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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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Estrela de David no Cruzeiro do Sul 231

Brasil, país católico, cristão. O mais curioso é que nós estávamos separados do

recinto dele por uma espécie de gradeado e ele, quando terminou de falar, se

aproximou do gradeado e todo mundo, todos os outros soldados, apresentavam

a ele crucifixos e rosários para que ele abençoasse. E eu estava na primeira fila,

consegui ficar. Então detrás vinham os rosários e os crucifixos, e eu me apresentei

ao Papa quando ele ficou perto de mim.” (risos)

No navio de transporte de tropas em que seguiu para a Itália, Gorender

foi “descoberto” por marinheiros americanos judeus. Havia marinheiros negros

segregados, dormiam separados dos brancos. O capelão do regimento também

sabia, era um pastor protestante, Reverendo Soren, uma pessoa muito simpática,

que foi o primeiro capelão militar evangélico do Brasil. Era o mês de setembro,

quando se comemora o Rosh Hashaná, ano novo judaico. Houve uma cerimônia

e embora não fosse religioso, mas nas circunstâncias de uma guerra contra

inimigo antissemita, Jacob participou com mais dois militares brasileiros judeus.

Havia 15 ou 16 participantes, dos quais dois oficiais.

Quando acabou a guerra, o regimento ficou acampado em Piacenza, a 100

km ao sul de Milão. Em uma das “tochas” (passeios), Jacob pegou carona em uma

viatura com a Estrela de David, e falou em iídiche com seus ocupantes, descobrindo

assim que havia uma Brigada Judaica no 8.º Exército Inglês. Eram judeus

da Palestina. Na viagem de volta para o Brasil, um reverendo-capelão o apresentou

a sete ou oito marinheiros judeus, com quem conversava muito. Um era 1.º

Sargento e cuidava da farmácia de bordo, onde havia penicilina líquida, armazenada

em geladeira. Quando houve o desfile triunfal na Av. Rio Branco, esses

marinheiros ficaram na frente da multidão, e fizeram uma saudação quando Jacob

passou diante deles. Foi a última vez que se viram, Jacob nunca mais soube deles. 27

Pensador marxista, Jacob, um dos grandes vultos intelectuais da FEB, um

dos mais respeitados militantes da esquerda brasileira, residia em São Paulo, era

professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP, tendo falecido

em 11 de junho de 2013 aos 90 anos, em sua casa no bairro de Pompeia, sendo

sepultado no Cemitério Israelita do Butantã/SP. O prefeito do Rio de Janeiro,

Eduardo Paes, assinou um decreto dando o nome de Gorender a uma rua na

Barra da Tijuca, próxima à Av. das Américas.

Marcos Chapire

Marcos Chapire era irmão do Capitão QAO Jacob Chapier Sobelman, tendo

ambos nascido em Santa Maria da Boca do Monte/RS, e integrado a FEB.

Filho de Benjamin Chapire e Rosa Chapire, tendo nascido em 3 de maio

de 1913. Eram avós paternos Chabse Chapire e Perel Chapire, e avós maternos

Mendel Aronis e Amalia Aronis. Casado com Odaiza Moura Chapire.

Os irmãos Marcos e Jacob foram criados separadamente com parentes da

família devido à separação dos pais e problemas de saúde da mãe, portanto, não

27

LICHAND, Gisela. Revista Shalom, Suplemento n. 299, p. 100-103.

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