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A Guerra_ a ascensao do PCC e o - Bruno Paes Manso

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Pedro Juan Caballero. Além disso, um sequestro também foi associado a esse

grupo: dois homens armados teriam invadido uma casa na cidade paraguaia e

levado um jovem de 21 anos, sobre o qual não se teve mais informações.

Em 14 de março de 2017, o empresário Ronny Gimenez Pavão, irmão do

narcotraficante Jarvis, foi executado com oito tiros de pistola 9 mm em frente

à academia de ginástica que frequentava, no centro de Ponta Porã. Ronny era

popular na cidade, costumava andar sozinho e era visto como uma pessoa

simpática e amistosa. Aparentemente, não tinha relação com as atividades

criminosas do irmão. Seu assassinato prenunciava a intensificação da

violência da região e foi visto como uma afronta direta e explícita a Jarvis.

Um dos suspeitos do crime era Belo.

A retaliação não tardaria. Pouco mais de uma semana depois, em 22 de

março, o paraguaio Americo Ramírez Chaves, também suspeito de participar

da execução do irmão de Jarvis, foi sequestrado em Pedro Juan Caballero.

Horas depois foi encontrado morto, ao lado do aeroporto internacional de

Ponta Porã. Ele tinha a cabeça e os membros superiores e inferiores

separados do corpo. Menos de três meses depois, no dia 8 de junho, a zona

rural de Pedro Juan Caballero foi palco de um duplo homicídio ainda mais

bárbaro. Duas irmãs – Adriana e Fabiana Aguayo – foram sequestradas e

colocadas dentro de uma caminhonete Ford Ranger. Elas foram torturadas e

executadas no dia seguinte. As cabeças foram arrancadas com facões e uma

motosserra e lançadas a cerca de duzentos metros de distância dos corpos,

encontrados queimados dentro da caminhonete.

De acordo com a polícia paraguaia, o crime era uma reação ao homicídio

de Ronny Pavão. Segundo essa narrativa, as irmãs eram amigas do pistoleiro

Americo Ramírez e teriam sido as responsáveis pelo pagamento das despesas

relacionadas a seu funeral. A proximidade com o pistoleiro teria sido a razão

dos assassinatos.

Na semana seguinte ao duplo homicídio, a polícia paraguaia prendeu

quatro brasileiros, acusados de integrar o PCC. Com eles foi apreendido um

celular com fotos das armas brancas supostamente usadas na morte das irmãs

e uma foto de seis homens, incluindo os quatro detidos, posando em frente à

caminhonete utilizada para sequestrá-las e queimar os corpos. Cinco deles

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