09.01.2022 Views

Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

196 Israel Blajberg

General Campello 15

I – Dois Tenentes

O Tenente Alberto Chahon, mais moço dos [anteriormente] citados, comigo

serviu no 2.º Regimento de Infantaria, quando se iniciou a organização da

FEB. Foi classificado no 1.º Batalhão do Regimento Sampaio e exerceu função

de realce como “oficial de transmissões”, termo usado na época para indicar

importante necessidade de combate e chefia, isto é, as comunicações necessárias

ao comando, no que respeita o estabelecimento das ligações, transmissão

de ordens e informações de combate. No 1.º Batalhão de Sampaio permaneceu

durante toda a campanha. Viveu as dificuldades da entrada em ação no

ataque, de 29 de novembro de 1944, a Monte Castelo, a defensiva de inverno

no Vale do Reno; o ataque vitorioso a Monte Castelo de 21 de fevereiro de

1945; as operações da ofensiva da primavera em Montese e a perseguição das

colunas inimigas até o Vale do Pó. Em nenhum momento ouvi ou presenciei

atos ou reclamações que atingissem sua atuação profissional, principalmente,

no seu Batalhão (Btl. Uzeda), cujo comandante não poupava àqueles que apresentassem

alguma falha. Alberto Chahon continuou sua carreira, já agora, no

posto de Coronel e fazendo parte de quadro especial, pois concluíra o curso

do Instituto Militar de Engenharia (QMB), Material Bélico. Calmo, simples e

cortês, compareceu sempre às reuniões de sua turma – “Os cadetes de 1938”.

Em setembro de 2001, perdemos o caro companheiro e fomos homenageá-lo

em seu sepultamento, no Ceminário de São Francisco Xavier (Ala Israelita).

O Tenente Moyses Chahon, irmão mais velho de Alberto, sempre apresentou

traços diversos de personalidade. Alegre e comunicativo, conosco confraternizou,

nos tempos felizes de tenentes solteiros, na Tijuca e em suas reuniões

festivas. Inteligente e com facilidade no trato de idioma estrangeiro, deixou

passar a oportunidade e foi ultrapassado por Alberto, que foi declarado

Aspirante a Oficial, da arma de Infantaria, um ano antes, a 3 de dezembro de

1940. A época era de incerteza e vamos encontrá-lo, vejam o destino, também

classificado no Regimento Sampaio, que se preparava para integrar a FEB.

Eram os tempos do 2.º Batalhão (Major Syseno) e o Ten. Chahon fora assumir

a sua função de comandante de pelotão da 6.ª Cia. Em novembro 1944, nosso

comandante do Regimento, o sempre lembrado Coronel Aguinaldo Caiado de

Castro, em sua “Ordem do Dia”, alertava seu Regimento: “Além, nas Alturas

Apeninas, o “Boche” invasor e traiçoeiro vos espera...!” Estávamos ainda

acampados na área da Tenuta di S. Rossore (Pisa), em final de ajustamentos.

Dias antes, final de outubro de 1944, por puro acaso, quando nos deslocávamos,

vamos encontrar, em animada conversa, Alberto e Moyses Chahon

que estavam “sendo visitados” por outro companheiro de turma – o Tenente

José Maria Pinto Duarte, que integrava o 6° RI, em ação no Vale do Serchio,

pois seu Regimento fazia parte do 1.º escalão da FEB e nos precedera na chegada

além-mar. A conversa seguia animada e Pinto Duarte transmitia suas

15

Depoimento do General Campello, com base em: CAMPELLO, Ruy Leal. Um Capitão de

Infantaria da FEB. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1999. A numeração dos

tópicos foi adaptada aqui para seguir uma ordem cronológica.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!