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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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Estrela de David no Cruzeiro do Sul 431

de Henryk Siwierski, da Universidade de Cracóvia. São poesias variadas baseadas

nas raízes judaicas do autor.

Recebeu a comenda Benjamin Colluci da OABMG e a medalha da Polícia Militar

de São Paulo. Tese de doutoramento com Marilia Librandi (Stanford University) foi

defendida na USP sobre sua obra poética (nota 10, distinção e louvor).

Seu livro O Direito no divã, antologia organizada por Flavio Goldberg, é

prefaciado pelo vice-presidente da República Michel Temer e apresentada pelo

deputado e procurador Fernando Capez.

Depoimento 31

Nasci em Juiz de Fora – MG, estudei no colégio criado por missionários protestantes

norte-americanos, o Instituto Grambery. Meus pais, imigrantes judeus

poloneses, não eram pobres, eram miseráveis.

Meu pai chegou ao Brasil com 18 anos, sua primeira pousada foi o banco

de jardim. Juiz de Fora tinha um jardim, uma praça, e as dez primeiras noites ele

dormiu nesse jardim, em nível de mendicância. E até hoje eu tenho esse impacto

quando eu ouço a informação de que os judeus são proprietários da riqueza do

universo e eu pergunto: “E o meu quinhão, onde é que está?”.

Porque a verdade é que não tive acesso a esse quinhão. Minha identificação

é muito mais com aquele imigrante analfabeto – eu é que ensinei meu pai a assinar

o nome dele quando ele tinha 35 anos, peguei a mão dele e disse é assim que

se faz, aquele herói que não sabia escrever o nome.

Eu servi no NPOR em Juiz de Fora. Eu cheguei pro meu pai, que já era

muito bem relacionado a essa altura em Juiz de Fora e falei: “Pai, não dá pra você

quebrar um galho e dar um jeito de eu não servir o exército?”. Meu pai conversou

com um, com outro e me disse usando uma expressão tipicamente mineira... vocês

veem, às vezes, quando lhe interessava, ele era judeu, outras vezes era mineiro... e

ele falou: “Não, não, não, você vai servir o Exército porque o Capitão fulano de tal

disse que o sujeito para virar homem tem que servir o Exército”.

Mas o fato é que servi o então NPOR – Núcleo Preparatório de Oficiais da

Reserva, que era hipomóvel, ou seja, ainda naquela época, embora fosse o 12.º

Regimento de Infantaria, mas ele era movido a cavalo. Quer dizer: ainda por cima

eu ia ter que me entender com os cavalos. Foi uma dificuldade muito grande que acabou

posteriormente significando uma produção de um poema hoje traduzido para

muitas línguas, o poema está no Youtube, é uma leitura, o título é “O cavalo e eu”.

Eu vim apresentar o “Projeto sobre Serviço Social no Exército Brasileiro”

na PUC, sob supervisão do professor Cortez, que era do grupo do governador

Franco Montoro, com quem depois eu fui trabalhar, tive experiências extraordinárias

com esse grande líder democrata-cristão.

Franco Montoro, trabalhei com ele durante muito tempo, criei o conceito

“Tucano” durante um café da manhã no palácio. Montoro deu o nome de minha

mãe, Fanny, à Escola de Francisco Morato... 32

31

Conferência de J. P. Goldberg no Curso de Mestrado em Direito, no crédito de Filosofía da

Faculdade de Direito da PUC/SP. Em 30 mai. 2012.

32

Escola Fanny Goldberg, escola municipal localizada na cidade de Francisco Morato, no bairro

Belém Capela.

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