09.01.2022 Views

Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

526 Israel Blajberg

Dubessá na Bessarábia. Quando jovens, no início do século XX, emigraram para

a Argentina, onde se conheceram e se casaram.

Viveram alguns anos na Argentina e depois vieram para a cidade de Santos/

SP, no Brasil, onde montaram um pequeno hotel. Mais tarde se mudaram para

o Rio de Janeiro e se estabeleceram na Praça XI, onde Isaak montou uma loja de

antiguidades, próxima à Rua de Santana, e Elisa, exímia cozinheira, uma pensão.

Lá, tantos judeus como não judeus se deliciavam com sua culinária tipicamente

judaica.

Foi em um sobrado na Rua Benedito Hipólito n.º 65, na Praça XI, bairro em

que naquela época se concentrava a maioria da comunidade judaica do Rio de

Janeiro, que David Leon Rodin nasceu e passou grande parte de sua vida.

Desde cedo, manifestou aos pais seu sonho de viajar e conhecer lugares distantes

e remotos e lhes disse que queria entrar para a Marinha, o que, então, não

foi levado em conta por julgarem ser um sonho efêmero. Diziam-lhe que ele

seria médico, engenheiro ou advogado, como seus colegas.

David cursou o primário na Escola Pública Clementino da Silva, na Rua do

Senado, próxima à sua residência. Prestou concurso para o Colégio Pedro II, na

antiga Rua Larga e atual Av. Marechal Floriano, tendo passado em 1.º lugar, e

onde cursou o ginásio e o científico.

Em busca da realização de seus sonhos, prestou concurso, em 1927, para a

Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante do Brasil, obtendo a 1.ª

colocação, na qual se formou como Praticante de Piloto, em 13 de novembro de

1929, aos 17 anos.

Por ser filho único, David teve sérias rusgas com seu pai, que era radicalmente

contrário à carreira que ele pretendia seguir e que o sujeitaria a ausências

prolongadas e fora do convívio familiar. Mas quem tem sonhos e ideais deve persegui-los,

assim o fez David, vindo a tornar-se o primeiro comandante brasileiro

judeu da Marinha Mercante Brasileira.

Por isto e por ser rígido e exigente com seus comandados, e consigo mesmo

no cumprimento de suas obrigações, era conhecido como o “Comandante

Judeu”, o que muito o orgulhava.

Em 1935, aos 23 anos, já embarcado como Piloto em navios do Lloyd

Brasileiro, conheceu numa festividade judaica Cecilia Sintob, também da Praça

XI, que viria tornar-se sua mulher.

Por ser da Marinha Mercante, ocorreu um fato pitoresco neste relacionamento:

David apaixonado por Cecilia, por diversas vezes tentou pedi-la em casamento

aos seus pais, como era o costume da época, mas o pai de Cecília, Isaac

Sintob, opunha-se terminantemente ao casamento pois achava que ele, David,

sendo da Marinha, deveria ter uma mulher em cada porto.

David, desanimado, achando que ia perder a noiva, apelou para um amigo

que era delegado de polícia, pedindo-lhe que intimasse Isaac Sintob. Este, muito

assustado, compareceu à delegacia e, após saber do que se tratava, explicou ao

delegado porque não queria o casamento. O delegado, muito paciente, conversou

com Isaac e explicou-lhe a sincera intenção de David. Depois de muita conversa

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!