Monografia Sertões: Travessias
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021). O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam. As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021).
O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam.
As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
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1.2 Sertões do imaginário brasileiro
1.2.1 Identidade, nação e poéticaverina
Nos capítulos anteriores perspecvas realistas,
sobre a óca da semânca, historiologia, demografia e
cultura, somaram-se às perspecvas literárias regionalistas,
para ampliar (ao invés de definir) as possibilidades de
compreensão dos sertões. Sendo uma das categoriais mais
recorrentes do pensamento social brasileiro, no conjunto
histórico é uma das regiões que permanece viva no
codiano do país sendo parte do entendimento do próprio
Brasil. Segundo Janaína Amado, conhecer a idendade dos
sertões é conhecer a idendade de uma nação (1995).
A idendade de um país ou região é o reconhecimento
colevo quanto ao seu pertencimento cultural,
social, entre outros predicados ou mesmo senmentos
atribuídos, autoatribuídos e comparlhados pelos indivíduos.
No entanto, as idendades são construções subjevas,
mas que se tornam concretas nas prácas discursivas e obje-
vadas nos usos sociais (MORENO, 2014). O sertão como
idendade nacional, faz parte do reconhecimento da região
como parte elementar do ser brasileiro.
Contudo, a idendade dos sertões integra um
conceito complexo muldimensional, dinâmico e sócio-histórico,
que passa por limites intangíveis como observa
Margarida do Amaral:
A identidade-sertão, aqui neste território de “coisas
(in)tangíveis”, poderia vir a ser o espelho para qual o homem que
nele reside, capta e repele - ou converge - as imagens e os ecos dos
muitos espaços que muitos lugares desertos também abrigaram
em seu percurso histórico e social. É neste momento que o
viajante dos sertões-reais redescobre que o espaço-tempo das
paisagens (imagens) detém significações das práticas culturais
humanas e, o seu desvendamento, se faz um convite àquele
peregrino do que hoje se faz Estado-Nação. (SILVA, 2008, p.
93)
Muito mais do que as caracteríscas geográficas,
para Margarida do Amaral, são as prácas culturais humanas
que revelam a idendade dos sertões e geram no lugar um
espelho do Brasil.
Entretanto, para alguns pesquisadores esta idendade
é qualificada pela posição oposta, ou seja, pelo não-sertão
ou não-sertanejo, sendo uma imagem construída por um
olhar externo, de uma sensibilidade estrangeira e interesses
exógenos (MORAES, 2003). Versão que se sustenta ao observar
a literatura, quando seus escritores não são frutos do