09.01.2022 Views

Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Estrela de David no Cruzeiro do Sul 265

David era cabo, servindo no I Grupo do 2.º Regimento de Obuses

Autorrebocado (I/2.º ROAuR). Pertence a uma família de agricultores judeus

que até hoje se dedica ao plantio de soja e trigo no Rio Grande do Sul. Nasceu na

antiga Erechim, hoje município de Getúlio Vargas, em 5 de março de 1920, filho

de Gregório e Sara.

Como outros veteranos judeus, David descende de imigrantes que vieram da

Rússia no projeto financiado pelo Barão Maurice de Hirsch, que fundou a Jewish

Colonization Agency, que comprava terras no interior do Brasil, Argentina,

Estados Unidos e Canadá, e pagava as passagens dos judeus que quisessem sair

da Europa sofrida e se transformarem em agricultores naquelas terras abençoadas,

carentes de povoação e mão de obra, onde prosperariam e conservariam

suas ricas tradições.

Havia acabado de prestar o serviço militar e dado baixa como cabo telegrafista

e motorista quando o Brasil declarou guerra aos países do Eixo. Era reservista

de 1. a categoria quando, em 14 de fevereiro de 1944, foi incorporado como

voluntário ao estado efetivo do grupo, sendo promovido a Cabo Metralhador.

Alistou-se como voluntário e aceitou a função de soldado “para evitar a

extinção do povo judeu”, segundo suas próprias palavras. Até o dia em que, já

embarcado no navio norte-americano que transportava o contingente militar

brasileiro para a Itália, foi chamado pelo alto-falante para a cerimônia do Yom

Kipur, não conhecia outro judeu que tivesse participado da FEB.

Já no front, Lavinski participou de toda a campanha da Itália dirigindo

caminhões que transportavam munição para as unidades de artilharia. Trata-se

do Grupo Bandeirante, antigo I Grupo do 2.º Regimento de Obuses 105 mm de

Quitauna, hoje transformado no 21.º Grupo de Artilharia de Campanha Leve

de Barueri, a unidade que até hoje comemora a última missão de tiro na Itália, a

1h45 da madrugada do dia 29 de abril de 1945, coincidindo com a rendição da

148.ª DI alemã.

David foi elogiado pelo Capitão Comandante da 2. a Bateria, Walmicki

Ericsson, nos seguintes termos: “Agradeço e louvo o Cabo David Lavinski pela

eficiência e cooperação na marcha e ocupação de posição na noite de 13 para 14

de novembro de 1944.”

Em 15 de junho de 1945, recebeu mais um elogio individual do Cmt. Bia:

“O Cabo David Lavinski, metralhador durante toda a Campanha da Europa, mostrou

ser um subordinado disciplinado, zeloso com o material que lhe foi distribuído,

sempre pronto para atender às ordens e de eficiente manejo da sua metralhadora.

Apesar dos rigores do inverno, sempre esteve alerta de sentinela. É um cabo cioso de

suas funções dotado de espírito militar e, sobretudo, de boa educação.”

Em 20 de junho foi novamente elogiado individualmente pelo Cmt. Bia nos

seguintes termos:

“O Cabo 456 David Lavinski, metralhador, pela atuação que teve no desempenho

das suas funções na ofensiva da primavera que começou com o ataque

ao triangulo Montese-Montelo – Monte de Bufani, e culminou com o ataque as

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!