutibilidade, em termos do<br />
corpos cimentícios. Pode ser considerado como<br />
a compressão (Figura 4). Estes resultados são<br />
comportamento mecânico, dos corpos cimentícios<br />
um parâmetro de risco de ruptura. Sendo um<br />
importantes, pois mostram que a probabilidade<br />
incorporados com os resíduos sólidos industriais<br />
parâmetro aditivo, ele é capaz de caracterizar<br />
de falha é menor para os corpos cimentícios<br />
(resíduo de construção e demolição e resíduo de<br />
o espalhamento dos dados de resistência a<br />
contendo o resíduo de construção e demolição do<br />
serragem de madeira). Essa análise foi de grande<br />
compressão dos corpos cimentícios. Pode ser<br />
que para os corpos cimentícios contendo o resíduo<br />
importância, pois permitiu levar em consideração<br />
observado a partir da Tabela 2 que os valores do<br />
de serragem de madeira. Provavelmente, tal<br />
a dispersão existente nos valores experimentais da<br />
módulo de Weibull obtidos estão compreendidos<br />
comportamento pode estar relacionado ao maior<br />
resistência a compressão. Assim, o módulo de Weibull<br />
na faixa 3,38 – 4,25. Estes valores estão situados<br />
grau de empacotamento das partículas promovido<br />
e a resistência característica, se constituíram em<br />
dentro da faixa para materiais cerâmicos (3 < m<br />
pelo resíduo de construção e demolição. Isso leva<br />
critérios valiosos para a determinação da qualidade<br />
< 15) (15). Pode ser observado que o efeito da<br />
a uma maior densificação dos corpos cimentícios,<br />
dos corpos cimentícios. Com base nos resultados<br />
incorporação do resíduo de construção e demolição<br />
tornando-os menos porosos e conseqüentemente,<br />
obtidos, os corpos cimentícios incorporados com o<br />
foi o de aumentar o módulo de Weibull. O efeito da<br />
mais resistentes. Como observado na Figura 5 (b),<br />
resíduo de construção e demolição apresentaram<br />
incorporação do resíduo de serragem de madeira<br />
provavelmente, os poros são os principais defeitos<br />
menor dispersão e, consequentemente, maior<br />
foi de reduzir o módulo de Weibull dos corpos<br />
responsáveis pela fratura dos corpos cimentícios.<br />
confiabilidade e reprodutibilidade (qualidade), em<br />
cimentícios. Isso indica que a dispersão dos dados<br />
termos do comportamento mecânico, do que os<br />
de resistência a compressão é maior para os corpos<br />
Com base nos resultados das propriedades físico-<br />
corpos cimentícios incorporados com o resíduo de<br />
cimentícios contendo o resíduo de serragem de<br />
mecânicas (retração volumétrica, massa específica<br />
serragem de madeira.<br />
madeira do que para os corpos cimentícios<br />
aparente, absorção de água, e resistência a<br />
contendo o resíduo de construção e demolição.<br />
compressão e nas normas NBR 10834/94 e<br />
Conclusões<br />
Assim, os corpos cimentícios contendo o resíduo<br />
NBR 12025/90, é possível avaliar o potencial de<br />
Os resultados experimentais obtidos neste<br />
de construção e demolição são mais confiáveis<br />
utilização dos traços cerâmicos estudados para a<br />
trabalho mostraram que a incorporação do resíduo<br />
apresentando maior reprodutibilidade (qualidade)<br />
fabricação de tijolo do tipo solo-cimento.<br />
de construção e demolição influencia de maneira<br />
com relação ao comportamento mecânico.<br />
a melhorar o comportamento mecânico dos<br />
No presente trabalho, os traços cerâmicos formulados<br />
corpos cimentícios. A incorporação deste resíduo<br />
A resistência característica (xu) é um parâmetro<br />
com os resíduos sólidos industriais (resíduo de<br />
promoveu a formação de uma microestrutura<br />
de localização na qual a probabilidade de falha é<br />
serragem de madeira e resíduo de construção e<br />
mais compacta e menos porosa. Isso garantiu o<br />
de 63,2 %. Esse parâmetro define o quão baixa<br />
demolição) atingiram as especificações para tijolo<br />
melhor comportamento mecânico apresentado<br />
ou quão alta é a resistência a compressão dos<br />
solo-cimento para toda a faixa de incorporação<br />
pelos corpos cimentícios contendo o resíduo<br />
corpos cimentícios. Assim como para o módulo<br />
considerada (0, 1, 2 e 3 partes em volume), em<br />
de construção e demolição. Por outro lado, a<br />
de Weibull (m), é desejável que o valor da<br />
termos de valores médios de absorção de água<br />
incorporação do resíduo de serragem de madeira<br />
resistência característica (xu) seja o maior possível.<br />
(≤ 22 %) e resistência a compressão (≥ 2 MPa).<br />
tende a reduzir o comportamento mecânico dos<br />
Conforme observado na Tabela 2, a resistência<br />
Até aqui, os resultados mostraram que os resíduos<br />
corpos cimentícios. Foi estabelecido que até 3<br />
característica dos corpos cimentícios aumenta<br />
com a incorporação do resíduo de construção<br />
e demolição e diminui com a incorporação<br />
estudados podem ser utilizados como matériasprimas<br />
alternativas em formulações cerâmicas para<br />
a fabricação de tijolo solo-cimento.<br />
partes em volume de resíduo de construção e<br />
demolição podem ser adicionados em tijolos solocimento<br />
para uso como material de construção.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
15
Artigo 1<br />
Os coeficientes de correlação obtidos (R 1)<br />
indicam a validade do modelo estatístico na<br />
avaliação do comportamento mecânico dos<br />
corpos cimentícios estudados neste trabalho.<br />
Os valores do módulo de Weibull (m) obtidos de<br />
3,38 – 4,25 estão compreendidos dentro da faixa<br />
esperada para materiais cerâmicos. A incorporação<br />
do resíduo de construção e demolição tende a<br />
aumentar o módulo de Weibull. Isto indica que<br />
os corpos cimentícios contendo o resíduo de<br />
construção e demolição apresentam uma menor<br />
dispersão dos dados de resistência a compressão.<br />
Este comportamento pode estar relacionado<br />
com a formação de uma estrutura mais densa,<br />
homogênea e menos porosa.<br />
A incorporação do resíduo de serragem de<br />
madeira tende a diminuir o módulo de Weibull<br />
dos corpos cimentícios. Isso indica um aumento na<br />
dispersão dos dados de resistência a compressão.<br />
Este comportamento pode estar relacionado<br />
com a formação de uma microestrutura mais<br />
heterogênea e mais porosa. Provavelmente, os<br />
poros são os principais defeitos responsáveis pela<br />
fratura dos corpos cimentícios.<br />
A resistência característica foi maior para os<br />
corpos cimentícios contendo o resíduo de<br />
construção e demolição do que para os corpos<br />
cimentícios contendo o resíduo de serragem<br />
de madeira. Isso indica que a probabilidade<br />
de falha para os corpos cimentícios contendo<br />
o resíduo de construção e demolição é menor<br />
do que para os corpos cimentícios contendo o<br />
resíduo de serragem de madeira. Esses resultados<br />
são importantes, pois confirmam a melhor<br />
reprodutibilidade (qualidade), em termos do<br />
comportamento mecânico dado pela resistência<br />
a compressão, dos corpos cimentícios contendo o<br />
resíduo de construção e demolição.<br />
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(14) L.P. Rodrigues, J.N.F. Holanda. Influência da incorporação de<br />
lodo de estação de tratamento de água (ETA) nas propriedades<br />
tecnológicas de tijolos solo-cimento. Cerâmica, 59, 551-556, 2013.<br />
(15) B.C.A Pinheiro, J.N.F. Holanda. Efeito da temperatura de<br />
queima em algumas proporiedades mecânicas de cerâmica<br />
vermelha. Cerâmica, 56, 237-243, 2010.<br />
Complemento Normativo - Artigo 1<br />
Referente ao artigo 1<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />
CONTROLE DE QUALIDADE DE TIJOLOS SOLO-CIMENTO INCORPORADOS COM RESÍDUOS<br />
SÓLIDOS INDUSTRIAIS UTILIZANDO A ESTATÍSTICA DE WEIBULL<br />
16<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março Janeiro 2022<br />
ISO 20501<br />
Fine ceramics (advanced ceramics, advanced technical<br />
ceramics) - Weibull statistics for strength data<br />
Norma publicada em: 03/2019. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Cerâmica Avançada.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />
resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/69875.html<br />
ISO/DIS 23102<br />
Fine ceramics (advanced ceramics, advanced technical ceramics)<br />
- Weibull statistics for strength data of porous ceramics<br />
Projeto em Andamento.<br />
Classificação 1: Cerâmica Avançada.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />
resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/74550.html<br />
DIN EN 61649<br />
Weibull analysis<br />
Norma publicada em: 03/2009. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />
resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanhã.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-en-61649/114022956<br />
ABNT NBR 15270-1<br />
Componentes cerâmicos - Blocos e tijolos de argila para<br />
alvenaria Parte 1: Requisitos<br />
Norma publicada em: 11/2017. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />
resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />
Entidade: ABNT.<br />
País de procedência/Região: Brasil.<br />
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?Q=<br />
R0pBNy9nWS9XOWFiUWdScSsyNXlnY k51OE FveUdw b<br />
mE1amM5SE1lQWRXYz0=<br />
ABNT NBR 15270-2<br />
Componentes cerâmicos - Blocos e tijolos de argila para<br />
alvenaria Parte 2: Métodos de ensaio<br />
Norma publicada em: 11/2017. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />
resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />
Entidade: ABNT.<br />
País de procedência/Região: Brasil.<br />
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.<br />
aspx?Q=SjhVR0tlQjZZbm1GMUVxMldVSUhT QUxDNlN FWT F1aGM5<br />
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Artigo 2<br />
O DESTILADO DA DESODORIZAÇÃO<br />
É UM PRODUTO SEGURO PARA CONSUMO HUMANO<br />
OU ANIMAL?<br />
Por: Isaac Dias Bezerra<br />
Mestre em Tecnologia de Alimentos<br />
Durante o refino de óleos, há uma etapa<br />
Em 2006, Halbert e sua equipe analisaram<br />
o destilado de refinação física possui um risco<br />
conhecida como desodorização que é<br />
oito amostras de destilado da desodorização<br />
médio e poderia ser utilizado após análise dos<br />
realizada numa coluna de destilação por<br />
e encontroram em média 3,4 pg/g TEQ/kg de<br />
parâmetros de segurança do alimento.<br />
arraste de vapor a alta temperatura, entre<br />
dioxinas e furanos. A legislação do Ministério<br />
200 e 250°C e com vácuo inferior a 10 mmHg<br />
da Agricultura estabeleceu um limite de<br />
Quanto aos hidrocarbonetos policíclicos<br />
originando duas correntes: o óleo refinado e o<br />
0,50ng TEQ/kg para alimentação animal na<br />
aromáticos, a etapa de desodorização foi<br />
destilado da desodorização.<br />
Instrução Normativa número 9 de 12 de maio<br />
responsável pela redução de 48,4% dos<br />
de 2016 e na Instrução Normativa número 16<br />
compostos mais leves e 42,7% nos mais pesados<br />
Nesta etapa, substâncias indesejáveis são<br />
de 08 de maio de 2018. O valor encontrado na<br />
na pesquisa realizada por Ma e sua equipe. Estes<br />
removidas do óleo refinado, tais como:<br />
pesquisa foi muito superior ao limite permitido<br />
contaminantes são concentrado no processo de<br />
resíduos de pesticidas, hidrocarbonetos<br />
para consumo do produto. A recomendação da<br />
desodorização na corrente do destilado.<br />
policíclicos aromáticos e dioxinas são<br />
pesquisa de VAN DUIJN é que o destilado de<br />
18<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
evaporados na corrente do destilado da<br />
desodorização, tornando este produto<br />
impróprio para consumo humano ou animal.<br />
refinação química, por ser um subproduto com<br />
um risco alto não deveria ser utilizado como<br />
matéria-prima para alimentação animal, porém<br />
Em sua pesquisa sobre a eliminação de<br />
pesticidas no azeite através da refinação, Ruiz<br />
Méndez e sua equipe demostraram que os
pesticidas utilizados no campo são eliminados<br />
na etapa de branqueamento e desodorização,<br />
consequentemente, a cota eliminada na<br />
desodorização ficará agregada ao destilado.<br />
Embora o destilado da desodorização de óleo<br />
vegetal (DDOV) concentre as substâncias<br />
indesejadas do processo na refinação, ele<br />
também é uma mistura complexa de muitos<br />
constituintes benéficos à saúde e também<br />
compostos voláteis presentes em baixas<br />
concentrações que conferem odor, cor e sabor<br />
indesejáveis ao óleo refinado. Gunawan e sua<br />
equipe de pesquisa informaram que no refino<br />
físico, os ácidos graxos livres são vaporizados<br />
durante o processo da desodorização,<br />
e consequentemente, o destilado da<br />
desodorização de óleos vegetais (DDOV)<br />
contêm aproximadamente 70% de ácidos<br />
O tocoferol é um produto com maior interesse<br />
pode minimizar os riscos de doenças como<br />
graxos com pequenas quantidades de matérias<br />
no DDOS devido ao alto valor agregado por<br />
câncer, doenças cardiovascular e catarata. LIU e<br />
insaponificáveis 5-10%. O DDOV é uma fonte<br />
suas atividades nutracêuticas que constitui de<br />
sua equipe registram que a atividade biológica<br />
natural de componentes valiosos e entre<br />
um líquido viscoso e amarelo a temperatura<br />
dos tocoferóis se deve à sua capacidade<br />
eles estão os ácidos graxos livres, tocoferóis,<br />
ambiente. É solúvel em lipídios e solventes<br />
antioxidante contra a peroxidação lipídica nas<br />
fitoesteróis, ésteres de fitoesteróis e glicerídeos,<br />
lipofílicos, mas insolúvel em água, o ponto de<br />
membranas biológicas, pois seus compostos<br />
mono, di e triglicerídeos.<br />
fusão do isômero α-tocoferol é 3°C, enquanto,<br />
são capazes de eliminar os radicais peroxil da<br />
do isômero γ tocoferol está entre -3 e -2°C e<br />
sua cadeia de propagação.<br />
O destilado da desodorização de óleo de<br />
facilmente oxidado na presença de calor, luz,<br />
soja (DDOS) é um destes DDOV e é uma<br />
metais e álcalis.<br />
Antioxidantes como o Tocoferol (vitamina<br />
mistura complexa de ácidos graxos livres<br />
E) atuam para proteger as células contra os<br />
(~73%), mono, di e trigliceróis (~7,67),<br />
cetonas, peróxidos e hidrocarbonetos (não<br />
quantificados), oleínas (~4,45%), esteróis<br />
(~6,32%) e tocoferóis (~7,50%).<br />
O tocoferol é um antioxidante natural eficiente e<br />
a principal membrana antioxidante nas células<br />
dos mamíferos, evita a oxidação da vitamina A<br />
e β-caroteno e é um ácido graxo essencial que<br />
efeitos dos radicais livres, que são potenciais<br />
subprodutos prejudiciais do metabolismo<br />
energético. Os radicais livres podem<br />
danificar as células e podem contribuir para<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
19
Artigo 2<br />
o desenvolvimento de câncer e doenças<br />
cardiovasculares. A vitamina E também<br />
demonstrou desempenhar um papel na função<br />
de imunidade, no reparo do DNA e em outros<br />
processos metabólicos. Shahidi e sua equipe<br />
realizaram uma excelente pesquisa sobre<br />
os benefícios, como regulação da expressão<br />
gênica, transdução de sinal e modulação das<br />
funções celulares, prevenção de certos tipos<br />
de câncer, doenças cardíacas e outras doenças<br />
crônicas, do uso de Tocoferóis e Tocotrienol em<br />
dietas emergentes.<br />
lipídios sensíveis à oxidação, como os de óleos<br />
marinhos e de outros óleos, tais como germe de<br />
aveia, cevada e trigo.<br />
No Brasil, o Ministério da Agricultura publicou<br />
a Instrução Normativa nº 110 de 24 de<br />
novembro de 2020 que estabelece a lista de<br />
matérias-primas aprovadas como ingredientes,<br />
aditivos e veículos para uso na alimentação<br />
animal designa o destilado como um produto<br />
emulsificante ou estabilizantes (ácidos graxos<br />
livres, mono, di e triacilgliceróis).<br />
Europeia. Este mesmo posicionamento já havia<br />
sido definido pelo FEDIOL no seu comunicado<br />
“SAFE FEED APPLICATION OF DEODISTILLATES”<br />
emitido em 22 de dezembro de 2016.<br />
Varona realizou uma pesquisa sobre a<br />
composição e valor nutricional dos óleos<br />
ácidos e destilados utilizados na alimentação<br />
de animais e fez recomendações de dosagem<br />
e concentração em sua conclusão relatando a<br />
importância de a indústria padronizar os tipos<br />
de subprodutos.<br />
Sabendo-se do potencial alimentício deste<br />
produto, em alguns países, o DDOS é usado<br />
em rações para animais e aves e agentes<br />
fluidificantes para lecitina. O tocoferol extraído<br />
do destilado da desodorização também é<br />
utilizado para estabilizar suplementos de<br />
Na Europa, o GMP International publicou<br />
norma “TS 1.4 Forbidden Products and Fuels”<br />
em julho de 2020 permitindo o uso de destilado<br />
da desodorização nas rações para animais<br />
desde que atenda os limites de substâncias<br />
indesejadas estabelecidos pela Comunidade<br />
Bezerra et. al (2021) descreveram um processo<br />
industrial completo de purificação de tocoferol<br />
com concentração de mais de 15% por meio<br />
de destilação molecular inédito no Brasil<br />
demonstrando que o destilado da desodorização<br />
pode ser purificado para utilização em produtos<br />
alimentícios e farmacêuticos. Atualmente existe<br />
diversas tecnologias de purificação de tocoferol<br />
a partir do destilado da desodorização, entre<br />
elas podem ser citadas Solventes Eutéticos<br />
Profundos, destilação molecular, modificação<br />
química e enzimática.<br />
Conclui-se que por meio das tecnologias<br />
disponíveis, é possível sim, transformar o destilado<br />
da desodorização em um produto alimentício<br />
seguro para consumo humano e animal.<br />
20<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
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Acessado em 18/09/2021.<br />
Complemento Normativo - Artigo 2<br />
Referente ao artigo 2<br />
Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />
O DESTILADO DA DESODORIZAÇÃO É UM PRODUTO SEGURO PARA CONSUMO HUMANO OU ANIMAL?<br />
ISO 13914<br />
Soil quality — Determination of dioxins and furans and dioxin-like<br />
polychlorinated biphenyls by gas chromatography with high-resolution<br />
mass selective detection (GC/HRMS)<br />
Norma publicada em: 12/2013. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Características químicas dos solos.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: O destilado da desodorização é um produto seguro para consumo<br />
humano ou animal?<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/54343.html<br />
ISO 18073<br />
Water quality — Determination of tetra- to octa-chlorinated dioxins<br />
and furans — Method using isotope dilution HRGC/HRMS<br />
Norma publicada em: 04/2004. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Exame de água para substâncias químicas.<br />
Classificação 2: Norma recomendada.<br />
Artigo: O destilado da desodorização é um produto seguro para consumo<br />
humano ou animal?<br />
Entidade: ISO.<br />
País de procedência/Região: Suiça.<br />
https://www.iso.org/standard/31687.html<br />
DIN EN 16190<br />
Soil, treated biowaste and sludge - Determination of dioxins and furans<br />
and dioxin-like polychlorinated biphenyls by gas chromatography with<br />
high resolution mass selective detection (HR GC-MS)<br />
Norma publicada em: 10/2019. / Status: Vigente.<br />
Classificação 1: Norma recomendada.<br />
Artigo: O destilado da desodorização é um produto seguro para consumo<br />
humano ou animal?<br />
Entidade: DIN.<br />
País de procedência/Região: Alemanhã.<br />
https://www.beuth.de/en/standard/din-en-16190/299019479<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
21
Cosmetologia<br />
NOVA TENDÊNCIA DE PROCEDIMENTO CAPILAR<br />
VISA CAMUFLAR AS FALHAS DO COURO CABELUDO<br />
A cientista expert em queda capilar e distúrbios do couro cabeludo, Jackeline Alecrim e a esteticista e cosmetóloga<br />
Daniela López comentam sobre essa nova tendência de mercado.<br />
Por: Daniela López e Jackeline Alecrim<br />
Existem diversas razões que podem levar a<br />
nós profissionais temos optado por fazer<br />
Por isso, nos casos de calvície feminina, o<br />
perda capilar como calvície, outras alopecias,<br />
um tratamento voltado ao crescimento<br />
resultado final pode não ser satisfatório”,<br />
afinamento ou queda total do cabelo. Quando<br />
do cabelo real”, opina a esteticista<br />
exemplifica a cientista.<br />
isso acontece, a autoestima é diretamente<br />
e cosmetóloga Daniela López. Para<br />
afetada e isso pode causar problemas até mesmo<br />
a cientista, expert em tratamentos<br />
De acordo com Jackeline Alecrim, para realizar<br />
nas relações sociais do indivíduo. Por isso, uma<br />
capilares,<br />
Jackeline Alecrim, a técnica,<br />
o procedimento também é necessária cautela<br />
nova tendência de mercado promete camuflar as<br />
apesar de ser uma boa alternativa para<br />
na escolha do profissional, que precisa ter<br />
falhas capilares para devolver a qualidade de vida<br />
alguns casos, pode acabar por trazer<br />
uma excelente habilidade técnica para<br />
dessas pessoas: a micropigmentação capilar.<br />
resultados não satisfatórios se aplicada<br />
reproduzir os fios com harmonia. “A escolha<br />
sem considerar as particularidades de<br />
de corantes adequados e os cuidados pós<br />
22<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
“Existe uma febre muito grande nos<br />
procedimentos de micropigmentação<br />
capilar para camuflar falhas. Porém,<br />
cada pessoa. “Pacientes que possuem fios<br />
mais longos, terão maior dificuldade em<br />
obter naturalidade com o procedimento.<br />
procedimento também são fundamentais para<br />
que a cor não sofra desgaste e alterações para<br />
tons esverdeados e azulados”, detalha.
Cosmetologia<br />
A micropigmentação tem duração média<br />
de 2 a 8 anos, variando de acordo com a<br />
incidência do sol, oleosidade da pele,<br />
cuidados com o couro cabeludo, idade<br />
do paciente, entre outros fatores. Para<br />
aumentar a duração é necessário também,<br />
que a regra de 30 dias sem exposição ao sol<br />
seja seguida com rigor.<br />
De acordo com a cientista, o paciente<br />
que opta por este tipo de procedimento<br />
não pode deixar de lado o tratamento<br />
estabelecido para o controle da queda<br />
capilar ou da evolução de quadros de<br />
calvície. “A alopecia androgenética<br />
[calvície] é um problema crônico e precisa<br />
de tratamento e controle por toda a vida.<br />
A micropigmentação não trata o problema,<br />
apenas camufla visualmente a área afetada.”<br />
Jackeline aponta ainda que hoje existem<br />
soluções tópicas muito eficientes e práticas<br />
que podem ser usadas para tratar a calvície<br />
e também a queda capilar. Ela inclusive<br />
desenvolveu uma formulação a partir<br />
de ativos do café que ganhou destaque<br />
internacional pela eficácia. “Trata-se de<br />
uma formulação que utiliza uma base de<br />
tensoativos que rompem as barreiras do<br />
sebo e permitem a veiculação de ativos<br />
no couro cabeludo, trazendo resultados<br />
bastante satisfatórios”, explica. Jackeline<br />
Alecrim também publicou recentemente<br />
um capítulo em um livro de medicina<br />
sobre novas perspectivas para o tratamento<br />
tópico da alopecia androgenética.<br />
Para Daniela López, a mesoterapia capilar<br />
também pode ser uma alternativa de<br />
tratamento mais assertiva. “Utilizamos<br />
as mesclas específicas para crescimento<br />
capilar. São dois procedimentos por mês.<br />
Se considerarmos uma calvície muito<br />
exacerbada, por exemplo, pode ser que<br />
o tratamento leve de três a seis meses.<br />
A técnica trabalha toda a estrutura<br />
do crescimento capilar e o resultado é<br />
garantido”, pontua.<br />
Daniela López<br />
Daniela López é graduada em Estética e Cosmetologia pela Universidade Braz Cubas, técnica em Estética Facial e Corporal pelo SENAC e<br />
pós-graduada em Intradérmicos e Subcutâneos pela FAISP. É especialista em estética e cosmetologia avançada pela UNIFESP.<br />
A cosmetóloga atua na causa de regulamentação da atuação de profissionais estéticos e cosmetólogos. É, também, autora do livro a História da Legislação da Estética e Cosmetologia no Brasil e pesquisadora no campo<br />
clínico, com práticas e testes desenvolvidos clinicamente in-vivo em pacientes para disfunções estéticas facial com ênfase em rejuvenescimento e retração tecidual. Além disso, é fundadora da Escola Superior de Estética<br />
e Cosmetologia (ESEC), a primeira escola superior de estética e cosmetologia no Brasil.<br />
Jackeline Alecrim<br />
Jackeline Alecrim é cientista e especialista em Cosmetologia Avançada e Fitoativos. Trabalha na pesquisa e desenvolvimento<br />
de bioativos destinados ao tratamento de queda capilar e distúrbios do couro cabeludo. É fundadora da empresa de cosméticos<br />
científicos Magic Science Brasil, que é destaque nacional e internacional pela eficácia clínica de seus produtos. Jackeline também faz<br />
sucesso com dicas de saúde capilar nas redes sociais, contando com mais de 90 mil seguidores no instagram.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
23
Composto Químico<br />
IMPORTÂNCIA DOS ÁCIDOS GRAXOS<br />
DE CADEIA LONGA<br />
Por: Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz<br />
Ácidos graxos são todos os ácidos<br />
monocarboxílicos alifáticos. No entanto, existem<br />
algumas exceções, todos os ácidos encontrados<br />
na natureza são de alto peso molecular, em<br />
geral de cadeia linear, saturados e insaturados.<br />
Também é possível substituintes na cadeia, como<br />
grupos metílicos, hidroxílicos ou carbonílicos.<br />
Figura 1: Estrutura química do ácido linolênico<br />
Os principais ácidos saturados (AGS) são o láurico<br />
(C12:0), palmítico (16:0) e o esteárico (18:0), e<br />
insaturados o oléico (18:1n-9), linoléico (18:2n-<br />
6) e linolênico (18:3n-3). Os ácidos graxos<br />
ramificados são aqueles que contém um ou mais<br />
grupos metílicos (– CH3) ligados a átomos de<br />
carbonos da cadeia normal. Os ácidos saturados<br />
mono-ramificados das séries iso grupo metil<br />
ligado ao penúltimo carbono enumerado a partir<br />
da carboxila e anteiso grupo metil ligado ao<br />
antepenúltimo carbono são os mais comuns.<br />
graxos. Dos monoinsaturados originam<br />
os poliinsaturados (AGPI), por ação de<br />
dessaturases específicas para a posição da<br />
ligação dupla da cadeia.<br />
As principais fontes de ácidos graxos para a<br />
síntese dos triglicerídios são a dieta e a síntese<br />
no organismo. Outras fontes, citadas como<br />
secundárias são os ácidos graxos liberados de<br />
estoques do próprio corpo e aqueles obtidos por<br />
longa e proporcionam muitos benefícios para o<br />
organismo, mas, porque essa nomenclatura? A<br />
explicação está na relação com o alfabeto grego,<br />
onde o ômega é a última letra, portanto, a partir<br />
do final da cadeia, conta-se os carbonos até a<br />
primeira dupla ligação, a figura 1 apresenta a<br />
explicação da nomenclatura ômega.<br />
Os ácidos graxos poliinsaturados n-6 da dieta<br />
ou provenientes das reservas celulares, podem<br />
Os ácidos graxos possuem suas propriedades<br />
físicas e dos compostos que os contenham<br />
determinados pelo comprimento e grau de<br />
insaturação da cadeia carbônica dos mesmos.<br />
elongação da cadeia e dessaturação de ácidos<br />
graxos endógenos ou exógenos.<br />
A biossíntese dos triacilgliceróis pode se dar por<br />
caminhos diferentes, como pelo ácido fosfatídico,<br />
seguir uma transformação metabólica muito<br />
similar a dos AGPI n-3. Esta transformação<br />
também acontece no retículo endoplasmático<br />
e utiliza as mesmas enzimas que os AGPI<br />
n-3 (desaturase e elongase), sendo possível<br />
24<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
Através dos ácidos graxos saturados (AGS)<br />
formam-se os monoinsaturados (AGMI),<br />
no fígado, através da reação catalisada por<br />
dessaturases mitocondriais, que são enzimas<br />
que catalisam a desidrogenação dos ácidos<br />
pelo monoacilglicerol e pela diacilglicerol<br />
transcilase (DGTA).<br />
Os ácidos graxos poliinsaturados mais conhecidos<br />
popularmente são os denominados ômega<br />
3 ou n-3 e o ômega 6 ou n-6, são de cadeia<br />
a formação de um produto final n-6, e que<br />
possuem cinco duplas ligações. Portanto, o<br />
destino dos ácidos graxos da série n-6, não<br />
parece ser o mesmo que o dos AGPI n-3. O<br />
produto final mais importante da via metabólica<br />
seria o ácido araquidônico (C20:4n-6), e
Composto Químico<br />
que é incorporado aos fosfolipídios que<br />
compõem as membranas celulares, para ser<br />
posteriormente transformado em eicosanoides<br />
(prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos<br />
e leucotrienos), moléculas que exercem<br />
importantes funções reguladoras nos diferentes<br />
tecidos (Harris, 1997).<br />
Através da Figura 2 pode-se concluir que<br />
deve existir um equilíbrio entre a ingestão<br />
de ácido linoleico e α-linolênico por parte<br />
da dieta. Por exemplo, um excesso de ácido<br />
linoleico impedirá através de competição com<br />
as desaturase e elongase, a transformação<br />
do ácido alfa linoléico em seus derivados<br />
de cadeia maior a qual pode ser seriamente<br />
afetada a formação de EPA (C20:5n-3) e DHA<br />
(C22:6n-3), será igual no caso contrário; a falta<br />
de ácido linoléico na dieta, ou a ingestão em<br />
menor proporção deste ácido graxo em relação<br />
ao α-linolênico, terá como resultado uma<br />
diminuição substancial da formação do ácido<br />
araquidônico, o qual afetará a formação dos<br />
eicosanoides derivados deste ácido graxo.<br />
A competição entre o ácido linoleico e o alfa<br />
linolênico está determinada pela afinidade<br />
da enzima Δ6 desaturase por ambos ácidos<br />
graxos. A enzima tem afinidade superior pelos<br />
Figura 2: Competição metabólica na formação de AGPI n-6 e n-3.<br />
Fonte: Madsen et al. (1999).<br />
ácidos graxos n-3, desta forma necessita<br />
menor quantidade desses ácidos que os da<br />
série n-6 para gerar a mesma quantidade de<br />
produto (Madsen et al., 1999), sendo assim<br />
uma dieta balanceada e rica em AGPI nas<br />
concentrações ideais corroboram para uma<br />
ótima qualidade de vida.<br />
Referências:<br />
1) HARRIS, W. S. (1997). n-3 Fatty acids and serum<br />
lipoproteins: Human studies. American Journal of Clinical<br />
Nutrition, v. 65, n.5, S1645-S1654, Supplement.<br />
2) MADSEN, L.; RUSTAN, A. C.; VAAGENES, H.; BERGE, K.;<br />
DYROY, E.; BERGE, R. K. (1999). Eicosapentaenoic and<br />
docosahexaenoic of Animal Science, 59, 109-121.<br />
Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz<br />
Químico, Mestre em Química Analítica e Doutor em Ciência e Tecnologia dos Materiais, docente do Curso Técnico em Química do SENAI-<br />
SP, com atuação no desenvolvimento de Projetos Inovadores.<br />
Telefone: 18 99711 3104 E-mail: marcos.ruiz@sp.senai.br<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
25
Em Foco<br />
POR QUE ESCOLHER A ELGA COMO SEU PARCEIRO<br />
DE ÁGUA PARA LABORATÓRIO?<br />
A ELGA, tem experiência em encarar os desafios<br />
que surgem durante o desenvolvimento, instalação<br />
e manutenção de sistemas de purificação de água<br />
integrado, bem como grandes projetos envolvendo<br />
consultas, consultores e clientes.<br />
A ELGA é especialista em água para laboratório.<br />
Atuando há 80 anos com cientistas, a fim<br />
de garantir água pura e ultrapura para suas<br />
experiências e trabalhos de laboratório.<br />
Fornecendo recursos para os mercados científico<br />
e de cuidados de saúde para um mundo melhor,<br />
trazendo um reagente essencial para os principais<br />
cientistas do mundo.<br />
Por que escolher a ELGA como seu parceiro<br />
de água para laboratório?<br />
• Foco no cliente - o que criamos é para o nosso<br />
cliente O nosso compromisso em produzir e<br />
fornecer água pura significa que você pode<br />
focar e se concentrar na obtenção de resultados<br />
precisos e confiáveis.<br />
• Inovação - a base do nosso pensamento<br />
• Nossas instalações de P&D no Reino Unido estão<br />
sempre procurando fornecer produtos exclusivos<br />
para oferecer-lhe a qualidade da água certa para<br />
a sua finalidade.<br />
• Sustentabilidade - na vanguarda de todas as<br />
nossas atividades.<br />
• Nossos produtos são projetados para causarem<br />
o menor impacto possível sobre o meio ambiente<br />
em todas as etapas: na fabricação, durante o<br />
serviço e ao fim da vida útil. Podemos calcular o<br />
valor de carbono de todos os nossos produtos ao<br />
longo de sua vida útil.<br />
Uma marca confiável que oferece a você o<br />
poder de escolha<br />
A ELGA entende como é importante para os<br />
cientistas obterem uma opção de qualidade<br />
de água que varia desde a classe primária para<br />
lavagem e enxágue de rotina simples, até uma<br />
água ultrapura para as aplicações mais críticas.<br />
Com isso, a ELGA aplica o seu conhecimento, obtido<br />
ao longo de mais de 80 anos de inovação em<br />
tecnologias de purificação de água, para projetar a<br />
linha incomparável PURELAB. Os nossos confiáveis<br />
sistemas de purificação de água são construídos<br />
a partir de componentes de alta qualidade para<br />
garantir a máxima pureza, enquanto um programa<br />
rápido e fácil de sanitização contribui para um<br />
fluxo de trabalho sem interrupções. Processos<br />
econômicos integrados resultam em custos<br />
de consumo mais baixos com água de maior<br />
qualidade e precisão.<br />
A ELGA trabalha com pressupostos sobre a<br />
qualidade da água. Na primeira visita ao seu<br />
laboratório, é realizado um teste no local para<br />
analisar a qualidade da água de alimentação.<br />
Para conhecer a linha da Purelab completa,<br />
acesse: https://www.veoliawatertechnologies.<br />
com/latam/pt/purelab<br />
Sobre a Veolia<br />
O grupo Veolia é a referência mundial em gestão<br />
otimizada dos recursos. Presente nos cinco<br />
continentes com quase 179000 assalariados,<br />
o Grupo concebe e implementa soluções para<br />
a gestão da água, dos resíduos e da energia,<br />
que fomentam o desenvolvimento sustentável<br />
das cidades e das indústrias. Com suas três<br />
atividades complementares, Veolia contribui<br />
ao desenvolvimento do acesso aos recursos, à<br />
preservação e renovação dos recursos disponíveis.<br />
Em 2019, o grupo Veolia trouxe água potável<br />
para 98 milhões de habitantes e saneamento<br />
para 67 milhões, produziu cerca de 45 milhões<br />
de megawatt/hora e valorizou 50 milhões de<br />
toneladas de resíduos. Veolia Environnement<br />
(Paris Euronext : VIE) realizou em 2019 um<br />
faturamento consolidado de 27,189 bilhões de<br />
euros. www.veolia.com<br />
26<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
• Projetado na Grã-Bretanha - o padrão para<br />
todos os nossos produtos.<br />
Todos os nossos sistemas são fabricados no<br />
Reino Unido e somos certificados pelas normas<br />
ISO:9001 e ISO:14001.<br />
“Entendemos que o futuro precisa de mudanças<br />
e, portanto, desenvolvemos um conjunto de<br />
soluções único e modular que pode evoluir à<br />
medida que você e seu laboratório crescerem.<br />
Você não precisa se sentir restrito a uma solução<br />
pelos próximos 10 anos”, explica Alexandre<br />
Cunha - Supervisor de Vendas da ELGA VEOLIA.<br />
Veolia Water Technologies Brasil - Media Relations<br />
Rafaela Rodrigues<br />
Tel. +55 11 3888-8782<br />
rafaela.rodrigues@veolia.com
GARANTA UMA CALIBRAÇÃO DE QUALIDADE.<br />
CONTRATE UMA EMPRESA ACREDITADA ISO/IEC 17025.<br />
Em Foco<br />
A ISO/IEC 17025 é útil para qualquer<br />
organização que realiza ensaios, amostragem<br />
ou calibração e deseja mostrar a confiabilidade<br />
de seus resultados.<br />
Por ser uma norma reconhecida pela European<br />
Co-operation for Acreditation (EA), estabelece<br />
um padrão internacional, sendo assim, os<br />
resultados de ensaio feitos por um laboratório<br />
acreditado é válido no mundo todo.<br />
Um laboratório acreditado na ISO/IEC 17025<br />
comprova sua credibilidade e competência nas<br />
operações que realiza. Dessa maneira o laboratório<br />
mostra-se capaz de atender os equipamentos com<br />
métodos confiáveis de medição.<br />
Ao trabalhar com laboratórios acreditados os<br />
clientes têm a garantia do respeito aos padrões, e<br />
assim aumenta a certeza de seus processos.<br />
Quer melhorar seus resultados?<br />
Entre em contato com nossa empresa e<br />
solicite um orçamento!<br />
Canais de atendimento<br />
Tel.: (11) 4606-7200<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
27
Em Foco<br />
MÁXIMA PRECISÃO E TRANSPARÊNCIA PARA O<br />
MANUSEIO DE LÍQUIDOS.<br />
QUALIDADE E SEGURANÇA DAS PIPETAS SOROLÓGICAS CELLSTAR® GREINER BIO-ONE.<br />
Reconhecida mundialmente pela<br />
qualidade na fabricação de produtos<br />
amplamente utilizados em laboratórios,<br />
a divisão de Biosci-ence da Greiner Bio-<br />
One oferece o portifólio completo de<br />
consumíveis e acessórios plás-ticos para as<br />
mais diversas aplicações.<br />
Entre os produtos de destaque, estão as<br />
pipetas sorológicas CELLSTAR®, amplamente<br />
utilizadas para manipulação de<br />
cultura celular, as pipetas sorológicas<br />
Muito versáteis em diversas aplicações,<br />
líquidos em laboratórios químicos e<br />
são certificadas para ausência de RNase,<br />
estão disponíveis nas versões de 1, 2, 5,10,<br />
biológicos. As pipetas sorológicas são<br />
DNase e DNA humano, além de não serem<br />
25 e 50 mL. Com design drop-free, nossas<br />
fabricadas em poliestireno de primeira<br />
pirogênicas e citotóxicas.<br />
pipetas evitam a retenção da última gota<br />
qualidade e altamente transparente,<br />
durante a dispensa, e contam com filtro<br />
apresentam código de cores em acordo com<br />
A segurança e facilidade para o manuseio<br />
de poliéster que protege o pipetador e não<br />
as normas internacionais, e possuem volume<br />
foram pensadas desde a embalagem.<br />
libera partículas.<br />
em graduação positiva e negativa.<br />
As pipetas sorológicas CELLSTAR® estão<br />
disponíveis em duas opções de embalagens<br />
Todas as pipetas sorológicas de nosso<br />
individuais, papel/plástico e plástico/<br />
portfólio são produzidas sob rigoroso pa-<br />
plástico. Ambas têm a característica de peel-<br />
drão de qualidade, sendo esterilizadas por<br />
off, que permite desembalar parcialmente as<br />
radiação E-beam que não deixa resíduos<br />
pipetas sorológicas, mantendo a porção de<br />
28<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
e torna seu uso ainda mais seguro. Assim<br />
como todos os produtos voltados para<br />
trabalho protegida e estéril enquanto são<br />
encaixadas nos pipetadores.<br />
Para mais informações:<br />
Departamento de Marketing<br />
Tel.: +55 19 3468 9600<br />
E-mail: info@br.gbo.com
Em Foco<br />
KASVI LANÇA CENTRÍFUGA REFRIGERADA COM<br />
CAPACIDADE PARA 44 MICROTUBOS<br />
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Refrigerada 44x1,5mL (ANVISA: 80884880036),<br />
projetada para uso em laboratórios de pesquisa<br />
e institutos para separar as amostras biológicas<br />
como suspensões de células, macromoléculas<br />
(DNA, RNA, proteínas) e outras soluções<br />
bioquímicas suspensas.<br />
Um de seus grandes diferenciais é sua<br />
grande capacidade de centrifugação com a<br />
possibilidade de centrifugar até 44 microtubos<br />
de uma vez só, assim, trazendo mais agilidade<br />
e produtividade para o laboratório.<br />
Acompanha o equipamento adaptadores<br />
para utilização com microtubos de diferentes<br />
tamanhos, de 2ml, 1,5ml e 0,5ml.<br />
Para mais informações sobre o<br />
anos de expertise no mercado laboratorial,<br />
A centrífuga refrigerada pode atingir<br />
temperatura de trabalho de -20°C a 40°C,<br />
com configuração de velocidade de 500<br />
a 15000 rpm. Para maior segurança, há<br />
equipamento, acesse o site da Kasvi ou<br />
o canal do Youtube da empresa e assista<br />
ao vídeo de apresentação da centrífuga<br />
refrigerada.<br />
a Kasvi é referência em produtos e<br />
equipamentos de alta performance,<br />
qualidade e precisão.<br />
sistema de anti-desbalanceamento com<br />
parada automática.<br />
Sobre a Kasvi<br />
A Kasvi é uma empresa brasileira dedicada<br />
a oferecer as melhores soluções para<br />
30<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />
Um diferencial importante desse equipamento<br />
é que o motor DC sem escova, que proporciona<br />
um desempenho livre de manutenção.<br />
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