Monografia Sertões: Travessias
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021). O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam. As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em Moda & Criação da Faculdade Santa Marcelina, para obtenção do título de Especialista em Moda e Criação (Ago/2021).
O Trabalho de Conclusão de Curso Sertões: travessias apresenta uma pesquisa e o desenvolvimento de uma coleção de moda feminina inspirada nos sertões do imaginário brasileiro oriundos da poética da literatura sertanista, em especial das obras de Grande sertão: veredas, Vidas secas e Morte e vida severina. Direcionada para mulheres com 40, 50, 60 anos ou mais, visa propor a reflexão sobre o envelhecimento feminino e a liberdade das mulheres contemporâneas em ser o que desejam.
As pesquisas e metodologias realizadas estão detalhadas na presente monografia, igualmente a criação e desenvolvimento da coleção, com estudos, croquis e looks confeccionados, que objetivam através da moda, resgatar e valorizar a cultura nacional, bem como o livre envelhecimento feminino.
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1 SERTÕES
“O sertão é do tamanho do mundo.”
(Guimarães Rosa,
: veredas, 2001, p.89)
Em um país plural como o Brasil é comum que os
conceitos sejam múlplos e abrangentes. Um mesmo termo
pode ter interpretações, visões e até mesmo significados
diferentes conforme a origem e vivência de quem o observa.
O conceito de sertão é tão amplo e profundo, que
transborda as definições, emologia, geografia e até mesmo
a visão codiana radicada na sociedade. Ao analisar cada
um destes aspectos, observa-se que muitos são os sertões
que compõem o que se entende por sertão. Guimarães
Rosa, é um dos representantes literários que expõe esta
grandeza; ao dizer que o sertão é do tamanho do mundo
abrange a compreensão de que seus limites estão além do
espaço.
Apesar de curta grafia, o presente objeto de estudo,
apresenta acepções diversas onde mesmo os verbetes de
dicionários estão longe de ser uma definição. “Sertão
(ser.tão) sm. Bras. Região agreste, esp. do interior do país.
[Pl.: -tões]”. (AULETE, 2008, p.907). De maneira objeva, o
Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa, abrevia
sertão em única citação como um lugar geográfico. Em
outros dicionários como Michaelis, há descrição da
vegetação, solo e povoamento, entretanto todos buscam
sintezar o sertão. Quando na emologia da palavra,
encontram-se contextos históricos que expandem os
significados e os aproximam dos vários recortes existentes
no imaginário popular.
Inserido no Brasil através da
colonização portuguesa, o termo
sertão foi ulizado pelos colonos
para diferenciar o local do litoral
devido a diferença climáca, sendo
chamado de “desertão”, que com o
passar do tempo passou-se a
entender “de sertão” e então,
compreendida como sertão.
(PEREZ-MARIN; SANTOS, 2013). A
terminologia é oriunda além-mar,
Janaína Amado observa que apesar
dos portugueses grafar o termo
“certão” para nomear espaços
vastos após as colonizações do
século XV, a palavra proviria do lam
clássico e já estaria no vocabulário
local (1995). Contudo, Macedo
complementa essa abordagem com
uma segunda versão de origem
africana: destaca o vocábulo
“mulcetão”, sinônimo de “muchítu”
em bundo que significa mato e que
fora verdo para o lam como
interior, sío longe do mar
(BARROSO apud MACEDO, 2019).