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Estrela de David no Cruzeiro do Sul

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais. Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira. O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

Único livro que aborda a memória de judeus fardados no Brasil, desde Cabral até as Forças de Paz no Haiti, inclui os precursores cristãos-novos e descendentes, passando pelo Brasil Colônia, Bandeirantes, Império, Guarda Nacional, chegando aos dias atuais.

Um capítulo à parte é dedicado aos que deram a vida pelo Brasil e àqueles condecorados por bravura integrando a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Exército Brasileiro, FEB – Força Expedicionária Brasileira e FAB – Força Aérea Brasileira.

O lançamento nacional realizou-se no Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana em 11 maio 2015.

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Estrela de David no Cruzeiro do Sul 95

de 1932. Entre eles, o estudante húngaro José Preisz, que morreu num encontro

com as forças federais em Salto Grande, na fronteira no Paraná.

Para perpetuar a memória dos estudantes da faculdade de Direito do Largo

de São Francisco que tombaram na Revolução de 1932, ergueu-se em seu pátio

um monumento de granito negro e mármore branco, completado por um pedestal

encimado com uma cabeça de soldado em bronze dourado, cuja face anterior

reproduz os versos de Tobias Barreto:

Quando se sente bater

no peito heroica pancada

deixa-se a folha dobrada

enquanto se vai morrer.

A escultura é de Adriana Janacópulos, sobrinha do estadista João Padiá

Calógeras, constando que foi o político e jornalista Carlos Lacerda que posou

para a artista, no Rio de Janeiro, quando da concepção dessa obra de arte. 3

Na face posterior da composição, estão gravados os nomes de setes estudantes

que não voltaram para os bancos das faculdades: José Maria D’Azevedo, César

Penna Ramos, José Preisz, Angeniro Alves Sylvestre, Ary Carneiro Fernandes,

Nélio Baptista Guimarães e Hermes de Oliveira César.

Waldemar Ferreira, uns dos líderes da Revolução recordaria, em junho de

1957, numa sessão do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, o papel da

Faculdade de Direito na arrancada de 32, dedicando as palavras finais da sua comovente

oração àqueles sete jovens que partiram da escola, quase todos do Batalhão

14 de Julho, que operou no Setor Sul, sob o comando do Coronel Brasílio Taborda.

Significativamente, Waldemar Ferreira destacou a figura de José Preisz:

“Alto, espadaúdo, os olhos esverdeados, cabelos aloirados, fisionomia de homem

concentrado e enérgico (...) que trazia no íntimo o espírito da rebeldia contra a

opressão que em sua terra se consumia; e não teve como deixar de bater-se pela

autonomia da terra que seria de sua pátria de adoção, ao lado de seus companheiros

de estudos jurídicos, com eles formando seu sentimento de liberdade

sobre a égide da lei”. 4

O retrato é completado por Miguel Reale, em suas apreciadas memórias,

ao recordar a figura do colega e amigo que integrou o 1.º Pelotão do Batalhão

Ibrahim Nobre e de quando fora vítima, juntamente como Nélio, nas trincheiras

da região de Ourinhos: “Era uma alma nobre e desprendida”, sentencia o memorialista,

“que punha acima de tudo valor da amizade”. 5

3

LACERDA, Carlos. Depoimento. Editora Nova Fronteira, p. 83.

4

FERREIRA, Waldemar. A Faculdade de Direito na arrancada de 9 de julho de 1932. Revista da

Faculdade de Direito da USP, 1960, n. 3, v. 55, p. 433.

5

REALE, Miguel. Memória, Destino cruzado, v. 1, p. 62. O mesmo autor aos colegas de turma

José Preisz, Nélio Baptista Guimarães, em O Estado Moderno, ed. 1934, Mortos heroicamente

na Revolução de 1932, sonhando com um Brasil maior.

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