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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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96 Israel Blajberg

Em Cruzes paulistas, que se ressente de melhores dados biográficos, lê-se

que José Preisz, logo após a incorporação, seguiu para Frente Sul, integrando-se

num destacamento do Coronel Pedro Dias de Campos, e morreu combatendo,

corpo a corpo, com um oficial gaúcho que saiu ferido. Segundo a mesma fonte,

o trágico acontecimento ocorreu entre Salto Grande e Ourinhos, provavelmente

a 27 ou 28 de setembro, tendo Aureliano Leite, em Páginas de uma longa vida,

aduzido que a morte do herói se verificou num reconhecimento da linha defensiva

ao longo do Alto Paranapanema. 6

II – Origem húngara

José Preisz não era brasileiro, e sim húngaro, nascido em 19 de fevereiro de 1904

numa pequena cidade, Kapolcs, situada nas proximidades do lago Balaton, na

região central da Hungria.

Filho de Manoel Preisz e de Sarah Lász, cursou o ginásio Imre Madács,

nos anos 1915-1922, com excelente aproveitamento, ingressando a seguir na

Faculdade de Direito da Universidade Pázinany Péter, de Budapeste, que frequentou

até o terceiro ano, de 1922 a 1924, com o mesmo brilho, de maneira a

merecer os melhores conceitos de seu mestre. 7

Razões de ordem pessoal, contudo, levaram-no a emigrar para o Brasil no

ano seguinte, juntamente com a sua mãe viúva e a irmã Ilona, embarcando a

família em Cherbourg, na França, no vapor Arlanza, da Mala Real Inglesa, que

aportou em Santos no dia 17 de maio de 1925. 8 Na ocasião, Preisz tinha 21 anos,

passando a trabalhar na General Motors do Brasil, sem descuidar de sua formação

escolar básica, necessária à continuação dos estudos superiores interrompidos

na Hungria, que completou submetendo-se a exames de madureza no ginásio

do Estado, nas matérias indispensáveis à inscrição para o exame de vestibular.

Assim, de posse do certificado de aprovação, José Preisz matricula-se no

dia 22 de março de 1930 no primeiro ano da Faculdade de Direito e, em maio

do mesmo ano, solicita a dispensa dos exames de Direito Romano e Economia

Política, por ter sido aprovado nessas disciplinas no país de origem, mas a

Comissão de Ensino, formada pelos professores Spence Vanpré e João Arruda,

somente em parte acolhe a sua pretensão no tocante à primeira matéria.

No fim do ano, porém, em virtude dos graves acontecimentos de outubro, é

favorecido pelo decreto federal que permitiu a promoção à série imediata, independentemente

de exames, mediante a comprovação de frequência de mais de

metade das aulas dadas em cada cadeira. Terminado o segundo ano, matricula-se

em 25 de fevereiro de 1932 na terceira série do curso de bacharelado, e nessa etapa

intermediária, como solicitador, começa a praticar a advocacia no escritório de

Enzo Trípoli, aguardando, também, o deferimento de seu pedido de naturalização.

6

LEITE, Aureliano. Páginas de uma longa vida, Editora Martins, p. 171.

7

“O Boletim de Estudo” (em húngaro “Leckeckonyv”) do aluno José Preisz, no arquivo da

Faculdade de Direito, pasta n.º 7.995.

8

Pesquisa do autor na Hospedaria dos Imigrantes, situada na Rua Visconde Parnaíba n.º 1.316,

São Paulo/SP.

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