Florestal_235Web
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
CLIMA<br />
Algumas regiões serão mais<br />
impactadas que outras, assim<br />
como alguns ambientes ou sítios<br />
de produção podem ser mais<br />
suscetíveis, dependendo das<br />
suas características<br />
Josiléia Zanatta<br />
silviculturais e manejo ambiental”, completa Erich Schaitza,<br />
chefe-geral da Embrapa Florestas. “As mudanças de escala<br />
espacial e temporal em futuras análises são fortemente<br />
recomendadas”, complementa Eduardo.<br />
ALTERAÇÕES NO CARBONO<br />
Como as alterações nos padrões climáticos estudados<br />
afetam a produtividade das culturas florestais, acabam<br />
também por afetar os estoques de carbono contidos na<br />
floresta. Isso também afeta o potencial de remoção de carbono<br />
das florestas plantadas.<br />
“Algumas regiões serão mais impactadas que outras,<br />
assim como alguns ambientes ou sítios de produção podem<br />
ser mais suscetíveis, dependendo das suas características”,<br />
explica Josiléia. “Também é importante ressaltar<br />
que as perdas não devem ser restritas ao carbono armazenado<br />
na biomassa vegetal, uma vez que florestas plantadas<br />
são transformadas em produtos florestais que podem também<br />
ser drenos de carbono por longos períodos, dependendo<br />
da manufatura a que se destinam”, completa.<br />
A pesquisa apontou que as regiões estudadas continuarão<br />
com elevado potencial de acúmulo de carbono. O<br />
cenário de mudança climática projetado vai impactar em<br />
menos de 10% na quantidade de carbono sequestrado, dependendo<br />
da região. Novamente, a mais afetada será a região<br />
de Itapetininga. “Em Telêmaco Borba as perdas serão<br />
pequenas e, em Otacílio Costa, não haverá perdas nesse<br />
potencial, considerando os dados e as premissas adotadas<br />
no estudo”, reforça Josiléia.<br />
Apesar da aparente resiliência que os dados relativos<br />
colocam sobre a taxa anual de incremento de carbono na<br />
floresta, as perdas acumuladas em termos absolutos (menos<br />
de 10%) são significativas e podem chegar na região<br />
analisada a mais de 8 milhões de toneladas de carbono<br />
em 2035, representando perda de 2,5% do carbono armazenado<br />
nas florestas, nos Estados de São Paulo, Santa<br />
Catarina e Paraná. Mas como é uma área com potencial de<br />
expansão, e caso mantido o ritmo de crescimento na área<br />
plantada, a região deve responder por aproximadamente<br />
320 milhões de toneladas de carbono sequestrado pelas<br />
florestas de eucalipto em 2035, demostrando o elevado<br />
potencial dessa região em contribuir para a qualidade ambiental<br />
e as políticas de controle das mudanças climáticas.<br />
Outra opção para quem investe em plantios florestais<br />
é a comercialização de carbono na forma de créditos, uma<br />
vez que a região estudada responde por quase 20% da<br />
área cultivada com eucalipto no País. “Essa oportunidade<br />
de comercialização de créditos de carbono dos plantios<br />
florestais deve ser beneficiada também pelos estoques de<br />
carbono do solo”, aponta Josiléia.<br />
O impacto das florestas plantadas nos estoques de<br />
carbono no solo depende muito mais do uso anterior<br />
desse solo do que de condições climáticas. “Uma vez que<br />
os plantios nessas regiões têm se expandido sobre usos já<br />
consolidados, como pastagens e agricultura, pode-se esperar<br />
um aumento dos estoques de carbono no solo, ampliando<br />
os benefícios ambientais das florestas plantadas”,<br />
conclui Josiléia.<br />
48 www.referenciaflorestal.com.br