09.01.2022 Views

Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Estrela de David no Cruzeiro do Sul 223

passaporte soviético, e em 2007 recebeu a Medalha Pushkin, concedida pela

URSS pela divulgação da cultura russa.

Atualmente reside em Higienópolis, na cidade de São Paulo.

Relato de Boris Schnaiderman para Saul Kirschbaum 22

Nasci em Úman, Ucrânia, em 1917, mas fui levado para Odessa quando tinha

cerca de 1 ano. Tive formação russa.

A família emigrou para o Brasil em fins de 1925. Residimos uns seis meses

no Rio de Janeiro e, depois, em São Paulo, onde cursei o primário e o secundário.

Meu pai estabeleceu-se no Rio de Janeiro em 1934, quando o ajudei numa

lojinha de perfumes. Ingressei em 1937 na Escola Nacional de Agronomia, pela

qual me diplomei como engenheiro-agrônomo.

Devido à legislação do Estado Novo, só poderia registrar meu diploma

depois de me naturalizar e obter o certificado de reservista. Minha naturalização

saiu em 1941, e em 1942 cumpri o serviço militar no Segundo Grupo do

1. o Regimento de Obuses Autorrebocado (nome dado à unidade, depois que foi

incorporada à FEB), onde fiz curso de sargento.

De posse da documentação exigida, tornei-me funcionário do Ministério da

Agricultura, lotado no Instituto de Ecologia Agrícola, na Baixada Fluminense.

Convocado nas vésperas do embarque do Primeiro Escalão da FEB para a

Itália, fui designado para a função de calculador de tiro, na qual permaneci no

decorrer da campanha. De regresso ao Rio de Janeiro, reassumi o meu cargo no

Ministério da Agricultura, do qual me demiti pouco depois.

Tendo residido ora no Rio ora em São Paulo, reingressei em 1948 na carreira

de agrônomo do Ministério da Agricultura, sendo designado para a Escola

Agrotécnica de Barbacena (Minas Gerais), onde permaneci até 1953, quando me

demiti novamente, passando a residir em São Paulo.

Trabalhei como redator de uma enciclopédia e, em 1960, tornei-me professor

da Universidade de São Paulo, onde fundei o Curso de Russo. Paralelamente,

fui tradutor de obras literárias russas (atividade a que me dediquei durante

muitos anos, pois minha primeira tradução de livro saiu em 1944). Publiquei

também artigos e livros de literatura, que incluem Guerra em surdina (ficçãodocumento

sobre os brasileiros na guerra) e algumas coletâneas de ensaios.

Aposentado da USP em 1979, continuo minhas atividades literárias até hoje.

Sou casado com Jerusa Pires Ferreira e tenho dois filhos de minha primeira

esposa, Regina Schenkman Schnaiderman, já falecida.

Respostas à entrevista

“Minha avó paterna era muito religiosa, mas meus pais eram assim completamente

assimilados. Quer dizer, eu não tive formação judaica nenhuma. O sentimento

de pertencer a uma comunidade judaica eu tive muito mais tarde e por

minha conta, já no Brasil, bem mais tarde. Inclusive eu fui parar na guerra por

causa disso, por causa da revolta que eu tinha pela situação do nazismo. Eu fui

parar na guerra por causa disso...”

22

KIRSCHBAUM, Saul. Entrevista com Boris Schnaiderman. De Odessa a São Paulo: uma vida

traduzida – Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG – V. 1, n. 5, out.

2009.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!