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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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544 Israel Blajberg

da Segunda Guerra Mundial, quando Natal foi o Trampolim da Vitória, até que

ao final da década de 1960 chega o ocaso. A geração de imigrantes já não estava

mais aqui, outros se transferiram para Salvador e Rio de Janeiro, a sinagoga foi

fechada, o cemitério caindo em desuso.

Mas estava escrito que a Estrela de David não haveria de deixar Natal... Com

efeito, numa sexta-feira à noite, pedi ao taxista que me levasse na Rua General

Varela. Com alguma dificuldade achamos a antiga rua dos judeus, próximo ao

Colégio da Imaculada Conceição, onde eles tinham suas lojas e residências, próximo

a antiga sinagoga que não mais existe. Era uma noite fresca no começo do

outono. Não havia ninguém, nem carros passando pelas ruas escuras. Apenas

uma pequena casinha com as luzes acesas e janelas fechadas. Desci do táxi e

fiquei por algum tempo estático diante do prédio branco modesto, com uma

estrela de David no alto. Uma brisa vinha do rio Potengi, me encontra sozinho

perdido no silêncio daquela ruela escura e estreita, onde há várias décadas efervescia

a vida da Natal judaica. Imagino-me retornando àquele passado distante

da Segunda Guerra Mundial... A qualquer momento algum judeu poderia sair

de uma daquelas esquinas, quem sabe a figura serena do capelão militar americano

Shaftei Baum, acompanhado de marines e aviadores judeus, todos envergando

orgulhosos a farda cáqui, para o serviço religioso; ou quem sabe, um dos

Palatnik, que piedosamente construiu a sinagoga....

Logo desperto das divagações, e bato à porta. Cerca de 15 fiéis assistem

ao serviço. A maioria de anussim (retornados), cujo judaísmo latente despertou

após anos, quem sabe, séculos adormecido nos desvãos da história. Mas a pátina

do tempo não foi suficiente para apagar a chama. E aqui estou eu, testemunhando

▶ ▶ 25 de março de 2012 – O autor, o pesquisador Augusto Maranhão, diretor de Ensino e Pesquisa da

Fundação RAMPA, e um amigo na ala judaica do Cemitério do Alecrim, Natal/RN. Acervo do autor.

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