Monografia Sertões: Travessias
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021). O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam. As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021).
O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam.
As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
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38
3.1.2
Pesquisa qualitativa (Entrevistas)
Connuando os estudos e
aprofundando o contato com o nicho, foram
realizadas entrevistas mantendo o objevo
principal de entender como mulheres acima
dos 40 anos se reconhecem na sociedade
contemporânea, como lidam com o
envelhecimento, corpo e moda. Na pesquisa
anterior cerca de 52% das parcipantes se
mostraram interessadas em connuar
parcipando dos estudos, destas foram
entrevistadas 10%, um total de 08 mulheres
proporcionais as faixas etárias estudadas,
sendo 03 entre 40 e 49 anos, 02 entre 50 e 59
anos, por fim 03 de 60 anos ou mais.
As pesquisas foram desenvolvidas no
período de pandemia em decorrência do
Covid-19, sendo assim para manter os
protocolos de saúde, optou-se por realizar
entrevistas individuais online gravadas; todas
foram autorizadas, bem como os materiais
cedidos pelas parcipantes. Ao todo, foram 22
perguntas e mais 02 solicitações, que
decorreram em uma conversa informal sobre as
vivências e opiniões de cada entrevistada.
As entrevistas iniciaram solicitando a
apresentação pessoal e livre de cada
parcipante. No geral, o grupo é heterogêneo,
dividido entre mulheres casadas (50%) e
mulheres solteiras, divorciadas ou viúvas (50%),
do total 07 são mães. Todas se apresentaram
contando um pouco de sua história e a maioria
(06) é atuante no mercado de trabalho. O que
possuem em comum: são mulheres
independentes, com vidas avas e projetos de
vida em andamento ou em planos futuros.
Projetos de vida, segundo Simone Beauvoir são
caminhos para o que a escritora chamou de
“bela velhice” e o que a autora Mirian
Goldengerb constatou como fundamental na
geração ageless (GOLDENBERG, 2013).
A primeira fase das perguntas aborda
sobre a relação pessoal das entrevistadas com
envelhecimento e a sociedade. Em relação a
idade, todas se percebem bem com a fase em
que vivem, a maioria não nomeia a própria faixa
etária e se sentem mais jovens ou melhores
com as idades que possuem:
Eu prefiro não nomear [...] eu hoje com 40/ 41
(anos) me enxergo madura a ponto de ver que
foi uma besteira aquilo que vivi (dificuldade de
aceitação das mudanças do corpo após a
gravidez na juventude) e que eu gostaria de
ter essa cabeça há 20 anos atrás. Eu não
gosto de ter uma nomenclatura para isso (faixa
etária), só penso que hoje estou pronta para
viver uma fase gostosa. Gosto de viver essa
fase da minha vida e quero vivê-la por um bom
tempo. (Camila Baltazar Bragatto, mãe,
casada, estilista e empreendedora, 42 anos).
Para falar verdade não penso nisso (faixa
etária) [...] eu me sinto bem, porque não me
sinto com 60 (anos), acho estranho quando falo
com as pessoas sobre a minha idade, parece até
que estou falando de outra pessoa (risos).
(Fátima Regina dos Santos, aposentada e
professora, solteira, 60 anos).
Quando quesonadas sobre o
envelhecimento e o impacto em suas vidas,
todas ressaltaram não se incomodar com o fator
etário. Algumas evidenciaram os benecios do
amadurecimento e a maioria demonstrou que a
preocupação maior é quanto à saúde e
limitações sicas inerentes ao passar do tempo:
Eu não penso muito nele (envelhecimento) [...]
toda vez que eu paro para pensar, uma coisa
que eu busco e tenho buscado um pouco mais
agora, é esta questão da saúde. A colheita é
obrigatória, não tem jeito... (risos). (Silene
Gomes de Lima, mãe, casada, empresária do
ramo de iluminação, 49 anos).
Ao falar sobre as mudanças de vida em
relação há 10 anos e se projetarem daqui 10
anos, a maioria relatou situações de vidas no
passado que foram desafiadoras e por isso se
enxergam melhores na atualidade, todas
enfazaram mudanças corporais e diminuição
da disposição sica, mas ao se projetarem para
o futuro foram unânimes em desejar manter o
que possuem hoje e ter maior aceitação e amor
consigo mesmas, independente da opinião
alheia.