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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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64 Israel Blajberg

A pequena sinagoga Kahal Kadosh Zur Israel, a Santa Congregação

Rochedo (Recife) de Israel. Suas portas e paredes servem de mudas testemunhas

do quanto pode a insensibilidade humana. Com a partida dos judeus, ficou

perdida através dos séculos, até que José Antonio Gonsalves de Mello, o maior

estudioso do tempo dos flamengos, a quem devemos o resgate do solo sagrado

daquela Casa de orações. 10

Tangidos pela intolerância, a Gente da Nação, de que falava Gonsalves de

Mello, teve que partir. Mas aqui já haviam formado a primeira unidade militar

judaica a entrar em combate desde a queda do Templo de Salomão no ano

70 d.C., quando as legiões romanas conquistaram Jerusalém. Anteriores ao

regimento do Coronel Berek Joselewicz, que lutou com Tadeusz Kocziusko,

e ao Zion Mule Corps de Trumpeldor e a Jewish Brigade, da 1.ª e 2.ª Guerras

Mundiais. Soldados que falavam português, sob a bandeira da Casa de Orange-

Nassau, também lutando pela liberdade, e pelo direito de seguir a Lei de Moisés,

e não a religião do rei. Legaram ao Brasil a tecnologia dos engenhos, e a crença

nos seus valores universais. Se hoje temos a bioenergia verde do álcool, a eles não

pouco devemos.

Mas aquela gente sofrida afinal venceu, eis que a Inquisição desapareceu na

poeira dos tempos. E aqui estamos novamente. Decorridos séculos, continuamos

poucos, mas orgulhosos, muito orgulhosos de pertencer à Nação Brasileira.

Os Rolos da Lei foram dali removidos há séculos. Transformada em museu,

por dentro a sinagoga, embora pequena, revela-se majestosa em sua simplicidade,

e impressionante capital simbólico, herança de uma época incrível quando

judeus conviveram lado a lado com os calvinistas, sem medo da Santa Inquisição

e das visitações do Santo Ofício.

Vencidos os batavos, aos grandes comerciantes, esteios da Cia. das Índias

Ocidentais e aos judeus, o Mestre de Campo General Francisco Barreto de

Menezes apenas como favor se lhes permite receber dívidas, levar algum ouro e

prata, o que fora proibido ao povo em geral.

Aqueles judeus de Recife nunca imaginaram... mas um dia em terras brasileiras

haveriam governantes justos e humanos – aos 18 de março de 2002,

Fernando Henrique Cardoso adentraria a pequena sinagoga, para inaugurá-

-la novamente, seguido, anos depois, no 27 de janeiro, Dia Internacional da

ONU para a Recordação do Holocausto, por Lula e Dilma, a escutar no salão

as mesmas rezas, as mesmas inscrições reproduzidas, como que a simbolizar

a continuidade judaica. Para um povo que há milênios espera a chegada do

Messias da Casa de David, 400 anos não significaram tanto assim... Apenas

seis meses depois do tenebroso 11 de setembro de 2001, ocorrido naquela

Nova Amsterdã para onde seguiram 23 judeus do Recife, que lá reconstruíram

sua sinagoga, onde até hoje se ouvem as mesmas rezas pelo rito português

sefardita.

10

MELLO, José Antonio Gonsalves de. Gente da Nação: cristãos-novos e judeus em Pernambuco,

1542-1654. Recife. Fund. Joaquim Nabuco, Ed. Massangana, 1989. 552 p.

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