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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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Estrela de David no Cruzeiro do Sul 195

em Botafogo, cujo aluguel sempre foi revertido para o casal (ela e o padrasto,

um verdadeiro e amadíssimo pai postiço e avô –Selim Gammal –, nascido

em Alexandria, Egito). Os dois sempre se ocuparam do bem-estar do casal,

mesmo morando fora do Rio.

Papai Moyses, após concluir Engenharia Mecânica de Automóveis e

Industrial, fez arquitetura na Universidade do Brasil (atual UFRJ). Mas ele era

um compositor, fazia músicas, cantava, e sua grande frustração era não tocar

nenhum instrumento. Isto nunca lhe impediu de cantar nos bailes, o que me

surpreendia, porque apesar de muito expansivo e dado, ele era um tímido lá

no seu interior. Uma figura! Amava esportes, e ao receber um trote da turma

de Cavalaria, passou a se dedicar à montaria. Tenho seu uniforme completo

de equitação – menos o quepe.

Aos 36 anos de idade, foi diagnosticado como portador da doença paterna, e

lhe deram de seis meses a um ano de vida, devido à falta de recursos da medicina.

Outra batalha a enfrentar – dietas absolutas, privações de toda ordem,

inclusive de praticar esportes.

Ele cumpriu rigorosamente tudo que lhe favorecesse uma melhor qualidade

de vida – e assim foi! Trabalhava normalmente, sem nunca faltar, enfim, levou

vida normal e controlada. Gostava muito de viver! Fazia tudo pela família.

Saímos do Rio para Itajubá, sul de Minas (muito distante na época) e lá ele

serviu na Fábrica de Armas de Itajubá. Em Juiz de Fora, serviu no Quartel

sede da 4ª Região Militar, tendo chefiado o Setor de Motomecanização de toda

a Região Militar, em especial em março de 1964, quando apoiou a Revolução

juntamente com o Gen. Olímpio Mourão Filho, sendo o responsável pela

mobilização das tropas para o famoso encontro no Rio Paraibuna.

Nunca, porém, rompeu com seu ideal de democracia, entendendo que os presidentes

militares deveriam ter realizado a transição de poder aos civis, muito

antes do ocorrido.

Mesmo morando fora, e não tendo sinagoga nem famílias judias onde morávamos,

sempre vínhamos ao Rio para todos os festejos judaicos. Tínhamos a

sorte de comemorar com ambas as famílias, pois moravam no mesmo prédio

em Copacabana. Embora tenhamos tido na juventude pouco contato com a

comunidade, nossos avós – maternos e paternos – eram muito religiosos e

zelosos quanto aos princípios judaicos, mas não diria propriamente ortodoxos.

Presunto, camarão, nem pensar.

Frequentávamos a Sinagoga Beth-El, do CIB – Centro Israelita Brasileiro, na

Rua Barata Ribeiro em Copacabana/RJ.

Com o agravamento da doença, Papai Moysés sofreu um transplante de rim,

passando para a Reserva, isso após ter feito o curso de Direito juntamente com

o filho, José Alberto Chahon, engenheiro do BNDES. Tio Alberto mudou-se

para Barueri.

Eis que foram colegas de nossa turma de cadetes da saudosa Escola Militar

de Realengo, matriculados em 1938, portanto, época em que o fantasma da

Segunda Grande Guerra preparava-se para mostrar suas garras avassaladoras.

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