09.01.2022 Views

Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

194 Israel Blajberg

Contavam eles que foram muito discriminados no Internato, e até mesmo sofreram

maus tratos por parte de uma diretora – Miss Dayse –, pois eram pobres,

mal vestidos. Papai contava do solado de seu sapato, formando uma língua, das

camisetas surradas... Eles eram muito diferentes dos outros meninos.

Interessante que nunca transpareceu nenhuma queixa, ressentimento ou

mágoa. Acho que nos contava essas passagens muito no sentido de nos ensinar

a valorizar as conquistas e o esforço necessário para se vencer na vida.

Os estudos acima de tudo!!! Ele foi exigente nesse ponto, mas a gente nunca se

sentiu pressionado, era muito suave a forma como exerceu sua função paterna.

Minha mãe às vezes se dirigia a ele como sendo “pai-mãe”, pois era ele que nos

levava ao colégio (para que ela pudesse dormir um pouco mais), preparava

merenda, comprava livros e encapava os cadernos, ajudava nos trabalhos de

escola. E sempre fazendo amizade com nossos mestres. Só mais tarde percebi

que era uma forma de controlar nosso “andamento”, mas também era tão sutil

e natural que nunca nos sentimos perseguidos ou envergonhados por sua presença

constante.

Lembro de uma vez o meu tio Alberto, já em idade avançada, comentando o

fato, e tomado de tanta emoção que me comoveu, pois não sabia que tinham

sofrido a tal ponto.

Depois estudaram no Pedro II e de lá direto para a Escola de Cadetes, após

vencerem as provas dificílimas, inclusive de esforço físico, e com a carta de

recomendação do Gen. Pondé.

Seguiram carreira, papai serviu inicialmente em Florianópolis.

(Nossa, Israel, ao escrever estas linhas acabei me emocionando tanto! Fico a pensar

como deve ter sido difícil a vida para eles ainda tão pequenos, vivendo a separação

dos pais, em uma época em que isto não era nada comum. Em seguida,

órfãos de um pai muito querido, e separados da mãe ao viverem no internato...

Acho que para quem conseguiu vencer essas batalhas da vida e da alma, a guerra

foi... não dá para saber!)

Na época da guerra, minha avó foi chamada ao Quartel General, pois tendo

dois filhos militares, e sendo viúva, somente um deveria ir para a Itália.

Escolha de Sofia! Ela retrucou que iriam os dois, ou nenhum.

Daí em diante você já conhece parte da história. Tio Alberto ocupou função

nas telecomunicações, e ficamos sabendo das “ordens” que eram dadas,

quando havia problemas nos fios, sei lá. Na época pode-se imaginar a precariedade

de tudo.

Ao voltarem da guerra, fizeram de imediato exame para a Escola Técnica

Militar (atual IME). Loucos! Passaram, mas tiveram que esperar o ano

seguinte para que fossem então promovidos a Capitão (houve alteração impedindo

que 1.º Ten. ingressassem no IME).

Meus pais se casaram no Grande Templo, em 26 de janeiro de 1950.

Ambos foram grandes chefes de família, pais amorosíssimos, maridos maravilhosos,

segundo as esposas. Também filhos gratos e generosos, pois com as

economias que fizeram durante a guerra, vovó comprou uma casa geminada

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!