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Territorio Mulher Floripa ed. 04

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2018, a Lei nº 13.770/2018, permite

também realizar o procedimento

de simetrização da outra

mama e a reconstrução do complexo

aréolo-papilar.

A 5ª Câmara Civil do TJ / SC

- nas palavras do desembargador

Jairo Fernandes Gonçalves,

confirmou sentença (em

Outubro/2017) que considerou

reparatório - e não estético

- procedimento cirúrgico para

reconstrução mamária de mulher

vítima de câncer no seio:

" Dessarte, ao contrário do que

alega a recorrente, não se tratou

de um simples procedimento eletivo

ou meramente estético, proveniente

da vaidade da paciente,

mas sim de uma intervenção

necessária para restabelecer por

completo a sua integridade corporal,

resguardando sua saúde

física e também seu estado psicológico,

indissociável do estado

físico em tais casos, nos quais

a mulher tem sua vaidade, sua

dignidade e sua autoestima

abaladas, vulneradas, ao verse

mutilada em razão de patologia

agressiva e de difícil tratamento

como o câncer mamário", concluiu

o magistrado.

Contudo, esta enorme diferença

entre o número de mastectomias

e o número de

reconstruções dá-se pelo total

despreparo e precariedade das

instituições públicas / hospitais,

falta de verbas destinadas a realização

dos procedimentos, falta

de materiais e insumos (como

as próteses mamárias), remuneração

inadequada dos profissionais

habilitados, e por vezes, da

ausência do desejo da paciente

em reconstruir a mama. Somado

aos fatos, não existe um sistema

ativo de captação ou busca destas

pacientes, de modo que cada

serviço é responsável por gerir

tais dados, tornando ineficiente a

ARTIGO PARA REVISTA – NOVEMBRO/21 - BREDA

RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA PÓS CÂNCER: A LEI e A REALIDADE

resolução do problema.

Há também outro grande fator: muitas destas pacientes são INAP-

TAS a realizar o procedimento. Seja por comorbidades importantes

(doenças como o diabetes descompensado, condições cardiovasculares

ou pulmonares, obesidade, entre outras, que aumentam significativamente

o risco de morte durante a cirurgia), por doença ativa,

recidivada ou estágio avançado sem perspectiva de vida.

Observadas estas considerações, vale ainda dizer, que a reconstrução

mamária pode precisar de múltiplas cirurgias para atingir o

resultado desejado e, em alguns casos, não atingi-lo. Muito embora,

a maioria dos trabalhos mostrem satisfação com o resultado acima

Há cerca de 30 anos, a cirurgia considerada “padrão-ouro” para o tratamento do

câncer de 60%, de mama após era qualquer a temida MASTECTOMIA. tipo de reconstrução. Esta cirurgia, naquele tempo, consistia da

retirada Como completa mastologista da mama, dos e músculos especialista peitorais em (menor cirurgia e maior) reconstrutora e ainda, retirada da

completa

mama,

dos

sou

gânglios

totalmente

(linfonodos)

a favor

da axila

do

acometida.

direito

Perceba:

à reconstrução

era algo extremamente

mamária

radical e mutilante, deixando cicatrizes enormes no tórax e em alguns casos, surgimento

de concedido inchaço irreversível às pacientes do braço. pela Lei.

A realidade? Infelizmente, o acesso à reconstrução pelo Sistema

A cirurgia Único por de câncer Saúde de ainda mama é vem precário evoluindo em nas muitas últimas partes décadas, do tornando-se Brasil. Há muitos

cirurgiões

menos

radical, menos agressiva e, principalmente, menos mutilante. Sempre que possível, o

cirurgião optará pela

especialistas

cirurgia CONSERVADORA

nessa área,

de mama.

mas o

Ou

sistema

seja, lançará

público

mão de

não

técnicas possui e estratégias uma estrutura que o permitam adequada retirar para a doença atender e “conservar” a todas as (preservar) pacientes. a mama

da paciente, sem grandes prejuízos estéticos. Esse seria o “mundo ideal” se…

Seguimos nessa luta.

… Se os casos de câncer de mama AVANÇADO reduzissem com as estratégias de

rastreamento adotadas. Isto quer dizer que, apesar das estratégias e campanhas para

realização de mamografias salvarem vidas, o número de pacientes com DOENÇA

AVANÇADA (Estágios III e IV- figura 1) não tem mudado! Isso ainda ocorre por razões

socioeconômicas, falhas no acesso ao tratamento e questões culturais. Assim, apesar dos

avanços do tratamento, um número muito grande de mastectomias ainda é realizado.

drcarlosbreda_mastologia

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