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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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590 Israel Blajberg

O Itagiba aproximava-se de Salvador quando o U-507 lançou dois torpedos,

que partiram ao meio o navio, o afundando rapidamente a 13 milhas do

Morro de São Paulo. Eram 10h50 de 17 de agosto. Dos 181 a bordo 145 sobreviveram

no mar, até que às 14h veio em socorro o vapor Arará, que navegava

para Valença. Alter Ber, jovem de 18 anos, atlético e bom nadador, mas que foi

vencido pelas ondas ao tentar ajudar o pai Nute Faiwel, ficando os dois entre

os 36 desaparecidos do Itagiba. Lamentavelmente, a Alemanha nazista acabava

de assassinar judeus no Brasil, juntamente com centenas de outros patrícios,

numa versão reduzida do Holocausto que já vinha ocorrendo na Europa

sofrida.

A triste notícia caiu como uma bomba sobre a população. Imediatamente,

as ruas foram tomadas pelo povo, com os estudantes à frente, os caras pintadas

da época, exigindo que o governo revidasse a brutal agressão. Diante do clamor

popular, o presidente Vargas, em 31 de agosto de 1942, declara o estado de

guerra com a Alemanha e Itália.

Enviando submarinos para torpedear nossos navios mercantes, Hitler

empurrou o Brasil para lutar junto aos aliados com a Força Expedicionária de 25

mil soldados, dos quais 25 judeus 13 , vários condecorados com as mais significativas

medalhas.

Tendo Brasil perdido mais 1 milhar de vidas preciosas nos torpedeamentos,

causa espécie que em princípios de 1964 durante a viagem de instrução do

Navio-Escola Custódio de Mello, quatro Oficiais da Marinha do Brasil 14 durante

escala em Hamburgo fizessem “visita de cortesia” ao Almirante Doenitz, nazista

convicto e antissemita, responsável pelas terríveis atrocidades e crimes de guerra

praticados contra brasileiros indefesos.

Passadas décadas, a Alemanha é uma nação amiga, mas não se pode esquecer.

Diante do Monumento aos Náufragos, no Forte do Imbuhy em Jurujuba,

Niterói/RJ, o Exército recorda anualmente os que fizeram sua última viagem

para jamais retornar, tendo como túmulo os mares verdes do Nordeste.

Jacob Lewin 15

“Então, ele foi morar em Jacarepaguá e ampliou os negócios. Ele percebeu que

ele não podia ser refém de um único fornecedor comerciante, logo começou a

diversificá-los. Ele já possuía um nome, conhecimento sobre o assunto, e podia

jogar com isso. Conheceu, em uma de suas andanças, um libanês, o senhor Fuad,

na Rua da Alfândega, dono de uma casa de tecidos. Tecidos melhores do que os

que meu pai vendia para a sua freguesia. Um dia, esse senhor disse ao meu pai:

‘Sabe, seu Jacó, eu tenho um negócio para o senhor. Ganhei uma concorrência,

vou fornecer uniformes para a Intendência e quero que o senhor organize isso

13

Percentual de 0,1 %, compatível com os 40 mil judeus da época, numa população total de 40

milhões, ou seja, 1 cidadão judeu para cada 1.000 habitantes.

14

FRANCO, Celso. Meu Encontro com o Almirante Karl Doenitz, p. 94-98. Paiol de Saudades

– Crônicas. Rio de Janeiro: Enelivros, 2000.

15

Professora Helena Lewin recorda seu pai.

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