NBE POA NOVEMBRO 2021

Editorial
Nosso Bem Estar • Nº 218 • Novembro 2021 • 2
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De volta para casa
BRAVAJULIA/ADOBESTOCK/NBE
“Todos têm direito
ao meio ambiente
ecologicamente
equilibrado, bem de
uso comum do povo
e essencial à sadia
qualidade de vida,
impondo-se ao Poder
Público e à coletividade
o dever de defendêlo
e preservá-lo para
as presentes e futuras
gerações.”*
Artigo o 225 da Constituição
Federal de 1988
Sabe aquela época de final
de ano em que a gente começa
a fazer a limpeza mais
encardida da casa para entrar
num ano novo mais “limpo e
organizado”?
É mais ou menos isso o que a
humanidade estará fazendo agora
em novembro na Conferência da
ONU que vai literalmente decidir
o futuro da humanidade.
Sim, da humanidade, porque o
Planeta vai continuar apesar das
atitudes irresponsáveis dos humanos.
Já, a humanidade... não há garantias,
caso não sejam tomadas
atitudes drásticas para reduzir o
impacto ambiental.
A questão ambiental está sempre
presente em nossas edições
porque “não há bem-estar sem o
equilíbrio do planeta”, como bem
afirmou o presidente da Associação
Gaúcha de Proteção ao Ambiente
Natural, Heverton Lacerda,
em entrevista para o programa
Estação Bem Estar. O desequilíbrio
ambiental acaba por impactar
todo mundo, mas num primeiro
momento atinge especialmente
os menos favorecidos, agravando a
injustiça social.
Em todas as culturas ancestrais
a Terra, Mundo, Gaia, Pachamama
é percebida como a grande
mãe provedora capaz de nutrir todos
os seres, desde invisíveis bactérias
até as vultosas baleias que,
aliás, tiveram sua população multiplicada
devido a medidas de restrições
de pesca instituídas nos últimos
50 anos. Nos tempos atuais,
as baleias voltam a ser ameaçadas
– como todos nós – pela poluição
dos oceanos.
OIKOS
Para quem ainda não entendeu
que não é preciso haver contradição
entre Economia e Ecologia,
trazemos a lembrança de que
o conceito de “casa” (oikos) está
presente em ambas as definições
dessas atividades humanas.
Nas atividades do dia a dia vale
uma dica simples: coloque o equilíbrio
ambiental em primeiro plano.
Avalie a “mochila ecológica”
daquilo que for adquirir, ao invés
de simplesmente definir pelo preço.
Pense, por exemplo, nos gases
de aquecimento global emitidos
para transportar até sua cidade
uma fruta do Chile, que você
pode substituir por uma fruta de
época da sua região. Ou calcule
quanto custa o uso de plásticos
para o Planeta, especialmente os
de uso único.
Se a Economia é a arte de bem
administrar a casa, é rapidinho pra
descobrir que nossas atividades
resultam numa conta que não vai
fechar, a menos que a gente mude
de atitude.
Ah, sim! E se a gente muda,
mas os governos não mudam?
Aqui é a hora de lembrar que a
Economia se move pelo mercado
e que no mercado o poder é do
consumidor. Sem falar no nosso
poder de eleitor e de cidadão(ã)
organizado(a).
A reciclagem de ideias e ações
é nossa única saída para que o impacto
ambiental leve o Planeta ao
ponto de não-retorno. Há tempos
isso é importante, mas agora é urgente.
Por isso se chama:
“EMERGÊNCIA GLOBAL”.
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Atz Haas, Raul Bocco, Ângela Schmidt,
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e Jardel Caetano Farias.
Daniela Fagundes
Colaboração
Ingrid Müller
Diagramação
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