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JORNAL FOLHA SERTANEJA - Edição Online 04/2021 • 31 de DEZEMBRO de 2021

JORNAL FOLHA SERTANEJA - Edição Online 04/2021 • 31 de DEZEMBRO de 2021

JORNAL FOLHA SERTANEJA - Edição Online 04/2021 • 31 de DEZEMBRO de 2021

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O JORNAL DA REGIÃO DO SÃO FRANCISCO

Criado em 18/02/2004 • Fundador: Antônio Galdino

Até aqui nos ajudou o Senhor.

Edição Online 04/2021 • 31 de DEZEMBRO de 2021

(I Sm 7:12)

Adeus, Janinho!

São grandes as surpresas que a vida nos traz. A que nos acordou no dia 13 de dezembro

parecia inacreditável. As redes sociais anunciavam, os telefones tocavam, as rádios

também traziam em noticiários extras a morte, assim de repente, de Jânio Soares que

nos deixou, da forma menos esperada, vítima de um infarto fulminante.

Mas, diziam todos, Janinho era o cara mais alegre que se conhecia, vivia rindo. Outro

afirmou. A gente chegava no escritório dele para brigar e saía abraçado com ele, rindo.

O triste fato é que, o risonho, brincalhão, cheio de apelidos graciosos com os amigos,

embora tenha virado saco de pancadas de alguns políticos e dos que queriam ações

efetivas no Esporte e na Cultura, na Secretaria que ele comandava na Prefeitura ele

Luiz de Deus faz pequena

reforma administrativa

em cinco anos de governo

Página 12

mantinha-se, muito ético, calado mas dizia apenas aos muito próximos.

- Cara, se eu pudesse eu faria isso mas hoje é inviável. O foco da gestão municipal é a

saúde. Essa pandemia nos deixa de mão atadas.

O triste fato é que na madrugada de 13 de dezembro, dia que seria festivo para os

amantes da música e do forró porque é o dia de Santa Luzia, a data do aniversário

de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, Paulo Afonso e Glória amanheceram melancólicas,

tristes e muita gente, incrédula custava a crer que, ainda na madrugada Jânio Soares,

Janinho, nos deixou, sem tempo para despedidas...

Páginas 9 e 10

Mais um capítulo da novela

do Hospital da Chesf

Iniciada há quase duas décadas,

a história da transferência

do Hospital Nair

Alves de Souza, construído

pela Chesf no final da década

de 1940 agora chega

à Justiça. Uma liminar do

juiz federal de 1ª instância,

em Paulo Afonso, foi

derrubada por um desembargador

em Brasília e a

Prefeitura de Paulo Afonso

promete recorrer. Aguardemos

os próximos capítulo

dessa “novela mexicana”,

assim chamada pelo

governador da Bahia.

Antônio Almeida e João Tavares

também nos deixaram em dezembro

Antônio Almeida, contador pioneiro de sua marca na história de Paulo Afonso

Paulo Afonso faleceu em Salvador, aos com milhares de fotos de monumentos

Página 6

86 anos, depois de anos de sofrimento. naturais e da cidade.

João Tavares, de Agrestina/PA, deixou

Páginas 10 e 11


A2

Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

EDITORIAL

“O ano termina e nasce outra vez”

Uma canção natalina nos faz

lembrar que, depois de uma longa

caminhada de 365 dias, chegamos

a um ponto em que é preciso

recomeçar.

Isso também nos remete ao escritor

Mário Quintana que escreveu um

poema sobre esperança e, quando

lhe perguntaram sobre o tema ele

respondeu:

“O ditado diz que, enquanto há vida,

há esperança. Eu digo que enquanto

há esperança há vida. ... Esperança

é quando, sendo seca absoluta do

lado de fora, continuam as fontes a

borbulhar dentro do coração”.

O ano de 2021 que chega ao fim,

arrasta com ele ainda os resíduos

fortes da pandemia que mudou

o mundo, arrasou municípios,

ceifou milhões de vidas humanas

e, também, enriqueceu muita

gente como as grandes empresas

farmacêuticas e os fabricantes de

máscaras e álcool em gel...

O mundo e os dias de cada um

sempre serão diferentes.

Em alguns lugares as luzes

feéricas perderam a timidez de um

ano atrás e se espalharam pelos

caminhos dos moradores de muitas

cidades. Em outras, não deram o

brilho de sua graça.

Ainda assim, em todos os lugares,

também aconteceu o Natal que, pelo

que representa, independe das luzes

dos homens pois tem sua própria luz.

Concluído o ano, os gestores

sensatos de todos os níveis se

debruçam sobre seus feitos para

avaliá-los, um a um, e planejar os

caminhos da gestão para o novo

ano que chega.

E como o novo ano que chega

vem movido a interesses especiais

de muitos que desejam se manter

ou começar uma vida política nas

gestões dos Estados brasileiros ou

nas Assembleias Legislativas e no

Parlamento Nacional, certamente,

muitos se nutrirão também da

esperança, que é de todos, de contar

com os votos dos pauloafonsinos.

E, para tanto, os mesmos

candidatos de outros tempos e

aqueles que têm nessa eleição os

seus primeiros sonhos, vão se chegar,

sorridentes, amistosos, dispostos a

comer comidas que nunca provaram

na vida e a colocar criancinhas sujas

no colo para agradar os seus pais,

humildes e carentes.

É o cenário que já vimos tantas

vezes e que vai se repetir este

ano, naturalmente, recheado de

promessas nunca cumpridas nos

quatro anos depois da eleição dos

candidatos...

Esperança

Não dá para esquecer o que

prometeu o candidato a governador

da Bahia, num palanque em Paulo

Afonso, rodeado de pessoas

simples, muita gente da terceira

idade, esperançosa de melhores

condições da saúde para lhes dar

um pouco mais de tranquilidade

nesses seus últimos anos de vida e

o candidato, na maior cara de pau

declarar, em um discurso inflamado

e contagiante, a ponto de emocionar

algumas dessas pessoas idosas, e

dizer a plenos pulmões:

- “Daqui a sessenta dias volto a

Paulo Afonso para inaugurar a UTI

do HNAS, com 30 leitos”.

Os aplausos, os gritos de viva e

sincera emoção e até lágrimas dos

idosos e de muitos outros presentes

a este ato, explodiram no ar, bem ao

lado do prédio do Centro Cultural

Lindinalva Cabral.

Isso aconteceu no ano de 2006,

antes das eleições de outubro. Em

2022, 16 anos depois, eles voltarão,

mas a UTI de 30 leitos do Hospital

Nair Alves de Souza ainda não saiu

do papel...

Mas os candidatos, os antigos e os

novatos, vão chegar e vão visitar os

possíveis eleitores em lugares onde

nem o poder público chegou ainda,

vão colocar no braço as crianças

sujinhas e até tomar uma “bicada”

no bar da esquina e carregar

nas promessas, e vão dizer com

convicção que agora a UTI sai, que

a segunda ponte da Ilha de Paulo

Afonso será o mais novo cartão

postal da cidade, quem sabe até o

sonhado emprego para o José que

sustenta os filhos com a cesta básica

de doações e o dinheiro da Bolsa

Família que agora mudou de nome.

Fim de ano é, portanto, tempo

de pensar bem. No que se fez e no

que se deixou de fazer e porque

se deixou de fazer. E, no ano que

está chegando, ficar de olhos e

ouvidos bem atentos, contra as

enganações...

Mas é também a oportunidade

de continuar sonhando com dias

melhores, de renovar a esperança e a

fé em Deus que dias melhores virão.

Porque, apesar dos políticos e suas

grandes promessas nunca cumpridas,

tenha certeza que, se você crê, Deus

nunca vai abandonar você.

Aquele que crê sabe que é tempo

de agradecer por estar vivo, ao lado

dos que ama, quando milhões foram

levados pela pandemia e por outras

doenças e creia que, como disse o

poeta, “enquanto há esperança, há

vida!”

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E

— ó delicioso vôo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança…

E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…

FIM DE ANO

Nós todos morreremos, amanhã ou depois. Isso é certo como dois e dois são

quatro - cinco, seis, nem sei mais... Alguns enfezados, cheios de bile como certos

sapos, de peçonha como certas cobras, de raiva como certos cães. Outros de

empáfia, presunção, soberba e mágoa. Alguns de solidão, de fome, de tristeza.

De alegria também, de euforia, de alforria, quem é que pode saber? Muitas coisas

sabemos, mas só de uma temos todos a mesma certeza: esse dia chegará. Você

pode até admitir como destino, sina, penitência, castigo. E aceitar que, em sendo

assim, receberá no outro mundo a recompensa da vida eterna. Como dizem as

escrituras, as crenças, os credos. Mas eu tenho certeza de que você não tem outra

certe za senão a da fé, e a fé, eu sei, além de mover as montanhas, também é um

refrigério para nossas dores e um alívio para nossas aflições. Eu sei. Mas enquanto

isso, por que não antecipar um pouco das futuras benesses do pós-futuro? Fazendo

o bem, ou fazendo o mal, com picuinhas ou gentilezas, afetos ou desafetos, não

morreremos todos igualmente no dia definitivo? Se houver outra vida, seremos

cobrados pelo que lá façamos ou pelo que aqui fazemos? E se não houver, nada

nos importa lá, mas por aqui talvez importe o que fazemos, como fazemos e por

quê fazemos. Se o fim é o mesmo, talvez antes do fim possamos ser menos infelizes.

Sem bile, sem soberba, sem mágoas, sem rancores. A cada um, portanto, é dado

antecipar o fim ou esperar pelo fim. Se o mal nos corrompe, ele se antecipa, se o

bem nos protege ele se posterga. Vieira disse um dia: Suposto, pois, que todos

havemos de morrer e todos imos para a sepultura, o maior favor que Deus pode

conceder a um mortal é que morra e chegue lá mais tarde. Você, o que diz? Faça o

amor, não a guerra. Boas Festas. Feliz Ano Novo.

30/12/2021

Hoje quero falar de Memórias Afetivas

Recebi essa foto cedinho e passou um

filme na minha cabeça...

Esse presépio é montado na parte da

frente da casa dos meus avós maternos

(Dona Irene e Seu Zuza) há mais de 40

anos. Lembro-me nitidamente de ter

acompanhado a montagem dele em

alguns anos, sempre com muito zelo e

carinho. Lembro, também, que ele era

tipo um "atrativo turístico" pois muitas

mães levavam os filhos para conhecerem

o presépio da Dona Irene.

Ver esta foto me fez lembrar muita coisa

boa. Lembro-me que eu era tão pequena

que ficava de ponta de pé para

ver o presépio. Lembro do presente

que ela deu aos netos no último Natal

(ela faleceu dois dias depois do Natal).

Tantas lembranças boas.

Fiquei pensando nas memórias Afetivas

que tenho e nas que estou criando

com pessoas, nos lugares, com os cheiros

e os sabores.

As memórias Afetivas são criadas no dia

a dia, quando guardamos os momentos

bons e também aqueles não tão bons

mas que nos fizeram crescer (Os ruins

devem ser lembrados só se forem para

o crescimento... Nada de perder tempo

pensando em coisas ruins).

Estes momentos é que nos trazem um sorriso

no rosto, uma sensação de realização

e até mesmo uma pontinha de saudade.

Quando meus netos vierem farei questão

de mostrar esse presépio a eles e

contar a história de Zuza e Irene. Ele,

trabalhador da Chesf (Almoxarife). Ela,

autônoma. Trabalhava na sua sapataria

produzindo e consertando sapatos.

Fabilândia @quandoviratexto

Duas pessoas fortes que criaram e educaram

muito bem os 8 filhos.

E produziram na nossa família lindas

memórias Afetivas.

Rever esse presépio me fez voltar ao

tempo e lembrar quando convivia com

meus avós (hoje eles moram no céu).

E entender que quando a gente ama

alguém, ela fica viva e guardadinha no

coração da gente como uma linda memória

afetiva...

"A vida não é julgada pelo tempo

mas pelas memórias dos momentos

especiais."

Colecione memórias Afetivas com

quem você ama. Existem momentos

que duram segundos, mas deixam lembranças

para toda vida.

Texto: Fabilândia @quandoviratexto

Foto: Messias Ferreira

#pensenisso #inspira #saudemental

#fé #felicidade #depressãonãoéfrescura

#esperanca #autoestima #motivacao

#mensagemdodia

Natal, fim de ano e o sentido da vida

Para mim, de saída, considerando

que estamos entre amigos, leitores e

cronista, a vida só faz sentido no espírito

da fé cristã; aquele cristianismo

nascente ainda imune aos sabidões de

plantão. Sem ele, a nossa conversa não

estaria acontecendo [neste momento].

O jornalista Charles Lescurier, no Le

Figaro de 22 de dezembro, publicou resultados

de uma enquete com 19.000

leitores em 17 países sobre “valores

que dão sentido à existência”. Prevaleceram

a família, o bem-estar material,

passando pela fé e os animais domésticos.

Em suma, os ingredientes que nos

tornam a vida agradável.

A matéria é longa e a tradução completa

tornaria a vida do meu leitor monótona.

Como sempre faço após a leitura

de uma matéria do jornal, imitando

o meu colega de faculdade João José

que priorizava o seu gosto na leitura

dos comentários (nosso leitor comenta

pouco, desprezando o seu potencial de

influenciar), fui aos comentários dos leitores

do Le Figaro de Paris. Creio que

Edson Mendes

Francisco Nery Júnior

eles sintetizam o que eu, autor desta

matéria, teria a conversar com os nossos

leitores. Seguem na ordem que apareceram

no jornal:

. Surpreendente o escore pífio (fraco) da

espiritualidade e das relações amorosas;

. Resumo: trabalho, família, saúde;

. Os franceses perderam a sua fé católica;

. Jesus! ;

. Faltaram dois valores: a ciência e a arte;

. Deus! ;

. É indispensável ter um sentido para

sua vida? Alguém não pode simplesmente

gozar este pequeno momento

passado no Universo? ;

. Amar viver dá um sentido à vida e vice-versa;

. Este mundo é uma oportunidade

(chance, sorte) ímpar (única, inaudita).

Entremos em 2022 cientes que somos

parte de um projeto sublime e compensador

de um projetista muito, muito

superior ao que imaginamos; que uma

criança nascida em Belém se esforçou

ao extremo para nos tornar parte dele

[do projeto].


Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

A 3

A quantas anda a política no Brasil?

Dos custos dos parlamentares à disputa de poder no ringue

Os últimos acontecimentos referentes à política

brasileira em alguns lugar e a informação sobre

o custo de cada parlamentar e ainda o quanto

de dinheiro é destinado para o chamado fundo

partidário, realmente um saco sem fundo, e mais

ainda o fato de estarmos entrando em um ano

de eleições para Governadores dos Estados,

Deputados Estaduais, Deputados Federais,

Senadores da República e Presidente da República

nos fizeram trazer alguns conteúdos para que os

leitores do Jornal Folha Sertaneja online, possam

estar bem preparados para escolher bem os seus

candidatos nessas eleições que só acontecem

em outubro mais alguns candidatos já estão

aparecendo por Paulo Afonso, de olhos bem

abertos para os seus quase 90 mil eleitores...

Veja a quantas anda a política pelas terras

brasileiras e faça também a sua leitura de

como está na sua terrinha, quando dos nossos

Previsão de fundo eleitoral

de até R$ 5,7 bilhões é promulgada

(Da Agência Senado | 21/12/2021, 09h23 - Fonte: Agência Senado)

A previsão de até R$ 5,7 bilhões

em recursos públicos para o fundo

eleitoral em 2022 passa a valer nesta

terça-feira (21). Trecho da Lei de

Diretrizes Orçamentárias (LDO), que

havia sido vetado, foi promulgado

pelo presidente Jair Bolsonaro e

está publicado no Diário Oficial da

União. A promulgação é resultado

da derrubada do veto de Bolsonaro

por deputados e senadores na

última sexta-feira (17), em sessão do

Congresso Nacional.

Na Câmara, foram 317 votos a favor

da derrubada e 146 contra. No Senado,

foram 53 votos pela derrubada e 21

pela manutenção do veto.

O valor final do fundo eleitoral

ainda será definido na Lei

Orçamentária Anual (PLN 19/2021),

impostos está indo para essa conta.

A primeira notícia que você vai ver aqui,

obviamente já deve até ter visto nas redes

sociais mas os números são tão grandiosos que

trouxemos para você ver, se ainda não viu ou

rever e convencer-se que não leu errado não.

Estamos falando da disponibilização de quase

2 bilhões de reais destinados ao Fundo Eleitoral

para serem torrados pelos partidos nessa

campanha de 2022. Alguns partidos recebem

mais de 200 milhões. Quem recebe menos

chega perto de 1 milhão de reais. Se persistir a

dúvida, consulte o site do TSE.

Mas há muitos outros bilhões de reais nesta

história, quase seis bilhões (5,7) conforme

notícia divulgada pela Agência Senado, que

apresentamos abaixo.

Enquanto isso um prefeito e um ex-vereador

do Amazonas decidiram discutir suas diferenças

que está em discussão na Comissão

Mista de Orçamento (CMO) nesta

terça e ainda precisa passar por

decisão do Congresso. No relatório

apresentado pelo deputado

Hugo Leal (PSD-RJ) à CMO nesta

segunda-feira (20), o valor previsto

para o fundo é de R$ 5,1 bilhões.

Os senadores que defenderam

a derrubada do veto ressaltaram

que o dinheiro para as campanhas

eleitorais ainda não está carimbado,

e pode vir a ser menor do que o

valor máximo autorizado.

Além do aumento do fundo

eleitoral, o Congresso restaurou

outros 11 dispositivos da Lei de

Diretrizes Orçamentárias (LDO)

deste ano (Lei 14.194, de 2021) que

haviam sido vetados.

Prefeito e vereador no ringue.

Dinheiro público bem empregado

Foi no interior do Amazonas. Os

dois se “bateram” no ringue de MMA

para a resolução de disputas políticas.

Melhor assim. Poderiam ter-se batido

com parabellums na mão. Nós os

amamos e os queremos vivos. Sem

eles, adeus a motivação, a inspiração e

o fôlego para as nossas crônicas. Eles

são o sabor das nossas leituras. Nos

descontraem, presunçosos que são

que somos ingênuos. Aqui e acolá, vai

o registro, um ou dois que respeitamos

e conquistam os nossos votos.

E nos pouparam um aperreio! (Na

verdade, pouparam os contribuintes

da sua cidade.) Almejaríamos

nós, leitor e cronista, estarmos

paramentados em luvas e joelheiras,

em cima de um ringue a, com socos

e pontapés, fazer com eles o que,

insistentes, insensíveis e cínicos eles

nos fazem todos os dias. Ninguém é

de ferro e assumimos o nosso pecado

de, pelo menos uma vez na vida, em

cima de um ringue ou fora deles,

nos deliciarmos com a aplicação de

umas poucas bofetadas em quem,

renitentemente, nos bofeteia.

Vamos com calma e nada de

preocupação: o duelo que desejamos

seria realizado com luvas fofas e

macias. Claro que não desejamos,

leitor e cronista, quebrar a cara de

ninguém. Talvez não tenhamos tanta

moral para tanta fúria. Afinal, eles

foram eleitos em processo legal e

devidamente supervisionado. Melhor

analisarmos os nossos votos.

Para encerrar – não há muito

mais que possa ser dito – um

agradecimento e uma satisfação:

todas as vezes que desejei ter o

poder de um ditador nas mãos,

imaginei um decreto que colocaria

as duas bruxas de plantão, daquelas

que existem em todos os lugares,

em cima de um ringue de MMA,

como se colocaram os dois políticos

do Amazonas.

Um saiu cheio de hematomas

no rosto e o outro com a perna

machucada pelos pontapés

constantes do adversário. Um com

o sorriso torto e o outro com o

andar manco. Bastou para os dois e

bastaria para elas, as ditas bruxas.

O relato da mídia nos dá conta que

o Ministério Público vai investigar se

houve dinheiro público empregado

para a promoção do evento. Creio

poder afirmar que nós outros, na

função de jurados em um julgamento,

absolveríamos os dois pugilistas sem

pestanejar. Condecoraríamos os

dois, se pudéssemos condecorar!

num ringue de MMA. O Ministério Público está

apurando se entrou dinheiro público nessa

lavagem de roupa suja.

Outra coisa um tanto estranhíssima, mas nem

tanto para quem entende isso como política no

Brasil, é o que acontece em Manaus (de novo

na Amazônia). Por ali, conhecida como Inferno

Verde, há um verdadeiro paraíso.

Veja a notícia da Agência Senado, publicada

dia 21 de dezembro a seguir e também estes

assuntos estranhos da Região Norte, nestas

crônicas dos acadêmicos da ALPA Francisco

Nery Jr. e Edson Mendes Araújo Lima.

Apenas com reforço, como estamos entrando

num ano eleitoral e, embora muitos municípios

assegurem que estão sem um tostão nos cofres

públicos, convém que cada eleitor esteja bem

atento a estes usos do suado diário que é

retirado dos nossos impostos...

No inferno verde

há um paraíso

Os manauaras este ano

concederam mais cedo aos

seus vereadores os tradicionais

brindes de natal. Além do

ouro, incenso e mirra de seus

vencimentos habituais, a Câmara

Municipal aprovou, no dia 15, um

aumento de 83% na verba de

gabinete, o chamado “Cotão”.

Era de R$ 18 milhões, agora será

de R$ 33 milhões. Cada vereador

pode, hoje, se quiser, gastar R$

9 mil por mês com despesas de

combustível indo e voltando 70

vezes de Manacapuru, a 99km de

Manaus. Os eleitores têm direito a

vale-transporte, mas infelizmente

a lei os obriga ao desconto de

6% sobre o salário bruto. A estes,

os edis prometem uma chance:

a cota de 30 assessores por

gabinete foi ampliada para 45.

Com aumento salarial de 10%. A

construção de um novo edifício,

orçado em R$ 51 milhões, como

também a compra de 41 picapes,

é forçoso reconhecer que foram

canceladas. A pedido da Justiça.

Sobre outros assuntos não foi

Edson Mendes

possível deliberar... Por exemplo:

Manaus tem apenas 19% de rede

de esgoto e 37% de cobertura

de saúde. Hoje. Em 1908, Alberto

Rangel, pernambucano do Recife,

no “Inferno Verde” dizia que a

hileia, “se não for o inferno, será

o purgatório. Doenças, chagas,

delírio, danação, maximizam

o quadro tétrico da situação

social. A alquimia socioambiental

estraçalha qualquer esperança

de mudança”. Euclides da Cunha,

que já vira Canudos e os sertões,

disse no prefácio: a Amazônia é a

última página, ainda a escreverse,

do Gênesis. 113 anos depois,

a nós nos convém, caro Leitor,

orar e laborar. Em Manaus, no

coração do pulmão do mundo, é

assim. Se aí onde você mora as

coisas são diferentes, parabéns

a seus executivos, parlamentares

e munícipes! Mas se não for? Se

não for, eu lhe pergunto e me

pergunto: por que aceitamos viver

no purgatório enquanto eles, os

tuxauas, vivem no Paraíso?

22/12/2021


A4

Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

Então, é Natal!

Nos últimos anos a população de Paulo Afonso se acostumou com a bela decoração natalina que inundava de muitas luzes, cores e musicais a Praça das Mangueiras.

Também a Avenida Apolônio Sales se vestia de luzes e enfeites natalinos e o centro comercial de Paulo Afonso, a Avenida Getúlio Vargas era outro

cartão postal belíssimo.

Além disso, numa extensa programação de muitos dias, além de muitas atrações locais, os pauloafonsinos ganhavam shows especiais nesse período.

Este ano, sob a informação de que a Prefeitura estava sem dinheiro e considerando os altos custos dos serviços de saúde no combate à pandemia do

Covid-19, foi cancelada toda a programação prevista para o mês de dezembro, como outras que já haviam sido canceladas – São João, Copa Velas e outras

– e isso incluiu também a decoração natalina na Praça das Mangueiras e nas principais avenidas da cidade.

Nem por isso deixou de ser Natal e vários eventos foram realizados, pelo instituições e lojas do comércio e, também, nas igrejas com o foco, naturalmente,

no verdadeiro Natal de Jesus.

Apresentamos, nesta última edição do Jornal Folha Sertaneja online de 2021 alguns desses eventos.

SUPRAVE celebra o Natal com a participação

do Coral Chesf da Academia de Letras de Paulo Afonso

Como tem feito há

muitos anos, o empresário

Sebastião Leandro

de Morais, da SU-

PRAVE, realiza nesta

Lopja de Supermercados

uma programação

festiva de celebração

do Natal e da qual participam,

todos os anos,

o Coral Chesf de Paulo

Afonso.

Este ano, na manhã

do sábado, dia 18 de

dezembro, Sebastião

Leandro, que é Membro

Honorário da Academia

de Letras de

Paulo Afonso – ALPA,

realizou, mais uma vez

um grande momento

especial de celebração

do Natal.

Para isso, convidou a

ALPA que participou

do evento natalino

com a apresentação

de um Sarau Literário,

como músicas e

poesias apresentados

por membros desta

Academia.

A poetisa, professora

Jovelina Ramalho, que

já participou durante

muitos anos do Coral

Chesf de Paulo Afonso

e é uma grande cantora,

encarregou-se da parte

musical, pela ALPA, entoando

várias canções

de Natal, acompanhada

pelo violonista Willames

Silva e também algumas

vezes pelos coristas

do Chesf.

A poetisas, escritora,

pedagoga, Socorro

Mendonça apresentou

o poema Feliz Natal

escrito para esse momento

especial. Outros

belos poemas da

poetisa estão no seu

livro Traços de Mim.

Socorro Araújo, conhecida

como poetisa

Marajana Araújo que

lançou recentemente

um livro de poesias

chamado Terapia das

Palavras, fez também,

neste ano de 2021, em

parceria com o também

acadêmico da

ALPA o poeta e escritor

Edson Barreto, a 3ª

edição do livro A Vida

e a Vida de Padre Lourenço

sobre o qual falou

neste evento, apresentando

uma carta

do Padre Lourenço sobre

o Natal, escrita em

1969.

O poeta Isac de Oliveira,

membro da ALPA,

que também está concluindo

o seu primeiro

romance, apresentou

neste evento o poema

Os Nomes, do seu livro

EU Versus EU.

O poeta e escritor Aníbal

Nunes, também

membro da ALPA, escreveu

um sobre este

evento – O Natal da

Suprave – que muito

emocionou o Sr. Sebastião

Leandro de Morais.

Os trabalhos da ALPA

foram coordenados

pelo vice-presidente

da ALPA, Professor

Antônio Galdino, que

explicou rapidamente

o que é a Academia de

Letras de Paulo Afonso

e justificou a ausência

da presidente

a poetisa Maria Gorette

Moreira, que estava

em outro evento previamente

agendado e

agradeceu ao empresário

Sebastião pelo

convite para a ALPA

realizasse ali um Sarau

Literário Natalino.

Na ocasião foi prestada

uma significativa

homenagem póstuma

ao acadêmico da

ALPA Jânio Soares

que faleceu no dia 13

de dezembro em Paulo

Afonso.

O Sr. Sebastião Leandro

também convidou para

este evento a jovem

poetisa Paulina de Fátima

que apresentou um

dos seus poemas do livro

Indescritível Tempo

e o Professor Bastos

(Antônio Bartolomeu),

Diretor da Aposchesf

em Paulo Afonso, que

apresentou uma mensagem

natalina.

Foi igualmente brilhante

a participação do

Coral Chesf de Paulo

Afonso que é formado

por funcionários da Hidrelétrica

do São Francisco

em Paulo Afonso,

que ainda estão na ativa

e por aposentados desta

grande empresa nordestina.

O Coral Chesf,

há anos tem como regente

o chesfiano Maestro

Sandro Rogério.

O Coral Chesf apresentou

amplo repertório

de músicas natalinas

e também várias músicas

do cancioneiro

popular nordestino e

MPB, recebendo muitos

aplausos de grande

número de clientes

da SUPRAVE que ali

estavam.

Sandro Rogério também

agradeceu a

oportunidade de, mais

uma vez, o Coral Chesf

de Paulo Afonso estar

presente nesse evento

que já se tornou tradicional

a cada ano, organizado

pelos Supermercados

Suprave.

Sebastião Leandro de

Morais, visivelmente

emocionado com o

evento e com as homenagens

que recebeu

pelo seu apoio à

Cultura e em especial

pela Cultura Literária,

a Literatura agradeceu

a cada um dos participantes

da ALPA, do

Coral Chesf e dos amigos

convidados.


Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

A 5

Entidades promovem desfile de Papai Noel

pelas ruas de Paulo Afonso e BTN

Na ausência da programação

costumeira

de todos os anos na

Praça das Mangueiras,

entidades do comércio

e empresas e instituições

de Paulo Afonso,

promoveram este ano

o “Encontro com Papai

Noel”, através de desfile

do bom velhinho

em carro do Corpo de

Bombeiros pelas ruas

do centro comercial da

cidade e também no

Bairro Tancredo Neves.

O Projeto aconteceu

em quatro dias, 21, 22,

23 e 25 de dezembro

de 2021, sempre a partir

das 17h30.

No dia 21 de dezembro,

o Passeio do Papai

Noel em carro aberto

aconteceu pelas ruas

do Centro Comercial

de Paulo Afonso.

A saída foi às 17:30 horas

do UNIRIOS.

2ª Igreja Presbiteriana realiza Cantata

Infantil de Natal “O Nascimento do Rei”

No dia 18 de dezembro, à noite,

a Segunda Igreja Presbiteriana

de Paulo Afonso, situada a Av.

da Amizade, 1206, Sal Torrado,

promoveu um momento de

adoração a Deus em proclamação

ao nascimento do Senhor Jesus.

Depois de passarem cerca de

cerca de 3 meses realizando ensaios

intensos, tanto com a encenação

quanto com a passagem das

canções de Natal, as crianças desta

2ª Igreja Presbiteriana fizeram

uma bela apresentação sobre o

nascimento do menino Jesus. A

Cantata Infantil de Natal teve o

nome de O Nascimento do Rei.

A história, foi contata, pela

perspectiva dos magos do oriente

que mediante investigações

astronômicas e literárias, ficaram

sabendo que o Rei dos reis e o

Senhor dos senhores, havia nascido,

por isso, foram adorá-lo! Quem

perdeu esse lindo espetáculo ou

quem desejar revê-lo, ainda pode

assistir no canal, Pr. José Weliton

Pereira - Segunda Ippa, do YouTube.

Igreja Evangélica Shallon celebra

o Natal de Jesus em seu templo

No dia 18 de dezembro, à noite,

a Segundarealizou a celebração

do Natal de Nosso Senhor Jesus

Cristo, com uma programação

especial no dia 26 de dezembro

2021. Foi uma festa maravilhosa que

contou com a presença do Pastor

João Neto de Barros, Presidente

Geral, grupo de coreografia com as

crianças, conjunto de louvor Jeová

Shallon e uma cantata natalina com

todos os grupos juntos adorando

com grande unção dos céus. Foi

uma verdadeira opoteose. Coube

aos pastores Zacarias Teixeira e

Josué Aguiar, apresentarem as

mensagens e reflexões deste dia.

A programação foi dirigida pelo

Presbítero Relrison Feitosa.

A Igreja Evangélica Shallon foi

fundada em 1999, graças ao esforço

Pastor Presidente João Neto de

Barros e do Pastor Zacarias mas

só em 26 de novembro de 2011 foi

inaugurado um santuário mais amplo

e mais central no atual endereço,

onde nos congregamos para a honra

e a glória do Senhor Jesus! Diz o

Pastor João Neto Barros.

Dia 22 de dezembro

aconteceu uma Sonora

Natalina, também pelo

Centro Comercial de

Paulo Afonso a partir

das 17:30 horas.

No dia 23 de dezembro,

o Passeio do Papai Noel

foi realizado Centro Comercial

do populoso

Bairro Tancredo Neves

- BTN. A saída foi às

17:30 horas do SICOOB,

Av. Apolônio Sales-Paulo

Afonso-BA.

No dia do Natal, 25

de dezembro, o Passeio

festivo percorreu

as ruas do Centro

Comercial de Paulo

Afonso e seguiu

até o Balneário Djalma

Wanderley onde

aconteceu o encontro

com Papai Noel. O início

do trajeto começou

às 18:00 horas,

saindo da ASCOPA

(Av. Apolônio Sales-

-Paulo Afonso-BA).

Essa atividade foi organizada

com o apoio

do Centro Universitário

UniRios, Colégio Sete

de Setembro, Sicoob,

Seu Getúlio, Grupo MS,

Empório 3 Formaturas

e as entidades que representam

o comércio

de Paulo Afonso (BA),

ASCOPA, CDL e SINPA.

(Com informações do

Dep. Comunicação

do Colégio Sete de

Setembro)

3ª Igreja Presbiteriana apresentou

a sua cantata Celebração de Natal

A 3ª Igreja

Presbiteriana de Paulo

Afonso que teve o

seu trabalho iniciado

em 12/10/2010 e a

sua organização em

Igreja em 08/12/2018,

realizou no sábado,

dia 25 de dezembro,

em seu templo, Rua

dos Navegantes,

43, Centro a quarta

edição de sua cantata

de Natal chamada de

“Celebração de Natal”,

onde aproveitamos a

data comemorativa,

Comunidade das Nações realiza

espetáculo de Natal - Há um lugar

A Comunidade das Nações

de Paulo Afonso, dirigida pelo

casal de pastores Alessandro

e Ana Paula e funciona nas

instalações do antigo Cine

Coliseu, na Praça Libanesa,

Centro, organizou mais um

grande espetáculo de Natal

que foi apresentado no

domingo, dia 26 de dezembro,

a partir das 19 horas, na sede

desta Igreja.

Dirigido mais uma vez

pela competente Elisângela,

o espetáculo de Natal

deste ano, chamado Há um

Lugar envolveu dezenas de

atores amadores- médicos,

empresários, estudantes,

donas de casa e outros, todos

membros da Comunidade das

Nações, dentre eles muitas

crianças - o espetáculo foi

assistido por mais de 300 pessoas

presentes nas instalações da Igreja

e milhares de outras pela Internet

pois o espetáculo foi transmitido

para louvarmos a Deus

com orações, cânticos

e também uma

reflexão da palavra.

Esse ano tivemos

uma participação de

um grupo de irmãs

e irmãos, além de

algumas crianças, que

apresentaram uma

pequena cantata com

a temática de Natal.

Louvamos a Deus

por esse tempo

maravilhoso, de

celebração! Diz o

Pastor Silas Junior,

desta 3ª Igreja

Presbiteriana de

Paulo Afonso.

simultaneamente pelo YouTube.

Os que quiserem ver de novo ou

assistir pela primeira vez podem

acessar o link: https://youtu.be/

ODeZhQ627CU


A6

Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

Segue a novela da transferência do HNAS,

construído pela Chesf em Paulo Afonso.

Desembargador desobriga Univasf de assumir gestão do HNAS. Prefeitura diz que vai recorrer.

Para tentar entender:

Por Antônio Galdino da Silva

Quando se instalou em Paulo Afonso para

construir a sua primeira Usina Hidrelétrica

no ano de 1948, em uma região que era apenas

caatinga e distante dos grandes centros,

a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

construiu praticamente uma cidade para

abrigar os seus empregados e nesse chamado

“Acampamento da Chesf”, hoje o grande

Bairro Chesf, integrado à cidade. Nesse

Acampamento Chesf foram construídas escolas,

ginásio, igreja, mercado público, clubes

sociais, cooperativa de venda de alimentos

e artigos diversos para os chesfianos e um

ambulatório que foi crescendo à medida que

aumentava o número de empregados da hidrelétrica

e logo se transformou no Hospital Nair

Alves de Souza.

Como a região era muito carente de todo

tipo de serviço, além de atender aos empregados

da Chesf e seus familiares, a Hidrelétrica

passou também a atender aos moradores do

município, não chesfianos e a moradores de

dezenas de municípios dos Estados da Bahia,

Alagoas, Sergipe e Pernambuco que se limitam

com Paulo Afonso, chegando a atender

a cerca de 25 municípios destes Estados nordestinos.

E assim fez a Chesf até o ano de 2020,

quando a Chesf saiu do processo de gestão da

saúde no Hospital Nair Alves de Souza e esta

ação passou a ser totalmente coordenada pela

Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, embora

atendendo às populações de vários municípios

da região.

Nesse tempo, ainda nas gestões dos presidentes

Fernando Collor de Mello e Fernando

Henrique Cardoso, nos anos finais do século

passado, por decisão desses governos, a Chesf

foi obrigada a se desfazer de todas as atividades

que não fossem àquelas para as quais

foi criada, ou seja, a produção, geração, transmissão

e comercialização de energia hidroelétrica,

extraída principalmente das águas do

rio São Francisco, ao longo do qual a empresa

hidrelétrica construiu grandes reservatórios e

várias usinas hidrelétricas.

Por conta dessa decisão do governo federal,

a Chesf desativou a Cooperativa, o Zoológico,

passou os grandes clubes sociais

para a gestão de terceiros, fechou, em Paulo

Afonso, Itaparica e Xingó, nesta região, mais

de 10 unidades escolares e dois grandes colégio

(em Paulo Afonso e Itaparica) sendo o de

Paulo Afonso referência como modelo para o

Nordeste, pelo Conselho Estadual de Educação

da Bahia, transferindo todas estas instalações

para órgãos dos governos do Estados da

Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco.

Por ser uma área muito delicada, a saúde de

milhares de pessoas, o Hospital Nair Alves de

Souza, da Chesf em Paulo Afonso tem o seu

processo de transferência negociado deste os

primeiros anos do Século XXI e muitas reuniões

envolvendo a Chesf, o Governo do Estado

da Bahia, a Prefeitura Municipal de Paulo

Afonso, Universidade Federal do Vale do São

Francisco - Univasf e a EBSERH (Empresa

Brasileira de Serviços Hospitalares, do Ministério

da Educação já foram realizadas, em

Paulo Afonso, em Salvador, em Juazeiro/BA,

em Brasília e esse processo de transferência

vem se arrastando há quase duas décadas.

Em 2010 assisti a uma de muitas reuniões

sobre o Hospital da Chesf, no Memorial Chesf

de Paulo Afonso. Ali estavam representantes

da Chesf, da Prefeitura de Paulo Afonso, do

Governo da Bahia, os políticos mais influentes

da época. Deputados federais, estaduais,

secretários de saúde, prefeitos da região, vereadores.

Até um futuro Ministro das Cidades.

A reunião muito concorrida aconteceu no dia

04 de fevereiro de 2010 e ali parecia ser o Dia

D, da solução desse problema. Foi só mais um

encontro onde se jogou muita conversa fora e

nada se decidiu.

O processo continuou se arrastando anos

a fio e, enquanto isso, a população regional,

carente de serviço de saúde de qualidade, sofrendo

e morrendo sem que as muitas promessas

de melhoria, de criação de UTI com 30

leitos fossem cumpridas.

Para a construção dessa UTI, assim que

fosse definida a transferência do HNAS, pelos

acordos anteriores, para a Univasf, a Chesf

depositou, em juízo, 45 milhões de reais. Verba

carimbada para esse fim.

Bem antes disso, como parte desse processo,

a Chesf doou à Univasf um terreno de 100

hectares no loteamento Sal Torrado, Bairro

Centenário em ato solene que aconteceu no

dia 14 de março de 2014 e do qual participaram

além de diretores da Chesf, representantes

do Governo do Estado, o Prefeito de Paulo

Afonso (na época o médico Anilton Bastos) e

o reitor da Univasf para que ali fosse construído

o Campus da Univasf em Paulo Afonso

para oferecer, inicialmente, o Curso de Medicina,

tendo por suporte para tal justamente

o HNAS.

Também como parte desse acordo, a Univasf

se comprometeu a iniciar o Curso de Medicina

em Paulo Afonso em instalações provisórias,

reformadas pela Chesf em vários pavilhões do

então Centro de Formação Profissional de Paulo

Afonso. Chegando a 8 anos dessa doação,

dos três prédios anunciados apenas um está em

fase de conclusão. O Curso de Medicina da

Univasf em Paulo Afonso já está formando a

sua segunda turma com as aulas teóricas nesses

pavilhões do CFPPA e aulas práticas realizadas

em Juazeiro/BA, na sede da Univasf.

Mais recentemente, há alguns poucos anos

atrás, o governo da Bahia chegou a dizer que

a história da transferência do chamado Hospital

da Chesf “estava parecendo uma grande

novela mexicana” e anunciou que os investimentos

do Governo da Bahia que estavam

previstos para esse processo de transferência

do HNAS para a Univasf que o transformaria

em Hospital Universitário e como tal ficaria

sob a gestão da EBSERV e passou a investir

– e para isso contou com emenda de recursos

do Deputado Federal Mário Negromonte

Jr. na construção de uma UTI de 10 leitos no

Hospital Municipal de Paulo Afonso, UTI que

tem atendido apenas aos pacientes vítimas do

COVID-19.

A partir de janeiro de 2021, a Prefeitura

de Paulo Afonso passou a gerir todo o Hospital

da Chesf e ainda no auge da pandemia

da Covid-19.

Segundo a Prefeitura, esta gestão do HNAS

pelo município desestruturou as finanças municipais

a ponto do Prefeito Municipal conseguir

nos últimos meses do ano que a Câmara

Municipal aprovasse a transferência de

16 milhões de reais de outras secretarias do

município para cobrir as contas da Secretaria

de Saúde, inclusive o pagamento da folha do

final do ano.

Em novembro de 2021, escreveu-se mais

um capítulo da “novela mexicana” quando o

juiz federal João Paulo Pirôpo, da 1ª instância

em Paulo Afonso, concedeu liminar que

determinou que a gestão do Hospital Nair

Alves de Souza (HNAS) fosse assumida

pela Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços

Hospitalares) e Universidade Federal do

Vale do São Francisco (Univasf), a partir de

janeiro de 2022.

Essa notícia fez com que os gestores

municipais de Paulo Afonso se sentissem

mais aliviados e até já imaginassem um

ano de 2022 melhor que o de 2021 quando

até a tradicional decoração natalina da

cidade foi suspensa pela alegação da falta

de dinheiro.

Mas, ainda no mês de dezembro, a alegria

da Prefeitura parecia ter vida curta porque a

Ebserh já havia conquistado na justiça um

efeito suspensivo do prazo, em vez de 30 teria

agora 90 dias para apresentar o plano de

gestão e viabilidade para assumir a unidade

hospitalar.

E, quando o mês de dezembro caminhava

para o fim, na quarta-feira, dia 22 o desembargador

federal Francisco de Assis Betti, do

Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desobrigou

a Univasf – Universidade Federal do

Vale do São Francisco a efetuar o Plano de

Gestão para assumir o HNAS – Hospital Nair

Alves de Souza.

A decisão liminar foi deferida após agravo

de instrumento, com pedido de antecipação

dos efeitos da tutela recursal, interposto durante

o plantão judicial pela Univasf.

Dessa forma, a Univasf consegue se desobrigar

de receber o Hospital Nair, e caso

a prefeitura não consiga reverter a decisão, a

gestão continuará com o município de Paulo

Afonso.

Por seu turno, a Coordenação do Colegiado

do Curso de Medicina da Univasf Campus

de Paulo Afonso, em nota veiculada em sites

da cidade, mantém posicionamento a favor da

transformação do HNAS em Hospital Universitário

e gerido pela Ebserh/Univasf, conforme

nota enviada logo após publicação da

nova decisão judicial.

Veja a Nota:

Deve-se esclarecer que a presente decisão

foi provocada a partir de recurso impetrado

pela procuradoria federal da AGU junto a

Univasf, a qual representa os interesses e anseios

da gestão central (reitoria pro tempore)

da nossa Universidade. Essa coordenação de

colegiado (CMED-PAV UNIVASF) reafirma

o posicionamento inequívoco (o qual reflete

o pensamento dos membros do CMED-PAV

e da comunidade acadêmica Univasfiana de

Paulo Afonso) em defesa da transformação

do HNAS em Hospital Universitário de Paulo

Afonso, a ser gerido pela Ebserh em conjunto

com a Univasf; a qual trará um grande

salto de qualidade para a saúde de Paulo

Afonso e de toda a região!

Ao Jornal Folha Sertaneja a Assessoria de

Comunicação da Prefeitura de Paulo Afonso

informou que o advogado Igor Montalvão

(Procurador Geral do Município) está em

viagem, mas ele adiantou que vai recorrer

desta decisão do desembargador ainda durante

o recesso e assim tentar mudar a decisão.

Ele explicou que até então ficam mantidos os

90 dias para a Ebserh apresentar o plano de

gestão, até que venha uma nova decisão.

Veja abaixo, trecho da sentença do desembargador

Francisco de Assis Betti favorável

à Univasf:

Os documentos trazidos aos autos revelam

que a UNIVASF, juntamente com a

EBSERH, a CHESF, o Estado da Bahia e o

Município de Paulo Afonso-BA pactuaram

obrigações relativas à gestão dos serviços de

saúde do HNAS por meio do termo de compromisso

n. 01/2015, cujos termos foram

posteriormente ratificados no subsequente

termo de compromisso n. 01/2018, que se

esvaiu em 31/12/2020.

Por outro lado, na Ação Civil Pública n.

1000435-98.2019.4.01.3306, cujo objeto da

ação se refere a gestão do HNAS após o fim

do termo de cooperação de 2018, foi definida a

responsabilidade tripartite da União, do Estado

da Bahia e do Município de Paulo Afonso, de

forma solidária, quanto à assunção da responsabilidade

de gestão e manutenção do Hospital

Nair Alves de Souza a partir de 01/01/2021, estabelecendo

que caberia à UNIVASF e à EB-

SERH cumprir sua parcela de responsabilidade

apenas em relação ao que foi determinado

no Termo de Compromisso n. 01/2018.

Não se mostra justificável, portanto, impor-se

à UNIVASF obrigações decorrentes

de responsabilidades assumidas em termos

de compromisso que se exauriram com o

decurso do prazo de sua vigência e que não

se tem notícia nos autos quanto à eventual

prorrogação dessas obrigações impostas.

Por outro lado, cabe consignar que incumbe

aos entes da federação (União, Estados

e Municípios), de forma solidária, a responsabilidade

pelo custeio do Sistema Único

de Saúde – SUS, nos termos da Constituição.

Assim, essa responsabilidade solidária dos

entes federativos não pode ser estendida aos órgãos

da Administração Indireta, como é o caso

da UNIVASF, que sequer possui dotação orçamentária

para arcar com as despesas de gestão

e manutenção de hospital integrante do SUS.

Pelos mesmos fundamentos já alinhados,

afasta-se também a determinação contida

no item 2 da decisão agravada, que impôs à

UNIVASF a determinação de elaboração de

um plano de gestão para o HNAS.

É de se concluir, portanto, que a agravante

demonstrou a presença dos requisitos

necessários para a concessão da tutela de

urgência postulada nesta via recursal.

Ante o exposto, defiro o pedido de antecipação

dos efeitos da tutela recursal.

Oficie-se ao Juízo da Vara Federal Cível

e Criminal da Subseção Judiciária de Paulo

Afonso/BA e, após a reabertura do expediente

forense, encaminhem-se os autos ao

Relator Natural, para que, se for o caso, reaprecie

os termos desta decisão.

Publique-se.

Brasília/DF, 22 de dezembro de 2021.


Livros, Cultura e Arte

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31 de dezembro de 2021

A 7

Depois do Dia do Sanfoneiro, aprovado pelo Congresso Nacional

em 26 de maio, o Forró vira Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil

No dia 19 de abril de 2021, depois de aprovada pela Câmara dos Deputados

e pelo Senado Federal e sancionada pelo presidente da República Jair

Messias Bolsonaro, foi publicada no Diário Oficial da União a Lei 14.140/21

que cria o Dia Nacional do Sanfoneiro, celebrado no dia 26 de maio em

homenagem ao multi-instrumentista, maestro, arranjador, compositor,

orquestrador e cantor brasileiro, o paraibano Severino Dias de Oliveira,

conhecido mundialmente como Sivuca, que nasceu em Itabaiana/PB em 26

de maio de 1930 e faleceu em João Pessoa/PB em 14 de dezembro de 2006.

Ele era filho de José Dias de Oliveira e de D. Abdólia Albertina de Oliveira.

Segundo a Wikipédia, “as composições e trabalhos incluem, dentre outros

ritmos, choros, frevos, forrós, jazz, baião, música clássica, blues, entre muitos

outros”. Embora multi-instrumentista, a figura de Sivuca é quase sempre

associada à sanfona que ele tocava com maestria e inspirou muitos outros

sanfoneiros.

Uma de suas composições, com a esposa Glorinha Gadelha, Feira de

Mangaio, interpretada por muitos grandes cantores, ficou eternizada na voz

de Clara Nunes.

Os nordestinos, de forma especial, exultaram com a aprovação desse dia

em homenagem aos sanfoneiros, sempre presentes nas festas juninas do

Nordeste e hoje tocando em todo o Brasil.

O Forró é Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil

Agora, é o Forró que foi finalmente reconhecido como

Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A oficialização

do título veio por meio de decisão do Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na

manhã da quinta-feira, dia 09 de dezembro de 2021,

representantes de instituições públicas, privadas e da

sociedade civil que compõem o Conselho Consultivo do

Patrimônio Cultural, administrado pela presidente do

Iphan, Larissa Peixoto reconheceram por unanimidade

o forró como Patrimônio Cultural.

Durante a reunião extraordinária do Conselho

Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan, a expressão

musical foi considerada como supergênero. De

acordo com o Instituto, o forró leva essa classificação

por agrupar ritmos e manifestações culturais como

o baião, o xote, o xaxado, o chamego, o miudinho, a

quadrilha e o arrasta-pé.

Segundo a Wikipédia, o Forró é uma festa originária do

estado de Pernambuco e disseminada na Região Nordeste

do Brasil, bastante popular e comum, especialmente nas

festas juninas. O nome da festa forró é usado para nomear

distintos gêneros musicais como o xote, baião, arrasta-pé

e o xaxado, por isso quem não conhece suas histórias,

as confundem com um gênero único. As músicas são

executadas tradicionalmente por trios instrumentais com

acordeão ("sanfona"), zabumba e triângulo.

Falando de sanfoneiros e de forró, vamos lembrar

e aplaudir os pauloafonsinos

Em Paulo Afonso os

Festejos Juninos do

mês de junho, invadiam

também julho, e sempre

atraíam grande público e,

mesmo com os grandes

nomes nacionais (alguns

que não tinham nada a

ver com festejos juninos)

vamos aqui nos lembrar a

participação de grandes

forrozeiros da região,

muitos deles quase

anônimos, sanfoneiros

do forró pé-de-serra que

só se apresentavam mais

nesse período festivo.

Outros, foram deixando

suas marcas como

grandes instrumentistas.

Como foi o caso de

Enoch do Acordeon,(de

saudosa memória) que

reinava, absoluto, em cima

do palco, na Vila do Forró,

animando quadrilhas

juninas e botando os mais

velhos pra dançar.

Outro grande nome do

Forró em Paulo Afonso é

Elias Nogueira que já teve

a oportunidade de tocar

várias vezes com o Rei do

Baião, Luiz Gonzaga. No

dia que recebeu o título

de Cidadão de Paulo

Afonso, Elias Nogueira

homenageou os vereadores

e os presentes com os

acordes de sua Sanfona.

Ah, e não se pode esquecer

de Toinho dos Dissonantes

que alegrava com sua

sanfona e depois com o

teclado as famosas festas

de São João do COLEPA e

tocou durante muitos anos

nos clubes de Paulo Afonso,

animou o Coliseu Show e

levou o som animado da

sanfona ou dos teclados

por esse Nordeste afora.

Esses dois grandes músicos,

forrozeiros por muito tempo,

estão hoje adoentados.

Lembramos também

com alegria e gratidão o

grande sanfoneiro Deca do

Acordeon que se recupera

de uma tentativa de

latrocínio e logo estará nos

alegrando com sua sanfona.

Quando fiz o lançamento

do meu livro De Forquilha

a Paulo Afonso – Histórias

e Memórias de Pioneiros,

reunindo cerca de 300

pessoas na pérgula da

piscina do Clube Paulo

Afonso, dentre os quais

cinco prefeitos de Paulo

Afonso – Abel Barbosa,

Paulo de Deus, Raimundo

Caires, Luiz de Deus

e Anilton Bastos – fiz

questão de encher o

ambiente da mais pura

música nordestina e ali

estava Deca do Acordeon.

Ainda destas terras de

Paulo Afonso, destaque

para o sanfoneiro Sálvio

Emanuel que já levou os

acordes de sua sanfona

para festivais na Europa,

quando nasceu o gostoso

grupo musical Dona

Florinda, infelizmente de

curta duração.

Quando o Jornal Folha

Sertaneja juntamente com

a ALPA e o IGH organizaram

a 1ª Bienal do Livro

de Paulo Afonso, o evento

foi aberto pelos acordes

da sanfona sertaneja de

Sálvio Emanuel que participou

do musical literário

Na Mala do Poeta naquele

evento, uma criação

de Jotalunas Rodrigues e

Luiz Ruben, hoje acadêmicos

da ALPA.

E há outros nomes como

Luanderson, Joquinha do

Forró e outros dessa nova

geração que não deixam

o forró e outros ritmos

sertanejos morrer.

A expectativa é que a

Secretaria de Cultura de

Paulo Afonso, passada a

pandemia, organize um

grande evento em homenagem

ao forró e que

nesse evento, que precisa

ser mesmo muito grande,

todos os que defendem

essas raízes sertanejas tenham

o seu espaço para

se tornarem ainda mais

conhecidos.

E viva o forró! De Luiz

Gonzaga, Dominguinhos,

Sivuca, Jacson do Pandeiro,

Trio Nordestino, Marinês e

tantos muitos outros e também

dos novos como a atriz

e cantora sanfoneira e multi-

-instrumentista Lucy Alves

e os nossos sanfoneiros de

ontem e de hoje daqui mesmo

da terrinha Paulo Afonso,

como Enoch do Acordeon

(in memoriam), Elias

Nogueira, Toinho dos Dissonantes,

Deca do Acordeon,

Sálvio Emanuel, Luanderson,

Joquinha, e todos os outros

que não consegui citar aqui.

História

Os bailes populares eram

conhecidos em Pernambuco por

"forrobodó" ou "forrobodança" ou

ainda "forrobodão" já em fins do

século XIX.

O forró tornou-se um fenômeno

pop em princípios da década de

1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou

"Forró de Mané Vito", de sua autoria

em parceria com Zé Dantas e em

1958, "Forró no escuro". No entanto,

o forró popularizou-se em todo o

Brasil com a intensa imigração dos

nordestinos para outras regiões do

país, especialmente, para as capitais:

Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Nos anos 60, além de Luiz Gonzaga,

destacaram-se artistas como

Marinês, Ary Lobo, Zito Borborema,

Luiz Wanderley, Sebastião do Rojão,

Jacinto Silva e muitos outros.

(Fonte: Wikipédia)

Origem do nome

O termo "forró", segundo o

filólogo pernambucano Evanildo

Bechara, é uma redução de

forrobodó, que por sua vez é

uma variante do antigo vocábulo

galego-português forbodó,

corruptela do francês fauxbourdon,

que teria a conotação

de desentoação. O elo semântico

entre forbodó e forrobodó tem

origem, segundo Fermín Bouza-

Brey, na região noroeste da

Península Ibérica (Galiza e norte

de Portugal), onde "a gente dança

a golpe de bumbo, com pontos

monorrítmicos monótonos desse

baile que se chama forbodó".

Na etimologia popular (ou

pseudoetimologia) é frequente

associar a origem da palavra

"forró" à expressão da língua

inglesa for all (para todos). Para

essa versão foi inventada uma

engenhosa história: no início

do século XX, os engenheiros

britânicos, instalados em

Pernambuco para construir

a ferrovia Great Western,

promoviam bailes abertos ao

público, ou seja for all. Assim, o

termo passaria a ser pronunciado

"forró" pelos nordestinos.

Outra versão da mesma história

substitui os ingleses pelos

estadunidenses e Pernambuco

por Parnamirim (Rio Grande do

Norte) do período da Segunda

Guerra Mundial, quando uma

base militar dos Estados Unidos

foi instalada nessa cidade.

Apesar da versão bemhumorada,

não há nenhuma

sustentação para tal etimologia

do termo.


A8

Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

Chegou o livro com a história dos 50 anos da Loja Maçônica

União do São Francisco de Paulo Afonso e muitas homenagens

A Loja Maçônica União

do São Francisco, a primeira

instalada em Paulo Afonso, foi

criada em 4 de agosto de 1968,

por iniciativa do chesfiano

Professor Murillo Calheiros

Botelho, que foi o seu primeiro

Venerável Mestre.

Ao longo de sua história, esse

primeiro núcleo da Maçonaria

em Paulo Afonso desenvolveu

atividades de apoio à

sociedade pauloafonsina

dentre elas a construção de

uma escola – Colégio Benjamin

Sodré - que chegou a oferecer

cursos de Ensino Médio como

o Científico e o de Desenho

Arquitetônico. Concluída essa

atividade a escola funciona

conveniada com a Prefeitura

Municipal de Paulo Afonso.

Além do prédio onde

estão instalados os templos

da Loja, as várias gestões

da União do São Francisco

construíram uma agradável

área social, chamada de Clube

da Maçonaria e também um

Mausoléu, no Cemitério Padre

Lourenço Tori para a família

maçônica.

Um marco dos 25 anos na

Praça da entrada da Ilha de

Paulo Afonso e outro marco,

dos 50 anos da Loja União

do São Francisco, na Av. da

Maçonaria, em frente a esta

Loja Maçônica lembram a

caminhada da Maçonaria em

Paulo Afonso.

Em agosto de 2018 a Loja

União do São Francisco tinha

como seu Venerável Mestre

Antonio Bartolomeu Silva,

conhecido como Professor

Bastos, atual diretor da

Aposchesf/Paulo Afonso.

Antonio Bartolomeu

que já estava no cargo de

Venerável Mestre desta Loja,

no seu terceiro mandato,

colocou como meta de sua

gestão a publicação de um

livro contanto a história

desta Loja pioneira de Paulo

Afonso e homenageando

todos os seus Veneráveis

Mestres e outros Maçons

e também membros dos

Grupos Paramaçônicos desta

Loja que tanto contribuíram

para o desenvolvimento

de Paulo Afonso em seu

trabalho regular na Chesf,

na Prefeitura, Prefeitos e

Secretários, na Câmara de

Vereadores, no Comércio

de Paulo Afonso e em vários

outros órgãos e instituições

do município.

A organização do livro

ficou a cargo da Galcom

Comunicações, através do

Professor Antônio Galdino da

Silva.

Atrasou, mas já chegou!

As dificuldades encontradas, especialmente aquelas

trazidas pela pandemia e suas restrições de movimento,

acabaram por atrasar o processo de pesquisa mas, neste

dezembro de 2021, quando a Loja União do São Francisco

tem como Venerável Mestre o conceituado médico Danilo

de Souza, o livro chega a Paulo Afonso e já está à venda,

por R$40,00 (quarenta reais).

Tendo em vista os feriados de fim de ano e a viagem

de muitas pessoas da Loja União do São Francisco em

férias regulares, está-se aguardando a definição de data

para o lançamento deste livro, que deverá acontecer no

salão do Clube da Maçonaria, no espaço da Loja União

do São Francisco, na Avenida da Maçonaria, em Paulo

Afonso. Tão logo seja definida essa data, este evento

será amplamente divulgado.

Enquanto não se faz o lançamento, os interessados

na aquisição desse livro histórico podem encontrá-lo

diretamente com o seu autor, Antonio Bartolomeu Silva

- Professor Bastos-. Contato WhatsApp 75-98833-3885.

Também pode ser encontrado na Galcom Comunicações/

Jornal Folha Sertaneja, com o Professor Antônio Galdino

– WhatsApp 75-99234-1740.

“Os Caminhos da Educação - de Forquilha a Paulo Afonso”

e “Abel Barbosa, o inventor de Paulo Afonso”.

Na SUPRAVE ou com o autor. Mas é bom apressar o passo...

O livro “Os Caminhos da

Educação – de Forquilha

a Paulo Afonso” leva você

para uma agradável viagem

ao passado, ao caminho

da Rua das Caraibeiras, às

Escolas Reunidas da Chesf,

ao Ginásio e Colégio Paulo

Afonso para conhecer ou

relembrar dos bons tempos

de estudo nas escolas da

Chesf e de Paulo Afonso.

Você sabia que o primeiro

Professor de Paulo Afonso,

é do ano de 1946, quando

toda essa grandeza de hoje

era apenas um inexpressivo

povoado de Glória chamado

Forquilha?

O primeiro Professor

de Forquilha foi o Sr. Júlio

Valentim.

O livro também conta a

história do CFPPA, da Escola

Rural, do Colégio Comercial

15 de Março que trouxe o

primeiro curso técnico – de

Contabilidade – para Paulo

Afonso.

Também registra as

dificuldades da vida escolar

nos primeiros tempos da

Vila Poty, o nascimento da

Escola Evangélica Antônio

Balbino, o IMEAPS, o

começo de vida do CIEPA,

hoje CETEPI 1.

Você sabia que da turma

concluinte do curso ginasial

do Instituto Municipal de

Educação Adauto Pereira

de Souza – IMEAPS ou

simplesmente IME, do

ano de 1968, saíram três

prefeitos do município de

Glória? Ademi Vieira Barros,

Ena Vilma Pereira de Souza

e José Alcântara Sobrinho...

E a história da Casa da

Criança I, você conhece?

Pelo IME e pela Casa da

Criança I passaram vários

membros da Academia de

Letras de Paulo Afonso

como Edson Barreto, Edson

Mendes, João de Souza

Lima, Murilo Brito...

O livro leva você para

uma viagem ao passado,

no começo do século XX

para mostrar como era a

educação na Vila da Pedra,

hoje o importante município

de Delmiro Gouveia, nos

tempos de Delmiro Augusto

da Cruz Gouveia que

construiu a Usina Piloto e a

Fábrica da Pedra.

Também viajaremos para

as feiras livres do Nordeste

para conhecer um pouco

da história da Carta de ABC

de Laudelino Rocha, que

ajudou muitos nordestinos a

aprender a ler e a escrever...

De volta a Paulo Afonso

dos anos de 1950 e 1960

vamos encontrar grandes

educadores que marcaram

a caminhada de milhares

de estudantes, como as

Professoras Lindinalva

Cabral e Etelinda Viana

Martins. Professores

Gilberto Oliveira, Enoch

Livros, Cultura e Arte

Pimentel Tourinho, Olegário

Inácio da Silva, José

Lucídio Arcoverde, a quem

homenageamos.

Também trouxemos à

memória, especialmente

dos ex-alunos das escolas

da Chesf, todos os diretores

do Ginásio/Colégio Paulo

Afonso assim como Dona

Maria Amélia, das Escolas

Reunidas, Professora Dirce

Jorgina, da Escola Rural,

Dernival Soares Lima do

Colégio Comercial 15 de

Março que instituiu o

primeiro curso técnico em

Paulo Afonso – o Curso

de Contabilidade. Estes

e outros importantes

educadores são lembrados

e homenageados.

O livro tem 300 páginas,

de fácil leitura, ilustradas

por mais de 300 fotos. Nele,

fomos buscar no fundo do

Baú, histórias e memórias

deliciosas como as histórias

do papa-filas da Chesf.

Quem se lembra dele?

E mostramos ainda que

hoje, apesar daqueles

tempos difíceis do começo,

Paulo Afonso se transformou

em grande e importante

polo educacional do

Nordeste.

Um detalhe importante.

Como o livro foi totalmente

custeado pelo autor, não

deu para fazer uma tiragem

grande e ele tem sido bem

procurado. Assim, vale a

pena apressar o passo...

Aproveitamos para

também sugerir outro

livro - ABEL BARBOSA – o

inventor de Paulo Afonso -

que é um resgate importante

da história de Paulo Afonso

dos seus primeiros anos,

quando ainda era conhecida

como Forquilha e Vila Poty

e era carente de quase tudo.

Foi nesse tempo que

apareceu nestas terras

sertanejas, em setembro

de 1950, o pernambucano

nascido em Pesqueira,

ainda um jovem de 22 anos

chamado Abel Barbosa e

liderou o movimento para

que Paulo Afonso se tornasse

uma cidade livre, emancipada,

o que só aconteceu em 28 de

julho de 1958.

É uma grande história

cheia de situações

delicadas, perseguições,

tentativas de homicídio,

fugas espetaculares como

narraram vários dos

envolvidos nessa luta que

durou 8 anos, tais como o

próprio Abel Barbosa, que

foi vereador em Glória e em

Paulo Afonso e duas vezes

prefeito de Paulo Afonso.

Também contribuíram

grandemente para o resgate

dessas histórias e memórias

outros pioneiros como D.

Risalva Toledo, vereadores

da primeira legislatura

como Diogo Andrade Brito,

Manoel Pereira Neto, José

Rudival de Menezes (todos

de saudosa memória) e

também a vereadora Lizette

Alves dos Santos que ainda

mora em Paulo Afonso.

Muito contribuíram também

o ex-vereador Francisco

Bathomarco (Xerém) e seu

irmão Luizinho (in memoriam),

filhos do Sr. Luiz Inocêncio

Lima, um dos comerciantes

pioneiros nessa luta, amigo

pessoal e correligionário de

Abel Barbosa.

O livro ABEL BARBOSA –

o inventor de Paulo Afonso

não pode faltar na estante

dos que pesquisam e

querem conhecer a história

deste município que tem

apenas 63 anos de vida e

muita história.

Assim, quem não

adquiriu esses dois livros

ainda pode fazer isso

na sede do jornal Folha

Sertaneja (contato via

mensagem pelo Whatsapp

-75-99234-1740) ou nos

Supermercados SUPRAVE.

Cada um desses livros

tem o custo (investimento)

de R$ 30,00 (trinta reais),

valor em Paulo Afonso, com

o autor ou na SUPRAVE.

Para outros municípios

este valor será acrescido

da taxa dos Correios e

embalagem, a partir de

R$14,90 (quatorze reais e

noventa centavos).

Cada um desses livros é

um resgate de informações

preciosas e marcantes. Das

escolas ou de Paulo Afonso. É

para ler, relaxando numa rede,

reler, emocionar-se e guardar.

Que tal dar esses livros

(ou um deles) de presente?

Professor Antônio

Galdino da Silva

No Facebook -

Antonio Silva Galdino


Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

A 9

O ano de 2021 nos

privou do convívio com

pessoas próximas de

nós que, a seu modo,

pelo seu trabalho, pelo

seu jeito de ser, contribuíram

para o desenvolvimento

de Paulo

Afonso.

Um deles, pioneiro

de muitas décadas

atrás, partiu aos 86

anos de idade. O contador

Antônio Almeida.

Outro, por aqui passou

uns tempos e nesse

tempo registrou como

ninguém as belezas

deste lugar e também

os grandes eventos da

cidade. Foi o fotógrafo

João Tavares. E, quem

nos deixa, numa surpresa

grande, foi Jânio

Soares, cronista aplaudido

pelo Jornal A TAR-

DE, de Salvador e pela

Academia de Letras de

Paulo Afonso e também

pela Prefeitura do

município, onde era o

Secretário de Cultura e

Esportes.

Aos seus familiares,

o jornal Folha Sertaneja

Online dedica este espaço

de homenagens

como um reconhecimento

pelo legado que

cada um deixou, em

sua passagem por estas

terras sertanejas.

Jânio Soares, cronista, Secretário de Cultura e Esportes de Paulo Afonso

Era uma segunda-

-feira, 13 de dezembro,

dia do aniversário de

Luiz Gonzaga, o Rei do

Baião.

Pela madrugada, em

sua casa, na vizinha cidade

de Glória, nas barrancas

do rio São Francisco,

Jânio Soares, 63

anos, sentiu-se mal e

o trouxeram urgente

para o Hospital Nair Alves

de Souza, em Paulo

Afonso, mas um infarto

fulminante interrompia

a sua caminhada.

Jânio Soares nasceu

a uma semana da

emancipação política

de Paulo Afonso, em 21

de julho de 1958.

Filho de Cecília e do

Tenente Zé da Silva,

sobrinho de D. Alda do

Cartório, cresceu numa

casa sombreada por

umbuzeiros e tamarineiros

na cidade de Glória,

hoje submersa pelas

águas do mesmo rio que

lambia as suas costas.

Foi assim que o próprio

Jânio Soares, conhecido

por todos

como Janinho, escreveu

a sua biografia

para o arquivo da Academia

de Letras de

Paulo Afonso - ALPA,

onde ele, cronista muito

lido e aplaudido, foi

recebido festivamente

exatamente há 4 anos,

no dia 12 de dezembro

de 2017, em solenidade

realizada no Memorial

Chesf de Paulo Afonso.

Ali, saudado pelo

presidente da ALPA,

Professor Antônio Galdino,

recebeu a estola

da Academia e o Diploma

das mãos do amigo

João de Sousa Lima,

também acadêmico

fundador da ALPA.

A morte súbita de Jânio

Soares consternou

a todos.

Em rápida entrevista

concedida ao repórter

Antônio Carlos Zuca, da

Rádio Cultura de Paulo

Afonso, entrecortada

por choro intenso, o

prefeito Luiz de Deus

apenas balbuciou algumas

palavras: “É difícil.

Muito difícil, falar alguma

coisa nesse momento

que deixa todos

nós e a cidade inteira

entristecida. Muito triste

com essa partida de

Janinho. Eu devo dizer

a todo mundo que eu

estou muito sentido. E

comigo, toda a cidade

com o sentimento grande

da partida inesperada

de Janinho”.

A Prefeitura, onde

Jânio era o Secretário

de Cultura e Esportes,

decretou luto oficial de

três dias e emitiu Moção

de Pesar por sua morte,

como fez a Câmara Municipal,

a Academia de

Letras e várias outras

instituições da cidade.

Em toda a sua vida,

Jânio Soares atuou na

vida pública dos municípios

de Paulo Afonso

e Glória, onde foi Secretário

de Turismo ou

Secretário de Cultura

e Esportes, em várias

gestões do município

de Paulo Afonso, desde

José Ivaldo, Paulo

de Deus (2 mandatos),

Luiz de Deus (3 mandatos),

Anilton Bastos (3

mandatos) e também

na gestão do Prefeito

Policarpo, em Glória,

onde foi Secretário de

Turismo.

A Academia de Letras

de Paulo Afonso

– ALPA - homenageou

o acadêmico Jânio Soares

em um Edição Especial

do Informativo

ALPA, com 9 páginas

onde registrou as mensagens

e crônicas dos

membros da ALPA, todos

de coração apertado,

e trouxe também

duas crônicas de Jânio

Soares, publicadas no

jornal A TARDE e no

jornal Folha Sertaneja e

site www.folhasertaneja.com.br.

Gilmar Teixeira (de

Feira de Santana), Jacques

Fernandes (de

Aracaju), Luiz Ruben

(do Recife), Prof. Roberto

Ricardo (de Salvador),

os acadêmicos

de Paulo Afonso, todos

externaram pelas redes

sociais ou por telefone,

a sua dor.

O amigo Virgílio

Agra, que está em Maceió,

escreveu:

“Janinho era um símbolo

da geração dos

pioneiros nativos. Não

foi daqueles que nasceram

fora e vieram para

Paulo Afonso, sua condição

de pioneiro se dá

pelo fato de ter vivido

sua infância no nascedouro

dessa terra, ter

crescido com ela, ser

parte dela.

Certo dia, conheci

uma pessoa que tem

ligações familiares com

Paulo Afonso que ao

saber que eu havia morado

lá, me perguntou

quem eu conhecia. O

primeiro nome que me

veio a cabeça foi o de

Janinho e a resposta foi

automática.

- Quem é que mora

em Paulo Afonso que

não conhece Janinho?

“O adeus de Janinho antes do Natal Em se tratando de Jânio

Desde o ano de 1988

que o nosso estimado

amigo e confrade Janinho

vinha enchendo de

luzes e cores as avenidas

e praças de Paulo

Afonso.

Este ano, a propalada

"falta de recursos" o impediu

de realizar mais

um sonho dos pauloafonsinos,

de enfeitar

e deixar mais linda e

brilhante a cidade para

receber o nosso senhor

Jesus Cristo no Natal.

Deixou de ver o

povo alegre e as crianças

com os olhos brilhantes,

olhando as

luzes, o Papai Noel, a

decoração. Deixou de

coração partido pra

não ver as praças e

avenidas na escuridão,

deixou de ver o Natal

que seria, sem dúvida,

magia e alegria pro

seu coração.

Aquele coração gigante,

tranquilo, festivo

e pacato, se agitou,

estremeceu, explodiu

e parou antes do seu e

do nosso Natal.

Sem abraços e despedidas,

se foi para a glória do

Pai Celestial, festejar o Natal

com os parentes e amigos

que lá se encontram.”

(Aníbal Nunes)

Janinho era assim,

uma figura enorme,

querida e que, quando

a gente menos esperava,

já ocupava um lugar

no nosso coração. Hoje

vou dormir com um vazio

no peito. É a falta do

meu amigo.”

Gorette Moreira, presidente

da ALPA, escreveu:

“De repente o celular

tocou insistentemente

no dia 13.12.2021

De repente ouço a pergunta

do outro lado: -

Isso procede?

De repente fui ler o que

me enviaram, porque

mais que de repente

você se foi .

De repente começo a

ter a consciência do

ocorrido... Jânio Soares,

o nosso Janinho faleceu!

De repente me lembrei

de nossas conversas e

risadas...

Dias atrás, há pouco

tempo, de boas lembranças

e de decisões

a serem tomadas.

De repente compreendi

que tudo foi tão rápido

e de repente percebi

que queria ver você

sereno, de fala mansa,

sorriso sempre nos lábios

e um jeito próprio

de ser!

De repente senti como

será difícil não te ter

por perto...”

Nós nos referimos ao passamento prematuro e inesperado de Jânio Soares.

Foi-se o nosso Jânio. E, de longe, em recuperação de um procedimento

médico, lamentamos.

Logo cedo, a notícia: perdemos o Jânio filho e descendente de pioneiros

que foram parte importante para a criação do nosso parque elétrico e para

a sedimentação da cidade.

E perdemos o dia, ruído negativo para a citada recuperação. Como em

relação a qualquer concidadão, pioneiro, colega ou amigo, perdemos o dia

que será consumido em lembranças tristes recorrentes de um Jânio que nos

soube ser agradável, tolerante e simpático.

Mas vamos confidenciar que a perda foi maior pelo Jânio ex-aluno do

Benjamim Sodré que sempre nos recebeu, na condição de secretário

municipal, com um sorriso aberto, embora maroto, de quem sabe compor e

tolerar, nos tratando pelo nome no diminutivo.

Feliz o gestor que tem um Jânio a quem entregar um setor, talvez complexo

e problemático, e poder se concentrar em tarefas mais abrangentes.

Primeiro dia de aula e a chamada – que deve ser respondida: começando na

letra A, chegamos à J. E lá estava escrito o nome Juscelino. Página seguinte,

o nome Jânio. Na sequência, ou na página próxima, automaticamente, sem

olhar para a página, chamei o nome João Goulart. Alguns sorrisos tênues de

quem entendeu e uma amizade e uma consideração que duraram até hoje.

Outrossim, a Academia de Letras de Paulo Afonso perde um dos seus

imortais. Os colegas da ALPA estiveram presentes em grupo na cerimônia

pública de despedida de Jânio.

De longe, presente em espírito e em essência, com o grupo a minha parte

no lamento geral que deve, a esta hora, estar comovendo toda Paulo Afonso

(Francisco Nery Júnior)


A10

Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

O amigo Edson Mendes, do Recife, trouxe numa

crônica, no estilo de Jânio, suas últimas histórias e

memórias, a que chamou No Céu dos Passarinhos...

No céu dos passarinhos

Janio Soares, Janinho, morreu hoje de madrugada. Com ele se vai um pedaço de nossas vidas. Sem ele, o que nos resta senão chorar e sofrer? Nunca

saberei suas últimas palavras, mas ele teve tempo de dizê-las todas. Semana passada, por exemplo: “sempre fui um velho gauche na vida, com pitadas de

vagabundo de Glória, cafuneado por oito tias, avós e agregados”. E assinou: o véio do rio. Pois esse véio do rio, que era também um sabiá, chamava Valéria

de meu amor e dizia: te amo. Para ele, Juca era um lindo milho verde com boca de cereja, Luiza bochechinhas de amora e Júlia uma pitanguinha. Sobre

a finada mas nunca submersa Glória, onde as frutas tinham sobrenome, escreveu: “a campeã em doçura era a manga Ceci, batizada assim por vô Dedé

em homenagem a minha mãe, que, voz geral, se não tivesse nascido gente brotaria néctar”. Mandou certa vez a foto de uma manga-rosa e subscreveu:

um pingo de chuva. Quando enfim aderiu ao zap: “eu agora sou moderno!” E quando a Globo cancelou os e-mails, falou: “agora não sou mais global,

no máximo um vira-bosta da Poty, com muito orgulho”. Achava que tinha todo o tempo do mundo para ler, “mas mudei de opinião assim que a vida me

mandou um recado: ‘Ei, seu velho vagabundo, se desligue um pouco, porque amanhã você poderá ser só tosse, tosse’... Pois é, o destino (ou seja lá o que

for) sempre apronta das suas com velhos bardos grisalhos que gostam de entrelaçar palavras igual tia Belica com seus bilros”. Sempre acordava cedo, pra

dar milho aos passarinhos e ver o sol nascer. Dizia: “eis-me aqui no meu cantinho protegido pelas rezas das tias que me restam e por entes alados que

me amparam toda vez que tentam sabotar as cordas do meu trapézio, ainda sonhando em voltar a viver [...] onde as crônicas que nunca fiz me acordem

bem cedinho, tanto faz se no grito duma suindara rasgando mortalhas ou num canto de raro passarinho. Onde o navio de Fellini passe lentamente nesse

meu rio, levando no convés Brigitte e Lollobrigida, Django e Cantinflas, Deneuve e Sophia, Glauber e Macunaíma, todos me acenando e gritando: Tchau,

bambino, Janio!”. Sobre algumas certas pessoas, disse: “a inveja mata muito mais que a saudade, principalmente aqueles que se acham vivos!” Sobre uma

louvação que lhe fiz na Revista da Academia, respondeu: “Aldinha adorou. Fez 96 semana passada e continua uma leitora voraz, até disse: Aquele Essinho

sempre foi namorador”. Sobre certas declarações que fez, o adverti: home, tenha coidado! viver num imenso castelo cercado de papoulas emanando

volúpia e ópio pelos canais da velha Amsterdam é mais melhor ou mais peor do que num brete ali na curva da cerca do açude? E não vá na onda de Paulo

Vivo nem do finado Raimundo não: nome por nome eu prefiro Deusa... Ele só fez rir. Agora no dia 2 me perguntou: “já viu Vento Vadio de Antônio Maria?

Rapaz, o desarmonioso (genial definição de Aldinha quando quer chamar alguém de feio) pernambucano era realmente f*”. Acusado de latifundiário,

respondeu: “fazendeiro é muito. Moro numa roça de 12 tarefas”. “Aqui tá um frio da gota. Dizem até que pode nevar lá pras bandas do Juá”. “A propósito,

sempre achei que poesia é tudo aquilo que seu olho inventa e o dicionário estraga”. E muitas coisas ainda disse mais, como vocês sabem, mas paro por

aqui, meus olhos não conseguem ver... já é quase madrugada de novo do dia seguinte. E ainda o ouço, vivo e buliçoso, dirigindo-se a Valéria mas também

a todos nós que o amávamos: "A vida dói, mói, rói, mas é bela, minha velha..." Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, ei, gado, oi...

Edson Mendes

13/14.12.2021

Paulo Afonso perde mais um pioneiro. Faleceu aos 86 anos

o Sr. Antônio Almeida, um dos primeiros contadores de Paulo Afonso

O médico veterinário

Antônio Almeida Jr.

comunica à comunidade

de Paulo Afonso, o

falecimento do seu pai,

contador pioneiro de

Paulo Afonso, hoje às

10 horas da manhã na

UTI do Hospital Prohope,

em Salvador, onde

teve duas paradas cárdio

pulmonar.

Como informa Almeida

Júnior, o seu pai

vinha com sua saúde

debilitada há um bom

tempo e a ida a Salvador

foi uma tentativa da

família de se conseguir

diminuir os seus sofrimentos.

“Ele descansou.

Foi feita a vontade

de Deus, pois dEle é o

comando, o controle

, o poder, a honra e a

glória para todo o sempre.

Glória ao Pai, ao Filho

e ao Espírito Santo.

Amém!”

O corpo foi velado

na residência da família

e foi sepultado no

cemitério Padre Lourenço

Tori em Paulo

Afonso-BA.

Conheça um pouco

da história desse pioneiro

de Paulo Afonso

- Antônio Almeida

Em 01 de dezembro

de 1935 nascia no município

de Itaporanga,

no sertão da Paraíba,

o menino Antônio Almeida,

filho de Geminiano

José de Almeida

e Izabel Alves de

Almeida, o caçula de

nove irmãos.

Filho de agricultores,

tem sua infância

e juventude vivida no

Sitio Emas, distante

uma légua da sede

municipal, onde estudou

até a quarta série.

Era da criação de

algumas poucas vacas

e das culturas de subsistência

que a família

se mantinha. Tempos

difíceis!

Aos 18 anos, idos de

1953, em plena seca

dos anos 50, seu Pai o

alista na Frente de Trabalho

do DNOCS e para

isso, o então adolescente

ganha uma nova

data de nascimento –

15 de abril de 1935, pois

o governo da época só

contratava os maiores

de idade para as “obras

de combate às secas”.

Por conta do flagelo

da seca seus irmãos e

irmãs migram, quatro

para São Paulo, uma

para Brasília que iniciava

suas obras e dois outros

para Paulo Afonso

que eram os destinos

de muitos nordestinos

e nordestinas que buscavam

dias melhores.

Em janeiro de 1958,

com 23 anos, desiste

de viver na Paraíba e a

convite de seu cunhado

e padrinho Chateau

Alexandria vem trabalhar

na CHESF, inicialmente

com Nicholson

Chaves no setor de lubrificantes.

Inscreve-se

no Curso de Admissão

ao Ginásio e, no Ginásio

Paulo Afonso conclui

seus primeiros cursos

técnicos em Mecânica e

em Contabilidade, cursos

que lhe garantiram

exercer diversas funções

na Empresa.

Ainda naquele ano

de 1958, conhece Carmelita

Maria Mendes –

que depois receberia

o sobrenome Almeida,

por quem se apaixona

e que casariam em

1962. Da união nasceram

cinco filhos – Carlla

Andréia, Anttonio Almeida

Júnior, Carmem

Érica, Cláudia Valéria e

Maria de Fátima.

Fica na Companhia

até o ano de 1967 quando

é aprovado no concurso

para Oficial do

Cartório do Registro de

Imóveis da Comarca de

Paulo Afonso.

No ano seguinte a convite

de seu amigo Abel

Barbosa e Silva, fundam

o ETECON – Empresa

Técnica em Contabilidade

onde ficam responsáveis

pele escrituração

fiscal e contábil de diversas

empresas que aqui

faziam o comércio funcionar.

Abel só deixaria

o ETECON alguns anos

mais tarde para assumir

o cargo de Prefeito Municipal.

No início dos anos 70

é convidado por Nicholson

Chaves a ser sócio

da CHAVEPE, concessionária

Volkswagen na

cidade. Em 1976 desfaz

a sociedade e assume

a direção do Frigorifico

Senhor do Bomfim. Em

1979 cria a construtora

SUNORTE para prestar

serviços de saneamento

e calçamento em

paralelepípedos para

as obras da CHESF em

Paulo Afonso e posteriormente

em Itaparica

e Xingó. No ano de

1985 vende o Frigorífico

a Adauto dos Santos e

adquire a revenda local

da Coca Cola.

Sem nunca ter abandonado

a sua Contabilidade

nem tampouco

suas atribuições como

serventuário da justiça

baiana, trabalhava em

média 15 horas por dia,

sua marca registrada. É

nesta época que resolve

fazer um curso superior,

tendo se formado

em Direito na Faculdade

de Caruaru – Pe.

Fica viúvo de Carmelita

em agosto de

1999. Em 2005, aos 70

anos de idade, é aposentado

pelo governo

do Estado da Bahia e

decide encerrar as atividades

das empresas

de distribuição de bebidas

e de serviços de

construção civil e passa

a dedicar-se exclusivamente

ao ETECON,

onde permaneceu

como seu dirigente

maior até o ano de

2015, ano em que recebeu

o título de cidadão

de Paulo Afonso

através do Vereador

Edson Maciel, o bom

amigo Dinho. É nesse

ano que se aposenta

por conta de ter sido

diagnosticado com a

doença de Alzheimer.

Carmem Érica, a filha

do meio e seu braço

direito, assume a partir

daí o comando total da

empresa que é em seguida

desativada para

dar lugar a empresa Érica

Contabilidade.

Católico, devoto de

São Francisco de Assis,

meu Pai, Antônio

Almeida nos deixou

em definitivo às 10 h

desta segunda feira,

06 de dezembro de

2021, após lutar bravamente

por mais de

seis anos contra o Alzheimer

e suas sequelas.

O guerreiro descansou!

Referência e

Exemplo como Pai,

Avô, Sogro, Amigo,

Empreendedor, Servidor

Público da Justiça,

Pioneiro no ramo dos

Serviços Contábeis,

deixa um legado para

nós seus cinco filhos,

sete netos, dois bisnetos,

nora, familiares,

amigos, clientes e colaboradores.

Que Deus

o acolha em sua nova

morada. Te amamos

muito meu Pai! Em

breve nos encontraremos

novamente!

Anttonio Almeida Júnior


Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

A 11

Morre o fotógrafo João Tavares, que eternizou em imagens

o rio São Francisco, a Chesf e Paulo Afonso

Dia 21 de dezembro de

2021, fui impactado por

uma nota simples no meu

WhatsApp recebida de Vânia,

esposa de João Tavares,

no WhatsApp dele que tinha

uma tarja de luto. E Vânia

me informava:

“Amigo é Vânia, olha

Tavares nos deixou.”

Conheci o fotógrafo João

Tavares, a quem chamava de

Poeta da Fotografia, há um

tanto de anos, se não me falha

a memória, apresentado

por Jânio Soares, Janinho,

que nos deixou no dia 13 de

dezembro, e aos poucos nos

aproximamos mais e fiquei

sabendo de muitas de suas

andanças pelo Brasil e pelo

mundo clicando eventos, natureza,

pessoas...

Tavares, apaixonado por

fotografia se tornou conhecido

em Paulo Afonso e

região depois que realizou

belos trabalhos de registro

fotográfico de eventos

como a Copa Velas, o Natal

de Paulo Afonso e outros e

muitas dezenas, talvez centenas

de fotos oficiais de

prefeitos e vereadores de

muitos municípios da Bahia,

dentre eles, também de Paulo

Afonso.

Lembro de uma viagem

em que estive com ele na cidade

de Macururé onde fez

as fotos oficiais da prefeita

da época, Zilma. Para isso,

levava em sua camionete um

verdadeiro e completo estúdio

fotográfico que foi montado

no gabinete da prefeita.

Tavares era um perfeccionista.

Em seu trabalho,

a busca da perfeição, do

melhor ângulo era constante.

Levava um bom tempo

para registrar uma imagem

e fazia dezenas, centenas de

fotos para ter a possibilidade

de escolher a que lhe pareceu

a melhor embora, para

um simples observador, todas

parecessem perfeitas.

A sua arte e o seu cuidado

o levaram a fazer muitas

fotos para a Chesf, de suas

usinas, do rio São Francisco.

Quase cidadão de Paulo

Afonso, sua presença nesta

cidade era sinal que alguma

grande obra fotográfica estava

para nascer.

Especialmente no ano de

2009, Tavares, como era conhecido

cobriu vários eventos

promovidos ou apoiados

pela Prefeitura Municipal de

Paulo Afonso na gestão de

Jânio Soares como Secretário

de Turismo e Cultura de

Paulo Afonso.

Em uma de suas viagens

a Paulo esteve no Raso da

Catarina, na região conhecida

como Baixa do Chico,

próxima ao povoado Juá e

ali produziu fotos magníficas

do cânion seco que ali

existe.

Em outro momento, sempre

acompanhado dos amigos

João de Sousa Lima

(historiador) e Ricardo

Costa (então cinegrafista da

Galcom Comunicações) Tavares

subiu os mais de 500

metros da Serra do Umbuzeiro

e também ali produziu

fotos maravilhosas que mostram

as estranhas formações

rochosas daquele lugar e

ainda as inscrições rupestres

em vários lugares da serra.

No mês de setembro de

2009 fez uma fantástica

cobertura da Copa Velas,

tanto da presença da multidão

na Avenida Apolônio

Sales nos grandes shows

como na prova aquática

realizada nos três da Copa

Velas na Prainha de Paulo

Afonso com a presença e

participação de renomados

velejadores brasileiros.

No mês de outubro daquele

ano, Tavares fez a cobertura

fotográfica de três

grandes eventos: a Procissão

Fluvial de São Francisco,

nas águas do Lago Moxotó,

Canal e Lago de PA-4.

Ainda neste mês fotografou

a Maratona de Canoagem,

realizada pelo governo do

Estado da Bahia, com o

apoio da Prefeitura de Paulo

Afonso e, também, ainda em

outubro, a convite do Diretor

do Departamento de Turismo

de Paulo Afonso, Professor

Galdino, participou e

fez a cobertura total da Rota

do Imperador que refez, em

três dias e pedaços de noites,

a viagem do Imperador

D. Pedro II à Cachoeira de

Paulo Afonso, onde chegou

em 20 de outubro de 1859.

O evento, organizado pelo

governo e prefeituras alagoanas

marcou os 150 anos

desse feito histórico.

Tavares também fotografou

a decoração natalina de

Paulo Afonso em um dos

anos de muito brilho, assim

como fez muitas fotos aéreas

da Ilha de Paulo Afonso.

Em outras ocasiões também

fotografou a cidade à noite.

João Tavares esteve várias

vezes no jornal Folha

Sertaneja. Aqui fez amizade

com Ricardo, que foi funcionário

daqui por muitos anos.

Também conheceu João de

Sousa Lima e, na companhia

destes dois, fez registros

memoráveis e belíssimos do

Raso da Catarina e da Serra

do Umbuzeiro e muitas dessas

fotos, ele, sabendo do

meu carinho por essa região,

me doou em CDs cuidadosamente

preparados.

Também na Copa Velas

as câmeras de Tavares

eternizaram momentos

grandiosos.

Em outubro de 2009, prefeituras

alagoanas e o governo

do Estado de Alagoas

realizaram o projeto Rota do

Imperador quando grande

número de barcos trazendo

o governador do Estados,

prefeitos da região, o descendente

do Imperador D.

Pedro II, refizeram o trajeto

da viagem do Imperador à

Cachoeira de Paulo Afonso.

A viagem, que começou

em Piaçabuçu, teve paradas

em todas as cidades onde

também pousou o Imperador

e, em cada local havia uma

festiva acolhida e almoço,

jantar ou pernoite oferecido

pelo anfitrião daquele lugar.

A nova Rota do Imperador foi

ainda até ao povoado Volta do

Moxotó, em Jatobá, a convite

do então prefeito João Gomes

e se encerrou com um almoço

oferecido pelo prefeito Anilton

Bastos, de Paulo Afonso,

no mirante da Cachoeira de

Paulo Afonso.

O diretor do Departamento

Municipal de Turismo,

Professor Antônio Galdino,

recebeu o convite da Secretária

de Turismo de Delmiro

Gouveia/AL, Wilma

Rogers para participar, com

sua equipe, dessa aventura

fantástica. Não tivemos dúvidas

em convidar, além de

pessoas do DEMTUR, o cinegrafista

Ricardo Costa, da

Galcom Comunicações e o

fotógrafo João Tavares, que

fez centenas de fotos de todos

os eventos desse trajeto

e do majestoso rio São Francisco.

Vários prefeitos encomendaram

álbuns com esses

registros de sua cidade.

A partir dessa viagem inesquecível,

subindo o rio São

Francisco desde Piaçabuçu

passamos a nos tratar como

“companheiros das águas

sanfranciscanas”.

Sertanejo de Agrestina,

João Tavares correu mundo

levando a sua arte apurada

e deixando sua marca forte,

em fotos geniais por onde

passou.

No exterior cobriu Copas

do Mundo de futebol e eventos

da Fórmula 1. No Brasil,

muitas prefeituras da Bahia

têm a sua marca em seus gabinetes.

Belíssimas fotos de

cenários de Paulo Afonso,

como o cânion do rio São

Francisco e outras dignas de

grande mestre da fotografia,

decoram o gabinete do prefeito

de Paulo Afonso, extasiando

os visitantes.

Fotos da encenação da Paixão

de Cristo em Nova Jerusalém,

feitas por João Tavares,

já correram o mundo.

Nos últimos anos, João

Tavares, pai de muitos filhos,

dentre eles o seu xodó,

o adolescente Joãozinho, da

sua união com a jornalista

Vânia, morava em Altinho/

PE, terra do gênio Apolônio

Sales, criador da Chesf

e também onde nasceu Isac

Oliveira, advogado, membro

da Academia de Letras

de Paulo Afonso.

Nas últimas conversas

comigo, João se queixava

da falta de trabalho, principalmente

pelas limitações

impostas pela Pandemia

do Covid-19 e falava dos

seus planos de vir a Paulo

Afonso. Sobre isso, ele me

disse, estava acertando com

Jânio Soares, com quem havia

conversado poucos dias

antes do infarto que levou

Janinho. Ele, Tavares, me

ligou arrasado.

Ontem, recebi, pelo

WhatsApp de João Tavares

a triste notícia que ele nos

deixou e se tornou imortal

para o mundo pela sua arte,

pelas marcantes e importantes

fotos, milhares delas, ao

longo de sua caminhada entre

nós. Na modesta sala/escritório

do jornal Folha Sertaneja,

dois presentes que

ele me deu – uma bela foto

da Prainha de Paulo Afonso,

durante a Copa Vela Nº 20 e

outra de enorme paredão de

granito no cânion do rio São

Francisco, me trazem à sua

presença todos os dias.

Atendendo ao seu pedido,

sempre reiterado e repetido,

o seu corpo foi levado para

ser sepultado em sua terra

natal, Agrestina, em Pernambuco.

Em sua homenagem,

como Memória Viva, apresentamos

algumas de suas

fotos registrando a beleza

e o povo de Paulo Afonso e

desta região dos lagos do rio

São Francisco, assim como

de todo o baixo São Francisco

em registros históricos da

Rota do Imperador de 2009...

Que cada um de nós reflita

sobre a importância de

se valorizar, em vida, pessoas,

amigos, gente simples

do povo porque, cada um,

mesmo na sua humildade e

até anonimato para muitos,

têm dado, a seu modo e nas

condições que têm, a sua

contribuição nesse caminhar

da humanidade na direção

do futuro.

A ninguém é dado conhecer

onde fica, nem quando

se chegará à última curva da

estrada da vida...

João Tavares, companheiro

das águas sanfranciscanas

chegou ao fim

desse caminho e ele que

tantas viagens fez e voltou

ao aconchego dos seus mais

queridos, nos deixou entristecidos

com a sua partida

sem volta...

Antônio Galdino

21/12/2021


A12

Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

Luiz de Deus faz pequena reforma

administrativa em cinco anos de governo

Em nota enviada pela Assessoria

de Comunicação à

imprensa local e regional, o

Prefeito de Paulo Afonso, Luiz

Barbosa de Deus, no final do

primeiro ano do seu terceiro

mandato, anuncia uma pequena

mudança no seu quadro de

secretários motivada, segunda

esta nota, por dois motivos: o

falecimento do Secretário de

Cultura e Esportes, Jânio Soares

e o pedido de exoneração

da secretária de Planejamento e

Orçamento, Patrícia Alcântara,

ambos nestes há muitos anos:

Jânio Soares, desde a gestão

do Prefeito José Ivaldo em todas

as gestões do Grupo Luiz

de Deus – Luiz de Deus, Paulo

de Deus e Anilton Bastos e Patrícia

Alcântara, nas gestões de

Paulo de Deus (2 mandatos),

Anilton Bastos (nos últimos

dois mandatos) e Luiz de Deus

(nos últimos cinco anos).

Mas Luiz de Deus, que não

mexeu no seu secretariado do

mandato 2017/2020 e todos foram

mantidos nos seus cargos para o

mandato 2020/2024, também se

manteve fiel à sua equipe e promoveu

apenas mudanças de posições

de alguns dos seus secretários.

O único que ainda tinha o status

de Secretário era Marcelo de

Santana Souza que atuava na Contabilidade

do município e agora

ocupa a Controladoria, órgão com

status de Secretaria Municipal, no

lugar de Kleylson Siqueira que

ocupa cargo de Secretário de Planejamento,

no lugar deixado por

Patrícia Alcântara.

Kleylson Siqueira e do quadro

municipal e estava como

Controlador do município desde

o segundo mandato do Prefeito

Anilton Bastos até agora.

Para ocupar a Secretaria de

Cultura e Esportes, o prefeito

Luiz de Deus indicou o seu Secretário

de Articulação Política

Dernival Oliveira Júnior que

tem uma longa história na política

e na gestão do município

de Paulo Afonso.

Val, como é conhecido, foi

Diretor de Turismo de Paulo

Afonso e o exerceu o mandato

de vereador da Câmara

Municipal de Paulo Afonso

por três mandatos consecutivos

– 1993/1996, 1997/2000

e 2001/2004 – e foi presidente

da Câmara Municipal de

01/01/1997 a 31/12/1998.

Em 2004, Val deixou o grupo

do deputado Luiz de Deus e

foi para o PL que, na época era

liderado por Mário Negromonte,

adversário político de Luiz

de Deus.

Nesse ano, interrompendo

uma longa caminhada desse

grupo político, Raimundo Caires,

apoiado por Negromonte

ganhou a prefeitura.

Val Oliveira, por seu turno,

exerceu vários e importantes

cargos no Governo Estadual e

chegou a ser candidato a Deputado

Estadual

Nas andanças e na dinâmica

da política, Val Oliveira voltou

ao grupo liderado por Luiz de

Deus e no dia 22 de janeiro de

2020 o Diário Oficial do Município

traz a nomeação de

Dernival Oliveira Júnior, para

o cargo de secretário Extraordinário

de Articulação Governamental,

ainda no primeiro

mandato recente de Luiz de

Deus - 2017/2020.

Agora, Val Oliveira é nomeado

para substituir Jânio Soares

na Secretaria de Cultura e

Esportes que foi alvo de muitas

reclamações, tantos do pessoal

da área da Cultura – músicos,

produtores culturais e outros,

como na área do Esporte.

Certamente Val Oliveira vai

ter muito trabalho para que as

áreas de sua nova Secretaria –

de Cultura e Esportes - apresentem

uma nova imagem da

gestão municipal.

Regivaldo Coriolano é outro

nome do quadro da gestão

municipal que estava só

aguardando uma oportunidade.

Aposentado da Chesf, foi Vereador

da Câmara Municipal de

Paulo Afonso por seis mandatos

– 1989/1992, 1993/1996,

1997/2000, 2001/2004,

2009/2012 e 2013/2016, tendo

sido presidente da Câmara duas

vezes.

Com a eleição de Luiz de

Deus para prefeito em 2016,

Regivaldo Coriolano, que tentou

se reeleger para a Câmara

Municipal e não obteve êxito,

foi nomeado para Secretário de

Turismo, Indústria e Comércio,

cargo que exerceu até 3l

de março de 2020 quando saiu

para tentar novamente a eleição

para vereador da Câmara Municipal

de Paulo Afonso, novamente

sem sucesso.

Agora, nessa primeira mexida

no quadro de secretários

municipais, Regivaldo Coriolano

fica no lugar de Val

Oliveira, como Secretário

Extraordinário de Articulação

Política em um ano de eleições

para governo do Estado,

Deputados Estaduais, Federais,

Senadores e Presidente

da República.

O anúncio dessa alteração

no quadro de secretários da

Prefeitura ainda uma vez não

beneficiou o fiel escudeiro

do Prefeito Luiz de Deus, o

aposentado chesfiano Manoel

Rozendo que, há mais de ano

afastado da gestão municipal

estava na expectativa que desta

vez o seu nome seria lembrado

pelo amigo prefeito. Manoel

Rozendo tem uma excelente

folha de serviço prestado à

Chesf e já atuou no apoio à gestão

do Hospital Municipal de

Paulo Afonso e também junto à

Secretaria de Meio Ambiente e

aguardava ser chamado agora.

Continua esperando.

A Escola Rivadalva de Carvalho realiza Tarde de Autógrafos

de seus pequenos escritores, do Projeto Estante Mágica

A diretora da Escola Municipal

Rivadalva de Carvalho do

Bairro BTN, Professora Maria

Lúcia, sua vice-diretora Professora

Tâmara Bezerra e as coordenadoras

Tatiane Nascimento

e Maria Aparecida não mediram

esforços para receber alunos,

pais, professores e convidados

para vivenciarem, no dia 29 de

dezembro, um momento de

grande festa literária quando

foi encerrado o Projeto Estante

Mágica no ano de 2021 e os

alunos nele envolvidos e seus

familiares participaram de uma

Tarde de Autógrafos dos livros

que criaram e os autografaram

para o seus pais.

O ambiente – a quadra coberta

da Escola - agradavelmente

preparado para a solenidade,

com mesas especiais para cada

um dos jovens escritores, a elegância

dos seus trajes desses orgulhosos

escritores, o cenário do

Jarassic Park, criado por um dos

escritores, Guilherme Belarmino.

Parecia uma grande festa de

formatura. Tudo muito organizado

pela direção, coordenação,

professores e pessoal de apoio

da Escola.

Na abertura da solenidade,

alunas do 3º ano apresentaram

uma coreografia sobre a temática

do Natal e o aluno Pedro

Alexandre, do 5º ano, que já

teve um poema publicado na 2ª

Antologia de Poetas de Paulo

Afonso & Convidados, produzido

pela ALPA em 2021, declamou

um poema de sua autoria

sobre a cidade de Paulo Afonso.

O empresário Sebastião Leandro

de Morais, que é Membro

Honorário da ALPA, convidado

pela direção da Escola achou

por bem levar com ele outros

membros da ALPA para incentivar

esses jovens escritores. E

ali, além dele, estiveram o vice-

-presidente da ALPA, Professor

e escritor Antônio Galdino e a

escritora e poetisa Professora

Jovelina Ramalho.

A coordenadora Alessandra

Teixeira e a professora Angélica

participaram representando a

Secretaria Municipal de Educação

–SEDUC.

Em suas breves mensagens,

os membros da ALPA deixaram

palavras de incentivo aos estudantes

e aos seus pais, como

também o fizeram a coordenadora

Alessandra Teixeira, da

SEDUC, Maria Lúcia, diretora

desta unidade escolar e a coordenadora

Maria Aparecida.

A Professora Jovelina Ramalho,

ressaltou “a grande importância

dos professores que precisam

ser mais valorizados porque

se não houvesse professores nós

não estaríamos aqui aplaudindo e

incentivando estes jovens escritores”.

Sebastião Leandro, falou da

importância da família na formação

destas crianças.

A Coordenadora Aparecida

dirigiu a primeira parte da solenidade.

A segunda parte, o ato

solene tão esperado da chamada

nominal dos escritores para receberem

os livros que construíram

e os certificados desta participação

no Projeto foi conduzida

pelo profissional de radiodifusão

em Paulo Afonso, Bacharel em

Letras, Fábio Salvador.

Na oportunidade, Professor e

escritor Antônio Galdino, doou

exemplares dos seus livros Os

Caminhos da Educação – De

Forquilha a Paulo Afonso e Abel

Barbosa, o inventor de Paulo

Afonso e também, pela ALPA,

exemplares dos livros 2ª Antologia

de Poetas de Paulo Afonso

& Convidados e Rio São Francisco

em Prosa em Versos, para

a diretora e biblioteca da Escola

Rivadalva de Carvalho.

Ao Jornal Folha Sertaneja,

Maria Aparecida informou

como funciona o Projeto Estante

Mágica nesta escola da rede

municipal, projeto que foi iniciado

ainda no ano de 2019.

“A Estante Mágica trabalha

com as competências socioemocionais

das crianças, um modelo

sólido que chamou a atenção da

coordenadora Maria Aparecida

Ribeiro Alves, que conversou

com a diretora em 2019, para

cadastrar os alunos e assim fez e

até hoje desenvolve o projeto de

leitura com a parceria das professoras

e apoio da atual diretora

Maria Lúcia Pereira, vice-diretora

Tâmara Bezerra Costa e Coordenadora

Tatiane Nascimento.

A escola tem acesso a plataforma

e dentro do seu projeto

pedagógico, do seu planejamento

escolar, pode aplicar a

elaboração de um livro onde

as crianças ilustram e escrevem

seus livros, sua própria história,

sempre acompanhados e supervisionados

por um professor.

Pode ser um tema livre ou um

tema orientado. Quando terminam,

esse material é enviado para

a plataforma e vira um Ebook,

que fica disponível para os pais

e professores de forma gratuita.

Os pais que quiserem podem fazer

aquisição do livro físico, que

será utilizado no momento mais

importante dessa jornada, que é

o dia de autógrafos.

É nesse dia que as crianças se

empoderam, ficam ansiosas para

pegar o livro, assinar e fazer uma

dedicatória para os pais. É nesse

momento que a gente conhece

várias histórias, é por isso que

professores, gestores e coordenadores

da Escola Rivadalva de

Carvalho sentem-se orgulhosos

por incentivar à leitura e a

escrita, onde o estudante tem a

chance de expressar o seu protagonismo

e a sua competência

acadêmica”. Disse a Coordenadora

Aparecida.

A coordenadora concluiu informando

que “esse projeto alcançou

este ano 21 alunos mas

alguns não puderam comparecer

ou por motivo de viagem ou outro

e apenas 14 anos estiveram

presentes nesta solenidade.”.

Os alunos/escritores que

autografaram os seus livros na

tarde de 29 de dezembro, na

quadra da Escola Rivadalva de

Carvalho foram os seguintes:

1. ANA BEATRIZ SANTOS

SOARES – 3º D Professoras

- Edileuza e Soleane

2. ANA LETICIA RIBEIRO

ALVES SOUZA – 5º ano E -

Professora Alexandra

3. BRENDA MICHELLY DA

SILVA SOARES – 4 º ano D -

Professora Acidália

4. DAVID SILVA DE ARAUJO

– 5º ano B - Professora Iraneide

5. ELMARQUE SILVA DE

SOUZA - 5º ano G - Professora

Iana

6. GEISIANE DA SILVA

SANTOS - 4 º ano D - Professora

Acidália

7. GUILHERME BELARMI-

NO DE OLIVEIRA - 5º ano C

- Professora Alane

8. HADASSA FERREIRA DA

SILVA - 5º ano A - Professora

Valma

9. JOAO HENRIQUE DE

OLIVEIRA SOARES -5º ano

A - Professora Valma

10. JOAS HIRON SOARES

BEZERRA - 5º ano A - Professora

Valma

11. JULIA DANIELY SOARES

FERREIRA - 3º ano D - Professoras

Edileuza e Soleane

12. PEDRO ALEXANDRE

SANTOS DE O. RODRIGUES

-5º ano G - Professora Iana

13. RILARY RAUANA GO-

MES DE SÁ - 5º ano A - Professora

Valma

14. SAMIRA LETICIA SAN-

TOS PALMEIRA - 3º ano D -

Professoras Edileuza e Soleane

15. YASMIN LIMA DE SOU-

ZA - 5º ano G - Professora Iana


Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

A 13

Há 43 anos, o sonho de Antônio José Diniz, se tornava

realidade. Nascia a Rádio Cultura de Paulo Afonso

Sexta-feira, 8 de dezembro

de 1978. Dia de

feira, mesmo no feriado

de N. Senhora da Conceição,

reverenciada pela

Igreja Católica.

Fora criada há alguns

anos a Diocese de Paulo

Afonso que estava sendo

gerenciada pelo seu primeiro

bispo, D. Jackson Berenguer

Prado.

Ainda cedo desse dia 8,

mal surgiram os primeiros

raios do sol sertanejo, os

acordes da música Paulo

Afonso, de Luiz Gonzaga

invadiam os ares, insistentemente,

repetidamente,

incansavelmente. A música

acabava de tocar, recomeçava...

E foi assim durante

muitas horas do dia. De

vez em quando, havia uma

pausa, uma fala, uma mensagem,

uma palavra de

gratidão e a música Paulo

Afonso voltava a ressoar

pelos ares do Nordeste.

Foi o jeito que o empreendedor,

radiodifusor Antônio

José Diniz encontrou para

marcar a chegada da Rádio

Cultura AM de Paulo Afonso

e mostrar ao mundo ainda

limitado daqueles tempos,

como diria depois o saudoso

pioneiro Nicolson Machado

Chaves, que “agora Paulo

Afonso tem voz”.

Mas, a chegada da Rádio

Cultura de Paulo Afonso,

anunciada pelos acordes

da música Paulo Afonso,

de Luiz Gonzaga e Zé Dantas,

precisava ter também

as bênçãos da fé católica,

do empreendedor Antônio

José Diniz.

E para isso foi convidado

o Bispo de Paulo Afonso,

D. Jackson, para abençoar

essas instalações e os que

nela iriam trabalhar para levar

a voz de Paulo Afonso

bem longe, pelas ondas do

rádio.

Para se chegar a esse momento,

a esta culminância

que emocionou a todos,

houve uma longa caminhada.

A visita que o empresário

Antônio José Diniz, da

Distribuidora Sedução, de

livros e revistas, fez a dezenas

de emissoras de rádio

do Nordeste, querendo

aprender sempre mais sobre

essa nova missão que

assumia.

E foram muitos os telefonemas

e as viagens também

a Brasília, os contatos

com apoiadores, as correspondências

ao Departamento

de Telecomunicações,

ao Ministério das

Comunicações. As visitas

ao prefeito e a vereadores,

porque o sonho era muito

grande.

E, quando a papelada

estava toda pronta, Diniz

recebeu uma forcinha indireta

e inesperada do seu

avô Francisco Domingos,

conhecido como Chico

Domingos.

E como foi isso?

Quem me contou essa

passagem foi o saudoso

Abel Barbosa, ex-vereador

e ex-prefeito de Paulo

Afonso, político conhecido

pela sua luta para a emancipação

política de Paulo

Afonso.

No tempo do governo militar

– de 1964 a 1985 – os

governadores dos Estados

eram, por força da situação

existente, muito ligados ou

dependentes do governo

federal militar. Na Bahia, era

governador Antônio Carlos

Magalhães que se tornara

amigo pessoal de Abel Barbosa

desde os tempos de

sua luta pela emancipação

de Paulo Afonso.

Contou Abel Barbosa,

político atuante em Paulo

Afonso que, estava em Salvador

quando foi chamado

à governadoria e na mesa

do governador Antônio

Carlos estavam duas pastas.

Antônio Carlos disse para

Abel;

- Tenho aqui dois projetos

de criação de uma rádio

em Paulo Afonso. Para mim

tanto faz uma como outra.

Mas você que é de lá pode

me ajudar a escolher.

Um dos projetos era da

Rádio Tropical, de Gerson

Albuquerque, conhecido

como Gerson Campeão. O

outro projeto era o da Rádio

Cultura de Paulo Afonso.

Contou Abel que, na hora,

lembrou do seu Chico Domingos,

avô de Diniz, que

durante muitos anos esteve

ao seu lado durante a luta

pela emancipação política.

Seu Chico Domingos era

“abelista de carteirinha”. E

isso fez com que Abel decidisse

na hora.

- Este aqui. Da Rádio

Cultura.

Antônio Carlos Magalhães

encaminhou esta decisão

ao governo federal e

nasceu a Rádio Cultura de

Paulo Afonso.

Na sexta-feira, 8 de dezembro

de 1978, era natural,

portanto, que Antônio José

Diniz, estivesse inquieto, ansioso,

andando de um lado

para o outro, esperando o

Bispo D. Jackson Berenguer

Prado para abençoar

e desejar vida longa a esta

primeira emissora oficial de

Paulo Afonso que antes teve

a Rádio Poty de Antônio

Bernardo, Mário Santos e

depois de Roque Leonardo

mas não estava registrada

nem autorizada a funcionar

pelo Dentel/Ministério das

Comunicações na época.

A Rádio Cultura de Paulo

Afonso AM logo também

teve a concessão FM e caminharam

juntas todas essas

décadas.

Em 21 de julho de 2019, o

criador das Rádios Cultura

AM e FM, de Paulo Afonso,

Antônio José Diniz nos deixa.

Coube aos seus familiares,

Saúde Diniz, a esposa, e

os filhos Soraya e Dinizinho,

continuarem a fazer ecoar

a voz de Paulo Afonso pela

pioneira Rádio Cultura, agora

não só para o Nordeste

e as regiões mais próximas

mas também para todo o

Brasil e para todo o mundo

pelas ondas da internet.

E aí, lembro de um fato.

Eu estava apresentando um

quadro sobre a história e

a memória de Paulo Afonso

nos estúdios da Rádio

Cultura, estava interagindo

com o Professor Francisco

Nery que estava em Toulosse,

na França fazendo um

curso de aperfeiçoamento

de francês. Pois é, a Rádio

Cultura estava lá, sintonizada

pelo Professor Nery,

poliglota, cronista da Folha

Sertaneja e membro da

Academia de Letras de Paulo

Afonso.

Estas lembranças me levam

de volta aos muitos

anos de convívio, de participação,

de acompanhamento

das muitas lutas de

Antônio José Diniz para

manter vivo esse sonho

que ia ainda mais longe. Ele

queria ter também uma televisão

para que as pessoas

não só ouvissem a voz de

Paulo Afonso mas também

pudessem ver as belas imagens

desta cidade, do seu

município e do povo tão

bom desse lugar.

São 43 anos de caminhada.

Logo ali, bem perto, está

o marco do cinquentenário,

das bodas de ouro. E depois,

muitos anos virão de

mais comemorações por

mais um aniversário, sempre

cheios de lembranças,

memórias e o desejo renovado

de muitas outras vitórias

que virão, cada uma no

seu tempo!

Parabéns Saúde, Soraya e

Dinizinho por continuarem

o sonho de Antônio José Diniz.

Parabéns a cada radialista,

locutores, sonoplastas,

repórteres que deram vida

a este sonho que chega aos

43 anos de vida, sempre jovem,

repaginada, para continuar

a sua missão – levar

a voz de Paulo Afonso para

todo o mundo!

Reencontro de ex-soldados da turma de 1983 da 1ª Cia

de Infantaria de Paulo Afonso trouxe muita emoção e alegria

No dia 04 de dezembro

de 2021, a cidade de Paulo

Afonso viveu um momento

memorável.

Quase 39 anos depois,

data a ser comemorada

em janeiro de 2022, a turma

que serviu ao Exército

Brasileiro na 1ª Cia. de Infantaria,

no ano de 1983,

se reuniu no Clube da Vila

Militar. Alguns guerreiros

não se encontravam há

mais de 30 anos.

Foi um momento marcante,

poder reencontrar

meus irmãos de armas do

2° Pelotão: Jair, Correia, Dimas,

Márcio, Aldênio, Rogério

e Lima.

Poder rever os guerreiros

Falcão, Pereira, Queiroz,

Rildo, Pedro Gomes,

Soares, Luis Antônio, Laércio

Paz, Rodrigues, Manuel,

Zé Orlando, Henrique,

Martins, Gaudêncio,

Edmar, Calado, Donato,

Neves e Freire.

Ainda tivemos a honra da

presença dos antigos, Sargento

Boaventura, sargento

Paiva e Ventura.

Fatos foram lembrados,

histórias revividas, momentos

eternizados.

Os tempos de caserna

serviram como base para

tantas lembranças que vieram

à tona.

Voltei ao passado, vesti

por segundos e na fantasia

da memória a farda Verde

Oliva, manuseei o velho FAL,

senti o cheiro da pólvora,

ouvi o zunido causado pelo

som dos disparos no estande

de tiros, senti o chão ardente

queimando a alma rastejando

nas instruções de guerra,

ouvi a corneta entoando os

toques nas ordens unidas.

Enfim, vasculhei as memórias

do passado e garbosamente

me vi marchando,

cadência ajustada, passos firmes,

INFANTES destemidos,

fuzileiros prontos para a ação.

“...rebrilha a glória, viva a

vitória...

A paz queremos com fervor,

a guerra só nos causa dor,

porém se a Pátria amada,

for um dia ultrajada,

lutaremos sem temor....”

João de SOUSA LIMA

SD. 145- Segundo Pelotão

de Fuzileiros

Paulo Afonso - BA. - 04/12/2021

Membro da ALPA e Membro

Presidente do IGH/PA


A14

Edição 04/2021 Online

31 de dezembro de 2021

10 Bombeiros do 15 GBM de Paulo Afonso realizam reforço

operacional nas cidades de Ilhéus e Itabuna.

O projeto SOS Chuva continua precisando da sua doação

O 15º GBM - Grupamento

de Bombeiros

Militares da cidade de

Paulo Afonso Bahia foi

acionado através do

Coronel Piauí solicitando

ao Tenente Coronel

Tarcísio apoio de uma

equipe para realizar

reforço operacional

nas cidades de Itabuna

e ilhéus, prejudicada

pelas fortes chuvas e

rompimentos de barragens,

que desabrigaram

muitos moradores

destas e várias outras

cidades do Sul do Estado

da Bahia.

O acionamento se

deu no sábado 25 de

dezembro de 2021 e

logo uma equipe formada

por dez Bombeiros

Militares desde

das 21h do sábado

estavam prontos

para o embarque no

Aeroporto de Paulo

Afonso Bahia, sendo

a viajem transferida

para o domingo 26

de dezembro decolando

às seis horas

da manhã.

Logo cedo a equipe

de dez Bombeiros Militares

comandada pelo

Subtenente Nádson finalmente

embarcou de

Paulo Afonso destino a

Casa Militar do Governador

e em seguida as

cidades de Itabuna e

ilhéus. Os 10 homens já

chegaram e estão dando

reforço operacional

ao 5º. GBM e 4º.GBM

Itabuna e ilhéus.

Os relatórios enviados

pelos Bombeiros

Militares mostram a

intensa atividade que

vem sendo realizada

ali, com o abastecimento

de helicópteros que

se deslocam a todo

momento para as áreas

mais atingidas levando

alimentos, roupas, agasalhos

e apoio humano

nessa hora de muito

desespero para os que

perderam tudo levado

pelas fortes chuvas e

as trombas dágua.

Enquanto a equipe

de 10 Bombeiros Militares

continua em atividade

na região sul

do Estado da Bahia

os Bombeiros Militares

de Paulo Afonso

estão em intenso trabalho

de arrecadação

e preparo de alimentos,

produtos de higiene

pessoal e limpeza

além de roupas e no

dia 28 de dezembro,

Dia do Guarda-Vidas,

os Bombeiros Militares

do 15º GBM de Paulo

Afonso esteve preparando

uma toneladada

de alimentos e

produtos que foram

levados para o aeroporto

de Paulo Afonso

e ali entregues Ten.

Cel, Fagner da Polícia

Militar de São Paulo e

seguiram no avião –

PR-SLN para a cidade

de Ilhéus de dali será

distribuída para as cidades

e as populações

mais carentes.

“Envio de donativos para Operação SOS Extremo Sul

Por volta das 13h

30 mim a guarnição

de serviço juntamente

com Maj BM Nailson,

CAP BM Luana e SGT

BM Alberto, deslocaram

ao Aeroporto de

Paulo Afonso para levarem

as doações as

vítimas das enchentes

no Extremo Sul da

Bahia, através de uma

aeronave que veio de

Ilhéus para a busca de

uma tonelada de alimentos

doados pela

população de Paulo

Afonso”.

(Ten. Cel. Tarciso)

“Estamos no Aeroporto

de Paulo Afonso

fazendo a entrega

dos donativos ao Ten.

Cel, Fagner da Polícia

Militar de São Paulo

que está dando apoio

nesse projeto de abençoar

as pessoas no

SOS Chuva no sult do

Estado da Bahia, representando

o Corpo

de Bombeiros de Paulo

Afonso, o 15º GBM,

fazendo a entrega de

uma tonelada de alimentos

que será destina

a Ilhéus para distribuição

em toda região

do Estado da Bahia.

Obrigado a todos os

pauloafonsinos, empresas

e sociedade de

uma forma geral que

contribuíram. E a nossa

campanha continua

com a doação de alimentos

não perecíveis,

produtos de higiene

pessoal e de limpeza e

roupas. Continuem conosco

no Projeto SOS

Chuva”.

O Ten. Cel. Tarciso,

comandante do 15º

GBM de Paulo Afonso

pede à população

de Paulo Afonso que

continue colaborando

doando alimentos

não perecíveis, produtos

de higiene pessoal

e de limpeza e roupas

porque a Campanha

SOS Chuva continua e

a cada momento chegam

notícias de mais

cidades invadidas pelas

fortes chuvas naquela

região do Estado

da Bahia.

Estávamos concluindo

esta matéria

quando recebendo

vídeos e imagens estarrecedoras

do rompimento

de uma Barragem

em Mutuípe e

a violência das águas

levou carros, e pessoas,

provocando grande

correria.

O Grupamento de

Bombeiros Militares de

Paulo Afonso além dessas

ações dignas de todos

os aplausos e apoios

de todos os pauloafonsinos

e moradores da região,

tem prestado grandes

serviços em toda

região realizando vários

tipos de ações.

Por isso que o Bombeiros,

militares ou civis

são tão queridos da

população porque, na

maioria das ações que

realiza também estão

eles colocando em risco

as suas próprias vidas

para salvar outras vidas.

Parabenizamos o

Ten. Cel. Tarciso e todos

os militares desse

Grupamento de

Bombeiros de Paulo

Afonso.

Av. Landulfo Alves, 276 | Centro | Paulo Afonso-BA

Tel.: (75) 3281.3030 | E-mail: ferrageiropa@ferrageiro.com.br

Casa O Ferrageiro nasceu em

Santana do Ipanema/AL

em 1922 e desde os anos

de 1970 sua filial

de Paulo Afonso ajuda

este município a crescer.

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