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A Guerra_ a ascensao do PCC e o - Bruno Paes Manso

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7. A expansão

O projeto expansionista do PCC começou a ser elaborado logo depois que o

grupo se tornou uma realidade no interior dos presídios de São Paulo. No fim

dos anos 1990, quando as lideranças do PCC passaram a ser retiradas dos

presídios paulistas para compartilhar as celas com presos de outros estados,

os principais nomes do grupo já vinham discutindo a possibilidade de montar

uma organização nacional do crime. Nessa época, o PCC ainda tinha uma

estrutura organizacional de tipo piramidal e era comandado pelos

autodenominados “generais”, como Geleião, Cesinha e Misael. A formação

de uma liga nacional era, acima de tudo, uma ambição de cunho político, e

não econômico. Como os generais estavam cumprindo pena pelo Brasil afora,

precisavam ampliar seu apoio e proteção além do estado de São Paulo,

propagando o mote de união dos presos. Em vários documentos – estatutos,

cartas, salves –, as lideranças do Partido do Crime paulista manifestavam o

sonho de construir uma “união nacional do crime”. Para tanto, seria

primordial se unir ao então aliado carioca, o Comando Vermelho. Era o que

indicava uma carta enviada a Cesinha (Exuzinho), preso no Rio de Janeiro,

no começo de 2002:

Cela forte de Wescelau II – 12.02.2002

[Para] Irmão Exuzinho

Já que estamos em aliança com o Comando Vermelho, você não acha

que já é chegada a hora de um mega-evento nacional com objetivos

claros e definidos? Um mega-movimento com reivindicações que vão

beneficiar todos os presos do Brasil, com certeza vamos obter o apoio de

todos, mesmos aqueles que são neutros e a metade dos presos do Brasil

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