09.01.2022 Views

Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Estrela de David no Cruzeiro do Sul 17

Há que se destacar a importante contribuição judaica para as navegações e,

assim, a descoberta do nosso país. Foi marcante a cultura judaico-espanhola e

sua influência na cultura ocidental, irradiada que foi para Portugal e de lá para

tantos destinos, como o nosso Brasil – incluindo-se em lugar de destaque as

ciências de navegação, cartografia e astronomia.

A expulsão dos judeus da Espanha ocorreu em 1492, justamente o ano da

descoberta da América por Cristóvão Colombo. A essa altura já existia uma

massa crítica de cartografia e astronomia, em boa parte acumulada pela intelligentsia

judaica, e que viabilizou os grandes descobrimentos, como o do continente

americano por Colombo – que seria impossível sem o aporte dos grandes

geógrafos e astrônomos judeus da época, que tiveram importante papel no preparo

e fundamentação teórica das grandes viagens de navegação no século XV e

na produção de mapas e instrumentos. Era o software e o hardware, o estado da

arte da tecnologia na época, que permitiu as grandes descobertas.

Algumas correntes defendem, inclusive, a tese de que o próprio Colombo

seria judeu, bem como boa parte das tripulações.

Judeus dirigiam as escolas de cartografia na Península Ibérica – eram os

chamados “judeus dos mapas ou do compasso”.

Junto com os instrumentos da época, astrolábios e balestilhas, os mapas eram

fundamentais. A palavra mapa vem do vocábulo “mappah”, palavra oriunda da

língua hebraica e de outras línguas semíticas, significando rolo, toalha de mesa.

Os mapas eram complementados por tratados emblemáticos, como Libros del

saber de astronomia, importante obra de síntese científica das culturas cristã,

judaica e muçulmana da Península Ibérica; e da Midrash Chochmá, uma enciclopédia

científica, elaborada por Yehudá Cohen, já no século XII.

Yehudá, judeu sefardita espanhol, era médico oficial da Corte do rei Afonso

X, o Sábio, de Castela, e traduziu do árabe para o castelhano livros de astronomia e

filosofia. Assim como foram especialmente relevantes para as navegações as famosas

Tábuas Afonsinas, uma compilação de listas de movimentos planetários, obra

de dois astrônomos judeus, também sefarditas espanhóis, Isaac ben Sayid e Yehudá

ben Moshé Cohen. Constituíram-se em documentos básicos para a astronomia

moderna, tendo evoluído a partir das Tábuas de Toledo, compiladas por 12 astronômos

judeus chefiados pelo astrônomo árabe de Córdoba Al Zarkali (Arzachel). Tais

tabelas astronômicas foram organizadas por ordem do rei Afonso X. Dividiam o ano

em 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 16 segundos. Também conhecidas como “Tabulae

Astronomicae” (Tábuas Astronômicas), os autores as dedicaram ao rei Afonso X.

Durante seu reinado, Afonso X, o Sábio (1221-1284) – “Rey de Castilla y

Lion” de 1252 até 1284 – estimulou os eruditos judeus sefarditas do seu reino a

traduzir para o castelhano as principais obras árabes de Astronomia, Matemática,

Botânica, Medicina e Filosofia. Ele nasceu em Toledo e morreu em Sevilha. Foi

estudioso de Astronomia, de Ciências, de História e de Direito Romano.

Mais tarde, vieram à luz o Regimento do Astrolábio e do Quadrante e o

Tratado da Esfera – o exemplar de Munique, livro de Navegação e Astronomia

Geocêntrica, de 1509, traduzido por Joaquim Bensaúde.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!