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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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Estrela de David no Cruzeiro do Sul 53

O prédio da sinagoga foi em nome do rei e por alvará do governador Francisco

Barreto, de 27 de setembro de 1656, doado a um dos comandantes da rebelião,

João Fernandes Vieira. Outro comandante, Henrique Dias, recebeu em doação

o cemitério dos judeus, cuja localização exata é desconhecida até os nossos dias.

Os que não escaparam tiveram que se converter para escapar da Inquisição,

transformando-se em criptojudeu, praticando o judaísmo em segredo. No interior,

escondiam-se das autoridades nas pequenas cidades ou fazendas.

Os cristãos-novos, criptojudeus ou conversos, embora perseguidos pela

Inquisição, se tornaram pioneiros no cultivo da cana e na produção de açúcar nos

engenhos, mas as perseguições, arrestos, confisco de propriedades e a emigração

dos judeus impactaram severamente a economia brasileira, quase paralisando a

produção e exportação de açúcar, desarranjando o comércio entre Brasil e Portugal.

Ainda em 1647, a Inquisição prendeu Isaac de Castro, por ensinar ritos e

costumes judaicos no Brasil. Mandou-o para Lisboa, onde foi condenado, sendo

queimado vivo na fogueira.

A discriminação perdurou até 1773, quando um decreto real finalmente

aboliu a Inquisição contra os judeus. Mal imaginavam aqueles sofridos judeus

brasileiros que 347 anos mais tarde, em 2002, a velha sinagoga seria reaberta.

Soldados judeus no Brasil Holandês 3

O Brasil Holandês perdurou de 1630 a 1654, com a invasão de Olinda e Recife,

podendo ser dividido em três fases:

▶▶

1630-1637 – Resistência ao invasor.

▶▶

1637-1644 – Administração do Conde e Príncipe João Maurício de

Nassau-Siegen – 25 de janeiro de 1637 a 6 de maio de 1644.

▶▶

1644-1654 – Insurreição pernambucana.

A tolerância religiosa e liberdade de consciência garantida pelo governo de

Haia às colônias a serem conquistadas pela Dutch West India Company (Cia.

Holandesa das Índias Ocidentais), induziu judeus a participar da expedição ao

Brasil em 1629, com 7.180 soldados e marinheiros, e uma frota de 56 navios

armada com 1.170 peças de artilharia, tendo os primeiros 3 mil soldados desembarcado

em Recife, no Pau Amarelo, aos 15 de fevereiro de 1630.

Conforme o cronista da época, Duarte de Albuquerque Coelho, o judeu

Antonio Dias – conhecido como Paparrobalos, que foi por vários anos comerciante

em Pernambuco antes de chegar à Holanda –, guiou aquela primeira onda

de desembarque, já que o território era ainda desconhecido para as tropas invasoras,

compostas por mercenários de várias nacionalidades contratados por três

anos. Havia holandeses, alemães, noruegueses, escoceses, judeus e outros 4 .

3

Com subsídios do paper de Arnold Wiznitzer, Jewish Soldiers in Dutch Brazil (1639-1654),

AJHS – American Jewish Historical Society, PAJHS XLVI, set. 1956, p. 40-50.

4

MELLO, José Antonio Gonsalves de. Tempo dos flamengos. Rio de Janeiro, 1947, p. 57.

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