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Revista Analytica Edição 117

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EDITORIAL<br />

<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>117</strong> - Março 2022<br />

Nós da revista <strong>Analytica</strong>, não poderíamos deixar de prestar nossas condolências a todas as vítimas que a declarada guerra contra a Ucrânia já fez.<br />

Uma epidemia emendada a uma guerra? Que década!<br />

Novamente os soldados se preparam...justiceiros, impiedosos...<br />

De um lado, o desejo de dominar; do outro, o de defender. De um lado mísseis; do outro, bombas. De um lado<br />

políticos; do outro, crianças. De um lado muro; do outro, mares. Interesses versus dores. Tanques contra carros...<br />

Mais uma vez, prendemos a respiração e fechamos nossos olhos com a esperança de um amanhã melhor.<br />

Neste momento, nossa contribuição para este amanhã se concentra em continuar nossa busca pelo<br />

conhecimento, por novidades e a divulgação das inovações na indústria.<br />

Os artigos desta edição discorrem se o destilado da desodorização é um produto seguro para consumo<br />

humano ou animal e também sobre o controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />

resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull.<br />

Você não pode deixar de ler também as seções que nossos colunistas prepararam com tanto esmero.<br />

E na esperança de que um dia as vidas deixem de ser usadas como moedas de troca, me despeço, desejando<br />

paz a este mundo tão cansado de dor; e uma boa leitura a todos vocês que nos acompanham.<br />

#todasasvidasimportam<br />

Abraços,<br />

Luciene Almeida<br />

Fale com a gente<br />

Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar:<br />

Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Tel.: 11 3900-2390 | Dúvidas, críticas e ou sugestões, entre em<br />

contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />

de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />

/revista-analytica<br />

/revistaanalytica<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

EXPEDIENTE<br />

Realização: Newslab Editora<br />

Conselho Editorial: Sylvain Kernbaum | revista@revistaanalytica.com.br<br />

Jornalista Responsável: Luciene Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Publicidade e Redação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Comercial: Claudia Lima (11) 99214-0430 | comercial2@newslab.com.br<br />

Comercial: João Domingues (11) 98357-9852 | comercial@newslab.com.br<br />

Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />

Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral


<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>117</strong> - Março 2022<br />

ÍNDICE<br />

01<br />

06<br />

Editorial<br />

Publique na <strong>Analytica</strong><br />

ARTIGO 1<br />

08<br />

CONTROLE DE QUALIDADE DE TIJOLOS<br />

SOLO-CIMENTO INCORPORADOS COM RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

INDUSTRIAIS UTILIZANDO A ESTATÍSTICA DE WEIBULL<br />

Por: Bruno Carlos Alves Pinheiro, Sandro Ferreira de Sousa,<br />

Rodrigo Bicalho Mendes, Taís de Sousa Alves Coutinho<br />

ARTIGO 2<br />

18<br />

O DESTILADO DA DESODORIZAÇÃO É UM<br />

PRODUTO SEGURO PARA CONSUMO HUMANO OU ANIMAL?<br />

Por: Isaac Dias Bezerra<br />

22<br />

Cosmetologia<br />

24<br />

Composto Químico<br />

2<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

26<br />

Em Foco


<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>117</strong> - Março 2022<br />

ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />

ordem alfabética<br />

Anunciante pág. Anunciante pág.<br />

ARENA TÉCNICA 31<br />

BCQ<br />

4ª CAPA<br />

ER ANALITICA 03<br />

GREINER 17<br />

KASVI 05<br />

NOVA ANALITICA 29<br />

PENSABIO<br />

2ª CAPA<br />

PRIME CARGO<br />

3ª CAPA<br />

VEOLIA 07<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

4<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

Conselho Editorial<br />

Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />

do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />

de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />

Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />

da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />

Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />

Bruno Carlos Alves Pinheiro, Sandro Ferreira de Sousa, Rodrigo Bicalho Mendes, Taís de Sousa Alves Coutinho, Isaac Dias Bezerra, Daniela López, Jackeline Alecrim, Marcos Roberto Ruiz.


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<strong>Revista</strong><br />

Ano 20 - <strong>Edição</strong> <strong>117</strong> - Março 2022<br />

PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />

Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />

autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />

Informações aos Autores<br />

Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />

editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />

educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />

levarão em consideração para publicação toda<br />

e qualquer contribuição que possua correlação<br />

com as análises industriais, instrumentação e o<br />

controle de qualidade.<br />

Todas as contribuições serão revisadas e analisadas<br />

pelos revisores.<br />

Os autores deverão informar todo e qualquer<br />

conflito de interesse existente, em particular<br />

aqueles de natureza financeira relativo<br />

a companhias interessadas ou envolvidas em<br />

produtos ou processos que estejam relacionados<br />

com a contribuição e o manuscrito<br />

apresentado.<br />

Acompanhando o artigo deve vir o termo<br />

de compromisso assinado por todos os autores,<br />

atestando a originalidade do artigo, bem<br />

como a participação de todos os envolvidos.<br />

Os manuscritos deverão ser escritos em português,<br />

mas com Abstract detalhado em inglês.<br />

O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />

palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />

As fotos e ilustrações devem preferencialmente<br />

ser enviadas na forma original, para<br />

uma perfeita reprodução. Se o autor preferir<br />

mandá-las por e-mail, pedimos que a resolução<br />

do escaneamento seja de 300 dpi’s, com<br />

extensão em TIF ou JPG.<br />

Os manuscritos deverão estar digitados e enviados<br />

por e-mail, ordenados em título, nome<br />

e sobrenomes completos dos autores e nome<br />

da instituição onde o estudo foi realizado.<br />

Além disso, o nome do autor correspondente,<br />

com endereço completo fone/fax e e-mail<br />

também deverão constar. Seguidos por resumo,<br />

palavras-chave, abstract, keywords, texto<br />

(Ex: Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />

Experimental, Resultados e Discussão, Conclusão)<br />

agradecimentos, referências bibliográficas,<br />

tabelas e legendas.<br />

As referências deverão constar no texto com o<br />

sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />

da publicação, segundo norma ABNT 10520.<br />

As identificações completas de cada referência<br />

citadas no texto devem vir listadas no fim,<br />

com o sobrenome do autor em primeiro lugar<br />

seguido pela sigla do prenome. Ex.: sobrenome,<br />

siglas dos prenomes. Título: subtítulo do<br />

artigo. Título do livro/periódico, volume, fascículo,<br />

página inicial e ano.<br />

Evite utilizar abstracts como referências. Referências<br />

de contribuições ainda não publicadas<br />

deverão ser mencionadas como “no prelo”<br />

ou “in press”.<br />

Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />

vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />

disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />

média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />

em outras publicações.<br />

6<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

ENVIE SEU TRABALHO<br />

Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />

A/C: Luciene Almeida – Redação<br />

Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />

Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/


Artigo 1<br />

CONTROLE DE QUALIDADE DE TIJOLOS<br />

SOLO-CIMENTO INCORPORADOS COM RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

INDUSTRIAIS UTILIZANDO A ESTATÍSTICA DE WEIBULL<br />

Por: Bruno Carlos Alves Pinheiro, Sandro Ferreira de Sousa, Rodrigo Bicalho Mendes, Taís de Sousa Alves Coutinho<br />

Resumo<br />

Abstract<br />

A distribuição de Weibull é um método estatístico que tem sido utilizado<br />

The Weibull distribution is a statistical method used to describe<br />

para descrever o tempo de vida de materiais para engenharia. O objetivo<br />

the lifetime of engineering materials. The main objective of<br />

principal deste trabalho foi avaliar a qualidade em termos da resistência<br />

this work is to evaluate in terms of the compressive strength<br />

a compressão de tijolos solo-cimento incorporados com resíduos sólidos<br />

of the soil-cement bricks incorporated with industrial solid<br />

industriais (resíduo de serragem de madeira e o resíduo de construção<br />

waste (wood sawdust waste and construction and demolition<br />

e demolição) com a aplicação da probabilidade de Weibull. Tijolos solo-<br />

waste) with the application of the statistical probability of<br />

cimento contendo até 3 partes em volume de resíduo sólido industrial<br />

Weibull. Soil-cement bricks containing up to 3 parts in volume<br />

foram preparados por prensagem uniaxial e curados durante 28 dias.<br />

of industrial solid waste were uniaxially pressed and cured for<br />

Verificou-se através dos resultados experimentais obtidos que o método<br />

28 days. It was found from the experimental results obtained<br />

de Weibull é adequado para determinar a qualidade em termos da<br />

that the Weibull method is suitable to determine the quality in<br />

resistência a compressão de materiais cerâmicos. Com a presente<br />

terms of the compressive strength of ceramic materials. With the<br />

técnica consegue-se uma boa interpretação dos resultados, o que<br />

present technique achieves a good interpretation of the results,<br />

permitiu concluir que até 3 partes em volume de resíduo de construção<br />

which allowed us to conclude that up to 3 parts in volume of<br />

e demolição poderiam ser adicionados em tijolos solo-cimento para uso<br />

construction and demolition waste could be added into the soil-<br />

como material de construção.<br />

cement bricks for use as building material.<br />

8<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

Palavras chave: Tijolo solo-cimento, Resíduo sólido, Weibull.<br />

Keywords: Soil-cement bricks, Solid waste, Weibull.


Introdução<br />

Um dos maiores problemas enfrentados pela<br />

sociedade contemporânea é o crescimento e<br />

o acúmulo de resíduos gerados pelas diversas<br />

atividades industriais devido ao progresso<br />

econômico. O crescente volume de resíduos<br />

gerados, entre eles, os resíduos sólidos, causa<br />

preocupações relacionadas, principalmente,<br />

com a disposição final de tais resíduos. De<br />

fato, o acúmulo de resíduos, mesmo que seja<br />

em depósitos controlados, tais como aterros<br />

sanitários, não é uma solução muito aceitável<br />

pela sociedade. Cada vez mais os consumidores e<br />

as autoridades têm buscado informações sobre os<br />

impactos ambientais relacionados aos processos<br />

produtivos, uso e descarte final adequado dos<br />

produtos e, principalmente, dos resíduos (1-3).<br />

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS<br />

– Lei nº 12.305/2010) instituída no Brasil<br />

aborda a reutilização/reaproveitamento como<br />

uma das principais opções no que diz respeito<br />

ao gerenciamento dos resíduos. Os elevados<br />

custos referentes aos processos de tratamento e<br />

disposição final têm levado o setor industrial a<br />

buscar novas alternativas que possam promover<br />

o reaproveitamento cada vez maior dos resíduos<br />

gerados. Esse reaproveitamento deve permitir<br />

que os resíduos se tornem novamente matériasprimas<br />

e retorne ao processo produtivo (4).<br />

Estudos já demonstraram com sucesso que a<br />

indústria cerâmica pode atuar como grande<br />

aliada para consumir alguns tipos de resíduos.<br />

Dentre os fatores que tornam a indústria cerâmica<br />

atrativa para a este fim, tem-se: i) a indústria<br />

cerâmica utiliza enormes quantidades de<br />

matérias-primas naturais; ii) as matérias-primas<br />

usadas na fabricação de produtos cerâmicos,<br />

principalmente, os produtos usados na<br />

construção civil apresentam larga variabilidade<br />

química e mineralógica; iii) o processo de<br />

fabricação não é alterado com a utilização dos<br />

resíduos; e iv) a matriz cerâmica é capaz de<br />

promover o encapsulamento dos resíduos (5,6).<br />

Diante do que foi mencionado até aqui,<br />

uma alternativa relevante e interessante<br />

é o reaproveitamento de resíduos sólidos<br />

industriais tais como o resíduo de construção<br />

e demolição (RCD) e o resíduo de serragem<br />

de madeira (RSM) para obtenção de materiais<br />

cerâmicos ecológicos (tijolo solo-cimento)<br />

utilizados na construção civil.<br />

O tijolo solo-cimento tem sido considerado<br />

como um importante material de construção,<br />

principalmente, em países em desenvolvimento.<br />

Ele apresenta vantagens do ponto de vista<br />

técnico e econômico em relação ao tijolo de base<br />

argilosa sinterizado. Entre essas vantagens podese<br />

citar, o baixo custo, propriedades técnicas<br />

melhoradas, e a eliminação da etapa de queima,<br />

a qual apresenta alto consumo de energia (7).<br />

Estudos visando a investigação de vários<br />

tipos de resíduos sólidos como componentes<br />

alternativos em formulações para tijolo<br />

solo-cimento tem apresentado resultados<br />

interessantes e promissores (7,8). Verifica-se<br />

que a maioria dos trabalhos busca basicamente<br />

determinar se o traço cerâmico formulado<br />

está apto ou não para a fabricação de tijolo<br />

solo-cimento. Estes trabalhos apresentam<br />

somente valores experimentais médios das<br />

propriedades tecnológicas usadas para a<br />

especificação do material, principalmente, a<br />

resistência mecânica a compressão. Entretanto,<br />

poucos são os trabalhos que tratam da<br />

reprodutibilidade e confiabilidade (qualidade)<br />

dos tijolos solo-cimento incorporados com<br />

resíduos sólidos levando em consideração a<br />

dispersão dos resultados experimentais da<br />

resistência a compressão utilizando método<br />

estatístico adequado.<br />

Por ser um material cerâmico, a resistência a<br />

compressão do tijolo solo-cimento depende da<br />

microestrutura e, principalmente, da distribuição<br />

e tamanho dos defeitos (poros e trincas)<br />

presentes. Como esta distribuição é na maioria<br />

das vezes aleatória, a resistência mecânica<br />

avaliada experimentalmente apresenta uma<br />

dispersão. Desse modo, apresentar somente o<br />

valor médio da resistência a compressão não<br />

é suficiente. É de vital importância levar em<br />

consideração a dispersão dos resultados (9,10).<br />

Quantitativamente a dispersão da resistência<br />

a compressão pode ser obtida através de um<br />

método estatístico que foi desenvolvido pelo<br />

físico sueco Wallodi Weibul. Este método<br />

estatístico é capaz de predizer o comportamento<br />

mecânico de materiais frágeis. A equação 1<br />

apresentada a seguir é conhecida como função<br />

de distribuição de probabilidade de fratura de<br />

Weibull. Pode ser observado que a equação<br />

relaciona a probabilidade de sobrevivência<br />

de uma peça (P(x)), com a carga a que está<br />

submetida (x) (9-12):<br />

Onde: x é a carga aplicada, x0 é um fator de<br />

escala, valor característico da distribuição, tal<br />

como o tempo de vida, m é o parâmetro de forma<br />

da distribuição, conhecido como coeficiente<br />

ou módulo de Weibull e xu é o parâmetro de<br />

localização, que é o mínimo valor característico<br />

da carga obtida (resistência característica) –<br />

corresponde a tensão no qual a probabilidade de<br />

falha é 63,2%.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

9


Artigo 1<br />

Diante do exposto até aqui, o presente trabalho<br />

tem como objetivo avaliar a qualidade em<br />

termos da resistência mecânica a compressão<br />

(comportamento mecânico) de tijolos solocimento<br />

incorporados com os resíduos de<br />

serragem de madeira e de construção e<br />

demolição utilizando a estatística de Weibull.<br />

Esta estatística se constitui como um método<br />

adequado para esse tipo de análise e avaliação<br />

por levar em consideração a dispersão dos valores<br />

da resistência a compressão desses materiais.<br />

São objetivos específicos do presente<br />

trabalho:<br />

• Determinar a absorção de água e resistência<br />

mecânica a compressão dos corpos cimentícios<br />

incorporados com os resíduos de serragem de<br />

madeira e de construção e demolição.<br />

• Determinar o coeficiente de correlação (R) dos<br />

corpos cimentícios incorporados com os resíduos de<br />

serragem de madeira e de construção e demolição.<br />

• Determinar a resistência característica (xu) dos<br />

corpos cimentícios incorporados com os resíduos de<br />

serragem de madeira e de construção e demolição.<br />

• Determinar o módulo de Weibull (m) dos corpos<br />

cimentícios incorporados com os resíduos de<br />

serragem de madeira e de construção e demolição.<br />

a compressão. A água utilizada foi água potável<br />

coletada a partir da rede de distribuição de<br />

água do município de Ubá – MG, fornecida pela<br />

COPASA – MG. O resíduo de serragem de madeira<br />

foi coletado a partir de indústrias componentes<br />

do pólo moveleiro de Ubá – MG e o resíduo de<br />

construção e demolição também é proveniente<br />

do município de Ubá – MG.<br />

Beneficiamento das matérias-primas<br />

O solo foi submetido a um processo de secagem<br />

ao ar livre durante 10 dias, e em seguida, a um<br />

processo de secagem em estufa de laboratório a<br />

110 °C por um período de 24 h. Após secagem,<br />

o solo foi destorroado manualmente até a<br />

passagem completa em peneira de 4 mesh (4,75<br />

mm ABNT) e armazenado em sacos plásticos para<br />

não absorver umidade. O cimento utilizado foi<br />

submetido apenas a um processo de secagem em<br />

estufa de laboratório a 110 °C por 24 h. O resíduo<br />

de serragem de madeira (RSM) foi seco em estufa<br />

de laboratório a 110 °C por 24 h e depois passado<br />

em peneira 200 mesh (75 µm ABNT). O resíduo<br />

de construção e demolição (RCD) foi destorroado<br />

manualmente, seco em estufa de laboratório a<br />

110 °C por 24 h e passado em peneira 200 mesh<br />

(75 µm ABNT). Ambos foram acondicionados em<br />

sacos plásticos para não absorverem umidade e<br />

para posterior utilização.<br />

Formulação e preparação dos traços<br />

cerâmicos<br />

Composições de tijolo solo-cimento foram<br />

formuladas usando misturas de solo, cimento,<br />

resíduo de serragem de madeira e resíduo de<br />

construção e demolição. A composição dos traços<br />

cerâmicos formulados é apresentada na Tabela 1.<br />

Neste estudo, o solo foi parcialmente substituído<br />

por até 3 partes em volume pelos resíduos<br />

propostos. Uma formulação de tijolo solo<br />

cimento (solo/cimento – 10/1) foi usada como<br />

referência (TO). Os índices 0, 1, 2 e 3 as partes<br />

em volume de resíduos que foram incorporadas<br />

aos traços cerâmicos. TRRSM designa os traços<br />

contendo o resíduo de serragem de madeira e<br />

TRRCD está relacionado aos traços contendo o<br />

resíduo de construção e demolição.<br />

Dosagem das matérias-primas<br />

As matérias-primas foram dosadas de acordo com a<br />

formulação apresentada na Tabela 1. Logo após, as<br />

matérias-primas foram misturadas manualmente<br />

até que se atingisse uma coloração uniforme. Em<br />

seguida, as misturas foram umidificadas com<br />

água em 16 % em massa. O cimento Portland e a<br />

proporção de água nos traços cerâmicos (misturas)<br />

foram mantidos constantes para excluir o efeito<br />

dessas variáveis nas propriedades técnicas.<br />

Materiais e Métodos<br />

Tabela 1: Composição dos traços cerâmicos formulados<br />

10<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

Matérias-Primas<br />

As matérias-primas utilizadas foram: solo,<br />

cimento, água, resíduo de serragem de madeira<br />

(RSM) e o resíduo de construção e demolição<br />

(RCD). O solo utilizado foi coletado no município<br />

de Ubá - MG. Foi utilizado o cimento Portland<br />

CPIII – 40 RS, devido a facilidade de encontrá-lo,<br />

seu baixo custo e por apresentar maior resistência


Preparação dos corpos cimentícios<br />

Análise estatística de weibull<br />

6. Determinação do módulo de Weibull através<br />

Corpos cimentícios cilíndricos (Φ = 30 mm)<br />

Os parâmetros da distribuição de Weibull para um<br />

da tangente da curva de (ln [ln (1/1-F)) em<br />

foram conformados por prensagem uniaxial<br />

determinado conjunto de dados pode ser estimado<br />

função de ln (tensão).<br />

utilizando-se uma prensa hidráulica manual,<br />

através de vários métodos diferentes. No presente<br />

modelo PHP com capacidade de 15 toneladas. A<br />

trabalho foi utilizado um modelo que utiliza um<br />

Para o cálculo dos dados descritos acima foi<br />

pressão de compactação foi de 2 toneladas.<br />

método de regressão linear. A aplicação da estatística<br />

de Weibull seguiu os seguintes passos:<br />

utilizado software Excel na forma de tabela e<br />

o software Origin 8.0 para a construção dos<br />

Secagem e cura dos corpos cimentícios<br />

Após a conformação, os corpos cimentícios foram<br />

colocados sobre uma superfície sólida em local<br />

coberto. Durante os primeiros 7 dias, foi realizada<br />

uma molhagem a cada 3 horas com o auxílio de<br />

um borrifador. Em seguida, os corpos cimentícios<br />

foram submetidos a secagem por convecção<br />

natural (cura) até que se completasse um período<br />

de 28 dias. Esse período é o usual adotado na<br />

produção industrial de tijolo solo-cimento.<br />

1. Ordenação de forma crescente dos valores de<br />

resistência a compressão obtidos para cada amostra;<br />

2. Cálculo do ranking mediano (probabilidade de<br />

fratura) para cada observação:<br />

(F = (i – 0,5)/N);<br />

3. Cálculo do logaritmo natural da resistência a<br />

compressão (σ) (ln (σ)) de cada observação;<br />

4. Cálculo do logaritmo natural do logaritmo<br />

natural do inverso de 1 menos o ranking mediano<br />

de cada observação ( ln [ln (1/1-F)]);<br />

gráficos e análise de regressão linear. O tamanho<br />

de amostra utilizado foi N = 30.<br />

Resultados e discussão<br />

A retração volumétrica dos corpos cimentícios é<br />

mostrada na Figura 1. Pode ser observado que<br />

os corpos cimentícios exibiram baixos valores de<br />

retração volumétrica. Esses valores se encontram<br />

dentro dos limites de segurança de produção<br />

industrial (13). A incorporação do resíduo de<br />

construção e demolição provocou um ligeiro<br />

Determinação das propriedades fisicomecânicas<br />

dos corpos cimentícios<br />

As seguintes propriedades dos corpos cimentícios<br />

5. Construção dos gráficos com ln (tensão) no<br />

eixo das abscissas (x) e ( ln [ln (1/1-F)) no eixo<br />

das ordenadas (y);<br />

aumento da retração volumétrica. Já o resíduo de<br />

serragem de madeira provocou uma ligeira queda<br />

na retração volumétrica dos corpos cimentícios.<br />

curados foram determinadas: retração<br />

volumétrica (RV - %), massa específica aparente<br />

(MEA - g/cm³), absorção de água (AA - %) e<br />

resistência a compressão (Rc - MPa). Os valores<br />

de retração volumétrica foram obtidos a partir<br />

da variação de volume das peças cilíndricas.<br />

Os valores de massa específica aparente foram<br />

obtidos de acordo com MEA = m/V, onde m é a<br />

massa dos corpos cimentícios (g) e V é o volume<br />

dos corpos cimentícios (cm³). Os valores de<br />

absorção de água foram obtidos de acordo com<br />

a norma ABNT NBR 10834/94 e a resistência a<br />

compressão dos corpos cimentícios cilíndricos<br />

curados foi obtida a partir da norma ABNT NBR<br />

12025/90. A superfície de fratura dos corpos<br />

cimentícios foi observada por microscopia ótica.<br />

Figura 1: Retração volumétrica versus conteúdo de resíduos.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

11


Artigo 1<br />

A Figura 2 mostra o comportamento da massa<br />

específica aparente. Pode ser observado que<br />

a massa específica aparente é fortemente<br />

influenciada pela incorporação dos resíduos<br />

estudados. De forma geral a incorporação<br />

do resíduo de construção e demolição tende<br />

a aumentar a massa específica aparente. A<br />

incorporação do resíduo de serragem de madeira<br />

tende a diminuir a massa específica aparente<br />

dos corpos cimentícios. Para as condições de<br />

processamento estudadas os corpos cimentícios<br />

contendo o resíduo de serragem de madeira são<br />

ligeiramente menos densos do que os corpos<br />

cimentícios contendo o resíduo de construção<br />

e demolição e do que os corpos cimentícios de<br />

referência. O resíduo de construção e demolição<br />

Figura 2: Massa específica aparente versus conteúdo de resíduos.<br />

contribui para um maior empacotamento das<br />

partículas, aumentando a densificação dos corpos<br />

cimentícios. Esses resultados estão de acordo<br />

com os resultados de retração volumétrica.<br />

A Figura 3 apresenta os resultados da absorção<br />

de água (nível de porosidade aberta) dos corpos<br />

cimentícios. Também é apresentado o valor<br />

limite máximo médio de absorção de água de<br />

acordo com a norma NBR 10834/94. A absorção<br />

de água é influenciada pela incorporação dos<br />

resíduos estudados. A incorporação do resíduo<br />

de serragem de madeira provoca um aumento<br />

nos valores de absorção de água. Isso leva a<br />

um aumento da porosidade, principalmente,<br />

da porosidade aberta. Este comportamento<br />

pode estar associado com o menor grau de<br />

Figura 3: Absorção de água versus conteúdo de resíduos.<br />

empacotamento das partículas promovido pela<br />

de serragem de madeira são menos densos do<br />

de construção e demolição. Esses resultados<br />

12<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

incorporação do resíduo de serragem de madeira.<br />

De fato, os corpos cimentícios contendo o resíduo<br />

que os corpos cimentícios de referência e do<br />

que os corpos cimentícios contendo o resíduo<br />

corroboram com os resultados apresentados na<br />

Figura 2.


A incorporação do resíduo de serragem de<br />

madeira pode ter influenciado a distribuição<br />

de tamanho de grânulos da massa cerâmica<br />

de modo a aumentar a fração de grânulos mais<br />

finos. Além disso, provavelmente, o resíduo<br />

de serragem de madeira é um material que<br />

apresenta atividade pozolânica muito baixa,<br />

isto é, apresenta uma baixa atividade química<br />

como material cimentício.<br />

É importante destacar que os corpos<br />

cimentícios contendo o resíduo de serragem<br />

de madeira apresentaram valores médios de<br />

absorção de água inferiores ao valor máximo<br />

recomendado pela norma NBR 10834/94<br />

conforme pode ser observado na Figura 3.<br />

Figura 4: Resistência a compressão versus conteúdo de resíduos.<br />

A incorporação do resíduo de construção<br />

demolição no sentido de promover uma<br />

dos resíduos estudados. A incorporação do<br />

e demolição promoveu uma redução nos<br />

estrutura mais densa e, consequentemente,<br />

resíduo de serragem de madeira provocou<br />

valores de absorção de água (ver Figura 3).<br />

menos porosa. Também é importante<br />

uma diminuição nos valores de resistência<br />

A incorporação do resíduo de construção e<br />

destacar que os corpos contendo o resíduo<br />

a compressão. Já a incorporação do resíduo<br />

demolição pode ter atuado no sentido de ter<br />

de construção e demolição apresentaram<br />

de construção e demolição fez aumentar os<br />

promovido um maior grau de empacotamento<br />

valores de absorção de água inferiores ao valor<br />

valores de resistência mecânica a compressão<br />

das partículas. Isso, provavelmente, pode<br />

máximo permitido por norma.<br />

dos corpos cimentícios.<br />

estar associado a dois fatores: i) aumento<br />

da fração de grânulos com distribuição de<br />

A resistência mecânica dos corpos<br />

O aumento da resistência a compressão para os<br />

tamanho mais adequada (mais grosseira),<br />

cimentícios foi determinada em termos<br />

corpos cimentícios incorporados com o resíduo de<br />

a qual permite um melhor empacotamento<br />

da resistência a compressão (Figura 4). A<br />

construção e demolição pode estar relacionado<br />

e, principalmente, ii) a adição de areia com<br />

resistência a compressão é considerada<br />

com o maior grau de empacotamento dos<br />

a incorporação do resíduo de construção e<br />

uma das propriedades mais importantes<br />

grânulos promovido pelo resíduo de construção<br />

demolição, o que favorece a liberação de<br />

para os materiais cerâmicos usados na<br />

e demolição. Conforme discutido anteriormente,<br />

maior quantidade de cimento para ligar os<br />

construção civil. Pode ser observado na<br />

esse maior grau de empacotamento leva a<br />

grãos menores. Sendo assim, tem-se uma<br />

contribuição do resíduo de construção e<br />

Figura 4 que a resistência a compressão<br />

também é influenciada pela incorporação<br />

uma estrutura menos porosa, mais densa e,<br />

conseqüentemente, mais resistente.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

13


Artigo 1<br />

Um outro fator que pode estar contribuindo<br />

para este comportamento pode estar<br />

relacionado ao fato do resíduo de construção e<br />

demolição estar, provavelmente, influenciando<br />

de modo a promover uma melhor hidratação<br />

do cimento. Isso faz com que se tenha uma<br />

maior completeza das fases hidratadas do<br />

cimento. Estas fases, especialmente, os silicatos<br />

de cálcio hidratados (C-S-H) são os principais<br />

responsáveis pela resistência mecânica durante<br />

o processo de cura (14). Vale destacar que<br />

os corpos cimentícios apresentaram valores<br />

médios de resistência a compressão superiores<br />

ao valor mínimo estabelecido por norma para<br />

toda a faixa de incorporação dos resíduos<br />

estudados (ver Figura 4).<br />

a compressão dos corpos cimentícios contendo o<br />

resíduo de serragem de madeira. Já na Figura<br />

5 (c) (Traço TRRCD 2) pode ser observado uma<br />

superfície de fratura com textura mais suave,<br />

mais compacta e menos porosa.<br />

A Tabela 2 apresenta os resultados para o módulo<br />

de Weibull (m), a resistência característica (xu)<br />

e o coeficiente de correlação (R) para os corpos<br />

cimentícios estudados. Esses parâmetros foram<br />

determinados por regressão linear seguindo o<br />

procedimento descrito anteriormente.<br />

Primeiramente, é importante observar na Tabela<br />

2 que os valores de coeficiente de correlação são<br />

próximos de 1. Isto é importante, pois indica<br />

A Figura 5 (a – c) apresenta a evolução estrutural<br />

da superfície de fratura para os corpos cimentícios<br />

depois de curados por 28 dias.<br />

que os dados experimentais de resistência<br />

a compressão para os corpos cimentícios<br />

incorporados com os resíduos estudados são<br />

ajustados de acordo com a teoria de Weibull.<br />

14<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

Pode ser observado na Figura 5 (a) que os<br />

corpos cimentícios representativos do traço de<br />

referência (Traço T0) apresentam uma estrutura<br />

compacta e homogênea. Na Figura 5 (b) (Traço<br />

TRRSM 2) pode ser observado uma superfície<br />

de fratura mais grosseira, rugosa, heterogênea<br />

e porosa. Isso pode explicar o empacotamento<br />

menos eficiente entre as partículas. A porosidade<br />

observada é a principal responsável pela alteração<br />

das propriedades físico-mecânicas, resultando<br />

em menor retração volumétrica, menor massa<br />

específica aparente, maior absorção de água<br />

e menor resistência a compressão. Defeitos<br />

como poros funcionam como concentradores<br />

de tensão, principalmente, poros com formatos<br />

irregulares (poros menos arredondados). Esses<br />

defeitos contribuem para a redução da resistência<br />

Além disso, eles podem ser representados por<br />

uma equação de primeiro grau. Ou seja, os<br />

valores dos coeficientes (R) obtidos, indicam<br />

a validade do uso da análise de Weibull na<br />

avaliação do comportamento mecânico dos<br />

materiais cerâmicos estudados.<br />

Figura 5: Fotomicrografias dos corpos<br />

cimentícios: (a) T0; (b) TRRSM 2 e (c) TRRCD 2.<br />

Tabela 2: Parâmetros da Análise Estatística de Weibull


O módulo de Weibull (m) se constitui num valioso<br />

do resíduo de serragem de madeira. Este<br />

A partir da análise de Weibull foi possível avaliar a<br />

critério para a determinação da qualidade dos<br />

comportamento está de acordo com a resistência<br />

confiabilidade e reprodutibilidade, em termos do<br />

corpos cimentícios. Pode ser considerado como<br />

a compressão (Figura 4). Estes resultados são<br />

comportamento mecânico, dos corpos cimentícios<br />

um parâmetro de risco de ruptura. Sendo um<br />

importantes, pois mostram que a probabilidade<br />

incorporados com os resíduos sólidos industriais<br />

parâmetro aditivo, ele é capaz de caracterizar<br />

de falha é menor para os corpos cimentícios<br />

(resíduo de construção e demolição e resíduo de<br />

o espalhamento dos dados de resistência a<br />

contendo o resíduo de construção e demolição do<br />

serragem de madeira). Essa análise foi de grande<br />

compressão dos corpos cimentícios. Pode ser<br />

que para os corpos cimentícios contendo o resíduo<br />

importância, pois permitiu levar em consideração<br />

observado a partir da Tabela 2 que os valores do<br />

de serragem de madeira. Provavelmente, tal<br />

a dispersão existente nos valores experimentais da<br />

módulo de Weibull obtidos estão compreendidos<br />

comportamento pode estar relacionado ao maior<br />

resistência a compressão. Assim, o módulo de Weibull<br />

na faixa 3,38 – 4,25. Estes valores estão situados<br />

grau de empacotamento das partículas promovido<br />

e a resistência característica, se constituíram em<br />

dentro da faixa para materiais cerâmicos (3 < m<br />

pelo resíduo de construção e demolição. Isso leva<br />

critérios valiosos para a determinação da qualidade<br />

< 15) (15). Pode ser observado que o efeito da<br />

a uma maior densificação dos corpos cimentícios,<br />

dos corpos cimentícios. Com base nos resultados<br />

incorporação do resíduo de construção e demolição<br />

tornando-os menos porosos e conseqüentemente,<br />

obtidos, os corpos cimentícios incorporados com o<br />

foi o de aumentar o módulo de Weibull. O efeito da<br />

mais resistentes. Como observado na Figura 5 (b),<br />

resíduo de construção e demolição apresentaram<br />

incorporação do resíduo de serragem de madeira<br />

provavelmente, os poros são os principais defeitos<br />

menor dispersão e, consequentemente, maior<br />

foi de reduzir o módulo de Weibull dos corpos<br />

responsáveis pela fratura dos corpos cimentícios.<br />

confiabilidade e reprodutibilidade (qualidade), em<br />

cimentícios. Isso indica que a dispersão dos dados<br />

termos do comportamento mecânico, do que os<br />

de resistência a compressão é maior para os corpos<br />

Com base nos resultados das propriedades físico-<br />

corpos cimentícios incorporados com o resíduo de<br />

cimentícios contendo o resíduo de serragem de<br />

mecânicas (retração volumétrica, massa específica<br />

serragem de madeira.<br />

madeira do que para os corpos cimentícios<br />

aparente, absorção de água, e resistência a<br />

contendo o resíduo de construção e demolição.<br />

compressão e nas normas NBR 10834/94 e<br />

Conclusões<br />

Assim, os corpos cimentícios contendo o resíduo<br />

NBR 12025/90, é possível avaliar o potencial de<br />

Os resultados experimentais obtidos neste<br />

de construção e demolição são mais confiáveis<br />

utilização dos traços cerâmicos estudados para a<br />

trabalho mostraram que a incorporação do resíduo<br />

apresentando maior reprodutibilidade (qualidade)<br />

fabricação de tijolo do tipo solo-cimento.<br />

de construção e demolição influencia de maneira<br />

com relação ao comportamento mecânico.<br />

a melhorar o comportamento mecânico dos<br />

No presente trabalho, os traços cerâmicos formulados<br />

corpos cimentícios. A incorporação deste resíduo<br />

A resistência característica (xu) é um parâmetro<br />

com os resíduos sólidos industriais (resíduo de<br />

promoveu a formação de uma microestrutura<br />

de localização na qual a probabilidade de falha é<br />

serragem de madeira e resíduo de construção e<br />

mais compacta e menos porosa. Isso garantiu o<br />

de 63,2 %. Esse parâmetro define o quão baixa<br />

demolição) atingiram as especificações para tijolo<br />

melhor comportamento mecânico apresentado<br />

ou quão alta é a resistência a compressão dos<br />

solo-cimento para toda a faixa de incorporação<br />

pelos corpos cimentícios contendo o resíduo<br />

corpos cimentícios. Assim como para o módulo<br />

considerada (0, 1, 2 e 3 partes em volume), em<br />

de construção e demolição. Por outro lado, a<br />

de Weibull (m), é desejável que o valor da<br />

termos de valores médios de absorção de água<br />

incorporação do resíduo de serragem de madeira<br />

resistência característica (xu) seja o maior possível.<br />

(≤ 22 %) e resistência a compressão (≥ 2 MPa).<br />

tende a reduzir o comportamento mecânico dos<br />

Conforme observado na Tabela 2, a resistência<br />

Até aqui, os resultados mostraram que os resíduos<br />

corpos cimentícios. Foi estabelecido que até 3<br />

característica dos corpos cimentícios aumenta<br />

com a incorporação do resíduo de construção<br />

e demolição e diminui com a incorporação<br />

estudados podem ser utilizados como matériasprimas<br />

alternativas em formulações cerâmicas para<br />

a fabricação de tijolo solo-cimento.<br />

partes em volume de resíduo de construção e<br />

demolição podem ser adicionados em tijolos solocimento<br />

para uso como material de construção.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

15


Artigo 1<br />

Os coeficientes de correlação obtidos (R 1)<br />

indicam a validade do modelo estatístico na<br />

avaliação do comportamento mecânico dos<br />

corpos cimentícios estudados neste trabalho.<br />

Os valores do módulo de Weibull (m) obtidos de<br />

3,38 – 4,25 estão compreendidos dentro da faixa<br />

esperada para materiais cerâmicos. A incorporação<br />

do resíduo de construção e demolição tende a<br />

aumentar o módulo de Weibull. Isto indica que<br />

os corpos cimentícios contendo o resíduo de<br />

construção e demolição apresentam uma menor<br />

dispersão dos dados de resistência a compressão.<br />

Este comportamento pode estar relacionado<br />

com a formação de uma estrutura mais densa,<br />

homogênea e menos porosa.<br />

A incorporação do resíduo de serragem de<br />

madeira tende a diminuir o módulo de Weibull<br />

dos corpos cimentícios. Isso indica um aumento na<br />

dispersão dos dados de resistência a compressão.<br />

Este comportamento pode estar relacionado<br />

com a formação de uma microestrutura mais<br />

heterogênea e mais porosa. Provavelmente, os<br />

poros são os principais defeitos responsáveis pela<br />

fratura dos corpos cimentícios.<br />

A resistência característica foi maior para os<br />

corpos cimentícios contendo o resíduo de<br />

construção e demolição do que para os corpos<br />

cimentícios contendo o resíduo de serragem<br />

de madeira. Isso indica que a probabilidade<br />

de falha para os corpos cimentícios contendo<br />

o resíduo de construção e demolição é menor<br />

do que para os corpos cimentícios contendo o<br />

resíduo de serragem de madeira. Esses resultados<br />

são importantes, pois confirmam a melhor<br />

reprodutibilidade (qualidade), em termos do<br />

comportamento mecânico dado pela resistência<br />

a compressão, dos corpos cimentícios contendo o<br />

resíduo de construção e demolição.<br />

Referências<br />

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<strong>Revista</strong> Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v.6, n. 2,<br />

303-313, 2002.<br />

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v. 2, n. 3, 838-850, 2012.<br />

(8) J.R. Oliveira, A.G. Amaral, R.M. Schneider. Incorporação de<br />

resíduos sólidos de tornearias mecânicas na fabricação de tijolos<br />

solo-cimento. Nativa Pesquisas Agrárias e Ambientais, v. 02, n. 1,<br />

53-57, jan/mar 2014.<br />

(9) A.P.M. Menegazzo, J.O.A. Paschoal, A.M. Andrade, J.C. Carvalho,<br />

D. Gouvêa. Avaliação da resistência mecânica e do modulo de<br />

Weibull de produtos tipo grês porcelanato e granito. <strong>Revista</strong><br />

Cerâmica Industrial, v. 7, n. 1, 24-32, janeiro/fevereiro 2002.<br />

(10) B.C. A. Pinheiro, G.M. Estevão, R.R. Vitor. Aplicação da<br />

estatística de Weibull na avaliação da tensão de ruptura a flexão de<br />

revestimento cerâmico. <strong>Revista</strong> da Estatística da UFOP, v. 3, edição<br />

especial, 169-173, 2014.<br />

(11) F.G. Tavarez, W.A. Morais, E.S. Fonseca, T.N.R. Sousa.<br />

Análise utilizando a distribuição de Weibull com dois e com três<br />

parâmetros para determinar a resistência mecânica a flexão de<br />

materiais cerâmicos. Unisanta Science and Technology, v. 3, n, 2,<br />

76-81, 2014.<br />

(12) F.G. Tavarez, W.A. Morais, E.S. Fonseca, T.N.R. Sousa. Cálculo<br />

da resistência a Fratura em materiais cerâmicos aplicando a<br />

distribuição de Weibull com dois parâmetros. Unisanta Science and<br />

Technology, v. 10, n, 37, 3-9, jan/fev/mar 2015.<br />

(13) F.B. Ribeiro, J.N.F. Holanda. Soil-cement Bricks incorporated<br />

with granite cutting sludge. International Journal of Engineering<br />

Science and Innovative Technology, v. 3, n, 2, 401-408, mar 2014.<br />

(14) L.P. Rodrigues, J.N.F. Holanda. Influência da incorporação de<br />

lodo de estação de tratamento de água (ETA) nas propriedades<br />

tecnológicas de tijolos solo-cimento. Cerâmica, 59, 551-556, 2013.<br />

(15) B.C.A Pinheiro, J.N.F. Holanda. Efeito da temperatura de<br />

queima em algumas proporiedades mecânicas de cerâmica<br />

vermelha. Cerâmica, 56, 237-243, 2010.<br />

Complemento Normativo - Artigo 1<br />

Referente ao artigo 1<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

CONTROLE DE QUALIDADE DE TIJOLOS SOLO-CIMENTO INCORPORADOS COM RESÍDUOS<br />

SÓLIDOS INDUSTRIAIS UTILIZANDO A ESTATÍSTICA DE WEIBULL<br />

16<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março Janeiro 2022<br />

ISO 20501<br />

Fine ceramics (advanced ceramics, advanced technical<br />

ceramics) - Weibull statistics for strength data<br />

Norma publicada em: 03/2019. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Cerâmica Avançada.<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />

resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/69875.html<br />

ISO/DIS 23102<br />

Fine ceramics (advanced ceramics, advanced technical ceramics)<br />

- Weibull statistics for strength data of porous ceramics<br />

Projeto em Andamento.<br />

Classificação 1: Cerâmica Avançada.<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />

resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/74550.html<br />

DIN EN 61649<br />

Weibull analysis<br />

Norma publicada em: 03/2009. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />

resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />

Entidade: DIN.<br />

País de procedência/Região: Alemanhã.<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-en-61649/114022956<br />

ABNT NBR 15270-1<br />

Componentes cerâmicos - Blocos e tijolos de argila para<br />

alvenaria Parte 1: Requisitos<br />

Norma publicada em: 11/2017. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />

resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />

Entidade: ABNT.<br />

País de procedência/Região: Brasil.<br />

https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?Q=<br />

R0pBNy9nWS9XOWFiUWdScSsyNXlnY k51OE FveUdw b<br />

mE1amM5SE1lQWRXYz0=<br />

ABNT NBR 15270-2<br />

Componentes cerâmicos - Blocos e tijolos de argila para<br />

alvenaria Parte 2: Métodos de ensaio<br />

Norma publicada em: 11/2017. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: Controle de qualidade de tijolos solo-cimento incorporados com<br />

resíduos sólidos industriais utilizando a Estatística de Weibull<br />

Entidade: ABNT.<br />

País de procedência/Região: Brasil.<br />

https://www.abntcatalogo.com.br/norma.<br />

aspx?Q=SjhVR0tlQjZZbm1GMUVxMldVSUhT QUxDNlN FWT F1aGM5<br />

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Artigo 2<br />

O DESTILADO DA DESODORIZAÇÃO<br />

É UM PRODUTO SEGURO PARA CONSUMO HUMANO<br />

OU ANIMAL?<br />

Por: Isaac Dias Bezerra<br />

Mestre em Tecnologia de Alimentos<br />

Durante o refino de óleos, há uma etapa<br />

Em 2006, Halbert e sua equipe analisaram<br />

o destilado de refinação física possui um risco<br />

conhecida como desodorização que é<br />

oito amostras de destilado da desodorização<br />

médio e poderia ser utilizado após análise dos<br />

realizada numa coluna de destilação por<br />

e encontroram em média 3,4 pg/g TEQ/kg de<br />

parâmetros de segurança do alimento.<br />

arraste de vapor a alta temperatura, entre<br />

dioxinas e furanos. A legislação do Ministério<br />

200 e 250°C e com vácuo inferior a 10 mmHg<br />

da Agricultura estabeleceu um limite de<br />

Quanto aos hidrocarbonetos policíclicos<br />

originando duas correntes: o óleo refinado e o<br />

0,50ng TEQ/kg para alimentação animal na<br />

aromáticos, a etapa de desodorização foi<br />

destilado da desodorização.<br />

Instrução Normativa número 9 de 12 de maio<br />

responsável pela redução de 48,4% dos<br />

de 2016 e na Instrução Normativa número 16<br />

compostos mais leves e 42,7% nos mais pesados<br />

Nesta etapa, substâncias indesejáveis são<br />

de 08 de maio de 2018. O valor encontrado na<br />

na pesquisa realizada por Ma e sua equipe. Estes<br />

removidas do óleo refinado, tais como:<br />

pesquisa foi muito superior ao limite permitido<br />

contaminantes são concentrado no processo de<br />

resíduos de pesticidas, hidrocarbonetos<br />

para consumo do produto. A recomendação da<br />

desodorização na corrente do destilado.<br />

policíclicos aromáticos e dioxinas são<br />

pesquisa de VAN DUIJN é que o destilado de<br />

18<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

evaporados na corrente do destilado da<br />

desodorização, tornando este produto<br />

impróprio para consumo humano ou animal.<br />

refinação química, por ser um subproduto com<br />

um risco alto não deveria ser utilizado como<br />

matéria-prima para alimentação animal, porém<br />

Em sua pesquisa sobre a eliminação de<br />

pesticidas no azeite através da refinação, Ruiz<br />

Méndez e sua equipe demostraram que os


pesticidas utilizados no campo são eliminados<br />

na etapa de branqueamento e desodorização,<br />

consequentemente, a cota eliminada na<br />

desodorização ficará agregada ao destilado.<br />

Embora o destilado da desodorização de óleo<br />

vegetal (DDOV) concentre as substâncias<br />

indesejadas do processo na refinação, ele<br />

também é uma mistura complexa de muitos<br />

constituintes benéficos à saúde e também<br />

compostos voláteis presentes em baixas<br />

concentrações que conferem odor, cor e sabor<br />

indesejáveis ao óleo refinado. Gunawan e sua<br />

equipe de pesquisa informaram que no refino<br />

físico, os ácidos graxos livres são vaporizados<br />

durante o processo da desodorização,<br />

e consequentemente, o destilado da<br />

desodorização de óleos vegetais (DDOV)<br />

contêm aproximadamente 70% de ácidos<br />

O tocoferol é um produto com maior interesse<br />

pode minimizar os riscos de doenças como<br />

graxos com pequenas quantidades de matérias<br />

no DDOS devido ao alto valor agregado por<br />

câncer, doenças cardiovascular e catarata. LIU e<br />

insaponificáveis 5-10%. O DDOV é uma fonte<br />

suas atividades nutracêuticas que constitui de<br />

sua equipe registram que a atividade biológica<br />

natural de componentes valiosos e entre<br />

um líquido viscoso e amarelo a temperatura<br />

dos tocoferóis se deve à sua capacidade<br />

eles estão os ácidos graxos livres, tocoferóis,<br />

ambiente. É solúvel em lipídios e solventes<br />

antioxidante contra a peroxidação lipídica nas<br />

fitoesteróis, ésteres de fitoesteróis e glicerídeos,<br />

lipofílicos, mas insolúvel em água, o ponto de<br />

membranas biológicas, pois seus compostos<br />

mono, di e triglicerídeos.<br />

fusão do isômero α-tocoferol é 3°C, enquanto,<br />

são capazes de eliminar os radicais peroxil da<br />

do isômero γ tocoferol está entre -3 e -2°C e<br />

sua cadeia de propagação.<br />

O destilado da desodorização de óleo de<br />

facilmente oxidado na presença de calor, luz,<br />

soja (DDOS) é um destes DDOV e é uma<br />

metais e álcalis.<br />

Antioxidantes como o Tocoferol (vitamina<br />

mistura complexa de ácidos graxos livres<br />

E) atuam para proteger as células contra os<br />

(~73%), mono, di e trigliceróis (~7,67),<br />

cetonas, peróxidos e hidrocarbonetos (não<br />

quantificados), oleínas (~4,45%), esteróis<br />

(~6,32%) e tocoferóis (~7,50%).<br />

O tocoferol é um antioxidante natural eficiente e<br />

a principal membrana antioxidante nas células<br />

dos mamíferos, evita a oxidação da vitamina A<br />

e β-caroteno e é um ácido graxo essencial que<br />

efeitos dos radicais livres, que são potenciais<br />

subprodutos prejudiciais do metabolismo<br />

energético. Os radicais livres podem<br />

danificar as células e podem contribuir para<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

19


Artigo 2<br />

o desenvolvimento de câncer e doenças<br />

cardiovasculares. A vitamina E também<br />

demonstrou desempenhar um papel na função<br />

de imunidade, no reparo do DNA e em outros<br />

processos metabólicos. Shahidi e sua equipe<br />

realizaram uma excelente pesquisa sobre<br />

os benefícios, como regulação da expressão<br />

gênica, transdução de sinal e modulação das<br />

funções celulares, prevenção de certos tipos<br />

de câncer, doenças cardíacas e outras doenças<br />

crônicas, do uso de Tocoferóis e Tocotrienol em<br />

dietas emergentes.<br />

lipídios sensíveis à oxidação, como os de óleos<br />

marinhos e de outros óleos, tais como germe de<br />

aveia, cevada e trigo.<br />

No Brasil, o Ministério da Agricultura publicou<br />

a Instrução Normativa nº 110 de 24 de<br />

novembro de 2020 que estabelece a lista de<br />

matérias-primas aprovadas como ingredientes,<br />

aditivos e veículos para uso na alimentação<br />

animal designa o destilado como um produto<br />

emulsificante ou estabilizantes (ácidos graxos<br />

livres, mono, di e triacilgliceróis).<br />

Europeia. Este mesmo posicionamento já havia<br />

sido definido pelo FEDIOL no seu comunicado<br />

“SAFE FEED APPLICATION OF DEODISTILLATES”<br />

emitido em 22 de dezembro de 2016.<br />

Varona realizou uma pesquisa sobre a<br />

composição e valor nutricional dos óleos<br />

ácidos e destilados utilizados na alimentação<br />

de animais e fez recomendações de dosagem<br />

e concentração em sua conclusão relatando a<br />

importância de a indústria padronizar os tipos<br />

de subprodutos.<br />

Sabendo-se do potencial alimentício deste<br />

produto, em alguns países, o DDOS é usado<br />

em rações para animais e aves e agentes<br />

fluidificantes para lecitina. O tocoferol extraído<br />

do destilado da desodorização também é<br />

utilizado para estabilizar suplementos de<br />

Na Europa, o GMP International publicou<br />

norma “TS 1.4 Forbidden Products and Fuels”<br />

em julho de 2020 permitindo o uso de destilado<br />

da desodorização nas rações para animais<br />

desde que atenda os limites de substâncias<br />

indesejadas estabelecidos pela Comunidade<br />

Bezerra et. al (2021) descreveram um processo<br />

industrial completo de purificação de tocoferol<br />

com concentração de mais de 15% por meio<br />

de destilação molecular inédito no Brasil<br />

demonstrando que o destilado da desodorização<br />

pode ser purificado para utilização em produtos<br />

alimentícios e farmacêuticos. Atualmente existe<br />

diversas tecnologias de purificação de tocoferol<br />

a partir do destilado da desodorização, entre<br />

elas podem ser citadas Solventes Eutéticos<br />

Profundos, destilação molecular, modificação<br />

química e enzimática.<br />

Conclui-se que por meio das tecnologias<br />

disponíveis, é possível sim, transformar o destilado<br />

da desodorização em um produto alimentício<br />

seguro para consumo humano e animal.<br />

20<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

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Disponivel em; https://www.mdpi.com/2076-2615/11/1/196.<br />

Acessado em 18/09/2021.<br />

Complemento Normativo - Artigo 2<br />

Referente ao artigo 2<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

O DESTILADO DA DESODORIZAÇÃO É UM PRODUTO SEGURO PARA CONSUMO HUMANO OU ANIMAL?<br />

ISO 13914<br />

Soil quality — Determination of dioxins and furans and dioxin-like<br />

polychlorinated biphenyls by gas chromatography with high-resolution<br />

mass selective detection (GC/HRMS)<br />

Norma publicada em: 12/2013. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Características químicas dos solos.<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: O destilado da desodorização é um produto seguro para consumo<br />

humano ou animal?<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/54343.html<br />

ISO 18073<br />

Water quality — Determination of tetra- to octa-chlorinated dioxins<br />

and furans — Method using isotope dilution HRGC/HRMS<br />

Norma publicada em: 04/2004. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Exame de água para substâncias químicas.<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: O destilado da desodorização é um produto seguro para consumo<br />

humano ou animal?<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/31687.html<br />

DIN EN 16190<br />

Soil, treated biowaste and sludge - Determination of dioxins and furans<br />

and dioxin-like polychlorinated biphenyls by gas chromatography with<br />

high resolution mass selective detection (HR GC-MS)<br />

Norma publicada em: 10/2019. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: O destilado da desodorização é um produto seguro para consumo<br />

humano ou animal?<br />

Entidade: DIN.<br />

País de procedência/Região: Alemanhã.<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-en-16190/299019479<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

21


Cosmetologia<br />

NOVA TENDÊNCIA DE PROCEDIMENTO CAPILAR<br />

VISA CAMUFLAR AS FALHAS DO COURO CABELUDO<br />

A cientista expert em queda capilar e distúrbios do couro cabeludo, Jackeline Alecrim e a esteticista e cosmetóloga<br />

Daniela López comentam sobre essa nova tendência de mercado.<br />

Por: Daniela López e Jackeline Alecrim<br />

Existem diversas razões que podem levar a<br />

nós profissionais temos optado por fazer<br />

Por isso, nos casos de calvície feminina, o<br />

perda capilar como calvície, outras alopecias,<br />

um tratamento voltado ao crescimento<br />

resultado final pode não ser satisfatório”,<br />

afinamento ou queda total do cabelo. Quando<br />

do cabelo real”, opina a esteticista<br />

exemplifica a cientista.<br />

isso acontece, a autoestima é diretamente<br />

e cosmetóloga Daniela López. Para<br />

afetada e isso pode causar problemas até mesmo<br />

a cientista, expert em tratamentos<br />

De acordo com Jackeline Alecrim, para realizar<br />

nas relações sociais do indivíduo. Por isso, uma<br />

capilares,<br />

Jackeline Alecrim, a técnica,<br />

o procedimento também é necessária cautela<br />

nova tendência de mercado promete camuflar as<br />

apesar de ser uma boa alternativa para<br />

na escolha do profissional, que precisa ter<br />

falhas capilares para devolver a qualidade de vida<br />

alguns casos, pode acabar por trazer<br />

uma excelente habilidade técnica para<br />

dessas pessoas: a micropigmentação capilar.<br />

resultados não satisfatórios se aplicada<br />

reproduzir os fios com harmonia. “A escolha<br />

sem considerar as particularidades de<br />

de corantes adequados e os cuidados pós<br />

22<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

“Existe uma febre muito grande nos<br />

procedimentos de micropigmentação<br />

capilar para camuflar falhas. Porém,<br />

cada pessoa. “Pacientes que possuem fios<br />

mais longos, terão maior dificuldade em<br />

obter naturalidade com o procedimento.<br />

procedimento também são fundamentais para<br />

que a cor não sofra desgaste e alterações para<br />

tons esverdeados e azulados”, detalha.


Cosmetologia<br />

A micropigmentação tem duração média<br />

de 2 a 8 anos, variando de acordo com a<br />

incidência do sol, oleosidade da pele,<br />

cuidados com o couro cabeludo, idade<br />

do paciente, entre outros fatores. Para<br />

aumentar a duração é necessário também,<br />

que a regra de 30 dias sem exposição ao sol<br />

seja seguida com rigor.<br />

De acordo com a cientista, o paciente<br />

que opta por este tipo de procedimento<br />

não pode deixar de lado o tratamento<br />

estabelecido para o controle da queda<br />

capilar ou da evolução de quadros de<br />

calvície. “A alopecia androgenética<br />

[calvície] é um problema crônico e precisa<br />

de tratamento e controle por toda a vida.<br />

A micropigmentação não trata o problema,<br />

apenas camufla visualmente a área afetada.”<br />

Jackeline aponta ainda que hoje existem<br />

soluções tópicas muito eficientes e práticas<br />

que podem ser usadas para tratar a calvície<br />

e também a queda capilar. Ela inclusive<br />

desenvolveu uma formulação a partir<br />

de ativos do café que ganhou destaque<br />

internacional pela eficácia. “Trata-se de<br />

uma formulação que utiliza uma base de<br />

tensoativos que rompem as barreiras do<br />

sebo e permitem a veiculação de ativos<br />

no couro cabeludo, trazendo resultados<br />

bastante satisfatórios”, explica. Jackeline<br />

Alecrim também publicou recentemente<br />

um capítulo em um livro de medicina<br />

sobre novas perspectivas para o tratamento<br />

tópico da alopecia androgenética.<br />

Para Daniela López, a mesoterapia capilar<br />

também pode ser uma alternativa de<br />

tratamento mais assertiva. “Utilizamos<br />

as mesclas específicas para crescimento<br />

capilar. São dois procedimentos por mês.<br />

Se considerarmos uma calvície muito<br />

exacerbada, por exemplo, pode ser que<br />

o tratamento leve de três a seis meses.<br />

A técnica trabalha toda a estrutura<br />

do crescimento capilar e o resultado é<br />

garantido”, pontua.<br />

Daniela López<br />

Daniela López é graduada em Estética e Cosmetologia pela Universidade Braz Cubas, técnica em Estética Facial e Corporal pelo SENAC e<br />

pós-graduada em Intradérmicos e Subcutâneos pela FAISP. É especialista em estética e cosmetologia avançada pela UNIFESP.<br />

A cosmetóloga atua na causa de regulamentação da atuação de profissionais estéticos e cosmetólogos. É, também, autora do livro a História da Legislação da Estética e Cosmetologia no Brasil e pesquisadora no campo<br />

clínico, com práticas e testes desenvolvidos clinicamente in-vivo em pacientes para disfunções estéticas facial com ênfase em rejuvenescimento e retração tecidual. Além disso, é fundadora da Escola Superior de Estética<br />

e Cosmetologia (ESEC), a primeira escola superior de estética e cosmetologia no Brasil.<br />

Jackeline Alecrim<br />

Jackeline Alecrim é cientista e especialista em Cosmetologia Avançada e Fitoativos. Trabalha na pesquisa e desenvolvimento<br />

de bioativos destinados ao tratamento de queda capilar e distúrbios do couro cabeludo. É fundadora da empresa de cosméticos<br />

científicos Magic Science Brasil, que é destaque nacional e internacional pela eficácia clínica de seus produtos. Jackeline também faz<br />

sucesso com dicas de saúde capilar nas redes sociais, contando com mais de 90 mil seguidores no instagram.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

23


Composto Químico<br />

IMPORTÂNCIA DOS ÁCIDOS GRAXOS<br />

DE CADEIA LONGA<br />

Por: Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz<br />

Ácidos graxos são todos os ácidos<br />

monocarboxílicos alifáticos. No entanto, existem<br />

algumas exceções, todos os ácidos encontrados<br />

na natureza são de alto peso molecular, em<br />

geral de cadeia linear, saturados e insaturados.<br />

Também é possível substituintes na cadeia, como<br />

grupos metílicos, hidroxílicos ou carbonílicos.<br />

Figura 1: Estrutura química do ácido linolênico<br />

Os principais ácidos saturados (AGS) são o láurico<br />

(C12:0), palmítico (16:0) e o esteárico (18:0), e<br />

insaturados o oléico (18:1n-9), linoléico (18:2n-<br />

6) e linolênico (18:3n-3). Os ácidos graxos<br />

ramificados são aqueles que contém um ou mais<br />

grupos metílicos (– CH3) ligados a átomos de<br />

carbonos da cadeia normal. Os ácidos saturados<br />

mono-ramificados das séries iso grupo metil<br />

ligado ao penúltimo carbono enumerado a partir<br />

da carboxila e anteiso grupo metil ligado ao<br />

antepenúltimo carbono são os mais comuns.<br />

graxos. Dos monoinsaturados originam<br />

os poliinsaturados (AGPI), por ação de<br />

dessaturases específicas para a posição da<br />

ligação dupla da cadeia.<br />

As principais fontes de ácidos graxos para a<br />

síntese dos triglicerídios são a dieta e a síntese<br />

no organismo. Outras fontes, citadas como<br />

secundárias são os ácidos graxos liberados de<br />

estoques do próprio corpo e aqueles obtidos por<br />

longa e proporcionam muitos benefícios para o<br />

organismo, mas, porque essa nomenclatura? A<br />

explicação está na relação com o alfabeto grego,<br />

onde o ômega é a última letra, portanto, a partir<br />

do final da cadeia, conta-se os carbonos até a<br />

primeira dupla ligação, a figura 1 apresenta a<br />

explicação da nomenclatura ômega.<br />

Os ácidos graxos poliinsaturados n-6 da dieta<br />

ou provenientes das reservas celulares, podem<br />

Os ácidos graxos possuem suas propriedades<br />

físicas e dos compostos que os contenham<br />

determinados pelo comprimento e grau de<br />

insaturação da cadeia carbônica dos mesmos.<br />

elongação da cadeia e dessaturação de ácidos<br />

graxos endógenos ou exógenos.<br />

A biossíntese dos triacilgliceróis pode se dar por<br />

caminhos diferentes, como pelo ácido fosfatídico,<br />

seguir uma transformação metabólica muito<br />

similar a dos AGPI n-3. Esta transformação<br />

também acontece no retículo endoplasmático<br />

e utiliza as mesmas enzimas que os AGPI<br />

n-3 (desaturase e elongase), sendo possível<br />

24<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

Através dos ácidos graxos saturados (AGS)<br />

formam-se os monoinsaturados (AGMI),<br />

no fígado, através da reação catalisada por<br />

dessaturases mitocondriais, que são enzimas<br />

que catalisam a desidrogenação dos ácidos<br />

pelo monoacilglicerol e pela diacilglicerol<br />

transcilase (DGTA).<br />

Os ácidos graxos poliinsaturados mais conhecidos<br />

popularmente são os denominados ômega<br />

3 ou n-3 e o ômega 6 ou n-6, são de cadeia<br />

a formação de um produto final n-6, e que<br />

possuem cinco duplas ligações. Portanto, o<br />

destino dos ácidos graxos da série n-6, não<br />

parece ser o mesmo que o dos AGPI n-3. O<br />

produto final mais importante da via metabólica<br />

seria o ácido araquidônico (C20:4n-6), e


Composto Químico<br />

que é incorporado aos fosfolipídios que<br />

compõem as membranas celulares, para ser<br />

posteriormente transformado em eicosanoides<br />

(prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos<br />

e leucotrienos), moléculas que exercem<br />

importantes funções reguladoras nos diferentes<br />

tecidos (Harris, 1997).<br />

Através da Figura 2 pode-se concluir que<br />

deve existir um equilíbrio entre a ingestão<br />

de ácido linoleico e α-linolênico por parte<br />

da dieta. Por exemplo, um excesso de ácido<br />

linoleico impedirá através de competição com<br />

as desaturase e elongase, a transformação<br />

do ácido alfa linoléico em seus derivados<br />

de cadeia maior a qual pode ser seriamente<br />

afetada a formação de EPA (C20:5n-3) e DHA<br />

(C22:6n-3), será igual no caso contrário; a falta<br />

de ácido linoléico na dieta, ou a ingestão em<br />

menor proporção deste ácido graxo em relação<br />

ao α-linolênico, terá como resultado uma<br />

diminuição substancial da formação do ácido<br />

araquidônico, o qual afetará a formação dos<br />

eicosanoides derivados deste ácido graxo.<br />

A competição entre o ácido linoleico e o alfa<br />

linolênico está determinada pela afinidade<br />

da enzima Δ6 desaturase por ambos ácidos<br />

graxos. A enzima tem afinidade superior pelos<br />

Figura 2: Competição metabólica na formação de AGPI n-6 e n-3.<br />

Fonte: Madsen et al. (1999).<br />

ácidos graxos n-3, desta forma necessita<br />

menor quantidade desses ácidos que os da<br />

série n-6 para gerar a mesma quantidade de<br />

produto (Madsen et al., 1999), sendo assim<br />

uma dieta balanceada e rica em AGPI nas<br />

concentrações ideais corroboram para uma<br />

ótima qualidade de vida.<br />

Referências:<br />

1) HARRIS, W. S. (1997). n-3 Fatty acids and serum<br />

lipoproteins: Human studies. American Journal of Clinical<br />

Nutrition, v. 65, n.5, S1645-S1654, Supplement.<br />

2) MADSEN, L.; RUSTAN, A. C.; VAAGENES, H.; BERGE, K.;<br />

DYROY, E.; BERGE, R. K. (1999). Eicosapentaenoic and<br />

docosahexaenoic of Animal Science, 59, 109-121.<br />

Prof. Dr. Marcos Roberto Ruiz<br />

Químico, Mestre em Química Analítica e Doutor em Ciência e Tecnologia dos Materiais, docente do Curso Técnico em Química do SENAI-<br />

SP, com atuação no desenvolvimento de Projetos Inovadores.<br />

Telefone: 18 99711 3104 E-mail: marcos.ruiz@sp.senai.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

25


Em Foco<br />

POR QUE ESCOLHER A ELGA COMO SEU PARCEIRO<br />

DE ÁGUA PARA LABORATÓRIO?<br />

A ELGA, tem experiência em encarar os desafios<br />

que surgem durante o desenvolvimento, instalação<br />

e manutenção de sistemas de purificação de água<br />

integrado, bem como grandes projetos envolvendo<br />

consultas, consultores e clientes.<br />

A ELGA é especialista em água para laboratório.<br />

Atuando há 80 anos com cientistas, a fim<br />

de garantir água pura e ultrapura para suas<br />

experiências e trabalhos de laboratório.<br />

Fornecendo recursos para os mercados científico<br />

e de cuidados de saúde para um mundo melhor,<br />

trazendo um reagente essencial para os principais<br />

cientistas do mundo.<br />

Por que escolher a ELGA como seu parceiro<br />

de água para laboratório?<br />

• Foco no cliente - o que criamos é para o nosso<br />

cliente O nosso compromisso em produzir e<br />

fornecer água pura significa que você pode<br />

focar e se concentrar na obtenção de resultados<br />

precisos e confiáveis.<br />

• Inovação - a base do nosso pensamento<br />

• Nossas instalações de P&D no Reino Unido estão<br />

sempre procurando fornecer produtos exclusivos<br />

para oferecer-lhe a qualidade da água certa para<br />

a sua finalidade.<br />

• Sustentabilidade - na vanguarda de todas as<br />

nossas atividades.<br />

• Nossos produtos são projetados para causarem<br />

o menor impacto possível sobre o meio ambiente<br />

em todas as etapas: na fabricação, durante o<br />

serviço e ao fim da vida útil. Podemos calcular o<br />

valor de carbono de todos os nossos produtos ao<br />

longo de sua vida útil.<br />

Uma marca confiável que oferece a você o<br />

poder de escolha<br />

A ELGA entende como é importante para os<br />

cientistas obterem uma opção de qualidade<br />

de água que varia desde a classe primária para<br />

lavagem e enxágue de rotina simples, até uma<br />

água ultrapura para as aplicações mais críticas.<br />

Com isso, a ELGA aplica o seu conhecimento, obtido<br />

ao longo de mais de 80 anos de inovação em<br />

tecnologias de purificação de água, para projetar a<br />

linha incomparável PURELAB. Os nossos confiáveis<br />

sistemas de purificação de água são construídos<br />

a partir de componentes de alta qualidade para<br />

garantir a máxima pureza, enquanto um programa<br />

rápido e fácil de sanitização contribui para um<br />

fluxo de trabalho sem interrupções. Processos<br />

econômicos integrados resultam em custos<br />

de consumo mais baixos com água de maior<br />

qualidade e precisão.<br />

A ELGA trabalha com pressupostos sobre a<br />

qualidade da água. Na primeira visita ao seu<br />

laboratório, é realizado um teste no local para<br />

analisar a qualidade da água de alimentação.<br />

Para conhecer a linha da Purelab completa,<br />

acesse: https://www.veoliawatertechnologies.<br />

com/latam/pt/purelab<br />

Sobre a Veolia<br />

O grupo Veolia é a referência mundial em gestão<br />

otimizada dos recursos. Presente nos cinco<br />

continentes com quase 179000 assalariados,<br />

o Grupo concebe e implementa soluções para<br />

a gestão da água, dos resíduos e da energia,<br />

que fomentam o desenvolvimento sustentável<br />

das cidades e das indústrias. Com suas três<br />

atividades complementares, Veolia contribui<br />

ao desenvolvimento do acesso aos recursos, à<br />

preservação e renovação dos recursos disponíveis.<br />

Em 2019, o grupo Veolia trouxe água potável<br />

para 98 milhões de habitantes e saneamento<br />

para 67 milhões, produziu cerca de 45 milhões<br />

de megawatt/hora e valorizou 50 milhões de<br />

toneladas de resíduos. Veolia Environnement<br />

(Paris Euronext : VIE) realizou em 2019 um<br />

faturamento consolidado de 27,189 bilhões de<br />

euros. www.veolia.com<br />

26<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

• Projetado na Grã-Bretanha - o padrão para<br />

todos os nossos produtos.<br />

Todos os nossos sistemas são fabricados no<br />

Reino Unido e somos certificados pelas normas<br />

ISO:9001 e ISO:14001.<br />

“Entendemos que o futuro precisa de mudanças<br />

e, portanto, desenvolvemos um conjunto de<br />

soluções único e modular que pode evoluir à<br />

medida que você e seu laboratório crescerem.<br />

Você não precisa se sentir restrito a uma solução<br />

pelos próximos 10 anos”, explica Alexandre<br />

Cunha - Supervisor de Vendas da ELGA VEOLIA.<br />

Veolia Water Technologies Brasil - Media Relations<br />

Rafaela Rodrigues<br />

Tel. +55 11 3888-8782<br />

rafaela.rodrigues@veolia.com


GARANTA UMA CALIBRAÇÃO DE QUALIDADE.<br />

CONTRATE UMA EMPRESA ACREDITADA ISO/IEC 17025.<br />

Em Foco<br />

A ISO/IEC 17025 é útil para qualquer<br />

organização que realiza ensaios, amostragem<br />

ou calibração e deseja mostrar a confiabilidade<br />

de seus resultados.<br />

Por ser uma norma reconhecida pela European<br />

Co-operation for Acreditation (EA), estabelece<br />

um padrão internacional, sendo assim, os<br />

resultados de ensaio feitos por um laboratório<br />

acreditado é válido no mundo todo.<br />

Um laboratório acreditado na ISO/IEC 17025<br />

comprova sua credibilidade e competência nas<br />

operações que realiza. Dessa maneira o laboratório<br />

mostra-se capaz de atender os equipamentos com<br />

métodos confiáveis de medição.<br />

Ao trabalhar com laboratórios acreditados os<br />

clientes têm a garantia do respeito aos padrões, e<br />

assim aumenta a certeza de seus processos.<br />

Quer melhorar seus resultados?<br />

Entre em contato com nossa empresa e<br />

solicite um orçamento!<br />

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Tel.: (11) 4606-7200<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

27


Em Foco<br />

MÁXIMA PRECISÃO E TRANSPARÊNCIA PARA O<br />

MANUSEIO DE LÍQUIDOS.<br />

QUALIDADE E SEGURANÇA DAS PIPETAS SOROLÓGICAS CELLSTAR® GREINER BIO-ONE.<br />

Reconhecida mundialmente pela<br />

qualidade na fabricação de produtos<br />

amplamente utilizados em laboratórios,<br />

a divisão de Biosci-ence da Greiner Bio-<br />

One oferece o portifólio completo de<br />

consumíveis e acessórios plás-ticos para as<br />

mais diversas aplicações.<br />

Entre os produtos de destaque, estão as<br />

pipetas sorológicas CELLSTAR®, amplamente<br />

utilizadas para manipulação de<br />

cultura celular, as pipetas sorológicas<br />

Muito versáteis em diversas aplicações,<br />

líquidos em laboratórios químicos e<br />

são certificadas para ausência de RNase,<br />

estão disponíveis nas versões de 1, 2, 5,10,<br />

biológicos. As pipetas sorológicas são<br />

DNase e DNA humano, além de não serem<br />

25 e 50 mL. Com design drop-free, nossas<br />

fabricadas em poliestireno de primeira<br />

pirogênicas e citotóxicas.<br />

pipetas evitam a retenção da última gota<br />

qualidade e altamente transparente,<br />

durante a dispensa, e contam com filtro<br />

apresentam código de cores em acordo com<br />

A segurança e facilidade para o manuseio<br />

de poliéster que protege o pipetador e não<br />

as normas internacionais, e possuem volume<br />

foram pensadas desde a embalagem.<br />

libera partículas.<br />

em graduação positiva e negativa.<br />

As pipetas sorológicas CELLSTAR® estão<br />

disponíveis em duas opções de embalagens<br />

Todas as pipetas sorológicas de nosso<br />

individuais, papel/plástico e plástico/<br />

portfólio são produzidas sob rigoroso pa-<br />

plástico. Ambas têm a característica de peel-<br />

drão de qualidade, sendo esterilizadas por<br />

off, que permite desembalar parcialmente as<br />

radiação E-beam que não deixa resíduos<br />

pipetas sorológicas, mantendo a porção de<br />

28<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

e torna seu uso ainda mais seguro. Assim<br />

como todos os produtos voltados para<br />

trabalho protegida e estéril enquanto são<br />

encaixadas nos pipetadores.<br />

Para mais informações:<br />

Departamento de Marketing<br />

Tel.: +55 19 3468 9600<br />

E-mail: info@br.gbo.com


Em Foco<br />

KASVI LANÇA CENTRÍFUGA REFRIGERADA COM<br />

CAPACIDADE PARA 44 MICROTUBOS<br />

A Kasvi lançou ainda este mês Centrífuga<br />

Refrigerada 44x1,5mL (ANVISA: 80884880036),<br />

projetada para uso em laboratórios de pesquisa<br />

e institutos para separar as amostras biológicas<br />

como suspensões de células, macromoléculas<br />

(DNA, RNA, proteínas) e outras soluções<br />

bioquímicas suspensas.<br />

Um de seus grandes diferenciais é sua<br />

grande capacidade de centrifugação com a<br />

possibilidade de centrifugar até 44 microtubos<br />

de uma vez só, assim, trazendo mais agilidade<br />

e produtividade para o laboratório.<br />

Acompanha o equipamento adaptadores<br />

para utilização com microtubos de diferentes<br />

tamanhos, de 2ml, 1,5ml e 0,5ml.<br />

Para mais informações sobre o<br />

anos de expertise no mercado laboratorial,<br />

A centrífuga refrigerada pode atingir<br />

temperatura de trabalho de -20°C a 40°C,<br />

com configuração de velocidade de 500<br />

a 15000 rpm. Para maior segurança, há<br />

equipamento, acesse o site da Kasvi ou<br />

o canal do Youtube da empresa e assista<br />

ao vídeo de apresentação da centrífuga<br />

refrigerada.<br />

a Kasvi é referência em produtos e<br />

equipamentos de alta performance,<br />

qualidade e precisão.<br />

sistema de anti-desbalanceamento com<br />

parada automática.<br />

Sobre a Kasvi<br />

A Kasvi é uma empresa brasileira dedicada<br />

a oferecer as melhores soluções para<br />

30<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2022<br />

Um diferencial importante desse equipamento<br />

é que o motor DC sem escova, que proporciona<br />

um desempenho livre de manutenção.<br />

pesquisa, ciência, diagnósticos, estudos<br />

e novas descobertas. Tendo a saúde como<br />

foco principal de atuação com mais de 10<br />

Kasvi<br />

0800 726 0508<br />

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