Ode às bubadeiras

Ode às bubadeiras
Todos nós temos aquele nosso projeto ou criação de que tanto nos orgulhamos e por
ele sentimos um carinho especial. Para mim, Ode às bubadeiras foi o pináculo da
minha criação artística, uma obra que transcende as minhas capacidades e me faz
vibrar. Fez-me vibrar quando a escrevi e faz-me vibrar quando a leio para o mundo,
com o peito cheio de orgulho pois posso dizer que sou o seu pai, que a concebi e
apresentei ao mundo e que tem a melhor mãe que alguma vez poderia pedir, - a
Deusa.
Caro leitor,
Antes de saltares para os versos da Ode, devo-te avisar que não digo bubadeiras uma
única vez na minha ode, mas quando me refiro a ELA, espero que reconheças que me
refiro à Deusa, ao espírito da noite e das bubadeiras.
Os versos não têm números de sílabas exatos e as estrofes são tudo menos perfeitas.
Aliás, até existem versos sem rimas. Mas mesmo após a revisão literária que fiz à obra,
não fui capaz de a alterar com receio e danificar a sua estrutura.
Espero que gostes e se não conseguires sentir a sua verdadeira essência contacta-me,
para que eu te possa disponibilizar esta obra noutro formato.
Cumprimentos,
F.P.

Oh, se existe força superior és tu
Tu que me possuis o corpo
O corrompes e o aqueces
Tu que pelo corpo não te ficas.
Vais até à mente e até à alma.
E lá, te revelas. Quebras-nos as barreiras
Trazes-nos o amor. O amor e a paz.
Oh o amor! Quando tu estás em mim,
Tudo fica mais bonito. A água canta mais alto
e os pássaros nadam
como formigas no ar.
Calma. Água a cantar e pássaros a nadar?
Sim! Contigo tudo faz mais sentido.
O paradoxo vira realidade e as barreiras que nos consomem
a alma desvanecem. Agora! Agora só a imaginação.
Só o amor, a paz, a paixão.
Estás em mim e entre todos nós.
És a verdadeira força omnipresente.
És Afrodite, Apolo, Dionísio. És Eros e Hermes.
És Selene. És Mnemónise. És Zeus!
Deusa de todos os Deuses pois eles não existem,
mas tu sim. Ai! E se eles existem?
Se eles existem, então porque não nos dão provas do seu amor como tu?
Se a ti te louvamos, logo somos abençoados.
Se a eles rezamos, só vemos o nosso tempo desperdiçado.

E o tempo? Ai o tempo! O tempo que ora custa a assar
Ora passa demasiado rápido. O tempo que anda
Sempre ao seu ritmo. E o seu ritmo que nunca é o meu!
Mas tu! Tu! Se eu quero correr, beijas-me e acalmas-me.
E se quero parar, tocas-me e aceleras-me.
Em ti está o verdadeiro ritmo e contigo o conseguimos sentir.
Fora os amores que te prendem!
Fora as sociedades corruptas!
Fora tudo o que em ti puser uma correia!
Solta-te! Tu soltas-me! Tu soltas-nos!
Quebras-nos os preconceitos
Fazes-nos abraçar, fazes-nos amar!
De braços nas costas dos amigos e companheiros
Abraçamos, cantamos e amamos
Sentimos algo a arder na alma –
Um espírito de companheiro
E quando vais só fica um deslumbre
Daquilo que podemos vir a construir
Seja uma amizade, um amor, uma sociedade
Aquilo que eu sei é que quando penso em ti, minha Deusa,
Fazes-me sorrir.