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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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Estrela de David no Cruzeiro do Sul 543

Pouco a pouco todas as famílias se assimilaram e guardaram tradições e sinais

culturais. Abdon se empenhou em estudar judaísmo, tornou-se judeu convicto.

Seu filho José Nunes Cabral de Carvalho tinha uma biblioteca anexa à sua

casa, na Rua Abdon Nunes. Faleceu de repente, e sua filha Sheila, colega de faculdade

do Cel. José Fontes Sobrinho, ligou altas horas da noite para saber com ele

como entrar em contato com o rabino, pois seu pai antes de fechar os olhos havia

expressado o desejo de ser sepultado como judeu no cemitério israelita, e lhe

pedira que procurasse o Cel. Fontes, pois ele saberia quem é o rabino, para obedecer

o ritual hebraico. O Cel. José Fontes Sobrinho fora aluno do prof. Cabral

em 1970 no Curso de Antropologia da UFRN.

Os marranos potiguares 12

O despertar dos marranos em Natal – RN, abordado na obra de João F. Dias de

Medeiros, nos faz identificar a proto-história desta busca pelas raízes ancestrais

dos cristãos-novos no Rio Grande do Norte.

Assim, encontramos um dos heróis da resistência à invasão do bando do

cangaceiro Virgulino Ferreira, o Lampião, à cidade de Mossoró, RN, em 13

de junho de 1927, o então tenente da Polícia Militar do Rio Grande do Norte,

Abdon Nunes de Carvalho.

Este, já em 1913, revelou viver de acordo com o universo simbólico judaico,

ao circuncidar seu filho, José Nunes Cabral de Carvalho aos oito dias de nascido.

Estudiosos do marranismo potiguar atribuem a José Nunes Cabral de

Carvalho (1913 – 1979), o aprofundamento dos estudos das origens judaicas do

povo nordestino e o apostolado marrano.

O conceituado historiador e genealogista Paulo Valadares lança a hipótese

de que foi após encontrar-se com uma comunidade israelita, em Niterói, RJ, especialmente

a família de Samuel Cudisevici, que o mesmo decidiu criar uma sociedade

para congregar os marranos potiguares. 13

Havendo estudado Odontologia em Niterói, RJ, tornou-se professor na

Universidade Federal do Rio Grande do Norte e cofundador, junto com Luís

da Câmara Cascudo e outros, do Museu de Antropologia da Universidade, em

Natal, RN. Certamente, conhecedor da obra de Luís da Câmara Cascudo, pôde

encontrar em Mouros, Franceses e Judeus: Três Presenças no Brasil, de 1967, as

reminiscências dos costumes judaicos na cultura brasileira.

Natal – uma comunidade singular 14

Em 1984, sob este título, o casal de historiadores Egon e Frieda Wollf lançou um

livro sobre a comunidade judaica de Natal. Com a vinda de imigrantes judeus

a partir de 1920, teve escola, sinagoga, cemitério, atingindo o apogeu na época

12

SILVA, Marcos (Doutor em História da Educação, Departamento de História/UFS, Universidade

Federal de Sergipe). Retorno ao judaísmo no Nordeste brasileiro: o caso dos marranos potiguares.

13

VALADARES, Paulo. De Jerusalém para Lisboa, de Lisboa para o Sertão. Boletim do AHJB, n.º

42, mai. 2010, p. 25.

14

BLAJBERG, Israel – Reminiscências de visita a Natal, mar. 2012.

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