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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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38 Israel Blajberg

sem nada puderem fazer, o esforço de Alter Ber, jovem de 18 anos, atlético

e bom nadador, mas que foi vencido pelas ondas ao tentar ajudar o pai Nute

Faiwel, ficando os dois entre os 36 desaparecidos do Itagiba. Lamentavelmente,

a Alemanha nazista acabava de assassinar judeus no Brasil, juntamente com

centenas de outros patrícios, numa versão reduzida do Holocausto que já vinha

ocorrendo na Europa sofrida.

Por incrível que pareça, os nazistas não se comoveram com a sorte dos náufragos!

Também o Arará, com as máquinas paradas, foi torpedeado logo em

seguida, tendo a bordo 15 sobreviventes que recolhera do Itagiba.

Como por milagre, uma hora depois surgiu o barco de madeira Aragipe,

que vinha de Ilhéus transportando cacau, recolhendo os novos náufragos, alguns

tendo escapado dos dois naufrágios, como foi o caso do então soldado do 4.º

GADo, Dálvaro José de Oliveira, hoje tenente, com 94 anos, antigo Presidente da

Associação Nacional dos Veteranos da FEB. Dálvaro todo ano comparece à cerimônia

recordatória no quartel do 21.º Grupo de Artilharia de Campanha, unidade

que sucedeu o 4.º GADo, sediada em Niterói-RJ. Dos 35 a bordo do Arará,

apenas 15 se salvaram. O U-507 afastou-se devido a aproximação do cruzador

Rio Grande do Sul, e de uma aeronave, permitindo o salvamento de 159 náufragos.

Também o saveiro Deus do Mar retirou da água muitos sobreviventes.

O U-507 estava avariado, com defeitos no tubo de torpedos e na câmara de submersão.

Foi atacado por uma aeronave da USAF, reagindo com fogo de canhão.

Sua última vítima foi a barcaça Jacira, afundada com cargas de detonação.

No Aníbal Benévolo, desapareceu também um tripulante judeu, o 2.º

Comissário Mauricio José Pinkusfeld, de 18 anos, recém-saído da Escola da

Marinha Mercante. Foi a sua primeira, última e única viagem 6 . A perda foi

imensa, uma tragédia. Apenas quatro dos 154 a bordo se salvaram.

A triste notícia dos cinco navios afundados caiu como uma bomba sobre a

população. Imediatamente as ruas foram tomadas pelo povo e pelos estudantes,

os caras pintadas da época, exigindo que o governo revidasse a brutal agressão.

A multidão em frente ao Itamaraty e os marítimos diante do Palácio Guanabara

clamavam por uma resposta ao ataque traiçoeiro e imotivado, tendo em vista

nossa terra tão dadivosa e tão hospitaleiramente acolhedora, até para os próprios

alemães.

Em resposta, o presidente Getúlio Vargas em seu discurso declarou que

“os agressores não ficariam impunes, com os bens dos súditos do Eixo no Brasil,

esta boa terra que lhes deu hospitalidade e onde fizeram fortuna sendo incorporados

ao patrimônio do Estado; e que os quinta-colunistas, os espiões, traidores

dos interesses brasileiros, denunciantes da partida dos navios afundados, iriam

de enxada e picareta ao ombro, cortar estradas no interior do Brasil. O Brasil

defenderá as suas águas e trabalhará pela sua grandeza!” 7

6

BLAJBERG, Israel. Soldados que vieram de longe, p. 119-123.

7

Agressão – Documentário dos fatos que levaram o Brasil à guerra, DIP. Rio de Janeiro: Imprensa

Nacional, jan. 1943.

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