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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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54 Israel Blajberg

Entre as tropas havia um números não determinado de judeus, os primeiros

soldados judeus das Américas, como Moisés [Moseh] Nauarro [Navarro],

Antonio Manuel, e Dauid [David] Testa, mencionados em documentos da

época. Após o término dos respectivos contratos, os soldados podiam pedir permissão

para permanecer no Brasil como Vrijeluijden (civis livres), tornando-se

comerciantes ou empregados. Moisés Navarro foi um deles, tendo chegado ao

Brasil como Cadete Naval (adelborst) na Companhia do Capitão Bonnet, e solicitado

permissão para se tornar civil em maio de 1635 – vindo a ser um senhor

de engenho em Jurisseca, na Capitania de Pernambuco, e mais tarde um dos mais

ricos e importantes judeus do Brasil Holandês. Sua assinatura consta do Livro de

Fundação da Congregação Zur Israel (Rochedo de Israel).

Em 1637, o Conde Johan Maurits van Nassau foi nomeado Governador

Geral e Comandante das Operações Militares do Brasil Holandês. Nessa ocasião,

todos os civis livres (Vrijeluijden) aptos para o serviço militar, inclusive os

judeus do Recife, foram incorporados às milícias, formadas por quatro companhias

com seus respectivos capitães e estandartes, com um total de 700 homens

em Recife e Maurícia, na Ilha de Antonio Vaz (Mauritiopolis ou Maurits Stadt).

Os judeus eram dispensados do serviço no Shabat (sábado), tendo que indenizar

este privilégio. Entretanto, a partir de 1645, foi necessário suprimir esta

folga, em razão do avanço dos portugueses, que terminariam por expulsar os

holandeses em 1654. É razoável assumir que uma das quatro companhias da

milícia era totalmente judaica. Um dos postos, em um morro de Olinda, situado

a uma légua, era conhecido como a Fortaleza dos Judeus, aparecendo em

um mapa como “Excubiae Iudaeorum”. Era um forte construído com pedras e

acessível apenas por uma escada, armado com um canhão. Ao início do avanço

lusitano em 1645, os milicianos judeus eram em número de 350, ou seja, metade

do total.

Segundo o excelente relato de Johan Nieuhoff, alemão que serviu de 1640 a

1649 na Dutch West India Company no Brasil Holandês, publicado em 1682 em

Amsterdã:

“... os judeus, mais do que ninguém, estavam em uma situação desesperadora,

preferindo portanto morrer de espada na mão do que enfrentar a fogueira sob o

jugo português...”

Não há documentos que permitam avaliar quantos milicianos judeus morreram

em combate, mas este número parece ser elevado, conforme se depreende

de uma petição das Nações Judaicas de Amsterdã e do Brasil, enviada

às autoridades holandesas, datada de setembro de 1653 em Amsterdã, e assinada

por Abraham de Azevedo, um dos judeus mais importantes do Brasil

Holandês:

“... a Nação Judaica esteve sempre desejosa e vigilante, mantendo guarda dia e

noite, como os demais habitantes. Assim sendo, muitos deles foram mortos pelo

inimigo em combate...”

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