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A Importância

da Saúde Mental

Na década de noventa,

quase finalizando faculdade

de administração

de empresas, a

crescente insatisfação e vontade

de seguir outra carreira encorajaram

a jovem do interior

de Santa Catarina convencer os

pais a estudar na capital para ingressar

em medicina na Universidade

Federal de Santa Catarina.

“As pessoas geralmente me

perguntam por que escolhi ser

psiquiatra, ‘já que é tão pesado’.

A especialidade exige dedicação,

muito estudo e coloca o

médico diante dos sofrimentos

mais intensos e íntimos que um

ser humano pode ter. O médico

precisa ir além de realizar diagnósticos

e tratamentos, precisa

entender o ser humano cada

qual com suas limitações e potencialidades,

sua história, seus

medos e desejos. Na medicina,

diariamente, lidamos com

os sorrisos do alívio e o choro e

sofrimento de quando ele não é

possível. Ainda durante a graduação,

sem saber em que iria

me especializar fiz vários estágios

em várias especialidades, e

foi na psiquiatria que pude presenciar

o quanto os sorrisos do

alívio faziam diferença na vida

dos pacientes, e foi nesses sorrisos

que encontrei o sentido e o

prazer em exercer a medicina.”

A psiquiatria evoluiu significativamente

nos últimos anos.

Infelizmente ainda há o preconceito,

o que traz um sofrimento

maior para os pacientes, dificultando

ou impedindo o tratamento

e a chance de voltar usufruir

da sua qualidade de vida.

Mas a notícia boa é que a sociedade,

cada vez mais, vem entendendo

e valorizando a importância

da saúde mental e do

papel do médico psiquiatra. O

progresso das pesquisas científicas

em neurociência, genética,

diversas opções de tratamento,

e a informação adequada, tem

contribuído para desfazer o velho

estigma de que “consultar

com psiquiatra é coisa de louco”.

A consulta com psiquiatria

envolve observação e investigação

ampla, e ao mesmo tempo,

minuciosa dos sintomas do

paciente, considerando sua individualidade,

sua história, contexto

de vida atual e passado,

suas vivências internas e externas,

traumas, características de

personalidade, histórico familiar,

investigação e/ou exclusão

de outras doenças, como por

exemplo, hipotireoidismo. Além

disso, mediante autorização do

paciente, é essencial uma entrevista

com familiares ou pessoas

que convivem com ele, para conhecer

melhor, não só sintomas

e características atuais do

paciente, mas sua trajetória e

biografia. Assim, o diagnóstico

não se baseia simplesmente na

presença ou ausência de determinados

sintomas, mas como

se manifestam e com que intensidade

e constância. Atualmente,

conforme contexto, também

há possibilidade da consulta no

formato online ou telemedicina,

possibilitando acesso à avaliação

e tratamento.

Entre as diversas opções de

tratamento, seja medicamentoso

e/ou psicoterápico, ele é

definido considerando sempre

a opção de escolha do próprio

paciente, com base nas orientações

sobre plano e objetivo da

resposta terapêutica, estimativa

do tempo de tratamento e finalização.

Também são considerados

como parte do tratamento:

medidas como higiene do

sono, atividade física, alimentação,

rotina diária, terapias alternativas,

entre outros. Além disso,

é muito importante que o

psiquiatra atue de forma multidisciplinar

com outros profissionais

da saúde mental, ou outros

médicos de diferentes especialidades

que estejam acompanhando

o paciente.

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Agosto/Setembro | 2021

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