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A Guerra_ a ascensao do PCC e o - Bruno Paes Manso

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situação do grupo [Primeiro Grupo Catarinense (pgc] e na Paraíba, com a

Okaida. Em Santa Catarina eles se diziam leais a nois, mas brecou o nosso

batismo, já faz quase dois anos que a gente não batiza no estado deles, não

deixam nossa engrenagem aumentar, ta tudo parado, tentam trocar ideia

com os caras, mas eles estão sempre na mesma, sempre na mesma

ideologia deles, que segue a nossa disciplina, porém não aceita que batiza

dentro do estado deles… Já na Paraíba já estão envolvendo vidas, pois

mataram até um irmão e não querem conversa com o PCC… Estão

praticamente convivendo com nois, mas não respeitam e tomam atitudes

isoladas.

Assim como no Rio de Janeiro, o avanço do PCC Brasil afora começava a

estremecer a relação com facções que, embora não fossem aliadas, conviviam

com os presos vinculados ao grupo paulista. Além disso, fora das prisões, os

embates em torno do comércio de drogas e domínio de território eram

intensos. A economia ilegal altamente lucrativa seduzia jovens dispostos a se

armar e não baixar a cabeça para os rivais. A bala começou a comer solta

nessas regiões.

A criação do grupo paraibano Okaida remete a meados dos anos 2000 e

está vinculada ao controle do tráfico em bairros de João Pessoa. No início

manteve convivência pacífica com o PCC, já fornecedor de parte da droga

comercializada no estado e portanto em posição vantajosa em relação aos

grupos menores. Mas logo o cenário mudou. A ruptura veio no fim de 2010,

quando a Okaida matou um integrante do PCC na capital paraibana – evento

mencionado no diálogo entre os paulistas. O PCC não deixaria por menos: se

os irmãos se sentissem ameaçados, era para reagir primeiro. Em 2012, a

guerra explodiu na Paraíba. O PCC se aliou ao inimigo histórico da Okaida, a

facção Estados Unidos. Desde então, muito sangue rolou nas prisões e ruas

da Paraíba, alçada às primeiras posições do ranking dos estados mais

violentos do Brasil.

Quanto aos catarinenses, o diálogo das lideranças do PCC no fim de 2011

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