10.01.2022 Views

TM 13 Ok completa Simple

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

DOENÇA DO SILICONE –

Mito ou Realidade?

Provavelmente você já

deve ter ouvido alguém

falar ou até mesmo visto

em noticiários, sobre a

“Doença do Silicone”. Este é um

termo que vem se popularizando,

principalmente em redes sociais,

volta e meia na pauta de alguma

blogueira em evidência. E o final

da história é sempre o mesmo:

“Depois que tirei as minhas

próteses de silicone, a minha vida

mudou...”

Mas será que é mesmo assim?

Mudou em que sentido? Em qual

aspecto?

O silicone foi tido por muito

tempo e por muitos estudiosos

como um material inerte

ao corpo humano, ou seja, incapaz

de desencadear fenômenos

autoimunes. E, a partir dos anos

1980, deu-se início a uma onda

de procedimentos estéticos,

com objetivo de melhora do contorno

corporal (principalmente

das mamas), tornando o silicone

um dos materiais mais utilizados

na Medicina até hoje.

Porém, atualmente, estamos

vivendo um movimento inverso.

Mulheres invadindo consultórios

médicos, solicitando a retirada

das próteses mamárias. MOTIVO:

queixas como indisposição, dor

nas juntas, fadiga crônica, alterações

do sono e até depressão,

alegando terem ouvido falar na

“Doença do Silicone” e na “Síndrome

ASIA”.

No entanto, várias outras

doenças podem a produzir estes

sintomas. Então como diferenciar?

Explicando, a doença do silicone

é um termo usado pelas

próprias pacientes para descrever

um conjunto de sintomas

que atribuem ao uso do implante,

também conhecido em inglês

como Breast Implant Illness (BIIs).

Logo, a Doença do Silicone e síndrome

ASIA não são a mesma

enfermidade.

Na verdade, esta “doença /

entidade” pode ser englobada

como parte de uma Síndrome

descrita em 2011, chamada

de Síndrome ASIA, que vem

do inglês Autoimmune [Auto-

-inflammatory] Syndrome Induced

by Adjuvants, ou em livre tradução

- Síndrome Inflamatória

Induzida por Adjuvantes.

Os “adjuvantes” considerados

aqui podem ser substâncias

contidas nas vacinas, as famosas

próteses de silicone em questão,

biomaterias cirúrgicos / estéticos

ou outros tipos de dispositivos

implantáveis no corpo

humano.

Assim, projeta-se que pessoas

submetidas ou expostas a estes

materiais poderiam apresentar

a tal “Síndrome”. Da mesma

forma, acredita-se que aqueles

com predisposição genética,

deficiência de vitaminas, porta-

dores de doenças autoimunes já

diagnosticadas (ex. Artrite reumatóide)

e histórico de alergias

tenham maior risco de desenvolver

a Síndrome ASIA.

Para chegar ao diagnóstico da

Síndrome ASIA, a paciente precisa

ser minuciosamente avaliada,

em busca de outras causas

para esses sintomas, pois, distúrbios

hormonais ou doenças

autoimunes são mais comuns

para esses sintomas, os quais ao

serem identificados por exames

laboratoriais podem ser tratados.

Uma vez excluídas a causas

mais comuns, ou seja, não encontrando

uma doença responsável

pelos sintomas relatados pela

paciente, pode-se considerar tal

diagnóstico. No entanto, a sintomatologia

é tão vaga e comum

(fadiga, dores articulares, etc..),

que boa parte da população

poderia ser enquadrada como

portadora desta Síndrome.

De acordo com recente Diretriz

da SBM (Sociedade Brasileira

de Mastologia), até o presente

momento, não há nenhum

estudo ou revisão sistemática

que mostrou a relação dos

implantes de silicone mamário,

quer estes sejam lisos ou texturizados,

com a síndrome ASIA e

que, de acordo com estas revisões,

as evidências permanecem

inconclusivas sobre qualquer

associação entre implantes

de gel de silicone e o comprome-

18

Agosto/Setembro | 2021

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!