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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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CAPÍTULO 7

Bandeirantes

Mestre de campo Antonio Raposo Tavares, o Bandeirante – 1598-1650

Segundo a eminente Prof.ª Anita Waingort Novinsky 1 , uma das maiores

autoridades mundiais em marranismo e estudos dos cristãos-novos, há um

mistério em torno da vida de Raposo Tavares, bandeirante paulista que

expandiu as fronteiras brasileiras às custas dos domínios espanhóis. Entretanto

pesquisas recentes acrescentaram um fato novo à história dos bandeirantes: sua

possível origem judaica, da qual não se conhecem ainda muitos detalhes. Há

relatos que afirmam que ele avançava em nome da lei de Moisés, contestando

jesuítas, opressão e fanatismo. Afinal, ele e muitos bandeirantes possuíam, efetivamente,

parentes presos nas terríveis prisões da “Santa Inquisição”.

A documentação dos inquisidores sobre os hereges brasileiros era enviada

ao Provincial da Companhia de Jesus, isso desde a primeira visitação de 1591.

Os bandeirantes eram mencionados como judeus, sob epítetos como corsários

e facínoras.

Antônio Raposo Tavares, o Velho, nasceu em 1598, em São Miguel de Beja,

Alentejo, de origem judaico-portuguesa, tendo falecido em 1658 em São Paulo.

Filho de cristãos-novos, chegou ao Brasil em 1618 com o pai, Fernão Vieira

Tavares, designado capitão-mor governador da Capitania de São Vicente em

1622. Era assim preposto do Conde de Monsanto, donatário da Capitania de São

Vicente. A mãe era Francisca Pinheiro da Costa Bravo.

Com a morte do pai mudou-se a Vila de São Paulo no planalto de Piratininga,

passando a integrar expedições para a Captura de índios. Raposo foi criado no

Alentejo natal pela madrasta, Maria da Costa, que observava em segredo as festas

e tradições judaicas. Capturada pela Inquisição com outros parentes, confessou-se

culpada sob tortura, do “crime de judaísmo”.

Raposo tinha 18 anos ao chegar em São Paulo. Em 1628, expulsou os jesuítas

do Paraguai e incorporou as terras conquistadas ao Brasil. Além de atacá-

-los, ainda destruía suas igrejas e imagens. Como se sabe, o judaísmo é uma

1

NOVINSKY, Anita Waingort (historiadora e professora livre-docente da USP). O judeu Raposo

Tavares e os jesuítas, Folha de São Paulo, 11 abr. 2013.

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