Monografia Sertões: Travessias
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021). O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam. As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021).
O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam.
As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
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2.2 Envelhecimento feminino: rompendo padrões
Apesar de ser inerente à todas as pessoas, a
passagem do tempo tem efeitos parculares e disntos em
cada ser. Contudo, além do aspecto individual, há também
diferenças de gênero. Sob o aspecto social, existem
diferentes leituras do envelhecimento masculino e
feminino. Guita Debert no argo Gênero e envelhecimento,
compara visões diferentes que autores abordam sobre o
envelhecimento feminino. Na primeira visão, a mulher ao
envelhecer experimenta dupla vulnerabilidade: a
discriminação pelo envelhecimento e a discriminação por
ser mulher e na segunda, mais omista, encontra na mulher
uma capacidade de adaptação ao envelhecimento e aceitar
as transformações da vida melhor que a do homem
(DEBERT, 1994). Complementares, ambas as visões retratam
o envelhecimento feminino, mas em uma sociedade em
acelerada transformação como a atual, as novas narravas
que estão sendo construídas sobre envelhecer e sobre ser
mulher, também estão criando visões e posições.
O envelhecer feminino na sociedade
contemporânea, está rompendo padrões impostos por
dominação masculina ao longo da história e debatendo
questões necessárias para libertação desses arquépos. Em
O mito da beleza Naomi Wolf, contesta a compevidade
entre gerações imposta pela beleza:
O envelhecimento na mulher é “feio” porque as mulheres, com
o passar do tempo, adquirem poder e porque os elos entre as
gerações de mulheres devem sempre ser rompidos. As
mulheres mais velhas temem as jovens, as jovens temem as
velhas, e o mito da beleza mutila o curso da vida de todas. E o
que é mais instigante, nossa identidade deve ter como base
nossa “beleza”, de tal forma que permaneçamos vulneráveis à
aprovação externa, trazendo nossa autoestima, esse órgão
sensível e vital, exposto a todos. (WOLF, 2018, p.27).
A beleza como base da autoesma feminina traz à
tona novamente o corpo, onde envelhecer é distanciar-se
do sico idealizado e estar vulnerável às crícas externas.
A sociedade criou um padrão
de vida para a mulher, onde a velhice
seria o período da invisibilidade.
Como analisa a socióloga Alda Brio
da Moa, a prescrição tradicional
para a mulher resumia-se em
conformismo e obediência:
[...] domesticidade e repressão social e
sexual, desestímulo ou dificuldade de acesso
e permanência no mercado de trabalho,
desigualdade de formação e de condições de
trabalho em relação às dos homens,
negação aparente de interesse e
capacidade para a política e uma
apropriação social do seu corpo expressa no
controle familiar e na medicalização das
funções reprodutivas. Em resumo, a
expectativa obrigatória de uma
“feminilidade” que significava obediência e
conformismo. (BRITTO DA MOTTA,
2011, p.14).
Porém nos úlmos anos
revoluções feministas conquistaram
mudanças e connuam lutando por
espaços de igualdade, apesar de
grandes evoluções todos os
aspectos abordados por Moa
ainda estão presentes nas lutas
diárias femininas. E quando a
mulher envelhece, o conformismo
se esgmaza na imagem
tradicional da senhora ranzinza ou
avó doce, ignorando a mulher
dinâmica, saudável, livre, sexuada e
criava, que está se revelando na
sociedade contemporânea (BRITTO
DA MOTTA, 2011).