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Edição Digital
LUSITANO
de
ZURIQUE
[ JANEIRO 2022 | Edição Nº. 284 | ANO XXVIII | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ]
NA ESPERANÇA QUE O ANO
2022
SEJA O ANO DA RETOMA E
LIBERTAÇÃO
BomAno 2022
Edição
DIGITAL
editorial
direito
SAÚDE
SAÚDE
COVID-19 - População receberá
terceira dose Pág. 3
Indemnização e compensação
com danos de vacina. Pág. 12
COVID-19 - População receberá
terceira dose Pág. 40
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terceira dose Pág. 40
EQUIPA EDITORIAL
Director: Armindo Alves
Jornalista CC15 A
Director-adjunto: Manuel Araújo
Jornalista 3000 A
Email: lusitano@gmail.com
COLABORADORES
Alice Vieira, Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes,
Carmindo de Carvalho, Costa Guimarães, Cristina
F. Alves, Daniel Bohren, Euclides Cavaco, Graça
Amiguinho, Ivo Margarido, Joana Araújo, Joaquim
Galante, Jorge Macieira, Manuel Araújo, Maria dos
Santos, Maria José Praça, Nelson Lima, Nelson Mateus,
Pedro Nogueira, Rosa Moreira.
EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO
Joana Araújo
Jornalista CC 11 A
Email: joanaaraujo@protonmail.ch
PUBLICIDADE
Tel.: 079 222 09 14
Email: pub.lusitano@gmail.com
IMPRESSÃO
Diário do Minho - Braga
Tiragem: 3000 exemplares
Periodicidade: Mensal
Distribuição gratuita
NOTA IMPORTANTE:
Os artigos assinados reflectem tão-somente
a opinião dos seus autores e não vinculam
necessariamente a direcção desta revista.
Apoio
LUSITANO
de
ZURIQUE
Por discordância, esta publicação
não adopta, nem respeita as normas
do novo inútil Acordo Ortográfico.
O Lusitano e o CLZ
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EDITORIAL
Armindo Alves
DIRECTOR
JORNALISTA CC15 A
Entramos no ano novo ainda
com a epidemia do (Corona), a
nova variante Omicron, a dificultar
o nosso dia-a-dia. Como tenho
referido, vamos ter que nos habituar
a esta situação, porque tudo indica
que mais variantes virão no futuro!
Acabamos o ano com dificuldades
nas cadeias de abastecimento, restrições
por todo o lado e com menos
liberdade individual!
Mas na Confederação helvética nem
tudo é negativo, temos grandes desenvolvimentos
económicos, o franco
a valorizar, que por um lado é-nos
favorável, mas, por outro, dificulta a
exportação, a concorrência para bancos
e a indústria farmacêutica. Tudo
indica que a recuperação vai acontecer
em 2022. Há prognósticos que
referem crescimento acima da média,
tendo a recuperação sido travada
com as dificuldades de abastecimento
e das novas medidas sanitárias devido
ao surto da variante Omicron.
O mercado de trabalho está praticamente
recuperado. De momento a
DEPARTAMENTO DE FUTEBOL
Tel.: 079 222 09 14
Email: armindo.alves@garage-
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Tel.: 079 549 99 10
Email: rancho@cldz.eu
maioria das empresas está com dificuldade
encontrar mão-de-obra qualificada,
especialmente nos campos
da informática, arquitectura, indústria
química, farmacêutica e engenharia
mecânica. O sector de saúde é o sector
mais afectado, tal como os serviços
sociais, estes acima da média.
Não podemos esquecer a inflação.
Como referi, novas versões nos virão
atormentar, depois a inflação na Zona
Euro e nos EUA está em alta, mas poderá
desaparecer automaticamente
O grande responsável do aumento
económico da Suíça é a indústria farmacêutica,
é o motor da exportação.
De qualquer forma a concorrência
não dorme e a pressão tem aumentado
nos últimos tempos e já há países
a tentar criar empresas farmacêuticas.
Além disso, gigantes suíços como a
Roche e a Novartis enfrentam uma
concorrência crescente de start-ups
(BioNtech, Moderna) e grandes empresas
tecnológicas como Google e a
Amazon, que apostam na inteligência
artificial e no Big Data, tentam
conquistar uma fatia do mercado de
saúde.
Já no que toca ao turismo, ele tem
estado bastante parado e que em
2022 mesmo apesar das incertezas,
irá certamente aumentar. A dinâmica
dependerá em particular da rapidez
da recuperação do turismo internacional,
essencial para o bom funcionamento
da indústria do luxo.
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Editorial
Perspectivas para 2022
Menos conhecido e visível que a relojoaria,
mas muito mais importante
em termos de exportações e empregos
na Suíça (320 mil empregos), é a
indústria de máquinas, equipamentos
e metais, que estão optimistas
para os próximos meses.
As principais preocupações estão na
matéria-prima, pois o fornecimento
está cada vez mais escasso, levando
por essa razão ao aumento dos preços.
A forte valorização do franco suíço
em relação ao euro parece ter sido
absorvida pela indústria, que se aproveitou
da crise para inovar e aumentar
sua competitividade.
A “bolha“ imobiliária é boa para os
bancos de investimento (taxas de juros
mais altas), mas não para os proprietários
de imóveis: o pagamento
das hipotecas poderia tornar-se mais
difícil.
Para finalizar direi que as Finanças
públicas estão sólidas, daí um sinal
de força da economia. Depois da crise
dos últimos dois anos, espera-se
que o orçamento público volte à normalidade
em 2022. As despesas extraordinárias
de 40 biliões de francos
para minorar perdas provocadas pela
pandemia, devem ser amortizadas
em dez anos. E prometem-nos que
não irá custar “um centavo ao contribuinte”.
A título de comparação, a taxa média
de endividamento na zona do euro
já é de quase 100% do PIB. De acordo
com economistas federais, este
aumento não deve representar um
problema para a Suíça, já que a prosperidade
da população também aumentará
“significativamente” durante
este período.
Tenham um óptimo ano 2022!
2 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
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Motores
Porque razão não vemos
carros Híbridos a Diesel?
disponível, estas características
nos dois motores
em simultâneo (ou quase)
não é encarada como uma
vantagem pelos técnicos
(sobretudo, e mais uma vez,
tendo em conta a relação
custos/benefícios).
Tecnicamente o motor
eléctrico é o complemento
ideal aos motores a gasolina
– por disponibilizar em
baixos regimes a força que
o motor a gasolina só oferece
nas faixas mais elevadas
– mas não no Diesel, onde
acaba por ser redundante e
(novamente) não justificar o
investimento.
Agora temos apenas uma
marca activa no que diz
respeita ao casamento entre
motores eléctricos e
motores a gasóleo.
O Mercedes E300de, com
um motor diesel de 194cv
e um eléctrico de 122cv,
tendo uma potência combinada
superior a 300cv e
700Nm de binário.
Temos também o caso da
Renault, com o Grand Scenic,
embora não se possa
considerar um verdadeiro
híbrido, visto que o motor
eléctrico serve para auxiliar
o motor a gasóleo, sobretudo
nos arranques e recuperações.
Por esta razão chamamos
a isto o de sistema “mild
hybrid”, pois o pequeno
motor eléctrico nunca assume
controlo como elemento
locomotor, mas sempre
como auxílio do principal.
Este sistema que ajuda em
partes e dão contribuição
de consumos e emissões,
depois os custos não são
tão elevados como num
verdadeiro híbrido diesel.
Como tudo na vida o custo
é o factor principal para a
realização dos projectos e
avanço da tecnologia. Assim
é com os carros híbridos
diesel.
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V ARMINDO ALVES
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Os automóveis Híbridos a
diesel são muito raros.
Se juntarmos baixas emissões,
baixos consumos e
maior autonomia na minha
opinião seria uma grande
aposta!
As minhas perguntas são:
Por que razão não vemos híbridos a
gasóleo nas estradas?
Por que razão as marcas insistem
nos carros híbridos a gasolina?
À partida as vantagens são evidentes,
os carros híbridos a diesel são uma
boa aposta. Os híbridos a gasóleo é
uma boa combinação e uma ambição
de muitos condutores.
Como é do nosso conhecimento um
motor eléctrico tem a vantagem de
não libertar gases para a atmosfera,
o que não acontece com um motor a
combustão. O desenvolvimento das
baterias está crescer diariamente e
vão aumentando a capacidade de
acumulação energética para fornecer
energia ao motor eléctrico para
uma maior autonomia.
Neste caso, um motor eléctrico junto
a um motor diesel proporcionaria a
um automóvel a vantagem de poluir
menos. Outra vantagem é que permite
que o carro híbrido tem mais
tempo de funcionamento em modo
eléctrico, por isso, menos consumo
de gasolina ou gasóleo, resultando
em menos emissões poluentes.
Os carros a gasóleo tem uma tecnologia
fora do normal.
Nos últimos tempos temos tido notícias
que os motores a Gasóleo são
mais poluentes que os motores a
gasolina, mas este assunto deixa de
fazer sentido.
Estou ciente que existe uma guerra
anti-diesel iniciada por instituições e
alguns governos, que incluem a proibição
de carros a gasóleo em algumas
grandes cidades europeias, por
sorte, também existem construtores
que ainda não desistiram do diesel.
Não só não desistiram, como afirmam
que os motores a gasóleo ainda
têm muito potencial.
Estes construtores afirmam que existe
tecnologia capaz de ombrear com
os motores a gasolina no que respeita
a emissões poluentes. Além disso,
e não é opinião apenas dos defensores
do diesel.
Mais peso e redundância
Um dos motivos mais importante são
os motivos económicos e depois o
avanço da tecnologia, o peso é outro
motivo apontado por quem defende
que diminuir gases nos automóveis a
diesel não passa pela “hibridização”.
Mais peso implica alterações no comportamento
dinâmico, segurança
e, em alguns casos o conforto. Mais
peso implica também mais gastos
de combustível, consequentemente,
mais emissões poluentes.
Depois temos também engenheiros
com outro ponto de vista técnico, o
motor eléctrico não é o melhor amigo
para o motor a gasóleo.
O Motor a Diesel tem um bom binário
disponível com rotações baixas
muito superiores aos motores a gasolina.
Os motores eléctricos têm como vantagem
no arranque toda a sua força
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Escreveu Joana Amaral Dias (*):
“Balzac dizia que a cerimónia era a hipocrisia da nação
e realmente em Portugal há tanto salamaleque, punho
de renda e manga de alpaca quanto hipocrisia a granel.
Primeiro abandonámos os nossos velhinhos em galpões
fétidos a que sarcasticamente chamamos lares, lares
ilegais, como se um porto de abrigo pudesse ser uma
enxovia fora da lei.
Nunca o Estado português se preocupou com esta
vergonha nacional, deixou os muito idosos a agonizar,
morrendo de desidratação, solidão e medo em
residenciais de vão de escada.
Depois, mesmo quando já se sabia que a covid dizimava
idosos, deixámos que o vírus entrasse à patrão nesses
lares da morte, que chegasse sem resistência e sem pedir
licença, levando tudo que ainda respirasse.
Não satisfeitos, fecharam-se os que sobraram nessas
quatro paredes, sem visitas, sem réstia de humanidade
ou sombra de coração durante meses.
Os que não partiram com o “sarscov” iam-se então de
invisibilidade. Agora, dois anos volvidos (para muitos
foram os últimos, são os derradeiros dias, as horas finais)
exigem-se testes para encontrar os olhos da mãe ou do
pai, a mão do avô ou da avó, sem se oferecerem condições
algumas para a sua realização, sem cuidar de garantir
que é possível, sem querer saber.
Morre-se esquecido, só, largado. Portugal não é para
velhos? Portugal é para robots.”
(*)Joana Amaral Dias é atualmente comentadora
portuguesa de política e assuntos sociais na imprensa
e na televisão. É mestre em Psicologia. Formação na
Universidade de Coimbra e Universidade de Chicago.
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7
Actualidade
Actualidade
Reforma previdenciária
passa, mas deve ser
contestada em
referendo
swissinfo.ch/fh
O Parlamento aprovou
uma grande reforma do
sistema de aposentadoria
suíço, incluindo um
aumento controverso da
idade da aposentadoria
das mulheres.
Este conteúdo foi publicado em 15. dezembro
2021 - 19:00
A reforma também prevê uma compensação
financeira - escalonada por
nove anos para as mulheres diretamente
afetadas pela mudança - bem como
um aumento do imposto sobre o valor
agregado.
Ambas as câmaras do parlamento na
quarta-feira concordaram em uma série
de acordos, mas os partidos políticos
de esquerda e os sindicatos se comprometeram
a contestar a reforma em
uma votação nacional.
Eles argumentam que as mulheres têm
que suportar o peso da reforma, já que
sua idade oficial de aposentadoria será
fixada em 65 anos, em linha com a dos
homens, um ano a mais do que as regras
atuais.
Estabilizar o financiamento
O objetivo da reforma é estabilizar as finanças
do sistema previdenciário obrigatório,
financiado através de contribuições
dos empregadores, empregados e
do Estado, em meio a uma crescente
população idosa.
Os apoiadores dizem que o sistema
de pensão poderá estar em perigo até
2030, se o financiamento não for colocado
em uma base mais sólida.
Várias tentativas de adaptar o sistema
fracassaram nas urnas nos últimos 30
anos, especialmente em 2017.
A idade oficial da aposentadoria das mulheres será ajustada aos 65 anos de idade,
como a dos homens na Suíça, conforme a reforma aprovada pelo parlamento,
mas com a oposição de sindicatos e partidos de esquerda. Keystone/Gaetan Bally
Escrito na variante brasileira da Língua Portuguesa.
Pelo menos três iniciativas populares
para apoiar o sistema de aposentadoria
estão pendentes.
A última reforma, que deverá entrar em
vigor no mínimo em 2023, é um dos
principais projetos políticos da atual legislatura.
8 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
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Recantos helvéticos
Janeiro 2022
Bem-vindos caros leitores e amigos do CLZ.
Bom Ano 2022
A V Maria dos Santos
Quando esta edição lhe chagar às mãos,
já estamos em 2022.
Há um ano chorávamos a perda de uma
grande voz do fado, Carlos do Carmo.
A instabilidade devido à pandemia continuou
o seu curso. Passados já dois
anos e apesar de todas as medidas implementadas
para a combater, continuamos
a viver sob as regras impostas
por esse inimigo impiedoso e invisível
chamado, covid 19. Sinto que a nossa
saúde mental tem sido afectada e que
alguns tentam ainda resistir às várias
medidas de prevenção e segurança.
Recentemente uma senhora em pleno
centro da cidade de Zurique por se
recusar a usar máscara, bofeteou a um
polícia. Será que se pode continuar a
reagir contra algo que é tão evidente?!!
Evidente é encontrar-me sob o olhar dos
mais belos bilhetes-postais de Suíça.
Estou no Lago Negro (Schwarzsee) que
se situa na província de Fribourg.
São necessárias duas horas a partir de
Zurique, para presenciar o que a natureza,
ainda virgem, nos oferece.
Muita neve e frio, mas sabemos que o
Inverno aqui só faz sentido quando este
manto branco nos brinda com algo indescritível.
Pura magia e perfeição nos traços
deixados pela caída da branquinha.
Numa visita ao Lago Negro temos à disposição
uma bonita cascata, longa pista
de esqui que quando o sol se despede,
a mesma recebe os trenós que, com
as suas lanternas frontais, deslizam sob
gritos de alegria e sorrisos largos.
Que bom sentir a alegria destes grupos
que desfrutam da convivência e do que
ela nos aporta.
E assim, por breves momentos, esquecemos
que temos uma Sociedade a pedir
grandes Reformas.
O Palácio do Gelo é também visita obrigatória.
Os jogos de luzes nas construções
dos castelos e figuras em gelo,
criam toda uma atmosfera que nos faz
mergulhar no País das Maravilhas.
No Alp-Schau Kaeserei Riggisalp, podemos
ali degustar os mais variados queijos
feitos artesanalmente e observar a
sua transformação até chegar ao nosso
paladar.
Recantos helvéticos
Se tem tempo, pode ainda visitar as
George De La Jogne, caminhar sem dificuldade
e por breves momentos, seja
um agente secreto à procura do seu
momento Avatar. Voar como uma pena
nesta paisagem é deixar - se ficar d’alma
e coração, num sonho que teima
em terminar.
Se o frio em si se instalou, dê um terapêutico
mergulho na piscina térmica
de Gruyere. Saborei-e as águas térmicas
vindas directamente da montanha.
Nada melhor para renovar energias.
Há dias perfeitos? Claro que sim! Todos
devemos procurá-los para que a nossa
saúde e mental se preserve.
Nestes dois últimos anos aprendemos
que a vida social não é um bem adquirido
como pensávamos.
Temos que avançar e virar página para
se construir um planeta mais saudável.
Precisamos da nossa cultura e de um
regresso à normalidade.
Neste Inverno os casos [de infecções]
aumentam, temo que as autoridades
suíças voltem ao ponto de partida e
obriguem a população a “fechar-se em
copas” até que se aviste de novo luz verde
e como caracóis, possamos sair da
casca.
Os cinco Continentes uniram-se para
combater a Pandemia. Somos nós que
devemos colaborar, aceitar os princípios
de uma nova forma de vida com
vacinas.
Deixo aqui o meu testemunho; cresci
com vacinas: sarampo, varicela, paludismo,
febre-amarela, febre tifóide entre
outras que já nem me lembro... nessa
altura todos confiavam, quiçá pela falta
de informação que na altura existia e,
porque não vivíamos numa sociedade
livre e democrática. Porquê agora não
acreditar e colaborar com a prevenção?
Como me considero filha dos Alpes
Suíços, tomo por prudência a vacina
contra a febre da carraça que aqui chamam-lhe
Zika. Estou viva e saudável,
até prova do contrário...
Votos de um Ano de sucesso em toda a
sua plenitude.
Unidos somos mais fortes. Esta foi é e
será sempre a minha filosofia de vida.
10 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
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Entrevista
Entrevista
Tatiana
Cardoso
Estudante de Sociologia e membro da
Direcção do Rancho Folclórico Danças e
Cantares da Nossa Terra de Arbon
Tatiana Pinto Cardoso é uma
jovem promissora da nova geração
que integra a Comunidade
Portuguesa, neste país
helvético.
Nasceu e vive em St. Gallen
Tatiana Pinto Cardoso assume-se
com uma defensora da
Cultura Portuguesa.
Faz parte do Rancho Folclórico
Danças e Cantares da
Nossa Terra de Arbon, dança,
é ensaiadora e faz parte também
da Direcção e tem um
papel motivador em relação a
todo o grupo.
Decidida, ponderada, cuidadosa
em tudo o que faz, a
Tatiana é uma jovem responsável,
respeitadora e procura
dar à sociedade suíça e portuguesa
o melhor de si.
Nos poucos momentos livres
que tem, gosta de dançar, fazer
yoga, viajar, comer boa comida
e estar com os amigos.
Não dispensa um bom prato
gastronómico, sendo o seu
preferido novos sabores de
qualquer canto do mundo.
A sua vida gira um pouco por
toda a Suíça. Estuda Sociologia
e dentro de pouco tempo
irá apresentar a sua Tese de
Mestrado sobre os direitos de
cidadania.
Vamos descobrir um pouco
mais desta mulher sem preconceitos,
lutadora dos seus
ideais e ideias.
A V Maria dos Santos
Maria dos Santos — Como é
crescer fora de Portugal e estar
totalmente integrada nas
duas culturas?
— Tatiana Cardoso — Para mim,
é muito valioso e gratificante,
ter a possibilidade de crescer
entre várias culturas. Além
da cultura portuguesa e suíça,
cresci e convivo com muitas
pessoas de diferentes comunidades,
etnias, culturas e nacionalidades
que é literalmente
um enriquecimento poder
aprender com elas. Faço muitas
vezes a experiência que estando
fora do meu país, a cultura
é ainda mais valorizada e acarinhada
por existir a saudade de
estar longe. Tudo isso levou-me
apreciar cada cultura com a sua
singularidade e integrá-las na
minha vida.
M.S.— Tens uma estima elevada
por tudo o que diz respeito
à cultura portuguesa. Quem te
transmitiu este valor e como
construístes em ti este amor à
Pátria?
— T.C.— A minha avó paterna
veio para a suíça quando nasci,
além disso, sempre estive
rodeada de portugueses, andei
na escola portuguesa e os
meus pais sempre deram valor
a minha aprendizagem sobre
a nossa cultura. Cresci num
meio de muitas culturas diferentes,
onde se partilhava tradições,
comidas típicas e línguas.
Aprendi assim muito cedo
quanto valor a própria cultura
tem para as pessoas e que valioso
é pode-la partilhar para
os outros. Tive uma Professora
da escola portuguesa que nos
levou a duas visitas de estudo a
Portugal. Aí percebi que a nossa
cultura foi influenciada por
muitas outras. Nasceu assim o
meu bichinho por culturas do
Mundo, de conhecer novos países,
etnias e pessoas.
As nossas raízes, é o que nos
define, então ir a procurar os
segredos da cultura dos nossos
antepassados, é ir à procura da
nossa própria história.
M.S.— As tuas raízes folclóricas
vêm de que parte da tua família?
Porque assumistes este
projecto cultural?
— T.C. — O engraçado é que ninguém
da minha família algum
dia fez parte de um Rancho
Folclórico ou algo parecido. Antigamente
dançava Bachata e
Kizomba que são estilos completamente
diferentes e sinceramente
não ligava nada ao
folclore. Os meus pais sempre
foram ligados a Centros e Associações
portuguesas. Então
sempre tive convivência com
portugueses, com a nossa cultura,
e com o nosso país que
visito minimamente duas vezes
ao ano. Há uns anos fui com a
minha turma da escola portuguesa
ao Algarve. Fizemos uma
visita de estudo e a nossa Professora
levou-nos a ver um Rancho
Folclórico da região. Na brincadeira
dissemos que um dia íamos formar um
Rancho na Suíça. Quando ouvi falar que
se ia fundar um Rancho em Arbon tive
curiosidade, então fui ao primeiro ensaio
e desde aí a paixão foi crescendo.
Uma nota à parte, dois amigos meus, o
Christian e o José que estavam presentes
no Algarve quando fomos visitar o
Rancho, hoje fazem parte de Direcção
comigo.
M.S.— O Rancho Folclórico de Arbon
tem apenas cinco anos e a pandemia
não consegui abalar o vosso grupo.
Como se consegue isto?
— T.C. — Para nós como Direcção sempre
foi importante, manter o grupo unido
e não perder o ânimo durante a pandemia.
Por essa razão tentamos sempre
manter o nosso grupo activo com actividades
online, como fazer vídeos ou
pinturas para publicar nas nossas redes
sociais. Além disso, sempre mantivemos
contacto através do nosso grupo
de Whatsapp. Durante os últimos dois
anos, quando a situação melhorava e
o estado assim o permitiu, também fizemos
alguns convívios com diferentes
actividades. O nosso foco como grupo
foi sempre manter-nos unidos e manter
o contacto com a nossa Família Rancheira.
M.S.— Foste uma aluna exemplar e
dedicada no teu percurso académico.
Porque escolheste a Sociologia para
formação profissional?
— T.C. — Sempre soube que queria trabalhar
com pessoas. Estar o dia todo
presa a uma mesa, a um computador
ou estar fechada o dia todo, nunca foi
para mim. Eu costumo dizer que tenho
a síndrome da Madre Teresa de Calcutá,
gosto de entender o ser humano, ajudá-lo
com as suas dificuldades e no seu
percurso da vida. Então Sociologia foi
o curso que achei mais adequado para
entender a pessoa em si, mas também
como a sociedade funciona e influência
o ser humano ou vice-versa.
M.S.— És co-Presidente da INES (Instituto
Nova Suíça), porque abraçastes
este projecto e como pretendes demonstrar,
que de facto é possível termos
uma nova Suíça?
— T.C. — Ao longo do tempo, fui-me
apercebendo haver situações nas quais,
era tratada de outra maneira, por não
ter a nacionalidade suíça e por ser estrangeira.
Mesmo assim eu posso falar
de uma posição privilegiada, porque
há pessoas que sofrem ainda mais de
discriminação devido à nacionalidade,
etnia, religião ou recursos externos. A
suíça é uns pais caracterizado pela imigração,
mas a responsabilidade não
é assumida, porque em pleno século
XXI os estrangeiros continuam a ser
discriminados por várias razões. O Instituto
Nova Suíça, pretende mostrar a
realidade da nossa sociedade e quais
desafios que enfrentar. A nova Suíça é
sinónimo de participação, diversidade e
uma nova autoconfiança onde nos queremos
livrar da ideia do “nós” e “eles”. O
objectivo é concretizar uma Suíça onde
todas as pessoas que cá estão e que
ainda virão, possam participar e viver
sem desvantagens.
M.S.— Está nos teus planos uma carreira
política, neste país helvético?
— T.C. — Neste momento não, além disso,
não tenho nacionalidade Suíça, que
me impede disso. Mas, no fundo nos
projectos em que estou envolvida, entre
outros no Instituto Nova Suíça, faço trabalho
político e tento assim influenciar
a política de uma forma ou da outra.
M.S.— Ao longo destes últimos anos,
tens sido o foco, no jornalismo helvético.
Como lidas com pressão que tens
tido?
— T.C. — Inicialmente, com a minha
inocência jovem não entendia quais
consequências isso me poderia trazer.
Com o passar do tempo, e com os julgamentos
principalmente por não ter
a nacionalidade suíça e mesmo assim
ser politicamente activa e defender os
direitos dos emigrantes, tive algumas
dificuldades. Por algum tempo ausentei-me
de propósito, negava qualquer
convite para entrevistas, eventos, etc.
Hoje em dia, mais madura, lido bem
com os julgamentos e com a pressão de
ser uma mulher nova com biografia de
migração. Luto pelos meus direitos e os
dos outros, com a minha ideologia de
que nós somos todos iguais, luto pelos
mesmos direitos, mas também pelos
mesmos deveres! Tenho tanto direito
de expor a minha opinião como qualquer
outra pessoa, com ou sem história
de migração. Uma estratégia que
fui adquirindo com o tempo, é tentar
entrar em diálogo com as pessoas que
me confrontam e tentar mostrar assim
outras perspectivas.
M.S.— Em pouco tempo terás o teu
mestrado feito. Como projectas a tua
carreira profissional. Pensas ficar por
cá, ou gostarias de abraçar um projecto
internacional?
— T.C. — Por agora planeio ficar por aqui,
porque ainda há muito que fazer. Mas
sim tenho um bichinho dentro de mim,
que me quer levar mais além do que as
fronteiras helvéticas. Se calhar para o
país onde tenho as minhas raízes, quem
sabe...
M.S: Estudar Sociologia é estudar a
sociedade, relações sociais e cultura?
Vais dedicar-te a alguma secção ou
preferes um ramo mais abrangente?
— T.C. — Agora o meu foco está direccionado
a alguns tópicos que já mencionei
anteriormente. São temas diferenciados,
mas que são automaticamente
muito abrangentes. Tudo o que engloba
pessoas, são assuntos muito complexos
e conectados, é difícil traçar uma
linha clara. Além disso, não sou a categoria
de pessoa que se gosta de fixar
só numa coisa ou num tema, gosto de
manter a mente aberta para desafios
novos e poder assim crescer.
M.S.— De que forma poderás aproveitar
os teus estudos, para ajudares
mais a Comunidade portuguesa, nomeadamente
quem tem mais problemas
com a integração?
— T.C. — Já desde muito cedo que exerci
uma função ponte entre as duas culturas,
em tentar ajudar a quem não entende
a língua, os sistemas, a cultura.
Com os estudos que tenho e todos os
projectos em quais estou activa, aprendo
cada dia mais como funcionam as
diferentes pessoas, sistemas e culturas
para poder ajudar. É também por
isso mesmo, que sou muito sensível ao
termo da integração, porque pode ser
interpretado de várias maneiras e ao
longo do tempo, na história suíça teve
e tem aspectos negativos. Tento assim
ajudar de uma maneira que não haja
confrontação nem negação ou até discriminação.
Com diálogo, compreensão
das duas partes, transparência, sinceridade
tento gerir com entendimento
geral sem julgamento ou exigências
unilaterais.
M.S.— Estamos em Janeiro 2022. Que
desejas para este ano?
— T.C. — Desejo a todas as pessoas muita
paz interior e saúde. Espero que este
ano nos traga muitas coisas boas e possamos
ultrapassar esta fase difícil pela
qual estamos a passar. Estou ansiosa
que comecem outra vez as nossas atividades
culturais, das quais sinto muitas
saudades. Desejo uma Nova Suíça, onde
todos sejamos iguais e que os sonhos
de cada um se possam concretizar.
O Centro Lusitano Zurique deseja-te
muito sucesso a todos os níveis.
12 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
13
Direito
Indemnização e
compensação
com danos
de vacina
Música
Daniel Bohren
Advogado
Há um largo consenso
de que é essencial, que
um maior número possível
de habitantes do
país se deixe vacinar
contra a COVID 19 para
manter a pandemia sob
controlo e evitar intervenções
pesadas na liberdade
da população
suíça. O governo federal
aconselha por isso
expressamente, que a
população se deixe vacinar.
Mas quem é responsável
pelo dano, se
devido à vacina houver
graves efeitos secundários?
Primeiro assumem os seguros habituais
o dano, por exemplo, o seguro
de doença para tratamento de danos
com vacinas ou o empregador, ou antes,
o seguro deste para indemnização
diária pela perda de salário durante a
incapacidade de trabalho. Perda de
salário e indemnização diária pela
perda de salário só são a saber pagos
durante um tempo restrito. Se os efeitos
secundários da vacina levarem a
uma perda da capacidade de trabalho
duradoura e geral, então a queda
de salário é pelo menos parcialmente
paga pela reforma de invalidez da Segurança
Social.
Mas o que acontece quando o dano
não for coberto por ninguém ou não
for coberto completamente?
Pelo tratamento médico tem de ser
por exemplo paga uma franquia geral
(Franchise) e também uma franquia
especifico de 10% (Selbstbehalt) de
anualmente até CHF. 700. Os seguros
de invalidez só ficam com pessoas a
seu cargo cujas limitações sejam gerais,
isto é, para todas os trabalhos
imputáveis com o estado de saúde
delas: Quem arca com o dano, quando
alguém é incapaz de trabalho em
determinada actividade, por exemplo
trabalhos corporalmente pesados,
mas não arranja um trabalho
ligeiro? Quem paga então o dano?
As pensões de invalidez não cobrem
para além disso e regra geral a totalidade
da perda de vencimento. E o
que acontece com dor e sofrimento?
Quem paga estes danos imateriais?
É o Estado quem de facto intercede
se o dano não for pago por seguros,
empregadores ou pelos médicos, que
cometeram um erro ao vacinar. O
estado só indemniza aliás com limitações
a perda. A franquia geral e a
franquia especifica para tratamentos
médicos por exemplo, não deverão
encontrar-se cobertas segundo a Repartição
Federal para a Saúde e uma
exigência de compensação para o
dano imaterial só será concedida devido
a prejuízos graves com a saúde
e aí apenas até um montante de no
máximo Fr. 70’000.
Condição prévia para uma indemnização
do Estado por danos de vacinação
é, por um lado, uma recomendação
de vacinação da federação suíça e,
pelo outro, um prejuízo de saúde grave
de uma pessoa vacinada, que levou
a um dano, isto é a uma redução do
património. Os efeitos secundários
normais, por exemplo, vermelhidão,
inchaços e endurecimentos na zona
da picada, dores de cabeça, dores
musculares, febre, etc..., não se encontram
contidos no conceito de «dano
por vacinação», se trouxeram custos,
que não estão cobertos.
Quem quiser fazer valer exigências
financeiras junto do Estado devido a
um dano por vacinação, tem de entregar
dentro de cinco anos a contar
a partir da data de vacinação ou até
completar 21 anos de idade junto da
instituição federal um requerimento
de indemnização.
30 anos
de carreira
Zezé Fernandes comemora 30 anos de carreira com novo CD
O lançamento do novo CD insere-se nas comemorações dos 30
anos de carreira do artista.
Quem pretender ver e escutar todos os 22 vídeos do cd — “Coisas
simples de Zezé Fernandes” —, basta clicar no link:
https://bit.ly/3ewfCIs
Encomende: https://bit.ly/3mAM40n
Aqui poderão comprar os cd’s, pedir orçamentos,
entre outras coisas.
Cliquem aqui: https://bit.ly/3JLCWQO
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15
Música
“XXV”
Álbum de estreia de Cörte Real
Depois dos singles “Tiro Os Olhos do Chão e Perto Do Fim”, é
chegada a hora de conhecermos o álbum de estreia de Cörte
Real, “XXV”, que comemora os 25 anos de carreira.
O disco nos formatos vinil, cd e digital, já se encontra em à
venda desde 17 de Dezembro nas lojas da Fnac.
Escute:
https://spoti.fi/3FzSHry
Encomende:
https://bit.ly/32KLczv
Bom fim
do ano
(este texto é para ti)
Postal do dia
Luís Osório
1.
Eu sei que o Natal ainda não foi.
Mas apeteceu-me escrever como se faltassem poucos
segundos para o novo ano.
Antecipar.
Escrever para ti que estás sozinho.
Ou que estás sozinho parecendo acompanhado aos
olhos dos outros. A mais feroz das solidões, a de estar
acompanhado e sozinho.
A ti, que achas que não serves para nada.
Por te sentires desiludido, deprimido, excluído.
Preso aqui, preso a céu aberto, a mais feroz prisão.
2.
Sim, é para ti.
Aproximam-se as badaladas, a merda das passas que
metemos na boca com desejos. Os desejos que apenas
calham aos outros, que apenas aos outros parecem merecer,
não a ti.
Tu que sentes que o tempo custa a passar (sei bem o que
é), para ti o fim do ano demorará mais a chegar do que
aos outros. Uma hora para ti equivale a três para mim.
Olhas para o relógio e os ponteiros não parecem andar.
Sabes os contornos do teto, as rugosidades de cada uma
das tuas paredes. Só queres que a festa termine de uma
vez por todas, estás farto de Natal, de luzes, compras,
família e dos anos que passam sem que vejas melhorias
no que és e na clareza de um caminho que julgas que
não foi feito para ti.
3.
Este texto é mesmo para ti.
Vê-o como um abraço, como um acenar de alguém que
existe e é real, como tu és. Não o vejas como um exercício
para te auto ajudares ou qualquer coisa do género, não.
Infelizmente não te posso ajudar em nada de concreto,
cabe a ti vestires a tua melhor roupa e entrares no novo
ano como se tudo fosse possível. Porque é tudo possível
e deves celebrar essa possibilidade, mesmo que seja
mínima. E nunca é mínima, por estranho que te pareça.
4.
Fazes isso por mim?
Toma um banho e veste qualquer coisa de especial. Telefona
a quem não telefonas há muito ou deixa mensagem.
Celebra a possibilidade de voltares a ver, de voltares
a estar disponível para te comoveres. Vê as fotografias
antigas dos pais que já não estão (se não estiverem),
chora. E se morares sozinha ou sozinho, como fiz durante
tantos anos, compra uma coisinha que gostes, abre uma
garrafa de vinho, deixa-te ir.
5.
Chama a solidão para perto de ti. Quando a tornares íntima
ela quererá ir embora. Como o ano de 2021. Que está
felizmente a morrer. Ao contrário de ti.
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17
AGENDA
Cidadania
Informações
MAPS (*)
Caros leitores, um certificado
de Covid é exigido para muitos
eventos. É importante que você
continue a seguir as medidas de
proteção contra o coronavírus.
Você pode encontrar uma visão
geral das medidas atuais em vários
idiomas em www.stadt-zuerich.ch/coronavirus.
Por favor,
informe-se antes de participar
de um evento. Apesar de tudo,
a equipe da MAPS deseja a você
um bom momento!
DOMINGO 2.1.
ESPAÇO CONTRA O ESTRESSE
Você se sente estressado? O artista James
Turell criou um espaço contra o
estresse. Ele está localizado no “Zürcher
Kinderkrankenhaus” e ajuda pacientes
e funcionários a relaxar. Hoje a
sala está aberta exclusivamente para
o público. 13:30-14:00 e 14:30-15:00.
Entrada livre.
Kinderspital Zürich. Steinwiesstr. 75.
Tram 3 bis “Hottingerplatz”.
https://bit.ly/3qvl2ZD
SEGUNDA-FEIRA 3.1.
CINEMA EM CASA
(*) Escrito na variante brasileira
da Língua Portuguesa
No site www.playsuisse.ch veja gratuitamente
filmes, documentários e
séries suíças e estrangeiras. Os conteúdos
estão disponíveis em várias
línguas. Gratuito.
https://www.playsuisse.ch/
QUARTA-FEIRA 5.1.
ATIVIDADES NO TEATRO
Você tem muita energia? Venha se divertir
no “Theaterhaus Zürich”. Os jovens
entre 15 e 24 anos encenam peças
de teatro, dançam e improvisam
juntos. Toda quarta-feira. 19:00-21:30.
CHF 2.-.
Schauspielhaus Zürich. Schiffbaustr. 4.
Tram 4/8 oder Bus 31/33/72/83 bis
“Schiffbau”.
https://www.schauspielhaus.ch/de/
kalender/22055/offener-club
SEXTA-FEIRA 7.1.
DIVERSÃO NAS CIÊNCIAS
Vontade de vivenciar alguma experiência
interessante? Descubra
fatos científicos de forma empolgante
no centro de ciências “Technorama”.
Você faz experiências nos
laboratórios. Seg-dom 10:00-17:00.
O escritório da MAPS sorteia 3 entradas
gratuitas para crianças (6 a 15
anos). Basta ligar para: 044 415 65 89
ou enviar seu endereço postal por
e-mail para maps@aoz.ch. CHF 32.-
para adultos. 50% de desconto com
KulturLegi.
Technoramastr. 1. Winterthur.
Bus 1 oder 10 bis “Römertor”.
https://www.technorama.ch/de/
home
SEGUNDA-FEIRA 10.1.
CONCERTO DE FLAUTA
Desfrute hoje de um concerto moderno
com flauta, piano e percussão.
Os músicos tocam a peça “Crippled
Symmetry” e criam uma atmosfera
misteriosa. 19h30. Contribuição espontânea.
Toni-Areal, Konzertsaal 2, Ebene 7,
Pfingstweidstrasse 96.
Tram 4 bis “Toni-Areal” oder Tram
8/17 bis “Fischerweg”.
https://www.zhdk.ch/veranstaltung/45078
QUARTA-FEIRA 12.1.
ESQUI GRÁTIS PARA
CRIANÇAS
As crianças de 9 a 13 anos podem
esquiar ou fazer snowboard gratuitamente
nas quatro quartas-feiras à
tarde em janeiro. O transporte para
a área de esqui, a supervisão pelos
instrutores esportivos, o ingresso
para as pistas, o aluguel de esquis ou
snowboards e um lanche são gratuitos.
Levar: Sanduíche, roupas de esporte
de inverno, capacete e óculos
de esqui. Também em 12.01, 19.01 e
26.01. Informações e inscrições em
www.snow4free.ch ou info@snowforfree.ch.
https://www.snow4free.ch/de/snow-
4free.html
QUARTA-FEIRA 12.1.
PEÇA DE TEATRO
Este mês, o Teatro Sogar apresenta
a peça “Tage wie Hunde”, de Ruth
Schweikert. Três mulheres falam
sobre seu câncer de mama. O que
vai acontecer com elas? Como elas
percebem seus corpos? O que as espera?
Esta peça filosófica e humorística
nos questiona sobre a doença e
a vida. 19:00. O escritório da MAPS
sorteia 1×2 entradas gratuitas para
os espetáculos de 12.01 e 13.01. Basta
ligar para 044 415 65 89 ou enviar
um e-mail para maps@aoz.ch.
Sogar theater. Josefstr. 106.
Tram 4/6/13 und Bus 32 bis “Limmatplatz”.
https://www.sogar.ch/programm/21_22/tage-wie-hunde/
QUINTA-FEIRA 13.1.
EXPOSIÇÃO DE ARTE
SOB LUZ (ATÉ 27.02)
Descubra a artista
Frida Khalo na inusitada
exposição
do “Maag Lichthalle”.
O museu
projeta as
imagens de suas
pinturas em
uma sala grande
e escura. A
exposição conta
sua história.
Deixe-se levar
pelo mundo colorido
desta artista única. Ter/
qua/dom 10:00-18:00. Qui 10:00-
19:00. Sex-sáb 10:00-20:00. O escritório
da MAPS sorteia 2×2 entradas
gratuitas. Basta ligar para 044 415 65
89 ou enviar um e-mail para maps@
aoz.ch.
Lichthalle MAAG. Zahnradstr. 22.
Tram 8 oder Bus 31/33/72 bis “Zürich
Hardbrücke”.
https://lichthallemaag.ch/
SÁBADO 15.1.
PASSEIO PELA ÁREA TROPI-
CAL DO JARDIM BOTÂNICO
Quando lá fora o tempo está frio e
chuvoso, vale a pena visitar as estufas
tropicais no “Botanischen Garten”.
Plantas coloridas, flores e aromas
exóticos fazem-nos esquecer o
Inverno. 09:30-16:45. Entrada livre.
Botanischer
Garten.
Zollikerstrasse 107.
Bus 33/77 bis “Botanischer Garten”.
http://www.bg.uzh.ch
DOMINGO 16.1.
ARTE EM PAPEL
“Haus Konstruktiv” mostra arte em
papel de diversos artistas conhecidos.
Por exemplo, os direitos dos animais
e desenhos. Hoje às 11:45 há uma visita
guiada ao museu. Ter-dom 11:00-
17:00. Qua 11:00-20:00. CHF 5.- com
KulturLegi.
Museum Haus Konstruktiv. Selnaustr. 25.
S4/S10 bis “Bahnhof Selnau” oder
Tram 2/9 bis “Sihlstrasse”.
https://bit.ly/3mGDMEi
SEGUNDA-FEIRA 17.1.
VÍDEOGAMES GRATUITOS
Jogue vídeogames em seu telefone
ce- lular ou computador. Em
www.miniclip.com você
encontrará uma variedade
de jogos online.
A diversão para crianças
e adultos é garantida!
Gratuito.
https://www.miniclip.
com/games/
TERÇA-FEIRA18.1.
LIVROS EM 12 LÍN-
GUAS
A “Pestalozzi Bibliothek Hardau”
tem uma vasta oferta de
livros, CDs e DVDs para crianças e
adultos em diversas línguas. Ter-sex
14:00-19:00, sáb 10:00-16:00. 40% de
desconto com KulturLegi.
PBZ Hardau. Norastr. 20.
Tram 2/3 oder Bus 33/72 bis “Albisriederplatz”.
https://pbz.ch/
QUARTA-FEIRA19.1.
FILMES À HORA DE ALMOÇO
Hoje ao meio-dia pode ver uma seleção
de curtas metragens no “Kino
Toni”. Especialistas e realizadores
apresentam debates sobre o filme e
discriminação. 12:00-13:00. Entrada
livre.
Toni-Areal. Kino Toni. 3. Stock. Pfingstweidstr.
96.
Tram 4 bis “Toni-Areal” oder Tram
6/8/17 bis “Fischerweg”.
https://www.zhdk.ch/veranstaltung/46090
QUINTA-FEIRA 20.1.
IDEIAS DE JOGOS INFANTIS
Nesta página de internet descubra
cerca de 50 ideias de jogos de interior.
Para crianças dos 3 aos 14 anos. Transforme
o quarto das crianças num percurso
de obstáculos ou partam juntos
numa caça ao tesouro. Gratuito.
http://www.familie.de/kleinkind/kinderspiele/indoorspiele/
SEXTA-FEIRA 21.1.
LOCAL DE ESCRITÓRIO GRA-
TUITO
No “Büro Züri” na Bahnhofstrasse encontra
locais de trabalho gratuitos
com tomadas e ligação à internet. Traga
o seu computador portátil ou documentos
e aproveite o sossego para
trabalhar de forma concentrada. Para
fazer um curto intervalo, tem café, chá
e água mineral gratuitos. Para reservar
um espaço, tem de se registar: www.
buero-zueri.ch. Seg-sex 09:00-19:00,
sáb 09:00-17:00. Gratuito.
Büro Züri. Bahnhofstrasse 9.
Tram 8/9/11 bis “Börsenstrasse”.
https://buero-zueri.ch/
SÁBADO 22.1.
ANDAR DE TRENÓ EM “ÜETLI-
BERG”
No Inverno, o “Üetliberg” não oferece
apenas caminhos para passear. Num
percurso de 330 metros de comprimento,
durante o dia, mas também à
noite, pode deslizar montanha abaixo
no seu trenó (só com neve). Traga o
seu trenó. Informações sobre o percurso
de trenó: Tel. 044 412 14 71. Custo:
despesa do bilhete de comboio até
à paragem “Üetliberg”.
http://www.utokulm.ch/de/uetliberg/
schlitteln
DOMINGO23.1.
GRAVAÇÃO
Com a sua família, pode ouvir gravações
interessantes, divertidas ou informativas.
No site www.srf.chf vários
locutores e músicos dão vida e voz às
histórias. Gratuito.
www.srf.ch/audio/hoerspiel
SEGUNDA-FEIRA 24.1.
PROCURAM-SE
PARTICIPAN-
TES PARA O PROGRAMA TAN-
DEM AOZ!
Vive como refugiado em Zurique e deseja
estabelecer contactos? Ou já vive
há muito tempo em Zurique e gostaria
de fazer trabalho voluntário para
ajudar refugiados? O programa Tandem
AOZ junta refugiados e voluntários,
que se encontram semanalmente
durante 6 meses, pelo menos. Em
conjunto, sobem ao Üetliberg, preparam
um bom húmus ou estudam
para o próximo exame de alemão. Inscrição
e mais informações em www.
aoz-freiwillige.ch ou 044 415 67 35 e
freiwillige@aoz.ch.
AOZ-Freiwilligenbüro. Flüelastr. 32.
Bus 83/89 bis “Albisrank”.
https://www.stadt-zuerich.ch/aoz/de/
index/integration/fachstelle-freiwilligenarbeit.html
SÁBADO 29.1.
FITNESS EM CASA
Gosta de praticar desporto, mas lá
fora está demasiado frio? Mexa-se na
sua sala de estar! A aplicação “Nike
Training Club” propõe exercícios para
motricidade, resistência e força, que
pode facilmente fazer em sua casa.
Descarregue a aplicação em “Google
Play Store” e comece o seu treino. Informações
em 13 línguas. Gratuito.
DOMINGO 30.1.
ARTE MODERNA
Para um domingo criativo, visite a
“Kunsthaus”, onde pode apreciar arte
moderna suíça e estrangeira. Actualmente
decorre uma exposição de escultura.
O artista americano Walter De
Maria encheu uma sala com 2000 tijolos.
A exposição simboliza o tempo e
a paz. Entre as 11:00 e as 12:00 há uma
visita guiada a esta exposição de escultura.
Ter/sex-dom 10:00-18:00. Qua/
qui 10:00-20:00. Gratuito com Kultur-
Legi (em vez de CHF 23.-).
Kunsthaus Zürich. Rämistr. 45.
Tram 3/5/9 oder Bus 31 bis “Kunsthaus”.
https://www.kunsthaus.ch/besuch-
-planen/agenda/the-2000-sculpture-18/
18 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
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19
CRÓNICA - do nosso cantinho para o vosso Cantão
CRÓNICA
Campo Maior em Festa!
ARAGONEZ MARQUES
Este dia em que escrevo, 15 de Dezembro de
2021, ficará para sempre na história cultural
do nosso cantinho, especialmente na Vila de
Campo Maior. Durante toda a semana esteve
reunido em Paris o 16º Comité da UNES-
CO onde a candidatura das Festas do Povo
(a festa das flores de papel) que, quando o
povo decide, transforma toda a localidade
num enorme jardim de ruas engalanadas, fi-
gurava com uma Candidatura a Património
Cultural e Imaterial da Humanidade.
Hoje, dia 15, a Candidatura foi classificada
ao início da tarde.
Não é só o Fado, o Cante Alentejano, a Loiça
de Bisalhães, os Chocalhos de Alcáçovas, os
Bonecos em barro de Estremoz e os Caretos
de Podence, agora temos também as Festas
do Povo de Campo Maior.
Pela primeira vez a crónica que tinha escri-
to para este número desta revista, foi para a
gaveta esperando nova oportunidade.
Esta é a notícia, não poderia passar sobre
ela e, neste primeiro número de Janeiro de
2022, ela aqui está para o vosso Cantão.
Com orgulho desde que se soube, o povo
saiu à rua e foi-se juntando espontaneamen-
te com as suas pandeiretas e com o cantar
das suas “saias” no Jardim Municipal. O re-
conhecimento pela UNESCO destas suas
festas deixou cheios de vaidade os Campo-
maiorenses.
No próximo número apresentarei uma en-
trevista com o Exmº. Senhor Presidente da
Câmara Municipal de Campo Maior. Ele nos
contará mais sobre estas festas que se per-
dem no tempo e a sensação que teve quando
viu as mesmas classificadas como Patrimó-
nio Cultural e Imaterial da Humanidade pela
Organização das Nações Unidas para a Edu-
cação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). De
imediato o contactei para agendar a entre-
vista a que, obviamente, pelo carinho que
tem à sua terra e a todos os imigrantes dela
ou fora dela, acedeu.
Portugal ficou mais rico em divulgação e o
povo, cujas mãos bordam com as suas mãos,
filigrana em papel, sentiu premiada a magia
de um trabalho secular.
Parabéns por este 2022 histórico que nos
apareceu, com trabalho à porta. Começa-
mos o ano de forma surpreendente.
O novo ano chegou como prenda de Natal 16
dias antes.
No próximo número ficaremos a saber mais,
a história das festas, o processo de candida-
tura, quando se realizarão as próximas e o
entranhado destas flores de papel, coração
das suas gentes, pela voz do nosso Presiden-
te da Câmara.
Onde vou agora? ... É simples, vou juntar-me
ao povo que já faz soar os cantares e a festa
pela Vila.
Obviamente, levo a pandeireta!
As últimas Festas do Povo (das flores) foram
em 2015, quando o Povo Quis, as próximas
são para já, porque mais do que nunca o
Povo Quer.
Que a pandemia o não impeça... Poderão ser
só em 2023.
Bom ano para todos.
Iremos encontrar-nos em breve nestas ruas
floridas desta localidade em festa, que mui-
tos de vós conheceis, mas que hoje foram
dadas a conhecer em todo o mundo.
Também os “Tais” de Timor-Leste, tecidos artesanalmente
em pequenos teares improvisados,
receberam esta semana a mesma dis-
tinção, ou parecida infelizmente: Património
Cultural da Humanidade em Necessidade de
salvaguarda urgente.
Conhecedor deste povo Timorense que tudo
vence, apesar das dificuldades, a começar
pela sua Independência da Indonésia, sei
que os “Tais” não desaparecerão.
Estou duplamente feliz.
20 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
21
Retratos contados...
Cultura
Diário de uma avó e de um neto
Nélson
Mateus
Alice
Vieira
ANO
NOVO
VIDA
NOVA?!
V NELSON MATEUS (*)
Querida avó,
Cá estamos nós a viver as últimas horas de 2021.
Mais um ano atípico. Muitos estavam convencidos que
todos os problemas relacionados com a Covid-19 ficavam
no ano anterior.
Mas, infelizmente, veio a comprovar-se o contrário! Começámos
o ano com praticamente 3 meses de confinamento.
Uma canseira, mete máscara, tira máscara …
perdi a conta a quantas zaragatoas me enfiaram pelas
narinas acima até agora. Felizmente, sempre com resultados
negativos. Todos estamos desesperados por virar a
página deste assunto. Mas não me parece que esses dias
estejam para breve. As pessoas da tua idade já vão na 3ª
dose da vacina. As da minha idade prevê-se para breve
mais uma dose. Daqui a um ano, quando estivermos a
fazer o balanço de 2022, veremos o ponto da situação
em relação a tudo isto.
Mas, apesar de tudo isto, não posso dizer que 2021 não
tenha sido um ano memorável.
Foi durante o Confinamento que fizemos o nosso livro
”Diário de uma avó de um neto confinados em casa”, que
chegou aos pontos de venda nos finais de Agosto. Se
muitos vão na 3º dose da vacina, o livro tem tido um sucesso
tão grande, que, em poucos meses, vai a caminho
da 3ª edição.
A exposição Retratos Contados de Alice Vieira, da qual
tenho o privilégio de ser Curador, inaugurou na Ericeira,
passou por Lisboa, pela ForEver Art Gallery, esteve no
Casino Estoril, e, para terminar o ano da melhor maneira
está patente em Torres Novas, mais uma das tuas terras.
A exposição Retratos Contados de Ruy de Carvalho inaugurou
com estrondo na casa do Artista, também passou
pela ForEver Art Gallery, e termina o ano em Leiria.
Organizei a festa de Aniversário dos 85 anos de Anita
Guerreiro.
Como tal, não me posso queixar! Só agradecer à vida e
a todos os que me ajudaram a tornar sonhos em realidades.
Como dizes tantas vezes” Saúde e Paz” o resto a gente faz.
Espero que em breve possamos viver os loucos anos 20
deste século.
Bom ano querida avó.
Bjs
V ALICE VIEIRA (*)
Querido neto
E cá estamos no fim deste ano. Ainda um ano terrível—
mas esperemos que o próximo seja, ao menos, ligeiramente
melhor. Como se costuma dizer, a esperança é a
última a morrer.
Apesar de tudo, tu ainda recordas coisas boas que também
aconteceram—o nosso livro, o êxito que tem tido, as
tertúlias para que temos sido convidados, as exposições
na Ericeira, Estoril, Torres Novas.
Claro, tudo isso é verdade, e não podemos esquecê-lo.
Mas, para mim, foi também um ano em que perdi muitos
amigos.
Quase todos os dias morria um. Foi terrível. A última foi
a Leonor Xavier. Deves lembrar-te dela: foste comigo a
um daqueles encontros que ela organizava na Capela do
Rato, onde, em cada semana, juntava um crente e um não
crente para conversarmos. Para além de ser uma pessoa
de uma fé inabalável, era também muito divertida. Às vezes
estávamos ao telefone até de madrugada. “Achas que
alguém é capaz de estar como nós, na converseta, até
altas horas?” Ríamos muito—e continuávamos. E organizava
tertúlias em casa dela—aí nunca foste…-- com gente
de todos os partidos, e aí todos nos dávamos muito bem.
Vai fazer-me muita falta.
E agora está a acontecer-me uma coisa terrível. Às vezes
vejo qualquer coisa na rua, ou na televisão, e pego no telemóvel
para falar disso a um amigo que eu sei que sabe
do que estou a falar. Começo a ligar—e depois desligo: já
morreu. E vou ligar para outro: também já morreu. Acabo
por guardar o telemóvel. E acredita que há assuntos que
eu agora já não posso partilhar com ninguém. Por exemplo:
eu tinha um amigo que todas as noites me ligava a
contar uma anedota, para eu passar a outro amigo nosso—e
o último acabava sempre por contar ao primeiro, e
ríamos muito. Era uma palermice, claro, mas gostávamos
de fazer aquilo. Já morreram todos.
Mas vamos pensar em coisas positivas: provavelmente,
em 2022, vão haver muitas mais edições do nosso “Diário”
e novas temporadas. Afinal, assuntos nunca nos faltam!
Bom ano!
(*) Os autores escrevem segundo o Acordo Ortográfico
(**) Jornalista - (***) Jornalista e Escritora
https://bit.ly/3dvDigl
https://bit.ly/3dvi3Li
https://bit.ly/3tyuFXN
www.retratoscontados.pt
info@retratoscontados.pt
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23
Crónica
Crónica
Portugal: um grande país.
Sim, é verdade, não conhece?
COSTA GUIMARÃES (*)
Eu conheço um país —
Portugal — muito mais
equilibrado do que a média
e maior do que parece.
O mundo seria melhor
se fosse um pouco mais
parecido com Portugal. A
sério
Sei de um país que ensina o mundo
a saber olhar para dentro e para fora
como só ele sabe. Este país não vive
centrado em si próprio como fazem
os franceses e os norte americanos.
Este país não ignora importantes
questões internas, como ocorre com
tantos países colonizados. É Portugal.
Sei de um país que, em 30 anos, passou
de uma das piores taxas de mortalidade
infantil (80 por mil) para a
quarta mais baixa a nível mundial (3
por mil.) É Portugal.
Sei de um país que em oito anos
construiu o segundo mais importante
registo europeu de dadores de medula
óssea, indispensável no combate à
leucemia. É Portugal.
Sei de um país que é líder mundial no
transplante de fígado e está em segundo
lugar no transplante de rins. É
Portugal.
Sei de um país que é líder mundial na
aplicação de implantes imediatos e
próteses dentárias fixas para pessoas
sem qualquer dente. É Portugal.
Sei de um país que desenvolveu um
software para eliminação do papel
enquanto suporte do registo clínico
nos hospitais (Alert). É Portugal.
Sei de um país que possui uma das
maiores empresas ibéricas na informatização
de farmácias (Glint). É Portugal.
Sei de um país onde uma empresa
inventou o primeiro antiepilético de
raiz portuguesa (Bial). É Portugal.
Sei de um país em que o mundo devia
aprender a cozinhar. É Portugal.
Os franceses aprendiam que aqueles
pratos com porções minúsculas não
alegram ninguém. Os alemães descobriam
outros acompanhamentos
além da batata. Os ingleses aprendiam
tudo do zero.
Bacalhau e pastel de nata? Não. Estamos
a falar de mais. Arroz de pato,
arroz de polvo, alheira, peixe fresco
grelhado, amêijoas, secretos de porco
preto, grelos salteados, arroz de
tomate, baba de camelo, arroz doce,
bolo de bolacha, ovos moles.
Sei de um país que é líder mundial
no sector da energia renovável e o
quarto maior produtor de energia eólica
do mundo, que está a construir o
maior plano de barragens (dez) a nível
europeu. É Portugal.
Sei de um país em que o idioma carrega
afecto nas palavras corriqueiras.
Quem não gosta de ser chamada
de miúda? Quem não gosta de ver
os meninos a brincar e ouvir os pais
chamá-los carinhosamente de putos.
Quem não gosta do uso constante
de diminutivos. Quem não gosta das
palavras de forma doce? Só em Portugal.
Sei de um país que inventou e desenvolveu
o primeiro sistema mundial de
pagamentos pré-pagos para telemóveis
(PT). É Portugal.
Sei de um país em que o mundo devia
aprender a relacionar-se com a
terra como os portugueses. Conhecer
a época das cerejas, das castanhas e
da vindima. Saber que o porco é alentejano,
que o vinho é do douro. É Portugal.
Sei de um país que é líder mundial
em software de identificação (NDrive)
que tem uma empresa que corrige e
detecta as falhas do sistema informático
da Nasa (Critical). É Portugal.
Sei de um país em que o mundo devia
saber ligar a terra à família e à história
como os portugueses. A história da
quinta do avô, as origens transmontanas
da família, as receitas típicas da
aldeia onde nasceu a avó. É Portugal.
Sei de um país que tem a melhor
incubadora de empresas do mundo
(Instituto Pedro Nunes da Universidade
de Coimbra). É Portugal.
Sei de um país com o qual o mundo
devia aprender a ter modéstia — embora
os portugueses devessem ter
mais orgulho do que costumam ter.
Sei de um país que usa suas melhores
características para aproximar as
pessoas. A arrogância que impera em
tantos países europeus, passa bem
longe. É Portugal.
Sei de um país que calça cem milhões
de pessoas em todo o mundo e que
produz o segundo calçado mais caro
a nível global, a seguir ao calçado italiano.
É Portugal.
Sei de um país que fabrica lençóis
inovadores, com diferentes cheiros e
propriedades anti-germes, onde dormem,
por exemplo, 30 milhões de
americanos. É Portugal.
Sei de um país que o mundo não devia
deixar o passado escoar-se rapidamente
por entre os dedos. E se alguns
dizem que vive do passado, eu tenho
certeza de que é isso o que os faz ter
raízes tão fundas e fortes. É Portugal.
Sei de um país que é o «state of art»
nos moldes de plástico e líder mundial
de tecnologia de transformadores
de energia (Efacec) e revolucionou o
conceito do papel higiénico (Renova).
É Portugal.
Sei de um país que tem um dos melhores
sistemas de Multibanco a nível
mundial e que desenvolveu um sistema
inovador de pagar nas portagens
das auto-estradas (Via Verde), aplicado
em vários países europeus. É Portugal.
Sei de um país que revolucionou o
sector da distribuição, ganha prémios
pela construção de centros comerciais
noutros países (Sonae Sierra) e lidera
destacado o sector do «hard-discount»
na Polónia (Jerónimo Martins).
É Portugal.
Sei de um país que fabrica os fatos
de banho que pulverizaram recordes
nos Jogos Olímpicos de Pequim, vestiu
dez das selecções hípicas que estiveram
nesses Jogos, que é o maior
produtor mundial de caiaques para
desporto, o Nelo, em Vila do Conde. É
óbvio. Portugal.
Sei de um país que tem uma das melhores
selecções de futebol do mundo,
o melhor treinador do planeta
(José Mourinho) e um dos melhores
jogadores (Cristiano Ronaldo). Obviamente,
é Portugal.
Sei de um país que tem um Prémio
Nobel da Literatura (José Saramago),
uma das mais notáveis intérpretes de
Mozart (Maria João Pires). É Portugal.
Sei de um país onde nasceram vários
pintores e escultores reconhecidos internacionalmente
(Paula Rego, Júlio
Pomar, Maria Helena Vieira da Silva,
João Cutileiro). Claramente, é Portugal.
Sei de um país que tem um sol maravilhoso,
uma luz deslumbrante, praias
fabulosas, óptima gastronomia. É Portugal.
Tenha orgulho em ser português.
(cf. https://bit.ly/3eGBEYZ )
Sei de um país que. Embora não tenha
certas características nas quais o
mundo inteiro deveria inspirar-se, mas
o mundo devia aprender. É Portugal.
Sei de um país que ensina o mundo a
equilibrar a rigidez e o afceto que os
portugueses sabem fazer. Que adianta
o rigor japonês que acaba em suicídio,
a frieza nórdica que desagua na ausência
de vínculos. Portugal sabe dosar
rigidez e afecto, acidez e doçura,
a medida correcta de cada elemento,
de forma inconsciente.
(*) António Costa Guimarães,
é Jornalista, foi Capelão
Militar e Director do jornal
Correio do Minho
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Crónica
Crónica
Detenção
do Rendeiro
é um estrondo, ah, ah!
© LUIS MIGUEL FONSECA/LUSA
COSTA GUIMARÃES *
Marcelo, Costa, Cotrim, entre outros,
esvaíram-se a clamar por vitória estrondosa
da Polícia Judiciária e da
Justiça Portuguesa que conseguiu
descobrir João Rendeiro, após três
meses de fuga.
Não se utiliza outra palavra — sucesso
— nos últimos dias, pelos mais altos
representantes desta Nação.
Lamentavelmente esquecem tantos
fracassos e ignoram que uma andorinha
não faz a Primavera.
Lembram-se do sucesso com o padre
Frederico? Sucesso sim, para ele,
porque ele fugiu. Um caso que fez
história em Portugal. O primeiro julgamento
de um padre católico durou
três meses e a sentença do Tribunal
de Júri, de 10 de Março de 1993, condenou--o
a um cúmulo jurídico de 13
anos de prisão pelo crime de homicídio
do jovem Luís Miguel (15 anos) e
pelo ilícito de homossexualidade com
um menor, bem como uma pena de
expulsão de Portugal
O tribunal condenou Frederico a um
valor de oito mil euros de indemnização
cível que devia ser paga aos pais
de Luís Miguel, mas nunca foi cumprida.
“A Igreja deveria ter assumido esse
pagamento. disse ao DN Marques de
Freitas, procurador da República que
liderou a acusação pelo Ministério Público
(cf. https://bit.ly/32E2i2b ).
Embora com recursos atrás de recursos,
e mesmo com incursões do SIS
Madeira em investigações paralelas,
Frederico Cunha começou por cumprir
pena na prisão Vale dos Judeus,
mas, aos 47 anos, aproveita uma saída
precária de cinco dias e, a 10 de Abril
de 1998, foge num carro alugado para
Madrid e apanha um avião para o Rio
de Janeiro (Brasil).
Não se sabe com que passaporte, já
que o dele estava apreendido. Esse
é ainda um dos muitos mistérios da
fuga nunca esclarecidos.
Lembram-se do sucesso do desaparecimento
do Rui Pedro? A mãe de Rui
Pedro, desaparecido há 23 anos, em
Lousada, afirmou, em Braga, não ter
perdido “a esperança de o encontrar”,
afirmando ainda “ser uma mulher de
fé”.
Uma “proposta” não aceite pela PJ e
que está entre os vários pontos a que
a família recorreu sempre que criticou
a investigação. Ao longo dos anos
foram muitas as declarações sobre o
que consideravam ser a ineficácia das
autoridades.
Um dos exemplo é o da pouca importância
dada ao testemunho de uma
prostituta, Alcina Dias, a pessoa a que
Afonso Dias terá “levado” Rui Pedro.
Esta identificou o arguido na sessão
em tribunal. Ao mesmo tempo, um
inspector admitiu em julgamento ter
mentido sobre alguns dados do processo,
o que levantou ainda mais dúvidas
sobre a forma como a investigação
se desenvolveu.
Depois do impacto da absolvição no
Tribunal de Lousada, os pais acabaram
por ver feito “um ato de justiça”,
como disse o seu advogado Ricardo
Sá Fernandes, com a decisão do Supremo.
(cf. https://bit.ly/3qAfvRD).
E outros sucessos? Poucos.
A começar pelo espectáculo nas salas
de interrogatórios
Em Fevereiro de 2017, Joana Marques
Vidal (ex-Produradora) revelou que a
violação do segredo de justiça motivou
111 inquéritos em três anos que
resultaram em “cinco acusações”. A
violação dos processos que estão em
segredo de justiça continua a ser a
pedra de toque de quem passa pelos
Tribunais. É pouco? Bastava.
Durante o mandato da ex-Procuradora-Geral
da República, verificou-se
pela primeira vez a transmissão por televisões
dos vídeos de interrogatórios
de arguidos. Primeiro, em 2015, quando
o antigo ministro Miguel Macedo
viu divulgados na comunicação social
imagens e sons dos seus interrogatórios.
Resultado. Foi absolvido.
A Operação Marquês foi lançada em
Novembro de 2014, com o antigo primeiro-ministro
José Sócrates sob suspeita.
Sete anos e nada.
Ricardo Salgado está a ser investigado
pelo Ministério Público. Há mais de
quatro anos que existem suspeitas na
justiça sobre Salgado. Só suspeitas.
A alegada prática de crimes de corrupção,
branqueamento e falsificação de
documento, que envolveu um ex-vice-
-presidente de Angola, Manuel Vicente,
e abalou as relações entre Angola
e Portugal chegou a julgamento. O
Ministério Público admitiu que os arguidos
não irão para a cadeia, ao pedir
penas suspensas.
O roubo de armas de Tancos há quatro
anos continua a ser uma das principais
pedras no sapato da Justiça vencedora
em guerrilha entre as Judiciárias Militar
e da república. Sabem qual foi o
resultado? Mesmo com todas as pressões
do sempre presente Marcelo?
O caso está dividido entre o assalto
aos paióis de Tancos na madrugada de
28 de Junho de 2017 por um grupo de
homens liderado pelo ex-fuzileiro João
Paulino que roubou armas, explosivos
e munições do Exército; mas também
incide na investigação aos militares da
GNR e da PJM que levaram a cabo uma
acção ilegal para recuperar o material
de guerra à revelia do Ministério Público
e da PJ civil, que detém o inquérito
do caso. Segundo o MP, o então ministro
da Defesa tinha conhecimento da
operação clandestina.
Uma grande parte do arsenal de guerra
foi depositado num baldio da Chamusca,
quatro meses depois do furto,
numa encenação montada entre João
Paulino e militares da GNR de Loulé e
da PJ militar. Mas ainda estão em parte
incerta alguns explosivos que haviam
sido roubados. Ou não.
Apesar de uma vitória há muito aguardada
(sete anos), a condenação em primeira
instância do principal responsável
no caso BPN, Oliveira Costa, a uma
pena de 14 anos de prisão, nem tudo
correu bem num dos processos mais
escrutinados da justiça portuguesa.
Alguns dos arguidos mais notórios,
como Dias Loureiro viram a PGR retroceder
nos seus casos, que acabaram
por ser arquivados, após quase uma
década de assassinato público (ou político?):
poucos são os casos que vingaram
em tribunal, (BCP, BPP, BANIF...)
Portugal, em versão pornográfica da
Justiça: suspeitas sobre favores a políticos,
banqueiros, dirigentes do futebol.
Um desembargador, presença assídua
nas TVs como principal suspeito.
Além de Rui Rangel, são arguidos no
processo uma desembargadora Fátima
Galante, um presidente do Benfica,
Luís Filipe Vieira e João Rodrigues, um
antigo presidente da Federação Portuguesa
de Futebol. 13 arguidos. Condenados?
(cf. https://bit.ly/32UywpS
Se a Televisão mostrar, é sucesso... testemunhado
pelo Marcelo, pelo Costa e
pelo Cotrim.., entre outros. Para os portugueses
é ridículo. No mínimo.
(*) António Costa Guimarães,
é Jornalista, foi Capelão
Militar e Director do jornal
Correio do Minho
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CRÓNICA - Abraços de Palavras
CRÓNICA
“Cantar as Janeiras”, - tradição do Centro Lusitano de Zurique
ELEIÇÕES EM PORTUGAL
EM TEMPO DE “JANEIRAS”
GRAÇA AMIGUINHO
Neste primeiro mês de 2022, passados
quarenta e sete anos de vida democrática,
Portugal volta às urnas no dia
30, para escolher os seus Deputados à
Assembleia da República e se apurar
quem governará o País, nos próximos
quatro anos.
Sobre as escolhas a fazer, penso que
todos os portugueses têm tido tempo
suficiente, para, conscientemente,
saberem o que mais nos convém, escolha
essa, que implica muita responsabilidade.
Os mais velhos não poderão, jamais,
esquecer os anos negros de uma Ditadura,
que nos colocou na cauda da
Europa, obrigando milhares de portugueses
a procurar trabalho nas mais
diversas partes do Mundo. Sofrendo
pelo não conhecimento de línguas estrangeiras,
muitos, quase analfabetos,
se aventuraram por esse mundo fora,
em busca de um futuro melhor, que a
sua terra lhes negava.
Infelizmente, mesmo vivendo em
Democracia, os portugueses mais inconformados,
continuam a atravessar
fronteiras e depositam em mãos estrangeiras,
a força do seu trabalho, o
saber adquirido em Portugal, porque
as condições económicas e sociais, no
nosso País, estagnaram e ainda não
são iguais às de outros países da CEE.
Neste frio mês de inverno, vamos recordar
uma Tradição muito antiga,
mas que os tempos não conseguem
apagar.
“As Janeiras”!
De Norte a Sul de Portugal, nas ilhas
dos Açores, Madeira e praticamente
em toda a Europa Ocidental, ainda
hoje são vivenciadas e cantadas com
entusiasmo, pelo povo, na quadra natalícia,
até ao Dia de Reis e, em muitas
terras, continuam até ao fim do mês
de janeiro.
Cantam-se músicas pelas ruas, em
grupo, anunciando o nascimento de
Jesus, desejando um feliz ano novo a
toda a gente, e pedindo uma recompensa
que pode ser em bolos, vinho,
carnes ou dinheiro.
“As janeiras” são, por vezes, confundidas
com os “Cantares dos Reis”.
Eram cantadas, antigamente, pelos
mais pobres, que iam bater às portas
dos senhores ricos das suas aldeias e
vilas. Por assim ser, Zeca Afonso, chamou
à sua “janeirada”, “NATAL DOS
SIMPLES”.
Começarei, então, por vos recordar
este belo poema do nosso Zeca Afonso,
“Natal dos Simples”, editado a
partir do LP “Cantares de Andarilho”,
lançado em 1968, em plena Ditadura,
que tão popular se tornou, aprendido
e cantado por crianças e adultos, até
aos dias de hoje.
NATAL DOS SIMPLES
Ref
Ref
Vamos cantar as janeiras/ Vamos
cantar as janeiras,
Por esses quintais adentro, vamos/
Às raparigas solteiras!
Por esses quintais adentro, vamos/
Às raparigas solteiras
Pam-pa-ra-ra pi-ri Pam-pa-ra-ra,
pi-ri
Pam, pam, pam, pam.
Vamos cantar orvalhadas/ Vamos
cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro, vamos/
Às raparigas casadas.
Vira o vento e muda a sorte/ Vira o
vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos/ Foi-se
embora o vento norte.
Ref
Muita neve cai na serra/ Muita neve
cai na serra
Só lembra dos caminhos velhos/
Quem tem saudade da terra
Quem tem a candeia acesa/ Quem
tem a candeia acesa
Rabanadas, pão e vinho novo/ Matam
a fome à pobreza
Ref
Já nos cansa esta lonjura/ Já nos
cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos/
Quem anda à noite à ventura
Ref 3v
Nos tempos que vivemos, “as Janeiras”
são geralmente cantadas por
Ranchos Folclóricos ou Grupos Corais,
muitas vezes, em colaboração com os
Municípios, fazendo concertos em lugares
públicos, tais como coretos de
jardins ou Casas da Cultura.
Os instrumentos musicais mais usados
para acompanhar os cantadores e
cantadeiras, são: a viola clássica, o reco-reco,
os ferrinhos, a flauta, o bombo,
a pandeireta, o adufe e o acordeão.
No Alto Alentejo usam a ronca.
Por vezes, são apenas as vozes que entoam
as bonitas canções.
De norte a sul de Portugal, esta tradição
vai tendo cada vez mais entusiastas
a darem-lhe continuidade.
Uma particularidade desta tradição é
o facto de os cânticos serem entoados
durante a noite.
Talvez seja interessante sabermos as
origens das “Janeiras”.
Como facilmente depreendemos, vão
buscar o seu nome a Janeiro, cuja origem
reside em “Janus”, o deus das
portas do céu ou o deus dos princípios
e das entradas.
O deus “Janus” é representado por
duas faces, viradas para sentidos
opostos, representando o que passou
e o que está para vir, simbolizando a
ideia de passagem de um ano para
outro.
“Janus” era um deus romano.
Entretanto, as nossas “Janeiras” foram
“cristianizadas”, com canções ao Menino
Jesus.
As “Janeiras” chegaram a ser proibidas
na cidade de Lisboa e arredores,
por serem consideradas de origem
pagã. Porém, no campo, nunca foram
esquecidas e o povo tinha prazer de
manter a tradição, contrariando a inibição
que a capital sofria.
Como já referi, ainda hoje são cantadas
em quase toda a Europa Ocidental
e até na América.
- Na Grécia cantam as “Kalandas”, no
dia 24 de dezembro.
- No Reino Unido e nos Estados Unidos,
cantam-se os “Christmas Carols,”
no dia 26 de dezembro.
- Na Espanha cantam-se “Os Villancicos”,
no dia 6 de janeiro, acompanhados
com pandeiretas e castanholas.
- Em Portuga, Açores e Madeira, soam
durante todo o mês de janeiro.
No Algarve, a população dá às “Janeiras”
o nome de “Charolas”, acompanhando
o cante com castanholas.
No Alto e Baixo Alentejo, com a elevação
do “Cante Alentejano” a Património
Imaterial da Humanidade,
“as Janeiras” rejuvenesceram, sendo
cantadas, com todo o seu encanto,
pelo povo.
É nas Beiras e no Norte de Portugal
que “as Janeiras” assumem o seu carácter
mais popular.
Em terras frias e tão chuvosas, no inverno,
“as Janeiras”
tornaram-se incrivelmente boémias
e divertidas, sendo cantadas por gente,
que nada a inibe de dar música às
suas terras.
Assim, em Braga, é famosa a “Edição
de Cantares de Reis e Janeiras”, havendo
festivais até fins de janeiro.
Terminarei com a divulgação de um
Cantar dos Reis, muito antigo, que
ouvi, há mais de meio século, na Vila
de Barbacena, no concelho de Elvas,
onde trabalhei e que penso ser único,
no nosso Portugal. Ouvi-o altas horas
da noite. Naquele silêncio profundo,
fui acordada por vozes divinais, entoando,
à sua maneira, tão peculiar,
uma linda melodia. Hoje, continua
sendo cantado, por homens que foram
meus alunos e que querem manter
a Tradição.
“CANTO DOS RÊIS”
Quais sã´ n´os três cavalhêros
Que fazem sombra no mára?
-Sã´n´os três de o Oriente
Que a Jàsus veem buscára.
Não préguntam por poisada,
Nem aonde o irão achára.
Foram – n´o achar em Roma
Revestido no altára
Com três mil almas de roda
Todas para commungára.
Missa – nova quer dizéra,
Missa – nova quer cantára.
São João ajuda à missa,
São Pedro muda o missála.
Desejo-vos um Feliz Ano de 2022!
28 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
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Saúde
Última Hora:
Europa restabelece limite de 0,3%
de THC para o cânhamo industrial
Saúde
Eça de Queirós:
“Pois venha o Hachisch!”
Laura Ramos
A nova Política Agrícola Comum (PAC),
hoje adoptada no Parlamento Europeu,
subiu o nível máximo de THC
do cânhamo industrial para 0,3%.
A notícia foi avançada esta manhã
pela EIHA – European Industrial Hemp
Association e Daniel Kruse, presidente
da EIHA, congratulou-se com mais um
pequeno passo no sector do cânhamo
a nível europeu, mas alertou que “0,
3% ainda é um limite baixo”.
O Cannareporter está a contactar a
Cannacasa, Associação Portuguesa
do Cânhamo Industrial, a ACCIP – Associação
dos Comerciantes do Cânhamo
Industrial de Portugal e a DGAV
– Direcção Geral de Alimentação e Veterinária,
para perceber o que representa
esta mudança para o sector do
cânhamo nacional.
A EIHA já tinha anunciado, em Outubro
de 2020, que o Parlamento Europeu
tinha votado a favor do restabelecimento
do nível de THC autorizado
de 0,2% para 0,3%. Um ano depois, e
após longas discussões que pretendiam
chegar a compromissos entre as
três instituições da UE, a proposta final
da Política Agrícola Comum (PAC)
foi adoptada hoje pelo Conselho, após
a votação final no Parlamento Europeu
a 24 de Novembro.
Esta mudança implica um aumento
potencial do número de variedades
de cânhamo aceites no Catálogo da
UE, mas este nível só se aplica se os
agricultores quiserem receber pagamentos
directos, o que significa que
na Europa é possível plantar cânhamo
com nível de THC acima de 0,3%,
desde que seja autorizado por regulamentos
nacionais, como já acontece,
por exemplo, na Itália (0, 6%) e na República
Checa (1%).
A nova PAC, que entrará em vigor a 1
de Janeiro de 2023, reconhece a possibilidade
de os agricultores receberem
pagamentos directos por variedades
de cânhamo registadas no Catálogo
da UE que tenham um nível máximo
de THC de 0,3%.
Daniel Kruse, pioneiro da indústria do
cânhamo e presidente da EIHA congratulou-se
com a notícia. “Este é um
grande dia para o sector do cânhamo
e mais um passo em direcção a um futuro
mais verde para a Europa. No entanto,
se comparado com outros países
do mundo, 0, 3% ainda é um limite
baixo; por exemplo, a Suíça, no coração
da Europa, tem um limite mais alto e
outros países da UE já trabalham com
limites mais altos também...
Estudos científicos e muitos anos de
experiência comprovam que limites
mais altos representam absolutamente
risco nenhum para a segurança
dos consumidores. A UE estabelece
as bases para um sector industrial do
cânhamo em crescimento, verde e
sustentável em toda a nossa União e
tem a chance de alcançar novamente
igualdade de condições na concorrência
global quando se trata do
sector do cânhamo industrial.” Kruse
acrescentou ainda que “luto por este
momento há mais de uma década. Os
meus agradecimentos especiais vão
para nossa incrível equipa em Bruxelas,
que tornou isso possível”,
Também Lorenza Romanese, directora
Administrativa da EIHA, disse estar
“orgulhosa” com o que foi alcançado
hoje. “Trabalhámos muito para garantir
que o cânhamo tivesse o reconhecimento
que merece na Política Agrícola
Comum. Eu diria que este pequeno
passo reflecte que os legisladores da
UE estão mais perto de reconhecer
plenamente a existência de um sector
europeu legítimo do cânhamo. Porém,
como já disse outras vezes, precisamos
continuar a trabalhar juntos,
pois ainda existem outras áreas onde
o cânhamo merece uma melhor regulamentação,
mas estamos no caminho
certo”, concluiu.
João Carvalho
No final de Outubro de 1869, Eça de
Queirós, então com 23 anos, partiu
com um amigo, o Conde de Redondo,
para uma viagem ao Egipto e à Palestina.
Quanto ao Egipto, o futuro romancista
registou as suas impressões em
notas (postumamente coligidas num
volume intitulado O Egipto: Notas de
Viagem), cuja leitura torna claro que
os dois jovens portugueses estavam
apostados em aproveitar a ocasião
para experimentar o haxixe, o qual no
século XIX consubstanciava muito do
fascínio exercido pelo exótico Oriente
— e, em Portugal, poucos estariam tão
a par como Eça das loas que em França
cantavam aos “paraísos artificiais”
os seus ídolos Gautier, Baudelaire e
de Nerval, notórios membros do “Club
des Haschischins”.
Assim, em O Egipto, ao relatar uma visita
aos bazares do Cairo, na companhia
de Redondo e um guia local, Eça
de Queirós escreve sem rodeios:
Fomos apenas uma vez ao bazar das
drogas: procurávamos hachisch.
— Há hachisch em bolo…
— Pois venham os bolos!
— Há hachisch em geleia…
— Então, venha a geleia!
Jonas Ali encolheu os ombros — e o
olhar que nos lançou era cheio dum
infinito desdém…
Em O Egipto, Eça não volta a referir
o haxixe; mas relata como, durante a
sua estadia no Cairo participou com
Redondo em duas sessões de fumo de
narguilé, cujo efeito, explica, é mergulhar
o consumidor “naquele estado a
que os árabes chamam ‘kiéf. “[O] cérebro
vazio de ideias e cheio de sonhos,
abismámo-nos longo tempo naquele
doce enlevo, no kief — no divino, mole,
voluptuoso, inerte, pacífico kief!”, escreve
Eça, que refere ainda “visões em
que nos julgávamos Califas, comendo
manjares admiráveis entre danças de
escravas”.
Embora Eça de Queirós não explicite
qual a substância que fumou no narguilé,
tratava-se obviamente de kif, as
inflores-cências secas da cannabis.
Sendo o menos potente dos preparados
psicoacti-vos de cannabis,
o kif não fora proibido no Egipto junto
com o haxixe, razão por que Eça pôde
iniciar–se tranquilamente nos estados
alterados de cons ciência em lugares
públicos do Cairo.
Na Primavera de [1870], estávamos
uma tarde — o Antero de Quental e eu
— na casa que então habitávamos a S.
Pedro de Alcântara quando entrou o
Eça de Queiroz, chegado havia pouco,
do Oriente, mas que ainda não víramos”.
E, continua Batalha Reis, ao pôr
os amigos a par da viagem, Eça “(a)nalisou,
minuciosamente, as sensações
que lhe dera, no Cairo, o uso do haschisch,
e as visões fantásticas que nos
preparava — porque ele e o Conde de
Redondo haviam-nos trazido haschisch
misturado a geleia, a bolos, e a pastilhas
que se fumavam em cachimbos
especiais”.
Em resumo: não só Eça de Queirós
e o Conde de Redondo satisfizeram
no Cairo o desejo de experimentar o
haxixe, como se entusiasmaram com
os resultados a ponto de assumirem a
responsabilidade moral e material de
“iluminar” com cannabis o círculo intelectual
que frequentavam — o qual,
saliente-se, passaria à história como a
geração de ouro das letras portuguesas.
Com a revelação da faceta haschaschin
de Eça de Queirós, a bola fica
seguramente no campo dos que consideram
que a apetência por estados
alterados de consciência como os
proporcionados pela canábis merece
o cárcere ou, mais civilizadamente, a
intervenção de uma Comissão de Dissuasão
da Toxicodependência.
— Hachisch? — disse-nos Jonas Ali [o
guia] — mas é proibido!*
— Mas deve-o haver… sobretudo sendo
proibido!
— Em primeiro lugar — respondeu Certas dúvidas quanto ao seguimento
desta história são esclarecidas pelo
ele gravemente – há três qualidades
de hachisch: há hachisch em pastilhas…
Eça de Queirós, na introdução que es-
Este texto foi originalmente publicado na edição
escritor Jaime Batalha Reis, amigo de
portuguesa do livro “O Rei vai nú”, de Jack Herer, e
— Pois venham as pastilhas!
creveu em 1903 à obra deste Prosas reproduzido no #3 da Cannadouro Magazine.
Leia estes e outros artigos em
Bárbaras:
WWW.CANNAREPORTER.EU
30 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
31
Saúde
Laura Ramos
Já não é novidade que o novo governo da Alemanha
se prepara para legalizar o uso adulto de canábis, mas
a operadora de transportes públicos de Berlim, a BVG
(Berliner Verkehrsbetriebe) foi mais longe e lançou um
bilhete comestível com óleo de sementes de cânhamo
que, segundo a empresa, “pode ajudar a minimizar o
stress durante as viagens no Natal e aliviar o infame
mau humor dos berlinenses”. Os bilhetes custam 8,80
euros e são válidos por 24 horas.
A BVG garante que os bilhetes não contêm substâncias
proibidas, são feitos de papel comestível regado com
óleo de sementes cânhamo e têm “supostamente, um
efeito relaxante”
O bilhete comestível de cânhamo da BVG numa estação
de metro de Berlim. Foto: Bild
Alemanha:
Transportes Públicos
testam aceitação da
canábis com bilhetes
comestíveis de
cânhamo
O óleo de cânhamo usado para “regar” os bilhetes não
contém canabidiol (CBD) e muito menos tetrahidrocanabinol
(THC), servindo apenas como uma forma de
testar a aceitação dos alemães em geral e dos berlinenses
em particular à regulamentação do uso adulto da
canábis.
Os bilhetes, que vão estar disponíveis durante uma semana,
custam 8,80 euros e são válidos por 24 horas. A
empresa de transportes públicos BVG já é conhecida
pelas suas campanhas promocionais atrevidas e esta
explora as notícias sobre a nova coligação do governo
alemão se preparar para regulamentar a canábis para
uso adulto..
“É claro que tudo isto deve ser visto como um piscar
de olhos”, disse o porta-voz da BVG, Jannes Schwentu,
acrescentando que a ideia do bilhete foi sensibilizar as
pessoas para, durante o período stressante do Natal,
apanharem o autocarro ou o metro.
“Nós deixamos muito claro que qualquer pessoa que
quiser usar o bilhete como uma passagem real, por favor,
apenas mordisque ou coma depois da sua viagem,
porque se tiver uma dentada, deixará de ser válida”, salientou
Schwentu.
LIMPAR A TRALHA MENTAL
Ivo Margarido
Absorvemos energia nas trocas
com os outros, mas também
temos de estar atentos ao que
nós próprios criamos na nossa
cabeça. É essencial que desalojemos
da nossa mente os
pensamentos negativos.
Se queremos decorar uma
casa para que fique muito bonita
e ela está cheia de móveis
velhos, não conseguimos fazer
nada: temos de tirar primeiro
todo o lixo e só depois colocar
os móveis novos. Com a nossa
mente é a mesma coisa. Se
quisermos que ela fique “bonita”,
temos de dar ordem de
despejo aos pensamentos críticos,
negativos e destrutivos.
Ou seja, devemos observar o que vem
de dentro de nós: os nossos padrões de
pensamento e comportamento e as nossas
resistências. Sempre que detectamos
Saúde
um pensamento negativo devemos reformular
de imediato esse pensamento, optando
por repetir a versão positiva várias
vezes.
32 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
33
POSTAL DO DIA
Durão Barroso não se
recomenda
A pedofilia na Igreja
Católica
Luís Osório
1.
Durão Barroso tem um problema de credibilidade.
Por mais que possa ser bem-intencionado é muito difícil
acreditar que isso seja verdade.
Poucas pessoas corporizam de uma forma tão clara os poderes
subterrâneos, os interesses dos mais poderosos, a influência
dos que manobram escudados pela invisibilidade.
2.
Luís Osório
Por isso, a escolha de Durão Barroso para presidir à Aliança 1.
chegar a conclusões e veremos o que Estruturada em relações de poder.
acontecerá.
Global para as Vacinas (GAVI) é suspeita.
Muito se tem escrito (felizmente) sobre
Uma estrutura misógina.
Com tantas pessoas em excelentes condições para serem
a pedofilia na Igreja Católica.
Vimos também a Companhia de Jesus Forçada pelo celibato a atrofiar o dese-
consideradas qual a razão que levou a administração do
tomar a dianteira e criar as condições
Mas apesar de muito se escrever continua
a surpreender a dimensão de pa-
Pode ter sido pelo seu currículo.
jo e a carne.
GAVI a escolher o presidente da Goldman Sachs?
para que a verdade possa ver a luz, parabéns
aos jesuítas.
5.
dres que abusaram de crianças – não
Durão Barroso foi presidente da Comissão Europeia.
são dezenas, na verdade não são sequer
centenas de sacerdotes.
E não sou sequer contra o celibato dos
Durão Barroso transformou-se há longos anos num lobista.
O Papa Francisco, tão atacado pelos
O celibato não é um dogma.
3.
Mas é difícil acreditar.
Nos Estados Unidos – impressionante o
padres que o desejem exercer livre-
Um homem de influência que passou a estar confortável
conservadores da Igreja Católica (porque
será?) tem sido incansável na prorosos
e os seus interesses.
Em França – onde o relatório recentecura
de respostas por mais dolorosas Mas é inconcebível que o celibato seja
Ele é um dos homens fortes do Clube de Bilderberg.
mente tornado público aponta para que possam ser.
obrigatório a todos os padres – não o
Ele foi o presidente da Comissão que juntou nas Lajes chefes
330 mil crianças abusadas e dois mil
escrevo por achar que os casos de pe-
que aconteceu em Boston.
mente.
nos lugares onde apenas cabem os verdadeiramente pode-
Mas é impressionante o rasto de sofri-
de Estado que mentiram ao mundo para que fosse admissível
uma invasão ao Iraque.
Na América Latina – pungente o pedi-
pessoas que se viram amputadas na
padres abusadores!
dofilia deixariam de existir, mas o peso
mento deixado por tantos milhares de
da pedofilia na Igreja obriga necessariamente
a repensar um modelo que
Ele foi a pessoa que passou a liderar o maior banco de investimento
do mundo, um polvo com tentáculos nos cinco
Na Polónia – onde membros do clero lentadas e humilhadas por padres que
do de perdão do Papa Francisco. sua vida por terem sido violadas, vio-
“obriga” homens a serem santos quando
ainda rastejam no pó do deserto.
continentes e capaz de influenciar o modo como o dinheiro
respondem por um terço dos crimes se aproveitaram da sua condição para
circula e os que são ou não escolhidos.
de pedofilia em todo o país nos últimos
cinco anos.
Por muito que possamos confiar nos
abusar perversamente de crianças. Como é inconcebível que a Igreja não
se abra hierarquicamente às mulheres.
3.
Com elas, com o seu contributo em lu-
Durão Barroso está por sua conta, como sempre esteve.
E agora em Espanha – nas últimas muitos homens bons da igreja, gente
gares de supervisão, certamente que o
Partidos ou organizações são instrumentais.
horas foram reveladas suspeitas fundadas
em relação a 250 padres espa-
pela convicção de uma ideia de trans-
e influência.
lhados por 31 ordens religiosas. Uma cendência, é horrível pensar que todos
que se sacrificou pelo bem comum e
problema seria fortemente atenuado.
Existem como estratégia para conseguir para si mais poder
6.
É certamente um homem inteligente, hábil e preparado.
investigação do El País que o Papa está estes casos tiveram, em múltiplos ca-
Mas ouvi-lo a pedir satisfações aos governos pela maneira
a seguir passo a passo. Segundo a investigação
as crianças abusadas nos quia da Igreja Católica.
O “Mal” contaminou a igreja Católica.
– logo ele – ou a dar um raspanete a Portugal pela forma
últimos anos (com testemunhos dire-
Cardeais
O Diabo passeia-se pelos claustros e
como o governo não está a ser competente na administratos)
vão em 1237, mas podem ascender Bispos
sos provados, o beneplácito da hierar-
Não há que ter medo das palavras.
como não são solidários com os países do terceiro mundo
envenenou a relação de confiança de
ção da terceira dose, causa-me um profundo incómodo.
a três ou quatro vezes mais.
muitos milhões em relação à Igreja – o
O próprio Vaticano durante décadas.
que Francisco já afirmou.
4.
2.
O homem que abandonou o país deixando a “batata quente”
para Jorge Sampaio representa interesses invisíveis e
Acredito em Deus.
4.
Parece-me que o futuro da Igreja Católica
se decidirá em função da resposta
Em Portugal, depois de declarações lamentáveis
de dois ou três bispos que
que for dada.
nada do que diz merece ser ouvido.
desvalorizaram a mera hipótese de Da mesma maneira que acredito con-
E isso é que é dramático.
E dependerá muito do Papa que suceder
a Francisco.
existirem pedófilos entre os sacerdotes victamente que o combate do ser hu-
Porque alguém que ocupa aquele lugar chave tem de ser
portugueses, a Conferência Episcopal mano é sempre entre uma ideia de
respeitado, ouvido e seguido nas suas recomendações.
(e muito bem) aceitou que o assunto Bem e um instinto para o Mal.
Aí perceberemos quem ganha a bata-
Pela sua credibilidade.
lha – se a luz, se a escuridão.
tem de ser investigado a fundo e nomeou
o pedopsiquiatra Pedro Strecht mana.
Temo por más notícias.
Por ser um referencial ético e moral.
A Igreja Católica é uma instituição hu-
Pela sua independência.
para presidir a uma comissão indepen-
Tudo o que Durão Barroso não é.
Feita por homens.
dente.
Pensada por homens.
Fotografia de Ana O.
A comissão terá agora um ano para
34 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
35
Crónica
PERCEBA-SE A PERVERSIDADE DA
AFIRMAÇÃO DESTE ARCEBISPO
Ivo Margarido
Segundo os meus estudos sobre a matéria,
passo a explicar: vivemos em ciclos, desde
logo o ciclo do dia e da noite, das 4 estações
e passo muitos outros de curto prazo.
Porém existem ciclos que pela natureza
da sua longevidade não nos apercebemos
deles. O ciclo maior tem uma duração de
25.920 anos. Por sua vez, este ciclo divide-
-se em 12 sub-ciclos de 2.160 anos. Numa
forma de comparação com os ciclos terrenos,
poderíamos dizer que o ciclo de 25.920
anos seria o equivalente ao ano e os 12 sub-
-ciclos de 2.160 anos cada, aos meses ... o
princípio de mudancas que é gerado pelos
respetivos ciclos é idêntico.
A cada mudança desses 12 ciclos menores
de 2.160 anos, ocorre uma inversão de polaridades
que produzem grandes mudanças em
tudo o que existe. Vou tentar explicar simplificando;
21.12.2012 foi a data que marcou a
mudança de ciclo, isto é, passámos da Era de
Peixes para a Era de Aquário. Esta transição
dura 20 anos, terminando assim em 2032,
ano em que se inicia uma “nova era dourada”.
Até lá, viveremos tempos de profundas
mudanças e purga do “Velho Mundo”, que já
não tem espaço no novo.
Explicando a inversão de polaridades: a Era
de Peixes foi uma Era de polaridade negativa
e a Era de Aquário é uma era de polaridade
positiva. O que significa isto na prática? Significa
que o domínio durante o respetivo ciclo
passa a ser da energia com a polaridade
oposta já que, em termos de magnetismo,
os opostos atraem-se. Alguns exemplos: a
energia masculina é de polaridade positiva
e a energia feminina é de polaridade negativa
(nada a ver com os conceitos de bom ou
mau). Ao Sol (dia / luz) é atribuída a polaridade
positiva e à Lua (noite / trevas) é atribuída
a polaridade negativa. Aplicando o mesmo
princípio, concluímos que na nossa civilização
Europeia onde predomina o conceito
de “Deus” nos ciclos de polaridade negativa
(portanto de trevas da consciência), o do-
mínio é da energia masculina, uma
energia destruidora e de divisão. Basta
observarmos o estado do mundo
na sua fase atual para verificar esta
“lei” universal: na religião Católica (ou
outras) existem mulheres no “comando”?
Quais eram os direitos das mulheres
até há muito pouco tempo?
E na política, quando começaram a
aparecer as primeiras mulheres? E na
gestão de empresas?
O “papel” da mulher, era ou não de
submissão? Poderíamos fazer esta
observação a muitos outros níveis.
Conclui-se portanto que somos regidos
por ciclos naturais que influenciam
o rumo dos acontecimentos,
porém a humanidade há muito que
se desconectou do Universo, perdendo
esta noção das coisas, da existência
e do seu propósito ...
Fica assim fácil de compreender que
a energia feminina (de polaridade
negativa) vai dominar este novo ciclo
de 2.160 anos (ciclo de luz / Lucifer),
cuja polaridade está em oposição à
polaridade deste novo ciclo de polaridade
positiva (Era de Aquário). Relembro
que em termos de magnetismo,
os opostos atraem-se; observe-se
o que acontece com um íman ...
Em forma de conclusão, este novo
ciclo vai ser de expansão, de união
mundial (tendência para abolir fronteiras),
grandes avanços para a união
da humanidade em todo o mundo
(já observamos os fluxos migratórios)
o que numa fase inicial se traduz por
grande desconforto e tensões que
serão dissolvidas com o tempo ... estas
grandes diferenças que existem
no mundo serão sanadas ... será um
ciclo de paz dominado pela energia
feminina. É nos ciclos regidos pela
energia feminina que se produzem
os maiores feitos da humanidade.
Assim, assistiremos à queda de sistemas
sócio-economicos que já não se
insiram nesta nova lógica universal,
toda a mentira será exposta porque
a “luz” domina, ..., por outras palavras
é a transparência que vai prevalecer
e tentar fugir a estas influências será
esforço vão ... Também as religiões
vão sofrer grandes mudanças com
tendência para desaparecer. Todos
seguiremos um “mesmo padrão”
para o bem da humanidade, já que a
história nos mostra a monstruosidade
das guerras “santas” provocadas
pela religião.
LUCIFER significa “portador da luz” e
não confundir com conceitos humanos
do “diabo” e afins porque nada
tem a ver com o assunto. Porém, o
bem e o mal são as duas faces de
uma mesma “moeda”, sendo um dos
principais desafios da humanidade
encontrar o equilíbrio!
Poderia ainda salientar que as mudanças
climáticas resultam muito
mais destas variações dos ciclos do
que propriamente da atividade humana
(mas o velho mundo bem que
tirou partido desta, realidade) ... o
Polo Norte magnético (diferente do
polo norte geográfico) tem vindo a
deslocar-se, eu próprio verifico este
acontecimento através das coordenadas
da aviação, cujas atualizações
recebo mensalmente. Isto altera a
inclinação do planeta em relação
ao seu eixo ... última nota sobre as
mudanças climáticas : comparando
com os ciclos das estações terrenas,
as “estações universais “ duram 6.480
anos, sendo a soma de 3 ciclos de
2.160 anos (cada) o equivalente, nesta
escala, a 3 meses terrenos. Por isso,
esperar que o clima se mantenha estático
ao longo do tempo, é pura fantasia
...
A purga está a acontecer e quem não
estiver alinhado com este novo ciclo,
será “transferido” para uma outra dimensão
... Boa ascenção
Nota: cuidado com a desinformação
que circula acerca da “Nova Ordem
Mundial” pois os principais interessados
em que se mantenha a “atual
ordem das coisas” tudo fazem para
confundir a malta ... e o Vaticano é
dos principais interessados na manutenção
deste caos pois não reconhece
a energia feminina e a luz que
lhe é característica!! Mas também é
verdade que um grande número de
pessoas, por “descuido”, defende os,
seus carrascos ...
Portanto, na afirmação do arcebispo
“Aqueles que resistem à Nova Ordem
Mundial terão a ajuda e proteção
de DEUS”, entenda-se do VATICANO,
cujo braço político é a Opus Dei que
tanto defende o atual e nefasto sistema
monetário capitalista e competitivo,
tão destruidor do planeta e da
humanidade (o maior banco mundial
e o mais criminoso é o do Vaticano)
mas ... que em 1913 começou a ser
implodido mas esta é uma outra e
longa história!
Em Portugal, o atual “Big Boss” da
Opus Dei é Aníbal Cavaco Silva ... tirem
as vossas conclusões!
Escreve segundo o
Acordo Ortogtáfico
36 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
37
CULTURA
CRUZADAS
V PAULO FREIXINHO
Ano 2022
Morreu Desmond Tutu
prémio Nobel da Paz
João Mendes
Desmond Tutu foi aquilo que, é minha convicção,
deveriam ser todos os homens e mulheres de
Deus, independentemente da religião que professam.
Num mundo onde tantos clérigos respaldam
regimes ditatoriais, o então bispo anglicano
arriscou a vida para combater o racismo institucional
do Apartheid, tendo posteriormente sido
peça-chave na pacificação e mediação entre as
diferentes facções, no início da era democrática
na África do Sul. Com Mandela, mudou o curso
da história naquele país. Para sempre.
Incansável na defesa dos direitos humanos,
Desmond Tutu bateu-se pelos direitos da comunidade
LGBT e pela resolução do conflito israelo-palestiniano,
foi crítico da invasão do Iraque e
dos abusos cometidos em Guantanamo, juntou a
sua voz ao combate contra as alterações climáticas,
e, entre muitas outras e importantes lutas
que poderiam ser referidas, teve a coragem de
afrontar o regime chinês, ao contrário de certos
democratas de fachada, quando apelou aos líderes
mundiais para boicotar a cerimónia de abertura
dos Jogos Olímpicos de Pequim, após a repressão
violenta das manifestações pacíficas no
Tibete, em 2008. Sempre do lado certo da luta.
Nem todos os prémios Nobel da Paz são bem
atribuídos. Alguns chegam mesmo a ser uma
verdadeira farsa. Mas poucos foram tão merecidos
como aquele que o Comité lhe entregou em
1984, ano em que nasci. O planeta e a humanidade
têm para com este homem uma dívida impossível
de ser paga. Descansará, seguramente,
em paz. Obrigado, arcebispo
Horizontais:
1. Reis que foram a
Belém visitar Jesus
recém-nascido.
5. Senão.
8. Diz-se das plantas
que têm folhas
iguais.
10. Observar.
12. Recitei.
13. Centímetro
(abrev.).
14. Dia festivo da
Igreja Católica, consagrado
à comemoração
da adoração
dos Reis Magos a
Jesus e da Sua aparição
aos gentios.
17. Elemento de formação
de palavras
que exprime a ideia
de nariz.
18. Voz imitativa
do sino, do choque
de moedas, etc.
(onom.).
20. Pancada com
corda.
22. A ti.
23. Mulo.
24. Antiga forma de
por (arcaico).
25. Estrela de
primeira grandeza
O que vai encontrar aqui
Este site é dedicado a quem gosta de
cruzar palavras e aqui vai encontrar
muitos passatempos, dicas e ajudas
para que se torne num(a) cruzadista
experiente.
Boas Festas!
da constelação do
Escorpião.
28. Elogio.
29. Alberga.
Verticais:
1. Mexer.
2. Forma larvar, pisciforme,
dos batráquios.
3. Eles.
4. Planta do pé.
5. Terceira nota musical.
6. Antigo governador
de castelo, de fortaleza
ou de província.
7. Ruído.
9. Levedado.
11. Diz-se dos nomes
de animais que,
com uma só forma,
designam ambos os
sexos.
15. Configuração.
16. Influxo divino na
alma das pessoas,
segundo os ascetas.
19. Mãe de Jesus.
21. Existe por muito
tempo.
22. Um certo.
26. Tântalo (s. q.).
27. Artigo antigo.
Bom
Ano
Palavras Cruzadas Online
Neste portal tem inúmeros passatempos
em português, que se
ocupam de vários temas e com diferentes
graus de dificuldade. É o local
certo para quem gosta de exercitar
a mente com as palavras da língua
portuguesa.
SOLUÇÕES
Palavras Cruzadas para Imprimir
Passatempos para imprimir em português.
A maioria dos passatempos
publicados são acompanhados de
uma versão PDF para imprimir em
papel.
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38 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
39
Opinião
Crónica
O
Sicofanta
do Chega
Carlos Matos Gomes
Sicofanta. A palavra é de origem
grega e significava o delator dos
ladrões de figos. Com o tempo
passou a designar lambe botas,
lambe-cus, denunciantes, e em
geral uma pessoa que tenta obter
vantagem lisonjeando pessoas
influentes ou comportando-se
de forma servil.
Dante, na Divina Comédia, colocou
os sicofantas no nono
círculo do Inferno, ainda abaixo
dos assassinos e dos tiranos.
Colocou-os mergulhados em
excrementos, dizendo deles: “A
punição é que aqueles que estavam
cheios de porcaria na vida
estão literalmente imersos nela
na vida após a morte.”
Uma autora de ciência política
americana, a propósito da
“gente” que rodeava Trump, escreveu
também sobre os sicofantas:
“ Os sycophants ajudam
a simplificar a questão da corrupção,
que é uma epidemia
assassina. Dizem aos senhores
a quem servem que é o que os
outros fazem, são o veículo para
ações escuras e saques maciços.
Percorrem os corredores do poder
sem evidências de formação
profissional para o papel que
desempenham, nem têm histórico
conhecido fora do “jobber
político”, nem um perfil pessoal
apresentável. Por outras palavras,
servem apenas como cães
de ataque.”
E, mais adiante: “ São demolidores
da sociedade porque
tornam a comunicação impossível,
pois mentem permanentemente
e minam a confiança.
Impõem uma dupla transação
entre o facilitador e eles, de que
os cidadãos adormecidos, ou ingénuos
são vítimas. Fomentam
uma cultura em que qualquer
troca leal de informação se torna
impossível, porque nunca sabemos
quando o sicofanta nos
está a dizer a verdade que ele
quer em que nós acreditemos,
ou se está a pretender provocar
uma desconfiança por um qualquer
meio enviesado.”
A descrição sobre o Sicofanta
vem a propósito de uma criatura
cuja corrupção foi apresentada
como uma curiosidade. Uma
criatura que terá sido militante
do Partido Socialista, chefe de
um sindicato de funcionários
dos impostos, que se introduziu
no Bloco de Esquerda, chegando
a candidato a deputado
e apoiante da candidatura presidencial
de Marisa Matias, que
surge agora mergulhado no
Chega. Olhem que sacaninha
engraçado! Comprem-lhe um
relógio, ou uns óculos escuros.
Mas não estamos em presença
de um videirinho, de um pequeno
traficante de quinquilharias.
Ou não estamos só perante
um escarro humano. Estamos
perante um tipo de cultura, de
aceitação de ausência de valores
e de princípios que destruirá
o compromisso social em que
a nossa civilização se fundou.
Estamos na civilização dos sicofantas
que Dante colocava na
vida após a morte nas fossas de
excrementos, porque em vida
foram como este exemplar moderno,
parte deles.
Um sicofanta que no PS e no BE
defendeu o serviço nacional de
saúde, a escola pública, a previdência
social, os direitos dos
trabalhadores e que hoje procura
tratar da vidinha e receber os
votos dos que defendem o negócio
privado da saúde, o negócio
do ensino privado contra fim
da escola pública e os seguros
privados contra as reformas e a
segurança socia, os patrões em
vez de quem trabalha por conta.
Dante colocou estes sicofantas
numa fossa de merda. Aqui há
quem o queira a seu lado, a deputar!
Fica a foto do sicofanta, sem direito
a nome de pessoa.
Cavaco Silva
– um homem coerente no ódio e
na militância
Carlos Esperança
Conheci boas pessoas salazaristas. Pensavam
mal, mas tinham bom coração. Julgavam que o
frio assassino de Santa Comba desconhecia os
assassínios da Pide, os massacres, as torturas, os
presídios, a violência policial e a miséria do povo.
Puderam, assim, ser salazaristas.
Não é o caso de Cavaco Silva, homem a quem a
democracia deu o que negou a pessoas inteligentes,
honestas e generosas. Nunca um homem tão
inculto e limitado chegou tão longe e durante
tanto tempo.
Rude nas maneiras, medroso e intriguista, foi arrogante
e pérfido para os adversários, a quem considera
inimigos. O folhetim da posse do Governo
de António Costa, depois de ter tentado contrariar
a AR e prejudicado o país com o medo que
incutiu e a denúncia às instituições estrangeiras,
do perigo do governo apoiado pelo PCP e BE, só
encontrou paralelo nas palavras boçais aos membros
do Governo que lhe desejaram Boas-Festas
de Natal, “uma boa tradição que se deve manter,
mesmo com este governo” (A. Costa).
Sobre as prevaricações ortográficas, o ódio a Saramago
e à democracia, os negócios do BPN, a
invenção das escutas do PM, as múltiplas reformas
que recebe, o seu carácter e o ódio que o
consome, paira um manto de silêncio.
Basta-lhe ver um cravo vermelho ou ouvir a data
do 25 de Abril para não conter o ódio à democracia.
Ignora que o 5 de Outubro, o 1 de Dezembro e
o 25 de Abril são datas da identidade do povo que
somos, e só o 28 de maio satisfaz a sua incultura
democrática.
O mundo é feito de mudança, mas o empedernido
salazarista não muda. Não conseguiu fazer do
PSD um partido fascista, nem ele nem o cúmplice
Passos Coelho, mas quer que o fascismo seja o
bálsamo da perfídia que acalenta.
«Cavaco diz que acordo com o Chega era melhor
solução».
(Frase proferida na formação do Governo dos
Açores)
Notícias sem sorriso e
um par de botas
Antonio Manuel Ribeiro (*)
Tem sido uma overdose de Covid-19/variantes há
demasiado tempo e nem a visita dos dirigentes do clube
de futebol brasileiro Flamengo à cata do JJ do meu clube
consegue destronar a verborreia científica e especializada
que nos consome os miolos.
Não sou um negacionista, como já por aqui escrevi, mas
estou atento ao marinar e ao fácies dos apresentadores
perante os médicos e matemáticos convidados para
verberar o óbvio:
A Covid não tem patinhas para se mexer mas sabe por
natureza vencer a oposição vacinal desenhando um novo
contexto infeccioso.
O contágio Covid existe, a infecção está aí, como a gripe,
a pneumonia e outros problemas respiratórios no tempo
invernoso que vamos vivendo. Falamos do primeiro,
escamoteando os segundos – valia a pena, apenas
para esclarecer, para acalmar, para retirar o medo do
Paulo Marques
Sabemos, pelos testemunhos
dos sobreviventes
dos campos de concentração
nazi, por exemplo, pelas
experiências do escritor
italiano Primo Levi (1919 –
1987) e do espanhol Jorge
Semprún (1923 – 2011), que
os prisioneiros se juntavam
na zona das latrinas, um
sítio pestilento, mas onde
estavam mais resguardados
do frio e da opressão
dos guardas, para recitarem
uns aos outros poemas,
passagens de livros
ou histórias que sabiam de
cor. Faziam-no, não porque
acreditassem que com
essa atitude se salvavam,
mas para diminuir a objetificação
de que eram alvo,
o facto de estarem reduzidos
a peças para abate,
para se sentirem parte da
Humanidade.
desconhecido que se instala perante tanto diagnóstico,
que as notícias abrandassem a chamada aos especialistas,
que vamos identificando pelo vestuário, os óculos, o corte
do cabelo e o remexer labial surdo.
Calou-se há muito a ordem que a sabedoria científica ditava:
“temos de alcançar a imunidade de grupo’. Lembram-se?
A vacinação tem falhado o objectivo e o slogan foi
substituído pela necessidade de reforço da dose vacinal
perante novas variantes. O mesmo acontece anualmente
com a gripe e ninguém se incomoda porque todos
transportamos o vírus da gripe.
Pedia-se outra informação, esperava-se o reforço do SNS,
sem esquecer os tão louvados profissionais que servem
para heróis nas horas amargas. Mas o SNS continua a ser
uma virgem mal tratada, amada e abandonada como
qualquer virgem incauta.
Felizmente, ontem, li que o SNS já contratualizou com os
privados 400 camas. É isso que se espera, e que as outras
urgências urgentes (o pleonasmo é sentido) não sejam
abandonadas à porta dos hospitais.
Tenham calma, desliguem, mas cuidem de se proteger
protegendo os outros porque ela anda aí.
Feliz Natal.
Fotografia: Doutor Carlos M. Trindade (obviamente de folga
na passada sexta-feira na FNAC de Almada) – talvez ainda
me vá bater por causa desta crónica…
(*) Fundador e vocalista do mais antigo grupo de Reock
português, UHF
A LITERATURA NÃO SALVA, MAS AJUDA, E MUITO...
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41
Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH
Katholische Mission der Portugiesischsprechenden
Fellenbergstrasse 291,
Postfach 217
8047 Zürich
Tel.: 044 242 06 40 7 - 044 242 06 45
Email: mclp.zh@gmail.com
Horário de atendimento:
segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h
Humor - Quem não sabe rir, não sabe viver” Passatempo
PIADAS SECAS
— Qual o nome do peixe
que caiu do vigésimo andar?
Aaaaaaaaah, Tum!
— Como é que uma abelha
morre electrocutada?
Numa flor rosa choque
— Onde é que os micróbios
fazem surf? Num micro-ondas
— Estavam duas formigas
à conversa: - Olá! Como te
chamas? - Fo. - Fo, quê? - Fo
miga. E tu? - Ota. - Ota, quê?
- Ota fomiga.
— Conheces a piada do iogurte?
– Não. – É natural…
— Iam dois amendoins na
rua. Um contou uma anedota,
o outro descascou-se
a rir.
— O que diz uma pulga a
outra pulga? Vamos a pé ou
esperamos pelo cão?
Feriados e Datas Comemorativas
— Por que é que na Argentina
as vacas andarem sempre
de cabeça no ar? Por
causa dos Buenos Aires.
— O que é que faz uma hortaliça
surda? Finge couve
— Um homem sentou-se
em cima de um cão. Qual é
o nome do filme? Sento em
um dálmata
— O que pato disse à pata?
- “Vem Quá.”
— Quem é o mais velho: o
Sol ou a Lua? A Lua, porque
já pode sair à noite.
— Estavam dois piolhos na
careca de um senhor, e diz
um para o outro: Vamos
embora que este piso é escorregadio!
— Qual a comida que liga e
desliga? O strogON-OFF
— Qual é o cereal favorito
do vampiro? A-veia
— Por que é que o Napoleão
era sempre chamado
para as festas? Porque ele
era Bom Na Party
— Qual foi a primeira vez
que os americanos comeram
carne? Quando chegou
o Cristóvão Com-lombo
— Andava um gato a vaguear
pela cidade a miar:
- Miau, miau! De repente
aproxima-se outro gato que
faz: au, au! Então o primeiro
gato pergunta: - Por que
ladras se és um gato? E o
outro responde: - Estou a
aprender novos idiomas.
— O que diz uma impressora
para a outra? Essa folha é
tua ou é impressão minha?
— Qual é o contrário de skate?
Molhei-te.
— Um peixe diz ao outro: O
que faz o teu pai? E o outro
responde: NADA. E o teu? -
NADA também.
— Qual o animal que anda
com uma pata? Ora, o pato.
— Perguntaram ao Luís –
“Quanto vale um amigo?”
Ele respondeu – “Não vale
nada. Nunca consegui vender
nenhum!”
— O que diz o livro de Matemática
para o de História?
“Não venhas com histórias,
que já estou cheio de problemas”
— Por que os robôs nunca
sentem medo? Porque têm
nervos de aço.
— Como se chama a neta
do Super Mário? Marioneta.
— Era uma vez um homem
tão alto, mas tão alto, que
comeu um iogurte, e quando
chegou ao estômago, já
estava fora do prazo.
— O que é que uma árvore
disse para a outra? Deixaram-nos
aqui plantadas!
Baptista Soares
(Endireita)
MASSAGISTA TERAPEUTA DE RELAXAMENTO
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MASSEUR UND KÖRPERTHERAPEUT
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POESIA
CULTURA
V MARIA
JOSÉ PRAÇA
https://bit.
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BOM 2022!
Quatro cantos de um mundo que é redondo
E que vai viajando pelos anos
N’esta Era de Cristo que crescente,
Vai andando pelo tempo e vai voando
E em dois mil a chegar a 22
Rebentados em quase novo ano
Vamos crer na força d’outro incenso
Que vista de alegria todo o pranto
Que em cânticos de fé toquem os sinos
Voando em sermões dos campanários
E que façam rebentar constelações
No ventre do sopé das nossas grades.
Bom 2022 !
V JOÃO
LUÍS DIAS
https://bit.ly/
3CDoarx
VIVAM!
Vivam os letrados, os menos formados e os analfabetos.
Mas estes estão ainda a tempo de aprender, se
quiserem e os ensinarem.
Vivam os heterossexuais, os homossexuais e vivam
também os que não são “carne nem peixe”.
Vivam as mulheres e os homens, as crianças e os idosos.
E, já agora, vivam também os “filhos da mãe”. Mas
estes que vivam menos.
Vivam os dentistas, os trapezistas, os músicos, os agricultores.
Mas estes que se deixem de procurar mulher
para casar em programas de televisão, que se sujeitam
a levar para casa uns tamancos, convencidos que ganharam
uns sapatos novos de estilo requintado.
Vivam os gratos, os gatos, os cavalos de puro sangue
e os outros também. Mas os ingratos que vivam longe,
pois nem os animais os querem por perto.
Vivam as vendedoras de flores, os condutores de tratores,
os gigantes e os anões, mas vivam muito pouquinho
os aldrabões.
Vivam os criadores, os sonhadores, os pintores e os
comedores. Mas estes que vivam afastados, para deixarem
os outros comerem também.
Vivam os palhaços, os poetas, os honestos e os trapaceiros.
Mas estes que vão viver “p’ro caralho”. Sim, para
esse lugar, bem lá no alto do mastro do navio, para levarem
com o vento nas trombas.
Viva eu, que também mereço e viva o meu vizinho, que
é boa pessoa.
Vivam todos, mas uns mais perto de nós do que outros.
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45
POESIA
POESIA
V EUCLIDES
CAVACO
https://www.
facebook.com/
euclides.cavaco
PASSAGEM DE ANO
2021/2022
Este adeus ao ano findo
Que nos deixou má lembrança
Faça com que o ano vindo
Nos traga boa esperança.
É altura de mudança
E traçar-mos novo plano
Com fé e com confiança
Esperar-mos melhor ano.
Festejar a tradição
Este ano talvez mais sós
Respeitando a restrição
Para bem de todos nós.
Demonstrar os sentimentos
Duma forma salutar
Esquecendo os maus momentos
Do ano que vai findar.
Desejar boa entrada
Para o ano sucessor
E celebrar a chegada
Dum Novo Ano melhor.
Que o dois mil e vinte dois
Extremine as pandemias
Brilhando com melhores Sois
A iluminar nossos dias
V CARMINDO
DE CARVALHO
https://bit.ly/3jAnqL2
MAIS UM ANO
Mais um ano
Mais um ano que acabou
E outro que chegou.
Com festejos
Tenta-se esquecer as agruras
As maleitas e desgraças.
Agora, já embrulhados
No novo ano mas ainda com
olhos
Cansados e remelados
Esperamos por coisas boas
E saborosas.
Muitos nascerão
E outros morrerão.
No próximo ano
É mais que certo
Que muitos já cá não estarão.
Então pensa se valerá a pena
A correria.
Lá para baixo nada levas
Nem sequer uma bucha
E uma cervejita para o caminho!
Enquanto andas cá por cima
Come, bebe, sossega
Essa cabeça
Dá folga à mão
E acalma esse teu coração.
1 de janeiro de 2022
46 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
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HOROSCOPO
Leão
Troque experiências com colegas e aproveite
as oportunidades. Nas horas livres,
procure recarregar as baterias. Na conquista,
vai se dar bem e até caprichar no
visual. Vida a dois cheia de carinho e calor!
Virgem
A sua ambição vai dar cartas, garantindo
progresso na carreira. Paixão com boas
energias, mas é preciso ter jogo de cintura
e evitar a rotina. No romance, espere aventuras
e até reencontro com ex-amor.
Balança
Se estiver sem emprego, parente poderá
lhe dar dicas. Boa fase para estudar e renovar
o visual.
Escorpião
A sua dedicação ao trabalho será notada
e é provável que consiga um dinheiro
extra. Óptimo momento para fazer uma
fezinha. Siga a sua intuição. Programa
empolgante pode aproximar você da
pessoa amada.
Sagitário
Actuar em equipa será positivo no serviço,
mas não deixe de tomar iniciativas.
Apoio e confiança serão fundamentais
para a saúde do seu romance. Atenção
para um ex-amor, que pode se reaproximar.
Capricórnio
Com foco, pode assumir novas responsabilidades
no seu trabalho. Astral favorável
para acertar pendência em casa.
Vida afectiva feliz. Se estiver só, talvez
uma ex-paixão mexa com os seus desejos.
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Horário
Seg. a Sexta. — 08h00 às 20h00
Sábado — 08h00 às 19h00
Produtos portugueses e de todo
o mundo numa só casa!
Aquário
Seu sexto sentido ajuda-o a facturar. Espere
boas notícias se lida com clientes.
Amigos vão lhe dar uma força no romance.
O apego com o par estará mais forte,
por isso, controle as explosões de possessividade.
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Carneiro
Bom momento para fechar negócio
ou planear viagem. Melhor ignorar as
fofocas. No romance, o seu bom humor
deixa o astral mais leve. Vai querer
proteger quem ama, mas tome
cuidado com o ciúme.
Gémeos
Foque nas suas metas e coloque os
seus planos em prática sem tirar os
pés do chão. Pode se envolver em
caso secreto se estiver só. Na união,
valerá a pena reforçar a confiança e
pegar leve no seu desejo de posse.
Se você se dedicar à carreira, o seu empenho
será reconhecido. Boa hora para
conquistar amigos e resolver questão
familiar. Fazer cobranças no amor pode
esfriar: cuidado! Tudo azul na sua união.
Grande área
de talho
Touro
Caranguejo
Produtos de todo
o mundo
Sua intuição será sua aliada no trabalho:
use-a para tomar decisões
e captar as intenções das pessoas.
Hora de organizar as contas. Romance
protegido. No romance, espere
um clima de mistério e emoção.
Você vai correr atrás dos seus sonhos
profissionais. Viagem pode
exigir dose extra de atenção. Saia da
rotina para aquecer a paixão. Colega
vai incentivar a conquistar e sua vontade
será se comprometer para valer.
Lanche e take away
(em preparação)
Meienbreitenstrasse 15 CH-8153 Rumlag
Tel: 044 945 02 20 | 044 945 02 21 Fax: 044 945 02 22
48 Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu Lusitano de Zurique - Janeiro 2022 | www.cldz.eu
49
Actualidade
Novo ano, novas leis na Suíça em 2022
Pessoas do mesmo sexo poderão casar a partir de julho. Copyright 2021 Keystone-sda. All Rights Reserved
O novo ano começa com algumas novidades: leis para diminuir a burocracia,
mudança de nome e gênero e até diminuir os presos abusivos na Suíça.
O que muda em 2022 para o cidadão e cidadã?
Thomas Stephens /Swissinfo (*)
Mudança de gênero
A partir de 1º de janeiro de 2022,
as pessoas que identificarem como
trans ou que expressarem uma variante
de desenvolvimento de gênero
poderão mudar seu gênero e primeiro
nome no registro civil "rápida
e desburocraticamente".
A declaração ao cartório do registro
civil pode ser feita por qualquer
pessoa que esteja "convencida interiormente"
de que não pertence ao
gênero registrado no registro civil,
disse o governo em outubro. Isto
custará 75 francos (85 dólares). Se a
pessoa em questão ainda não tiver
16 anos ou estiver sob tutela geral,
ou se a autoridade de proteção de
adultos tiver ordenado que assim
seja, seu representante legal deve
dar seu consentimento.
Entretanto, o governo apontou que
ainda haveria apenas duas opções
no registro civil: feminino e masculino.
A possível introdução de uma terceira categoria de
gênero ou a completa renúncia ao registro de gênero estão
em discussão.
Casamento entre pessoas do mesmo
sexo
Em setembro, quase dois terços dos eleitores aprovaram
nas urnas o projeto de lei de casamento e direitos de adoção
para casais do mesmo sexo.
Embora esses casais tenham que esperar até 1º de julho
para se casar ou converter sua união civil em casamento,
eles podem apresentar a documentação para que a
bola burocrática comece a rolar antes disso. A partir de 1º
de julho, novas parcerias civis não serão mais possíveis na
Suíça, mas as parcerias civis existentes podem continuar.
Entretanto, uma disposição da nova lei, relativa à propriedade
conjugal conjunta, entrará em vigor em 1º de janeiro.
Ela diz respeito aos casais do mesmo sexo que se casaram
no exterior (cujo casamento é atualmente reconhecido na
Suíça como uma parceria civil).
Preços justos
Boas notícias para os consumidores. A partir de 1º de janeiro,
lojas e serviços on-line estrangeiros não poderão
discriminar os clientes na Suíça.
Em 2017, os defensores recolheram assinaturas suficientes
para uma votação nacional sobre a Iniciativa de Preço Justo.
O Parlamento apresentou uma contraproposta, que os
defensores aceitaram, e que agora entra em vigor.
O núcleo da contraproposta é uma proibição de geo-bloqueio,
utilizada pelos varejistas para impedir que compradores
on-line comprem produtos ou serviços mais baratos
em sites no exterior. Como resultado do redirecionamento
para websites suíços, ou porque os fornecedores estrangeiros
se recusam a entregar na Suíça, empresas e indivíduos
são forçados a comprar produtos de varejistas ou fabricantes
na Suíça, onde os preços são muitas vezes muito
mais altos, ou através de importadores exclusivos.
"Seja em viagens, apartamentos de férias, hotéis, aluguel
de carros ou ingressos para eventos, concertos, parques
de diversão, etc., os clientes da Suíça podem agora reservar
no exterior diretamente sob as mesmas condições que
um local", diz o site de proteção ao consumidor Konsumentenschutz.ch.
"Até agora, muitas vezes eles tinham
que pagar mais pelo mesmo serviço".
Livre-circulação
Também boas notícias para os croatas. A partir de 1º de
janeiro, eles terão os mesmos direitos de viver e trabalhar
na Suíça que todos os outros cidadãos da UE (embora o
governo possa limitar temporariamente seus números).
A Croácia aderiu à União Européia em 2013, mas a Suíça,
signatária do Acordo de Livre Circulação de Pessoas, tinha
até agora optado por não abrir totalmente suas fronteiras
aos seus cidadãos.
Tornozeleiras eletrônicas
Qualquer pessoa afetada por violência doméstica, ameaças
ou perseguição pode agora solicitar que o agressor
seja obrigado a usar uma braçadeira eletrônica ou um dispositivo
de tornozelo.
Assim, sempre será possível dizer o paradeiro do agressor,
que também terá que cobrir os custos. Esta vigilância eletrônica,
que pode ser ordenada por um período máximo
de seis meses, faz parte de uma lei mais ampla sobre a
proteção dos sobreviventes da violência. Os cantões individuais
são responsáveis pela aplicação da medida quando
o considerarem apropriado.
Em 2020, a polícia registrou mais de 46.000 crimes violentos
na Suíça, incluindo mais de 20.000 delitos domésticos.
Cerca de 27.000 crianças e adolescentes são afetados pela
violência doméstica a cada ano.
Multas no exterior dedutíveis
Muiltas impostas no exterior a bancos ou empresas suíças
serão condicionalmente dedutíveis a partir de 1º de
janeiro.
A Lei federal sobre o Tratamento Tributário das Sanções
Financeiras pretende evitar que as empresas sejam utilizadas
como bodes expiatórios para retaliação política entre
governos. Embora as multas impostas na Suíça não sejam
dedutíveis, as impostas no exterior serão - desde que
as sanções sejam contrárias à política pública suíça ou a
empresa possa provar que foram feitos todos os esforços
para agir de acordo com a lei.
A Suíça é um dos poucos países que permite que tais multas
sejam dedutíveis de impostos. Para críticos a medida
apenas irá recompensar o mau comportamento das empresas.
Adaptação: Alexander Thoele
(*) Escrito na variante brasileira da
Língua portuguesa.
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