Monografia Sertões: Travessias
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021). O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam. As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021).
O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam.
As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
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Figura 01: Lugar Sertão – Fotografia de Araquém Alcântara 1
De mulcetão teria derivado
“celtão ou certão” de acordo com o
Dicionário da Língua Bunda ou
Angolense (CANNECATIM, apud
MACEDO, 2019). Anos depois em
terras brasileiras, assim como na
emologia da palavra, tanto
portugueses quanto africanos fariam
parte da construção étnica da
população sertaneja.
Outros povos importantes
que já habitavam os sertões antes da
colonização fazem parte desta miscigenação,
indígenas de diversas tribos
como: Kariri, Pipipã, Tuxá, Truká,
Timbiras entre muitas outras, desenvolviam
agricultura de subsistência
em todo o semiárido. Contavam os
colonizadores que nas línguas da
família Tupi-Guarani já exisa uma
palavra indígena (por-poy-eyma) que
se referia a lugares desabitados, terra
seca, sem moradores, terra sem
gente, desocupada, terra de dicil
plano, ou seja, o sertão (PEREZ-MA-
RIN; SANTOS, 2013).
Geograficamente o Sertão é uma das regiões
naturais que compõem o semiárido brasileiro, fazendo
limite com a Caanga e o Seridó. Entretanto, o
entendimento popular o generaliza como semiárido,
ilustrando-o por regiões mais secas como a Caanga
(bioma de vegetação seca, em partes do ano deserta) e o
Agreste. O clima árido e o período de esagem presentes
em toda a localidade de junho a dezembro propiciam a
seca, esta ocorre em regiões carentes de preparo. Porém é
importante ressaltar que este entendimento também
ocorre devido a conquista e manutenção de posses da
Coroa Portuguesa na região que a denominou como
“sertões” (PEREZ-MARIN; SANTOS, 2013).
Alguns atributos são essenciais para construção
figurava do lugar sertão: solo craquelado nas cores
amarelo-terroso ou vermelho-alaranjado, vegetação seca e
espinhosa por arbustos e mandacarus, clima árido. Sol
escaldante ou noites estreladas, lugar deserto distante da
urbanização e pouco habitado. Vivendo da pecuária e
agricultura, sofre com períodos de esagem gerando a
seca. Esta paisagem um tanto estereopada, porém,
caracterísca do sertão nordesno é realista e foi
reafirmada pela literatura, música e cultura de modo geral,
permindo que ao falar de sertão fosse associada ao
descrito local.
1Fonte: ALCÂNTARA, Araquém. Disponível em: hps://terracoeconomico.com.br/retratos-de-um-sertao-sem-fim-
-por-araquem-alcantara-1-80-569/. Acessado em: 13 abr. 2021.