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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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466 Israel Blajberg

Chefiou os comitês de imprensa de vários candidatos a cargos eletivos,

como Paulo Maluf, Reinaldo de Barros, João Oswaldo Leiva, Orestes Quércia,

Alceu Collares, José Aristodemo Pinotti.

Depoimento 6

“Pois então, meu ano de serviço militar foi, no mínimo, fantástico – como são as

histórias do Gabriel Garcia Marquez. Servi no 1.º Grupo de Canhões Automáticos

Antiaéreos 40, ali ao lado da Quinta da Boa Vista, entre o morro de Mangueira

e o estádio do Maracanã. Aprontei todas, inclusive, e, sobretudo, atuando numa

célula do Partido Comunista! Corria o ano de 1955, e quem viveu ou leu relatos

de cronistas da época pode imaginar o que foi aquele período. Estive pra ser

expulso do exército, e fui salvo, na penúltima hora, pela intervenção de Agildo

Barata, naquele momento dirigente do PCB com cabeça a prêmio. Mas havia

entre os militares um compromisso ético, de que camaradas de escola militar

seriam sempre camaradas. O Agildo foi ao quartel, falou com o então Coronel

Orlando Geisel, e ficou tudo tranquilo pro meu lado...

Em termos: continuei agitando a soldadesca, razão pela qual, em um ano

de serviço militar, “puxei” uns 90 dias de cadeia. Mas, com a intervenção do

Agildo, curiosamente, fui promovido a cabo e a datilógrafo do Boletim Secreto. E

confidente do Comandante Cel. Geisel. Dá pra imaginar?

Como “datilógrafo do boletim secreto”, trabalhava no próprio gabinete do

Geisel, com quem tive uma relação muito boa. Falávamos de política, Marxismo,

Lenin, Trotsky, Prestes e adjacências. No movimento de 1955 sai do xadrez para

“comandar” minha unidade de canhões, em defesa da posse de Juscelino e Jango.

O exército popular desse período me levou a ganhar a Medalha do Pacificador

(das mãos de Lott) e à promoção a terceiro sargento.

Na madrugada de 11 de novembro eu estava em cana e fui acordado pelo

Capitão Conti Filho: “Levanta, 353, vamos pra rua!”. “Contra quem, a favor de

quem?”, perguntei. “Pra dar posse ao Juscelino e ao Jango. Vamos lá, assuma a

sua bateria!”.

Ficamos no morro da Providência com ordens de abater qualquer coisa que

voasse, de urubu a avião. Foram dez dias de chuva, barro, cachaça e pouco banho.

Depois disso, vivi a experiência de um exército popular, sem hierarquias.

Sargentos, soldados e oficiais eram todos iguais, naquele curto período. Fui o

último a dar baixa, prestigiadíssimo pela tropa.

Voltei à vida civil em fevereiro, mas em 25 de agosto daquele ano, acreditem

(e por isso eu digo que foi uma coisa digna de Garcia Marquez), fui condecorado

com a Medalha do Pacificador!

Eu a perdi há anos, mas graças ao expediente de um companheiro do Rio,

ganhei um novo exemplar, que agora está muito bem guardado em casa.

Onze anos depois na sede de O Globo havia dois restaurantes, o mais chique

apelidado de UDN, e o mais popular, PTB.

Eu costumava almoçar no PTB, é óbvio, à vontade, sem paletó nem gravata,

sem lenço nem documento. Mas um dia, a secretária do Doutor Roberto

6

VELTMAN, Henrique, “Do Beco da Mãe a Santa Teresa”

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