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Revista Insider Ed.76

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76 OUT/NOV/DEZ

2020

Taycan

O Brasil entra

na era elétrica

da Porsche

MUNDO PORSCHE 718 Boxster e Cayman GTS 4.0 • 911 Turbo • Panamera 4S E-Hybrid • Novos Cayenne Coupé

PORSCHE CLUB BRASIL Route Tour Circuito Panamericano Pirelli • 67º Porsche Club Driving School

COMPETIÇÃO Endurance Brasil • Fórmula E


BSS


BSS


EDITORIAL

UMA NOVA ERA

Conciliar tradição, inovação e personalidade própria, regida por princípios claros seguidos com absoluta

fidelidade. Esse procedimento fez a Porsche moldar sua imagem de classe e excelência desde os primeiros

anos de sua atividade como fabricante de automóveis. Também permitiu que a marca mantivesse ao

longo do tempo suas características mais genuínas, mesmo nos momentos em que mudanças drásticas

foram necessárias para manter a atualização tecnológica de seus produtos e a antecipação de tendências.

Este é mais um momento de inovação para a Porsche. O Taycan, primeiro modelo elétrico da marca, está

chegando ao mercado brasileiro. Tem tudo o que fez os carros da Porsche serem cobiçados, desejados

e amados: alto desempenho, muito conforto, acabamento impecável, esportividade na medida certa

e caráter inimitável. A aplicação de propulsão elétrica na indústria automobilística já é uma realidade,

e o Taycan foi projetado para oferecer tudo o que os compradores procuram em um Porsche. Isso se

estenderá a todos os futuros modelos elétricos da marca.

Por uma feliz coincidência, esta edição celebra os vinte anos de existência desta revista. A gênese

de Insider foi o boletim trimestral Clubnews, criado no início de 1998 para divulgar as atividades do

Porsche Club Brasil. O sucesso dos eventos e a riqueza de fatos inerentes à marca Porsche motivaram

a transformação do boletim Clubnews em uma revista no segundo semestre de 2000. Naquela época,

a Porsche iniciava um novo capítulo em sua história com a introdução da refrigeração líquida no seu

modelo mais tradicional, o 911.

Em 2014, a revista passou a se chamar Insider, mantendo a sequência numérica das edições e, o mais

importante, a proposta de registrar as atividades do Porsche Club Brasil, os lançamentos da marca, as

vitórias em competições e a fascinante história da Porsche. Ao completar vinte anos, Insider testemunha

o começo de uma nova era: a da propulsão elétrica.

A história da Porsche continuará sendo fascinante. Como tem sido desde que Ferdinand Porsche projetou

seu primeiro automóvel no fim do século XIX.

Boa leitura!

Marcel Visconde Presidente da Stuttgart Porsche

Regis Schuch Presidente do Porsche Club Brasil

4

PORSCHE INSIDER 76


SUMÁRIO

EXPEDIENTE

Presidente

Marcel Visconde

stuttgart@stuttgartporsche.com.br

O novo 935 da Stuttgart Porsche

Foto: Sposito Studio

MUNDO PORSCHE 12 TAYCAN

O Brasil entra na era elétrica da Porsche

20 718 GTS 4.0

Boxster e Cayman em suas versões mais esportivas

26 911 TURBO

A nova geração da referência em carro esporte

32 PANAMERA 4S E-HYBRID

Nova versão híbrida com mais potência e mais autonomia

36 CAYENNE COUPÉ

Duas novas opções: Turbo e E-Hybrid

42 TRÊS CARROS, 2.100 HP

Juntos o único 935 e os dois 911 GT2 RS

Clubsport existentes no Brasil

67 TRANSIÇÃO BEM-SUCEDIDA

Os protótipos com motor turbo que mantiveram a

Porsche no topo das corridas de endurance

PORSCHE CLUB 48 ROUTE TOUR

Porsche Club Brasil faz o primeiro evento

oficial do Circuito Panamericano Pirelli

56 67º PORSCHE CLUB DRIVING SCHOOL

Pista cheia no Autódromo Velo Città

COMPETIÇÃO 84 ENDURANCE BRASIL

A estreia vitoriosa do novo Porsche 911

GT3 R da Stuttgart Motorsport

90 24 HORAS DE LE MANS

Porsche celebra os 50 anos da primeira

vitória na classificação geral

94 FÓRMULA E

Termina a primeira temporada da Porsche na

categoria de monopostos elétricos

100 ESTRELANDO: MICHAEL FASSBENDER

Ator segue os passos de Paul Newman,

Steve McQueen e Patrick Dempsey

SEÇÕES 8 PORSCHE DRIVER’S SELECTION

10 TEQUIPMENT

104 REARVIEW

Presidente

Regis Schuch

porscheclub@stuttgartporsche.com.br

Editor

Luiz Alberto Ramos Pandini

Design editorial

Heraldo Galan Reze e Patricia Tagnin

Revisão

Andrei Spinassé

Fotografia

Porsche Press e arquivo Porsche

Colaboraram nesta edição

Jens Torner/Tobias Mauler

(arquivo Porsche AG)

PORSCHE Insider é a revista oficial da

Stuttgart Veículos e do Porsche Club Brasil,

publicada pela LetraNova Comunicação.

Publicação trimestral com tiragem de 5.000

exemplares, distribuídos gratuitamente

para clientes da Stuttgart Veículos e

associados do Porsche Club Brasil.

Informações, opiniões ou conceitos

emitidos em artigos assinados, bem como

o teor de anúncios publicitários, são de

responsabilidade de seus autores.

Impressão

Pifferprint

Para anunciar ou assinar

+ 55 11 5644 6700

Av. Dr. Cardoso de Melo, 1507

CEP 04548-005 – São Paulo – SP

PORSCHE INSIDER 76

5


Eles chegaram ao Brasil.

Taycan.

Os Taycan 4S, Turbo e Turbo S chegaram ao Brasil para despertar a sua alma

elétrica! Com conceito global inovador, os modelos estão equipados com uma

nova tecnologia de motorização que garante desempenho múltiplo. Expresse

a sua alma Porsche com alta potência!

Disponíveis na Stuttgart, sua referência Porsche no Brasil.

São Paulo (matriz) (11) 5644-6700 Ribeirão Preto (16) 3516-8300 Campinas (19) 2122-9900 Rio de Janeiro (21) 2495-5959

Curitiba (41) 3333-3113 Florianópolis (48) 2107-4070 Porto Alegre (51) 3083-6100 Recife (81) 3312-0950.

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Respeite a sinalização de trânsito.


PORSCHE DRIVER’S SELECTION

PORSCHE DRIVER’S SELECTION

A Porsche Driver’s Selection oferece uma linha de produtos exclusivos para

os entusiastas da marca. Inspirados em Porsches clássicos e atuais, estão

presentes nos melhores momentos de sua vida

MODELOS HISTÓRICOS

Estas duas camisetas homenageiam carros históricos da

Porsche: o 917 da Martini, segundo colocado nas 24 Horas de

Le Mans de 1970, chamado de “hippie” e “psicodélico” devido

à pintura em azul escuro e verde, e o 944, um dos primeiros

modelos da marca equipados com motor refrigerado a água.

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PORSCHE INSIDER 76


FRENTE E VERSO

O Porsche 917 “hippie” inspirou também esta

jaqueta “frente e verso”, disponível em versões

feminina e masculina. De um lado, ela tem

desenho azul e verde inspirado no carro de

competição, enquanto o outro lado é totalmente

azul (em tom mais claro na versão para

mulheres). Em ambos, destaque para detalhes

como os escudos “Martini Racing” e “917”.

PORSCHE INSIDER 76

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PORSCHE TEQUIPMENT

ACESSÓRIOS

OFICIAIS PORSCHE

Originais e homologados pela fábrica, permitem a personalização com a

qualidade e a elegância características da marca

EFEITO ESCURO

Kit de lanternas traseiras

escurecidas deixa a aparência

do Porsche 911 ainda mais

agressiva. Abrange todo o

conjunto ótico, incluindo

a faixa central e a terceira

luz de freio. Para todas

as versões Carrera.

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PORSCHE TEQUIPMENT

BAGAGEM SEGURA

Esta rede evita que pequenos volumes colocados no porta-malas se

movimentem e causem ruídos incômodos ou tenham sua integridade

colocada em risco. Fixada por meio de quatro ganchos aos pontos

de amarração do próprio automóvel. Com capacidade de tensão

variável, pode se adequar também a eventuais bagagens maiores.

ATUALIZAÇÃO DE SISTEMA

Uma atualização de software compatibiliza o sistema de comunicação

dos primeiros modelos 718 com o aplicativo Apple CarPlay. Ele

pode ser acessado diretamente na tela central sensível ao toque.

SIRVA GELADO

Esta sacola térmica mantém bebidas e alimentos refrigerados

durante o transporte. Inclui sistemas de fixação e de proteção contra

descarga exaustiva da bateria (ambos patenteados pela Porsche)

para permitir transporte seguro no compartimento de bagagens.

PORSCHE INSIDER 76

11


MUNDO PORSCHE

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PORSCHE INSIDER 76


REVOLUÇÃO

ELÉTRICA

Porsche Taycan entregará a seus proprietários uma

experiência de condução única: esportiva, familiar e

extremamente prazerosa, tudo isso ao mesmo tempo

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MUNDO PORSCHE

ELÉTRICO E CONECTADO, O TAYCAN PROPCIARÁ A SEUS

COMPRADORES UMA EXPERIÊNCIA DE CONDUÇÃO

DIFERENTE E, COMO EM TODO PORSCHE, EMOCIONANTE

O Taycan está no Brasil. Apresentado em 2016, ainda como carroconceito

com o nome Mission E, e lançado na Europa em setembro

de 2019, o primeiro Porsche movido a eletricidade proporcionará

a seus proprietários uma experiência de condução única. De um

lado, todo o cabedal de novidades contido na propulsão 100%

elétrica, na alta conectividade e na aplicação de tecnologias inéditas.

De outro, a presença da esportividade, do conforto, do nível

de acabamento e do prazer de dirigir que consagraram a Porsche

ao longo de mais de sete décadas de existência.

Esse é um lançamento muito diferente de outros que a Porsche

fez no Brasil. Invertendo a situação real, seria como se há décadas

o “normal” fosse a propulsão elétrica e a tendência de usar motores

a combustão estivesse começando agora, antes da criação

da extensa rede de postos de fornecimento de gasolina, etanol e

diesel existente atualmente. Além de toda a adequação da rede

de concessionários, o Taycan exigiu a criação de um ambiente

externo propício para viabilizar sua condução no dia a dia, um

desafio inédito para a marca. Entre as providências, a Porsche

equipou suas concessionárias com torres de fornecimento de

energia elétrica para carregamento das baterias do Taycan e, em

parceria com outras empresas, investe na construção de pontos

de carregamento nas principais estradas (veja mais na página 19).

Os primeiros compradores brasileiros do Taycan terão três versões

à disposição. A de entrada, denominada Taycan 4S, oferece até

530 HP (390 kW) de potência com a bateria Performance. Se

desejar mais potência (mais precisamente, 571 HP, equivalentes

a 420 kW), o comprador pode solicitar seu Taycan 4S com a

mesma bateria Performance Plus opcional. A diferença entre as

duas baterias está na capacidade (79,2 kWh na Performance e

93,3 kWh na Performance Plus) e na existência de um segundo

nível na Plus. No Taycan Turbo e no Taycan Turbo S, ambos

com bateria Performance Plus como equipamento de série, os

números de potência são respectivamente 680 HP (500 kW) e

761 HP (560 kW). Todos eles oferecem o desempenho que se

espera de um Porsche: no 4S, a aceleração de 0 a 100 km/h

pode ser feita em 4 segundos – valor que cai para 2,8 segundos

no Turbo S. A velocidade máxima pode ser de 250 km/h (4S) ou

260 km/h (Turbo e Turbo S).

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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

As linhas não mentem: o Taycan é um legítimo Porsche. A herança do 911 é muito evidente,

mas sua aparência deixa claro que o modelo possui um caráter forte e exclusivo.

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MUNDO PORSCHE

Quadro de instrumentos com cinco mostradores: típico da

Porsche. No console central, presença mínima de botões e

teclas: eles deram lugar a um menu acionado por toque.

A autonomia máxima é outro ponto forte do Taycan. Na versão 4S,

ela começa em 407 quilômetros (bateria Performance), podendo

chegar a 463 quilômetros com a Performance Plus – o maior valor

da linha até o momento. O Turbo S tem autonomia de até 412,

quilômetros e o Turbo pode rodar até 450 quilômetros com uma

carga da bateria. Por ter sistema elétrico de 800 volts (nos demais

carros elétricos, são 400 volts), uma recarga de bateria de pouco

mais de cinco minutos (usando corrente contínua provida por uma

rede de carga de alta potência) permite obter autonomia de até

100 quilômetros. Em condições ideais, o tempo de recarga para

atingir 80 por cento de estado de carga (SoC, State of Charge)

é de 22 minutos e 30 segundos e a potência máxima de carga

(pico) é de 270 kW. Em casa, os usuários do Taycan podem recarregar

seus carros com até 11 kW de corrente alternada (CA).

A Porsche oferece assistência e consultoria de projeto a quem

desejar instalar um carregador na garagem.

Os motores elétricos trabalham em sincronia permanente. Cada

motor elétrico, transmissão e inversor controlado por pulso são

combinados em um módulo compacto de impulsão. Os módulos

proporcionam a maior densidade de potência (kW por litro de

espaço ocupado) de todos os trens de força disponíveis atualmente

no mercado. A transmissão de duas velocidades instalada

no eixo traseiro é uma inovação desenvolvida pela Porsche. A

primeira marcha dá ao Taycan uma aceleração ainda maior a

partir da imobilidade, enquanto a segunda, com uma relação

mais elevada, assegura alta eficiência e reservas de potência

igualmente elevadas.

O sistema de controle com interligação centralizada Porsche

4D-Chassis Control (Controle de Chassi 4D) analisa e sincroniza

todos os sistemas de chassi em tempo real. Eles incluem suspensão

pneumática adaptativa com tecnologia de três câmaras,

englobando o controle eletrônico dos amortecedores PASM

(Porsche Active Suspension Management, Gerenciamento

Ativo da Suspensão), assim como o sistema eletromecânico

de estabilização de rolagem Controle Dinâmico Esportivo do

Chassi (PDCC Sport, Porsche Dynamic Chassis Control Sport),

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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

Todas as versões do Taycan permitem autonomia superior a 400 quilômetros,

e uma rede de carregamento das baterias já está sendo construída.

incluindo o Vetoreamento de Torque Plus (PTV Plus). O controle

da tração integral com dois motores elétricos e o sistema de

recuperação de energia são únicos.

O estilo do Taycan incorpora elementos como o logotipo Porsche

com efeito vítreo integrado à barra luminosa na traseira. É um

visual totalmente novo, ao mesmo tempo facilmente reconhecível

pelos bons conhecedores da marca e altamente cativante para

quem nunca prestou atenção às linhas de um Porsche na vida. No

habitáculo, mais novidades. Pela primeira vez, a Porsche oferece

um interior totalmente sem uso de couro. Materiais reciclados

inovadores realçam o conceito sustentável do projeto. Há dois

compartimentos de bagagem: dianteiro, com 81 litros de capacidade,

e traseiro, com 366 litros.

O quadro de instrumentos é o ponto de maior destaque do

painel, sendo claramente focado no eixo de visão do motorista.

Uma tela central de informação e entretenimento com 10,9

polegadas e um mostrador opcional para o passageiro são

combinados para formar uma faixa de vidro integrada com visual

preto. O número de interruptores e botões físicos tradicionais

é muito pequeno. Todos os comandos são intuitivos, utilizando

operação por toque ou função de controle por voz.

Quatro modos de condução estão disponíveis: “Range” (alcance,

priorizando a autonomia), “Normal”, “Sport” e “Sport Plus”. O

motorista pode selecionar ainda o modo “Individual”, configurado

conforme suas preferências. Qualquer um deles dá ao motorista

máximo prazer de dirigir – característica que representa a mais

pura essência de um Porsche.

Em todos os detalhes, o Taycan passa aos ocupantes uma

mensagem de que “o futuro chegou”. Para os clientes puristas

da marca, entretanto, esse futuro só faz sentido se houver uma

conexão inegável com o passado (uma delas é a existência de

versões com os nomes “Turbo” e “Turbo S”; evidentemente,

motores elétricos não têm versão turbo). A Porsche conseguiu

a proeza de atender aos desejos de toda a gama existente entre

os puristas e os futuristas.

PORSCHE INSIDER 76 17


MUNDO PORSCHE

TAYCAN TURBO S

MOTORES ELÉTRICOS (dianteiro e traseiro) com sincronização permanente

POTÊNCIA MÁXIMA 761 HP (560 kW)*

TORQUE MÁXIMO 1.050 Nm

VELOCIDADE MÁXIMA 260 km/h

ACELERAÇÃO 0-100 KM/H 2,8 s

* Com Launch Control

TAYCAN TURBO

MOTORES ELÉTRICOS (dianteiro e traseiro) com sincronização permanente

POTÊNCIA MÁXIMA 680 HP (500 kW)*

TORQUE MÁXIMO 850 Nm

VELOCIDADE MÁXIMA 260 km/h

ACELERAÇÃO 0-100 KM/H 3,2 s

* Com Launch Control

TAYCAN 4S

MOTORES ELÉTRICOS (dianteiro e traseiro) com sincronização permanente

POTÊNCIA 571 HP (420 kW) com bateria Performance Plus

ou 530 HP (390 kW) com bateria Performance

TORQUE 650 Nm (Performance Plus)

ou 640 Nm (Performance)*

VELOCIDADE MÁXIMA 250 km/h

ACELERAÇÃO 0-100 KM/H 4,0 s

* Com Launch Control

Dois motores e tração nas quatro rodas

O Taycan é movido por dois motores elétricos (dianteiro e traseiro).

Eles trabalham permanentemente sincronizados e são conectados

a uma transmissão de duas velocidades (instalada no eixo traseiro)

e a sistemas eletrônicos de controle de tração, suspensão

e demais auxílios à condução. A bateria fica no piso do veículo,

auxiliando na otimização da distribuição de peso.

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PORSCHE INSIDER 76


Fotos: Sposito Studio

MUNDO PORSCHE

O primeiro carregador de alta

velocidade da América Latina

A Stuttgart Porsche já está capacitada para atender os clientes

do Taycan em suas oito lojas (São Paulo, Campinas, Ribeirão

Preto, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro e

Recife). Em São Paulo, a concessionária instalou o primeiro carregador

ultrarrápido da América Latina, com 350 kW (recarga

DC), fabricado pela ABB com design Porsche. O proprietário só

precisa encostar o carro, plugar o carregador e aguardar 22,5

minutos para carregar de 5 a 80% da capacidade de armazenamento

da bateria.

O lançamento do Taycan está sendo cuidadosamente planejado

para que os proprietários tenham uma experiência de primeira

classe. Ele é o primeiro veículo elétrico com sistema de 800 V

(o dobro dos demais existentes no mercado mundial), e o carregador

ultrarrápido instalado em São Paulo utiliza padrão CCS2.

Esse carregador será compatível com os futuros Porsches de

propulsão elétrica.

Todas as unidades da Stuttgart terão até oito carregadores

Porsche de 11 e 22 kW (recarga AC). Com eles, a carga total da

bateria é feita em até nove horas. Além das concessionárias, a

Porsche investe em uma estrutura de carregamento de baterias

que permita percorrer longas distâncias com o Taycan – algo

muito facilitado pela excelente autonomia do modelo, superior

a 400 quilômetros em todas as versões. Setenta carregadores

Porsche de 11 kW já estão instalados em dez estados, em 46

parceiros como shopping centers, clubes, hotéis e restaurantes.

Em parceria com a empresa do setor elétrico EDP, a Audi e a

Volkswagen, a Porsche vem criando as chamadas “eletrovias

ultrarrápidas”, um projeto pioneiro na América Latina. São rotas

nas quais existam estações de carregamento de 150 ou 350

kW a distâncias máximas de 200 quilômetros umas das outras.

Essa rede de abastecimento de energia elétrica para as baterias

do Taycan estará disponível em todo o estado de São Paulo.

As 8 lojas Stuttgart Porsche

já estão prontas para o Taycan

SÃO PAULO - SP

(11) 5644-6700

CAMPINAS - SP

(19) 2122-9900

RIBEIRÃO PRETO - SP

(16) 3516-8300

RIO DE JANEIRO - RJ

(21) 2495-5959

CURITIBA - PR

(41) 3333-3113

FLORIANÓPOLIS - SC

(48) 2107-4070

PORTO ALEGRE - RS

(51) 3083-6100

RECIFE - PE

(81) 3312-0950

PORSCHE INSIDER 76 19


MUNDO PORSCHE

PARA RUA E PISTA

Motor potente, estilo agressivo e conforto

no uso diário formam parte da receita

de diversão dos 718 GTS 4.0

A Porsche aperfeiçoou a receita de esportividade para seus modelos de dois lugares.

Os novos 718 Boxter GTS 4.0 e 718 Cayman GTS 4.0 possuem o mesmo

motor boxer de seis cilindros com 4 litros utilizado no 718 Spyder e no 718

Cayman GT4, visual agressivo e alto nível de conforto. O resultado é um carro

perfeito tanto no uso diário quanto em uma pista de corridas – uma combinação

que a Porsche sempre entregou com maestria a seus clientes.

Disponíveis com duas opções de câmbio (manual de seis marchas e PDK de

sete), os 718 GTS 4.0 possuem sistema de escapamento esportivo, pacote

Sport Chrono, PASM (Porsche Active Suspension Management, gerenciamento

ativo de suspensão), altura em relação ao solo 20 milímetros mais baixa, PTV

(Porsche Torque Vectoring, vetoreamento de torque) e diferencial traseiro com

deslizamento limitado. Tudo isso permite aproveitamento máximo dos 400 HP do

motor e excelente agilidade nas curvas. Outros equipamentos de série incluem

componentes voltados ao desempenho, como PSM (Porsche Stability Management,

gerenciamento de estabilidade) com modo PSM Sport selecionável em

separado e PADM (Porsche Active Drivetrain Mounts, coxins ativos do trem de

força). Juntos, esses sistemas permitem aliar conforto em baixas velocidades

com agilidade, precisão e segurança em direção esportiva.

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PORSCHE INSIDER 76


PORSCHE INSIDER 76 21


MUNDO PORSCHE

Assim como no 718 Spyder e no 718 Cayman GT4, o poderoso

motor de quatro litros se caracteriza por sua excepcional

eficiência. O controle adaptativo dos cilindros, que desliga

alternadamente uma das duas bancadas de cilindros em baixas

solicitações, a injeção direta de combustível com injetores

piezelétricos (interagem linearmente entre a força mecânica e

o estado elétrico, algo possível somente com o uso de determinados

materiais) e um sistema de válvulas de admissão variável

também contribuem para a eficiência do carro. As versões GTS

4.0 do 718 Boxster e do 718 Cayman adotam o mesmo sistema

de escapamento com filtro de partículas da gasolina integrado

utilizado no 718 Spyder e no 718 Cayman GT4. Com seu design

tipo sela, ele cria espaço para a seção traseira inferior em preto

contrastante, especialmente desenvolvida para os GTS.

Toda essa esportividade e tecnologia recebem uma “embalagem”

atraente e de aparência agressiva, que permitem distinguir os GTS

4.0 das demais versões dos 718 Boxster e Cayman. Entre eles

estão elementos de design contrastantes em preto e interior em

Alcantara escuro que geram alguns dos destaques dos modelos

GTS. As rodas são de liga leve em Preto Brilhante Acetinado.

Pneus de alta performance (235/35 ZR 20 na frente e 265/35

ZR 20 na traseira) emolduram o sistema aperfeiçoado de freios,

que traz discos perfurados e pinças vermelhas. O PCCB (Porsche

Ceramic Composite Brake, freio de composto de cerâmica) é

oferecido como opcional. Outros detalhes contrastantes escuros

são a lâmina do defletor, a entrada de ar totalmente negra da saia

dianteira Sport Design, as lentes dos faróis de neblina dianteiros,

as lentes das lanternas traseiras e o para-choques traseiro (redesenhado

e mais baixo).

Tanto no Boxster quanto no Cayman, a presença de

elementos decorativos e de acabamento em preto

deixa a aparência mais esportiva e agressiva.

No interior, o uso de Alcantara escuro cria um ambiente esportivo

e elegante. O material é aplicado nos painéis centrais dos bancos

Sport Seats Plus de série, no aro do volante, no console central,

na alavanca do câmbio e nos apoios de braço das duas portas.

No 718 Cayman GTS 4.0, ele também cobre as colunas A e o

forro do teto. O pacote interior opcional GTS acrescenta uma

outra cor: é possível escolher entre Vermelho Carmim e Giz. Ela

ressalta conta-giros, cintos de segurança e todas as costuras

decorativas, incluindo o emblema GTS bordado nos apoios de

cabeça e a identificação Porsche nos tapetes do assoalho com

bordas pretas. Os elementos de acabamento, assim como o friso

do console central, são feitos de carbono.

Também de série nas versões GTS 4.0 dos modelos 718 são o

PCM (Porsche Communication Management, gerenciamento de

comunicações) com uma tela sensível ao toque de alta resolução

22

PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

PORSCHE INSIDER 76 23


Interior em Alcantara escuro cria um

ambiente esportivo e elegante. Pacote

interior opcional GTS permite escolher

detalhes como conta-giros, cintos

de segurança e costuras decorativas

em Vermelho Carmim ou Giz.

com sete polegadas e o pacote Sport Chrono, incluindo o aplicativo

Track Precision App. O aplicativo para smartphones, que se

origina do automobilismo esportivo, mostra dados relacionados

ao desempenho no display PCM quando o carro é utilizado em

pista de corrida e os registra para análise posterior. O módulo de

navegação online com informações de trânsito em tempo real e

o Porsche Connect são oferecidos como opcionais, assim como

os sistemas de som BOSE Surround Sound System e Burmester

High-End Surround Sound System.

O câmbio PDK (que passa a ser oferecido também no 718

Spyder e no 718 Cayman GT4) permite escolher as características

das trocas de marcha de acordo com os quatro diferentes

modos de condução (Normal, Sport, Sport Plus e Individual).

No modo Sport, a transmissão proporciona trocas mais rápidas

e favorece a máxima aceleração com pontos de troca de

marchas retardados. O ainda mais atlético modo Sport Plus

é concebido para máximo desempenho e explora totalmente

as reservas de rotações do motor. A função Launch Control

também está integrada ao Sport Plus, ativando uma largada

de corrida automática.

O botão Sport Response no centro do seletor de modos de condução

permite ao motorista ativar o máximo de performance do

motor e da transmissão por 20 segundos, independentemente do

modo ativado no momento. Essa função, inspirada no automobilismo

de competição, permite que manobras de ultrapassagem

sejam feitas com grande rapidez.

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PORSCHE INSIDER 76


718 BOXSTER GTS 4.0

MOTOR 6 cilindros boxer, 3.995 cm³

POTÊNCIA 400 HP a 7.000 rpm

TORQUE 430 Nm a 5.000 rpm (PDK)

e 420 Nm de 5.000 a 6.500 rpm (manual)

CÂMBIO PDK 7 marchas ou manual 6 marchas

ACELERAÇÃO 0-100 KM/H 4,0 s (câmbio PDK) e 4,5 s (manual)

VELOCIDADE MÁXIMA 288 km/h (PDK) e 293 km/h (manual)

718 CAYMAN GTS 4.0

MOTOR 6 cilindros boxer, 3.995 cm³

POTÊNCIA 400 HP a 7.000 rpm

TORQUE 430 Nm a 5.000 rpm (PDK)

e 420 Nm de 5.000 a 6.500 rpm (manual)

CÂMBIO PDK 7 marchas ou manual 6 marchas

ACELERAÇÃO 0-100 KM/H 4,0 s (câmbio PDK) e 4,5 s (manual)

VELOCIDADE MÁXIMA 288 km/h (PDK) e 293 km/h (manual)

Detalhes como aerofólio traseiro ativo, escape esportivo e faróis

de LED ganham ainda mais destaque nos 718 GTS 4.0.

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MUNDO PORSCHE

BAIXOU O TEMPO

Geração “992” do Porsche 911 Turbo é a primeira a acelerar

de 0 a 100 km/h em menos de três segundos

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PORSCHE INSIDER 76


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MUNDO PORSCHE

Depois do 911 Turbo S, a Porsche coloca nas ruas o 911 Turbo.

A geração “992”, a sétima da versão (que passou a existir quando

o 911 estava na geração “G”), já conta com um argumento de

vendas: pela primeira vez, tanto o cupê quanto o Cabriolet são capazes

de acelerar de 0 a 100 km/h em menos de três segundos.

O novo motor boxer de 6 cilindros com 3.745 cm³ (nomeado

pela fábrica “3,8” litros) passa a oferecer 580 HP de potência,

um aumento de 40 HP em relação ao 911 Turbo da geração

anterior, a “991.2”. O torque subiu para 750 Nm, ou 40 Nm a

mais. Como resultado, ambos ficaram 0,2 segundo mais rápidos

que antes para ir de 0 a 100 km/h. No cupê, o tempo baixou

para 2,8 segundos; no Cabriolet, para 2,9 segundos. A velocidade

máxima permanece a mesma da geração anterior: 320 km/h.

O câmbio PDK de oito velocidades possui um acerto específico

para o Turbo. Opções como os pacotes Sports e Lightweight

Design, chassi esportivo e sistema de escapamento esportivo

estão disponíveis pela primeira vez para o 911 Turbo. Com isso,

cada cliente poderá adaptar seu veículo ainda mais ao seu gosto

individual.

Desde 1975 (o modelo foi lançado no Salão de Paris de 1974), o

911 Turbo tem uma reputação sólida de excelência. Ele tornou-se

uma referência global para carros esporte, combinando esportividade

e suavidade no uso diário, dinamismo emocionante com

confiabilidade e um desempenho empolgante com alta eficiência.

A geração “992” é mais de duas vezes mais potente que o Turbo

de 1975, quando o 911 estava na geração “G”. Na época, o 911

Turbo era movimentado por um motor de 3 litros com um único

turbocompressor e entregava 260 HP. Ao longo dos anos, o 911

Turbo foi ficando cada vez mais rápido, maior e mais confortável,

sempre mantendo suas características fundamentais.

Além de mais potente, o novo motor do 911 Turbo possui

turbocompressores VTG (com geometria da turbina variável)

simétricos, com válvulas de desvio controladas eletricamente.

Juntamente com o sistema de resfriamento do ar de admissão

e o uso de piezelétricos, isso aumenta a reação aos comandos,

o desempenho, as características de torque e sua habilidade de

rodar livremente.

O chassi e a carroceria ficaram mais largos. O eixo dianteiro

agora esterça com ainda mais precisão graças a 42 milímetros

adicionais na bitola dianteira e aos novos pneus 255/35 de 20

polegadas. O controle de tração integral ativo PTM (Porsche

Traction Management) pode transferir ainda mais força às rodas

dianteiras, enquanto a tração no eixo traseiro esterçável foi

aumentada por uma bitola 10 mm mais larga, assim como pelos

pneus 315/30 montados em rodas de 21 polegadas - uma polegada

a mais que no eixo dianteiro. O sistema de freios renovado

é ainda mais potente e pode ser reconhecido por suas pinças

vermelhas, equipamento de série. Os discos de freios de ferro

fundido cinzento da dianteira agora medem 408 mm de diâmetro

(28 mm a mais do que antes) e são 36 mm mais espessos (dois

milímetros a mais). O eixo traseiro traz discos de freios com 30

mm de espessura e 380 mm de diâmetro.

Pela primeira vez, sistema de escapamento esportivo está disponível

como opcional para o 911 Turbo. Duas versões diferentes do

chassi também são novidades: enquanto o PASM (Porsche Active

Suspension Management, gerenciamento de suspensão ativa)

de série oferece uma amplitude maior entre a esportividade e o

conforto, a suspensão esportiva controlada eletricamente, 10 mm

mais baixa e significativamente mais firme, aumenta a agilidade

do novo 911 Turbo. Seu acerto visa aumentar o dinamismo do

carro e proporciona ainda mais estabilidade na condução em

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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

Na versão Cabriolet, acionamento elétrico permite abrir ou fechar a

capota em apenas 20 segundos e com o carro a até 50 km/h. Para quem

não abre mão da carroceria cupê, teto solar é uma opção atraente.

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MUNDO PORSCHE

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MUNDO PORSCHE

911 TURBO

MOTOR 6 cilindros boxer biturbo, 3.745 cm³

POTÊNCIA 580 HP a 6.500 rpm

TORQUE 750 Nm de 2.250 a 4.500 rpm

CÂMBIO PDK, 8 marchas mais ré

ACELERAÇÃO 0-100 KM/H 2,8 s

VELOCIDADE MÁXIMA 320 km/h

911 TURBO CABRIOLET

MOTOR 6 cilindros boxer biturbo, 3.745 cm³

POTÊNCIA 580 HP a 6.500 rpm

TORQUE 750 Nm de 2.250 a 4.500 rpm

CÂMBIO PDK, 8 marchas mais ré

ACELERAÇÃO 0-100 KM/H 2,9 s

VELOCIDADE MÁXIMA 320 km/h

alta velocidade, como quando o veículo é usado em circuitos de

corrida. Os sistemas opcionais PDCC (Porsche Dynamic Chassis

Control, controle dinâmico de chassi) de estabilização hidráulica

ativa antirrolagem e o sistema de freios de cerâmica PCCB (Porsche

Ceramic Composite Brake, freio em composto de cerâmica)

com pinças fixas de dez pistões na dianteira refinam ainda mais

a dinâmica do novo modelo.

O estilo do 911 Turbo ficou ainda mais muscular. A carroceria

foi alargada para 1.840 mm (mais 45 mm) nas rodas da frente

para acomodar o novo chassi, enquanto a nova linha estampada

no capô reforça a personalidade do carro. Faróis LED com PDLS

Plus (Porsche Dynamic Light System Plus, sistema de iluminação

dinâmica) de série iluminam a estrada. No eixo traseiro, a carroceria

agora tem exatamente 1,90 metro (20 mm a mais). Outros

itens diferenciados do novo 911 Turbo incluem sua aerodinâmica

adaptativa aperfeiçoada, que traz flaps de resfriamento do ar controlados

eletronicamente na dianteira, um maior defletor dianteiro

ativo e o defletor variável traseiro consideravelmente maior. As

entradas de ar nos painéis laterais traseiros agora captam ar para

alimentação – em lugar do ar para resfriamento de antes. Enquanto

isso, os radiadores do ar de alimentação estão posicionados

Interior do 911 Turbo incorpora o painel introduzido

pela Porsche na geração “992”. Interior bicolor,

rodas com acabamento dourado e bancos esportivos

são algumas das opções de personalização.

agora diretamente no fluxo de ar, sob a tampa traseira. A barra

luminosa contínua, com suas lanternas LED traseiras, assim como

a nova grade com barras horizontais e frisos prateados, arremata

o design da traseira do carro.

A aparência e a performance do veículo podem ser ainda mais

refinadas pelos pacotes Lightweight Design e Sports. O pacote

Lightweight Design para o Coupé reduz o peso do veículo em

30 quilogramas. Isso foi possível, entre outras coisas, pelo uso

de bancos leves integrais tipo concha, pela remoção dos bancos

traseiros e pela utilização de menos material de isolamento, o

que significa também que o condutor pode curtir o som do motor

de forma ainda mais direta. O pacote Sports inclui o pacote

911 Turbo Sport Design, assim como itens adicionais em Preto

e Carbono e as exclusivas lanternas traseiras Exclusive Design.

Os elementos básicos do moderno interior correspondem aos

dos modelos Carrera com o Porsche Advanced Cockpit e o Direct

Touch Control. A tela central do PCM (Porsche Communication

Management) agora tem 10,9 polegadas e pode ser operada

rapidamente e sem distrações graças ao seu novo layout. A ampla

lista de equipamentos inclui bancos esportivos com 14 ajustes

totalmente elétricos, pacote Sport Chrono, volante esportivo GT

com paddle shifts, controles de modos e multifuncionais, mais

o sistema de som BOSE Surround. Entre os opcionais estão o

Porsche InnoDrive com controle adaptativo de cruzeiro, Lane

Keeping Assist com reconhecimento de sinalização viária, Night

Vision Assist, Surround View e sistema de som Burmester High-

-End Surround.

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MUNDO PORSCHE

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PORSCHE INSIDER 76


EVOLUÇÃO

HÍBRIDA

Novo trem de força faz o

Panamera 4S E-Hybrid ter ainda mais

potência e autonomia

O novo Panamera 4S E-Hybrid é o mais recente integrante da

linha Porsche. Ele realça a estratégia E-Performance da marca

com um trem de força renovado, com 560 HP de potência

combinada e maior autonomia no modo totalmente elétrico. Um

sedã esportivo de luxo para ser usado na cidade e nas estradas,

sempre proporcionando prazer de dirigir ao motorista e conforto

para todos os ocupantes.

A combinação do motor elétrico de 100 kW (136 HP) integrado

à transmissão PDK de oito velocidades com dupla embreagem e

do motor 2,9 litros V6 biturbo com 440 HP gera uma potência

de 560 HP e um torque máximo de 750 Nm (nestes dois casos,

valores combinados). A autonomia totalmente elétrica chega a

até 54 quilômetros quilômetros pelo ciclo WLTP EAER City (ou

de até 64 quilômetros pelo ciclo NEDC, que deixará de ser usado

a partir de 2021).

Esses dados representam um aumento de até 30% em relação

às versões híbridas anteriores e foram conseguidos por meio do

uso de células de bateria otimizadas. Elas possibilitaram elevar a

capacidade bruta da bateria de 14,1 para 17,9 kWh. Os modos

de condução, por sua vez, foram otimizados para uma utilização

de energia ainda mais eficiente. A compra do Panamera 4S

E-Hybrid inclui a instalação de um carregador. Para quem se

interessa por desempenho, os números são 3,7 segundos para

acelerar de 0 a 100 km/h (com o pacote Sport Chrono) e 298

km/h de velocidade máxima.

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Espaço e conforto para quatro

pessoas: no Panamera, cada assento

tem suas próprias regulagens.

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PANAMERA 4S E-HYBRID

MOTORES V6 biturbo 2.894 cm³ e elétrico de 100 kW

POTÊNCIA COMBINADA 560 HP de 5.750 a 6.800 rpm (440 HP do motor a combustão e 136 HP do elétrico)

TORQUE 750 Nm de 1.400 a 4.500 rpm (motor a combustão 550 Nm de 2.000 a 5.500 rpm; motor elétrico 400 Nm de 100 a 2.300 rpm)

CÂMBIO PDK, 8 marchas

ACELERAÇÃO 0-100 KM/H 3,7 s

VELOCIDADE MÁXIMA 298 km/h (modo elétrico 140 km/h)

Pinças de freio pintadas de

verde cítrico são características

das versões híbridas.

Conforto e esportividade ganharam ênfase com os aperfeiçoamentos

dos componentes do chassi e dos sistemas de controle,

combinados a uma nova geração de sistema de direção e pneus.

Para transferir a potência para a estrada de forma controlada e

maximizar o desempenho nas curvas, a suspensão pneumática

de três câmaras, o sistema PASM (Porsche Active Suspension

Management, gerenciamento ativo da suspensão) e o sistema

de estabilização de rolagem PDCC Sport (Porsche Dynamic

Chassis Control Sport, controle dinâmico esportivo do chassi),

incluindo o PTV (Porsche Vectoring Plus, direcionamento

de torque), foram adaptados para cada versão e otimizados

individualmente.

O novo Panamera passa a ter de série a dianteira com estilo

Sport Turismo, anteriormente opcional: grades nas entradas de

ar, grandes aberturas de resfriamento laterais e módulo luminoso

dianteiro formam uma barra única. A faixa luminosa retrabalhada

na traseira agora corre sem emendas sobre a tampa do compartimento

de bagagem com um contorno adaptado. Ela cria uma

conexão contínua e fluida entre os dois conjuntos de lanternas

traseiras em LED com novo design.

O sistema Porsche Communication Management (gerenciamento

de comunicações) inclui mais funções e serviços digitais, tais

como o controle vocal Voice Pilot aperfeiçoado e o Risk Radar,

fornecendo sinalização rodoviária atualizada e informações de

riscos, o Apple CarPlay sem fio e muitos outros serviços Connect.

O Panamera também oferece uma ampla seleção de sistemas de

iluminação e assistência inovadores, tais como o Lane Keeping

Assist de manutenção de faixa de rolamento, agora de série,

englobando reconhecimento de sinalização de trânsito, o Porsche

InnoDrive incluindo o Adaptive Cruise Control (controle de

velocidade adaptativo), o Night Vision Assist (assistente de visão

noturna), o Lane Change Assist (assistente de mudança de faixa),

faróis em matriz de LED incluindo PDLS Plus, o Park Assist com

Surround View (visão 360º) e display head-up.

PORSCHE INSIDER 76 35


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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

A FAMÍLIA CRESCE

Porsche Cayenne Coupé passa a ter duas novas

versões no Brasil: E-Hybrid e Turbo – uma para

quem deseja propulsão híbrida, outra para os

amantes do alto desempenho

PORSCHE INSIDER 76 37


MUNDO PORSCHE

Cayenne Turbo Coupé entrega 550 HP de potência e acelera

de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 segundos.

OFERTA DE DUAS NOVAS VERSÕES, UMA COM

FOCO NA PROPULSÃO HÍBRIDA E OUTRA VOLTADA

PARA MAIOR DESEMPENHO, REFLETE O SUCESSO

DO CAYENNE COUPÉ NO MERCADO

Veículos com porte de SUV e linhas de cupê esportivo entraram

definitivamente no rol de itens desejáveis. E o sucesso fez a Porsche

passar a oferecer duas novas opções para o Brasil: Cayenne

E-Hybrid Coupé e Cayenne Turbo Coupé, que se juntam aos já

conhecidos Cayenne Coupé e Cayenne Turbo S E-Hybrid Coupé,

disponíveis desde o segundo semestre de 2019.

O Cayenne E-Hybrid Coupé tem potência de 462 HP, entregues

pela combinação do motor V6 turbo de 3 litros e do motor elétrico

alimentado por bateria de 14,1 kWh. Operando exclusivamente

no modo elétrico, o Cayenne E-Hybrid Coupé permite autonomia

de 43 a 47 km (norma WLTP), dependendo do nível inicial de

carga da bateria (ela pode ser totalmente carregada em cerca

de oito horas em uma tomada convencional ou em até três horas

com o carregador rápido opcional) e do modo de condução do

motorista. Com os dois motores atuando em conjunto, o motorista

pode acelerar de 0 a 100 km/h em 5,1 segundos e chegar a 253

km/h. Estes números são os mesmos do Cayenne E-Hybrid com

a tradicional carroceria SUV, uma das versões de maior sucesso

entre os compradores brasileiros do Cayenne.

No Cayenne Turbo Coupé, o motor a combustão é um V8 biturbode

4 litros com 550 HP. Desde o lançamento do Cayenne, em

2002, a versão Turbo é sinônimo de alto desempenho, elevado

nível de conforto e muita capacidade off-road. Na versão com

carroceria Coupé, esses atributos se mantêm com um visual

externo ainda mais esportivo. A aceleração de 0 a 100 km/h é

feita em 3,9 segundos e a velocidade máxima é de 286 km/h.

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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

Com a bateria 100% carregada, Cayenne E-Hybrid Coupé alcança até 47

quilômetros de autonomia no modo totalmente elétrico. Teto de vidro

possibilita entrada de luz natural e dá sensação de espaço e amplitude.

PORSCHE INSIDER 76 39


MUNDO PORSCHE

Ambiente de carro esporte sempre foi um dos

diferenciais do Cayenne, e isso permanece nas

versões com carroceria coupé. Tela central

sensível ao toque tem 12,3 polegadas.

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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

CAYENNE E-HYBRID COUPÉ

MOTOR V6 turbo, 2.995 cm³ e elétrico de 100 kW

POTÊNCIA 462 HP de 5.250 a 6.400 rpm (340 HP do motor V6 turbo e

136 HP do motor elétrico)

TORQUE 700 Nm de 1.000 a 3.750 rpm

CÂMBIO Tiptronic S, 8 marchas

ACELERAÇÃO DE 0 A 100 KM/H 5,1 s

VELOCIDADE MÁXIMA 253 km/h

CAYENNE TURBO COUPÉ

MOTOR V8 biturbo, 3.996 cm³

POTÊNCIA 550 HP de 5.750 a 6.000 rpm

TORQUE 770 Nm de 2.000 a 4.500 rpm

CÂMBIO Tiptronic S, 8 marchas

ACELERAÇÃO DE 0 A 100 KM/H 3,9 s

VELOCIDADE MÁXIMA 286 km/h

Acabamento primoroso e amplo

espaço interno: a bordo de um

Cayenne, os ocupantes viajam

sem ver o tempo passar.

Com a oferta dos novos Cayenne Coupé, os clientes passam a

ter duas opções intermediárias às versões já oferecidas. Entre os

diferenciais do Cayenne Coupé estão a seção traseira inédita com

defletor traseiro adaptativo, o banco traseiro com caraterísticas

de dois assentos individuais e dois conceitos diferentes de teto:

panorâmico de vidro fixo como equipamento de série ou opcional

de carbono. A linha de teto significativamente mais inclinada, caindo

para a traseira, faz esse veículo parecer ainda mais dinâmico

e o posiciona visualmente como o modelo com a aparência mais

esportiva em seu segmento. E há, é claro, os itens de conforto e

conectividade presentes em toda a linha Cayenne, com destaque

para a tela de 12,3 polegadas sensível ao toque no centro do painel.

A bordo de um Cayenne, todos os deslocamentos são momentos

de prazer, quaisquer que sejam os caminhos.

PORSCHE INSIDER 76 41


MUNDO PORSCHE

Três carros e 2.100 HP de potência. No Velo Città, uma rara

oportunidade de presenciar os raros 935 e 911 GT2 RS

Clubsport no melhor lugar para desfrutá-los: um autódromo.

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PORSCHE INSIDER 76


JOIAS RARAS

Poucas pessoas têm o privilégio de ver de perto um Porsche 935

ou um 911 GT2 RS Clubsport. O Porsche Club Brasil proporcionou

uma oportunidade única: apreciar os dois modelos juntos

Fotos YO! Studio


MUNDO PORSCHE

O 935 em exposição na Stuttgart Porsche São Paulo: único

exemplar do modelo existente na América Latina.

Porsche 935: 77 unidades produzidas e apenas uma existente na

América Latina. Porsche 911 GT2 RS Clubsport: 200 unidades

produzidas, duas delas destinadas ao mercado brasileiro. Ambos

podem rodar somente em autódromos e circuitos fechados –

nenhum deles é homologado para uso em vias públicas. A esta

altura, o leitor já percebeu que são reduzidíssimas as possibilidades

de ver um desses modelos de perto. Mas a Stuttgart e o

Porsche Club Brasil as proporcionaram. Os participantes do 67º

Porsche Driving School (veja reportagem nesta edição) tiveram

honra ainda maior: apreciar os dois juntos.

O primeiro deles a “chegar” ao público foi o 935. A Stuttgart Porsche

colocou-o em exposição na matriz de São Paulo no dia 11 de

julho. Mesmo pertencendo ao acervo da empresa e não estando

à venda, sua presença suscitou enorme interesse de clientes e

visitantes da loja, além de ter gerado reportagens em sites e revistas.

Semanas depois, o 935 fez sucesso na primeira etapa do

Endurance Brasil. Ele não estava inscrito para correr, mas recebeu

box exclusivo, teve horário de pista só para ele nos dias de treino e

deu a primeira volta de apresentação da corrida à frente do pelotão,

com Ricardo Mauricio ao volante. “Um carro como o 935, especial

em todo o mundo e exclusivo no Brasil, torna-se um emblema institucional

da Stuttgart”, explica Marcel Visconde, presidente da

empresa. “Ele possui muitos simbolismos vinculados à história da

marca. Sua presença fortalece a identificação dos clientes com a

Porsche e com seus próprios automóveis.”

O 935 da Stuttgart (número 04 das 77 unidades produzidas)

tem pintura com decoração denominada “Sachs”, fabricante

de componentes automotivos e patrocinadora do Porsche 935

número 70 da equipe Dick Barbour Racing nas 24 Horas de Le

Mans de 1980. Pilotado por Brian Redman, John Fitzpatrick e

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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

A Porsche produziu duzentas unidades do 911 GT2 RS Clubsport. Por ser concebido como

veículo de competição, o Clubsport não tem homologação para circular em vias públicas.

PORSCHE INSIDER 76 45


MUNDO PORSCHE

O Porsche 935 no mais tradicional autódromo brasileiro: Interlagos. O 935 circulou à frente do

pelotão durante a primeira volta de apresentação da corrida de abertura do Endurance Brasil 2020.

pelo próprio Dick Barbour, o carro terminou em quinto lugar na

classificação geral e foi o primeiro colocado na categoria IMSA.

Nesse mesmo ano, Fitzpatrick e Barbour venceram as 12 Horas

de Sebring utilizando o número 6.

Semanas depois, em 10 de setembro (um dia antes da abertura

do 67º Porsche Driving School), a Stuttgart levou as duas unidades

do Porsche 911 GT2 RS Clubsport ao Autódromo Velo Città,

em Mogi Guaçu (SP). Um deles foi entregue ao cliente e o outro

foi incorporado ao acervo da Stuttgart. Ambos andaram na pista

(o da Stuttgart com Marcel Visconde ao volante) e “posaram”

com o 935. Os três carros ficaram expostos no box do Velo Città

durante os dois dias de evento.

Tanto o Porsche 935 quanto o 911 GT2 RS Clubsport são construídos

sobre a base mecânica do 911 GT2 RS de rua: motor de 6

cilindros boxer biturbo de 3,8 litros, com 700 HP de potência. O

interior dos dois, entretanto, foi concebido como o de um carro de

corrida. Não foi por acaso que a Stuttgart promoveu o encontro

entre eles em um autódromo.

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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

Na pista ou em exposição nos boxes, os dois 911 GT2 RS Clubsport

atraíram as atenções durante o 67º Porsche Driving School.

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DIVERSÃO EM LOCAL

DE TRABALHO

Criado como centro de pesquisas e desenvolvimento,

o Circuito Panamericano Pirelli recebeu seu primeiro

evento oficial: um sábado de lazer para os participantes do

Porsche Club Route Tour

Fotos YO! Studio

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PORSCHE INSIDER 76



MUNDO PORSCHE

Foram quase seis meses de espera causada pela pandemia do

novo coronavírus, mas a paciência foi recompensada. No dia

29 de agosto, o Porsche Club Brasil retomou as atividades em

alto estilo ao promover o Route Tour, com largada na Stuttgart

Porsche São Paulo e chegada no Circuito Panamericano Pirelli,

em Elias Fausto (SP). Inaugurado apenas uma semana antes,

o novo campo de testes e desenvolvimento de pneus da Pirelli

proporcionou aos participantes uma oportunidade rara de conhecer

algumas das pistas existentes no complexo, entre elas

os circuitos de asfalto seco, de asfalto molhado, de frenagens e

off-road. Um dia de diversão em um local criado para trabalho.

O dia começou com uma largada simbólica dada na Stuttgart

Porsche São Paulo. O percurso válido para a classificação do

Route Tour foi iniciado no km 34 da Rodovia dos Bandeirantes e

teve cerca de 130 quilômetros de extensão. Por ser um passeio

em vias públicas, os participantes deveriam manter médias de

velocidade, sempre obedecendo aos limites de cada trecho das

estradas incluídas no roteiro – este, dividido em trechos (PCs)

para maior controle das médias. Por regra, a pior passagem

de cada concorrente seria desconsiderada na composição do

resultado final. Paralelamente, os concorrentes disputaram a

Ação Especial Porsche Club Cards. Em quatro momentos, cada

dupla retirou uma carta numerada. As dez duplas com maior valor

somado nas respectivas cartas receberam pontos que foram

incluídos na contagem final do Route Tour.

A chegada ao Circuito Panamericano Pirelli marcou o fim do

Route Tour e o início das atividades de apresentação do Circuito

Panamericano Pirelli aos participantes do Porsche Club Brasil.

Divididos em três grupos, eles conheceram as pistas Dry Handling

(traçado de asfalto seco), Wet Handling (traçado de asfalto

molhado), Testes Especiais (frenagem em diferentes tipos de

asfalto) e Off-Road. Nas três primeiras, cada associado dirigiu

seu próprio automóvel, seguindo as orientações dos pilotos instrutores

e obedecendo ao ritmo imposto por um carro-madrinha.

No alto, parte dos edifícios que formam o Circuito Panamericano Pirelli, o mais novo complexo para testes e

desenvolvimento de pneus da América Latina. Acima, a chegada dos participantes do Porsche Route Tour.

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Acima, os melhores no Porsche Route Tour: disputa apertada decidida

no desempate entre o Boxster Spyder vencedor e o 911 GT3 segundo

colocado. Macan e Cayenne completaram os cinco primeiros lugares.

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MUNDO PORSCHE

Pilotado por Marcel Visconde, o

Porsche 935 foi o primeiro carro

de corrida a percorrer o traçado do

Circuito Panamericano Pirelli. Acima,

grupo de participantes do Route Tour

na pista molhada do complexo.

Além de explicar as características do circuito Dry Handling (que

futuramente receberá track days), os instrutores lideraram um

slalom na pista molhada e uma passagem pela pista de testes

de aquaplanagem.

O conhecimento da Off-Road aconteceu a bordo de Porsches Cayenne

e-Hybrid pilotados por instrutores. A pista possui diversos

tipos de pisos e obstáculos, mas o tempo disponível obrigou a

selecionar em quais deles o Cayenne mostraria suas capacidades.

Foram escolhidos o trecho de alagamento (construído sob uma

ponte e com 50 centímetros de profundidade de água), duas

rampas, dois trechos de inclinação lateral e gangorra, além de

um circuito de terra.

No fim da programação, as cinco duplas mais bem colocadas no

Route Tour receberam troféus. Para enfatizar o caráter amigável e

familiar dos eventos do Porsche Club Brasil, o regulamento prevê

pontuação da etapa em dobro para quem tiver cônjuge ou familiar

como navegador. Várias duplas foram formadas por casais e pais

e filhos(as), e houve pelo menos uma de avô com neto. A vitória

ficou com Ricardo V./Val B., com apenas sete pontos perdidos –

mesmo número da dupla segunda colocada, Nelson M./Eber O.

com o desempate sendo feito de acordo com o menor número

de pontos da PC descartada.

Na Porsche Club Cards, a maior soma de pontos foi alcançada

pela dupla Vinicius T./Alessandro A., sem influência no resultado

final. Quem realmente tirou proveito da Porsche Club Cards foi

o casal Eduardo e Florence L.: o terceiro lugar nas cartas lhes

deu o direito de descontar oito pontos perdidos nas estradas.

Com isso, subiram de sétimo para quinto lugar na classificação

final do Route Tour. Ao pontuar em dobro, Eduardo assumiu a

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Além das pistas de testes em asfalto, o Circuito Panamericano Pirelli possui uma pista

Off-Road com obstáculos de diversos tipos, como rampas de inclinações variadas.

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MUNDO PORSCHE

Porsche Route Tour

Stuttgart Porsche (São Paulo-SP) > Circuito Panamericano Pirelli (Elias Fausto-SP)

29 de agosto de 2020

Resultado final

P Nº dupla Carro e ano Pontos perdidos

1 12 Ricardo V./Val B. Boxster Spyder 2016 7

2 87 Nelson M./Eber O. 911 GT3 RS 2016 7

3 86 Alexandre A./Ernesto K. Macan 2019 16

4 22 Fernando L./Adriano B. Cayenne 2012 19

5 92 Eduardo L./Florence L. Cayenne GTS 2016 29

6 85 Luiz Fernando O./Lucas O. 718 Boxster 2019 33

Desempates definidos pelo menor número de pontos perdidos na PC descartada.

Persistindo o empate, apura-se quem perdeu menos pontos em cada PC,

sempre da última para a primeira, até que haja o desempate.

Ação Especial Porsche Cards (equipes)

P Equipe Média

1 Pôneis Malditos (Eduardo L., Antônio M.) 19

2 Hiper Mode (Rogério E. R.) 17

3 Porsche Virus (Bruno X., Alexandre B., Marcelo V., Jacques Q.) 17

4 Pop’s Motors (Adrian F., Jaime F.) 16

5 Original Eagles (Mário A. S. M. F., Osni M., Clodoaldo S., Rodrigo C.) 14

6 Gulf Eagles (Nelson M., Alexandre A.) 14

Desempate de acordo com as cartas mais altas obtidas por cada equipe.

Melhor soma individual: Vinicius T./Alessandro A. (sem equipe), com 41 pontos.

Porsche Club Cup

1 Pôneis Malditos (Aletha L. Eduardo L., Antônio M., Plautos L.) 68

2 Porsche Virus (Bruno X., Alexandre B., Marcelo V., Jacques Q.) 64

3 Gulf Eagles (Nelson M., Alexandre A., Flavio A., Ewerton B. F.) 62

Porsche Club Racing Cup

1 Eduardo L. 22

2 Nelson M. e Ricardo V. 20

4 Alexandre A. 17

5 Florence L. 12

Limitação do número de

participantes, pódio com degraus

espaçados, máscaras, álcool em

gel e outros procedimentos de

segurança marcaram a volta dos

eventos do Porsche Club Brasil.

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Participação de carros especiais no Route Tour: recriação de Porsche de rali da década de

1970, 911 Targa da geração “G”, 911 Speedster e Boxster da primeira geração.

liderança da Porsche Club Racing Cup (campeonato individual)

e levou sua equipe, a Pôneis Malditos, ao primeiro lugar na

classificação da Porsche Club Cup.

Toda a programação e a montagem do evento foram feitas

de maneira a preservar o distanciamento social e as normas

de segurança determinadas pelas autoridades sanitárias. O

número de inscritos foi limitado e não houve presença de

convidados nem de imprensa – somente os participantes e

o staff tiveram acesso ao Circuito Panamericano Pirelli. Além

da obrigatoriedade de uso de máscaras e da farta disponibilidade

de álcool em gel nas dependências da Stuttgart e

do Circuito Panamericano Pirelli, os participantes receberam

instruções por meio eletrônico. A higienização dos ambientes

e do mobiliário foi constante durante todo o dia e o pódio foi

montado com degraus espaçados. Tudo isso deixou as pessoas

presentes mais à vontade para conhecer as instalações

e apreciar os carros especiais expostos no Circuito Panamericano

Pirelli, como o Porsche 935 (primeiro carro de corrida

a andar no traçado Dry Handling) e o Porsche 911 GT3 R da

Stuttgart Motorsport (campeão do Endurance Brasil em 2017

com Marcel Visconde e Ricardo Mauricio).

PORSCHE INSIDER 76 55


PORSCHE CLUB BRASIL

67º Porsche Driving School

MOMENTOS ESPECIAIS

Primeiro evento de pista do segundo semestre proporciona um show de velocidade

com presença de carros raros como os Porsches 935 e 911 GT2 RS Clubsport

Fotos YO! Studio

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PORSCHE CLUB BRASIL

COMPETIÇÃO DENTRO E FORA DA PISTA:

INTEGRANTES DAS EQUIPES FIZERAM O PORSCHE

QUIZ, UM TESTE DE CONHECIMENTO SOBRE A

MARCA, SEUS PRODUTOS E SUA HISTÓRIA

O 67º Porsche Club Driving School, terceiro encontro promovido

pelo Porsche Club Brasil na temporada 2020, proporcionou um

verdadeiro show de velocidade no Autódromo Velo Città, em

Mogi Guaçu (SP) nos dias 11 e 12 de setembro. Além dos carros

dos 90 clientes inscritos, entraram na pista três modelos muito

especiais: o Porsche 935 (único existente na América Latina), o

911 GT3 R de competição (campeão do Endurance Brasil em

2017) e o 911 GT2 RS Clubsport (um dos dois destinados ao

mercado brasileiro, de 200 construídos).

Divididos em turmas (Iniciantes, Turismo e Sport), os participantes

tiveram três sessões de treinos livres em cada dia,

sempre orientados pelos pilotos instrutores Beto Gresse, Rodrigo

Hanashiro, Maurizio Sala, Alan Hellmeister e Marcelo Henriques.

Nos dois dias, a última atividade foi a prova Flying Lap, na qual

o resultado é definido pela melhor volta de cada participante

(três tentativas na sexta-feira e três no sábado). O resultado

final chamou atenção pelas pequenas diferenças de tempo

que definiram os vencedores das sete categorias que tiveram

representantes: somente em uma delas a diferença entre os

dois primeiros colocado foi superior a um segundo. A disputa

mais apertada aconteceu na GT4, em que Jacques Q. e Luiz L.

terminaram separados por apenas 35 milésimos de segundo. A

Vintage (classificação à parte para pilotos com idade igual ou

superior a 50 anos) terminou em empate no primeiro lugar, já que

Ricardo V. e Alexandre A. foram os vencedores nas respectivas

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PORSCHE INSIDER 76


PORSCHE CLUB BRASIL

Não houve surpresa: depois de seis meses sem atividades de pista, muitos proprietários

de Porsche se inscreveram no 67º Porsche Club Driving School.

PORSCHE INSIDER 76

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PORSCHE CLUB BRASIL

categorias. Na disputa da Ladies Cup, Aletha L. foi a primeira

colocada entre as sete mulheres inscritas.

Os integrantes das equipes inscritas na Porsche Club Cup tiveram

ainda a ação especial Porsche Quiz. Ao entrar no box depois

de concluir a Flying Lap, cada um recebia uma prancheta com

um questionário sobre fatos diversos da Porsche. As respostas, na

forma de múltipla escolha, deveriam ser obrigatoriamente preenchidas

dentro do carro em no máximo um minuto, com o piloto

de capacete e com o cinto de segurança atado. Essa ação gerou

uma classificação específica para o campeonato de equipes. A

programação foi encerrada com a Porsche Parade (desfile em

velocidade moderada de todos os carros da marca presentes ao

autódromo) e a entrega de prêmios aos três primeiros colocados

de cada categoria da Flying Lap.

Para atender aos protocolos de segurança determinados pelas

autoridades sanitárias, o Porsche Club Brasil adotou uma série

de medidas. Toda a programação e a montagem do evento foram

feitas de maneira a preservar o distanciamento social e as

normas determinadas pelas autoridades sanitárias. O número de

inscritos foi limitado e não houve presença de convidados nem

de imprensa. Além da obrigatoriedade de uso de máscaras e da

farta disponibilidade de álcool em gel, foi feita higienização constante

dos ambientes e do mobiliário. O pódio foi montado com

degraus espaçados.

Sabores agradáveis para os clientes: cafés Starbucks e sorvetes Machuchos. Embaixo, convidados e staff da Stuttgart e do

Porsche Club Brasil. Evento foi realizado seguindo os protocolos de segurança determinados pelas autoridades sanitárias.

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PORSCHE INSIDER 76


PORSCHE CLUB BRASIL

Reencontro: depois de tanto tempo sem atividades, todos os participantes tinham muito o que contar aos amigos. Preparação

dos carros inclui a aplicação dos adesivos com os números; o carro da foto no alto à direita foi partilhado por três pilotos.

Acima, o trabalho da equipe do Centro Técnico da Stuttgart. Abaixo, carros da Stuttgart utilizados nos test drives.

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PORSCHE CLUB BRASIL

O PORSCHE 911 GT3 R, CAMPEÃO BRASILEIRO DE ENDURANCE EM

2017, FOI ATRAÇÃO NOS BOXES E NA PISTA: MARCEL VISCONDE

LEVOU CONVIDADOS DE CARONA EM VOLTAS RÁPIDAS

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PORSCHE INSIDER 76


PORSCHE CLUB BRASIL

Especialíssimos: o Porsche 935 e os dois 911 GT2 RS Clubsport estiveram juntos

pela primeira vez. Esse “encontro a três” dificilmente se repetirá...

PORSCHE INSIDER 76

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67º Porsche Driving School

11 e 12 de setembro de 2020

Autódromo de Velo Città (Mogi Guaçu-SP)

FLYING LAP

Extensão: 3,493 km

DAYTONA

C Nº Piloto Carro Tempo

1 12 Ricardo V. Boxster Spyder 2016 1:51.221

2 00 Rodrigo C. Boxster S 2012 1:51.315

3 27 Clodoaldo S. Cayman S 2014 1:53.211

GT3

C Nº Piloto Carro Tempo

1 11 Bruno X. 911 GT3 RS 2019 1:42.379

2 65 Lucas S. 911 GT3 RS 2016 1.42.691

3 23 Rodrigo B. 911 GT3 RS 2019 1:43.069

GT4

C Nº Piloto Carro Tempo

1 21 Jacques Q. Cayman GT4 2016 1:50.474

2 14 Luiz L. Cayman GT4 2016 1:50.509

3 16 Marcelo V. Cayman GT4 2016 1:59.847

INTERLAGOS

C Nº Piloto Carro Tempo

1 94 Jamil N. 718 Cayman GTS 2020 1:50.056

2 22 Flavio A. 718 Cayman GTS 2019 1:52.528

3 69 Ricardo C. 718 Boxster 2019 1:53.831

LE MANS

C Nº Piloto Carro Tempo

1 86 Alexandre A. 911 Carrera S 2014 1:52.462

2 120 Luís Felipe S. V. 911 Carrera S 2013 1:52.853

3 63 Bruno D. 911 Carrera S 2012 1:57.417

NÜRBURGRING

C Nº Piloto Carro Tempo

1 110 Hensley W. 911 Carrera T 2018 1:45.287

2 118 Valter S. 911 Carrera T 2019 1:45.884

3 3 Rogério E. R. 911 Carrera T 2019 1:46.296

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PORSCHE CLUB QUIZ

SUPERMOD

C Nº Piloto Carro Tempo

1 34 Rouman Z. 911 GT2 RS 2018 1:40.511

2 5 Carlos Eduardo P. 911 GT2 RS 2019 1:40.721

3 45 João Q. 911 Carrera S 2020 1:49.016

Col. Equipe (pilotos e totais parciais)

Média

1 Pôneis Malditos 14,25

Plautos L. 22, Antônio M. 22, Aletha L. 8, Eduardo L. 5 = 57

2 Porsche Virus 14

Bruno X. 18, Jacques Q. 15, Alexandre B. 13, Marcelo V. 10 = 56

3 Original Eagle 12,5

Osni M. 25, Mário A. S. M. F. 15, Clodoaldo S. 7, Rodrigo C. 3 = 50

4 Hiper Mode 2,5

Valter S. 10, Luiz L. zero, Rogério E. R. zero, César A. zero

5 Gulf Eagles -1,33

Nelson M. 13, Flavio A. 3, Alexandre A. -20 (ausente)

PORSCHE CLUB LADIES

C Nº Piloto Carro Tempo

1 98 Aletha L. 911 GT3 2018 7.542

2 75 Roberta T. 911 Carrera T 2018 10.729

3 99 Florence L. Boxster Spyder 2011 15.143

PORSCHE CLUB CUP

1 Porsche Virus (Bruno X., Jacques Q., Alexandre B., Marcelo V.) 107

2 Gulf Eagles (Nelson M., Flavio A., Alexandre A., Ewerton B. F.) 98

3 Hiper Mode (Valter S., Luiz L., Rogério E. R., César A.) 91

PORSCHE RACING CUP

PORSCHE CLUB VINTAGE

C Nº Piloto Carro Tempo

1 86 Alexandre A. 911 Carrera S 2014 0.000

1 12 Ricardo V. Boxster Spyder 2016 0.000

3 27 Clodoaldo S. Cayman S 2014 1.990

1 Ricardo V. 31

2 Eduardo L. 29

3 Alexandre A. 28

4 Nelson M. 27

5 Jamil F. N. 22

LADIES CUP

VINTAGE RACING

1 Aletha L. 25 1 Ricardo V. 36

2 Florence L. 19 2 Alexandre A. 34

3 Roberta T. 17 3 Clodoaldo S. 24

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TRANSIÇÃO

BEM-SUCEDIDA

Criado em uma fase de mudanças nos regulamentos

técnicos, o 936 manteve a Porsche como marca a ser batida

nas provas de carros esporte e de longa duração

Texto Luiz Alberto Ramos Pandini

Fotos arquivo Porsche


MUNDO PORSCHE

“É UM CARRO IMPROVISADO, CONSTRUÍDO PARA IMPEDIR OS OUTROS

FABRICANTES DE GANHAR TÃO FACILMENTE” (ERNST FUHRMANN)

Ernst Fuhrmann, presidente da Porsche entre 1972 e 1980, não

era afeito a eufemismos. Em 1976, ao falar sobre o modelo 936,

ele afirmou sem rodeios: “É um carro improvisado, construído

para impedir os outros fabricantes de ganhar tão facilmente”.

O Porsche 936 foi o sucessor tardio do 908 e do 917, usados

pela equipe de fábrica entre 1968 e 1971. O ‘”improviso” resultou

em um dos carros de corrida mais competitivos de todos os

tempos e teve origem em 1972, quando a Porsche se retirou do

Campeonato Mundial de Marcas devido à mudança de regulamento

que colocou na ilegalidade os imbatíveis 917. Os compactos

908/3, construídos e usados pela fábrica como alternativa

aos 917 em circuitos mais sinuosos, foram vendidos a clientes.

Sem os protótipos, a Porsche voltou-se para o desenvolvimento

de versões de corrida do 911, como o Carrera RS. Com elas,

venceu provas importantes como a Targa Florio e as 24 Horas de

Daytona de 1973, derrotando vários esporte-protótipos.

No fim de 1973, a Porsche já trabalhava no lançamento do 911

Turbo de rua, marcado para o Salão de Paris de 1974. Nada

mais natural do que aproveitar o conhecimento adquirido com

motores turbo na Can-Am e criar um 911 com motor turbo para

competições. Denominado 911 Carrera RSR, o carro obteve

excelentes resultados, com destaque para o segundo lugar nas

24 Horas de Le Mans de 1974 com o holandês Gijs van Lennep

e o suíço Herbert Müller.

Alguns proprietários de 908/3 solicitaram à Porsche autorização

para substituir o motor de 8 cilindros boxer e 3 litros do 908/3

pelo 6 cilindros boxer turbo de 2,1 litros do Carrera RSR. Um

deles era Reinhold Joest. Revendedor da marca (e também da

Volkswagen e da Audi), ele foi piloto oficial de fábrica em diversas

ocasiões e, defendendo sua própria equipe, venceu corridas

em vários países (uma delas, os 500 Quilômetros de Interlagos

de 1972).

Na página anterior, Jurgen Barth ao volante do Porsche 936 nas 24 Horas de Le Mans de 1977. Abaixo, os primeiros testes de pista do

Porsche 936 no começo de 1976 em Paul Ricard, com Jochen Mass ao volante. À direita, o chassi tubular do 936 e o carro sem carenagem

durante os testes, deixando à mostra o motor turbo de 2,1 litros. Concepção do carro misturava conceitos do 908/3 e do 917/10.

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MUNDO PORSCHE

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No alto, o 908/3 Turbo de Herbert Müller (ao volante) e Leo Kinnunen nos 1000 Quilômetros de

Nürburgring de 1975, em que terminou em terceiro lugar. Acima, à esquerda, Müller se prepara para

entrar no cockpit. À direita, nessa mesma prova, o outro 908/3 Turbo, de Reinhold Joest/Mario Casoni,

que subiram quatro vezes ao pódio em 1975. Os bons resultados desses carros, criados por iniciativa

de equipes particulares, incentivaram a Porsche a desenvolver o 936 para a temporada 1976.

A Porsche relutava em conceder tal autorização. Considerava que

um 908/3 com motor turbo só teria sucesso com um programa

de desenvolvimento que não estava nos planos da empresa.

Depois de muitas negociações, a Porsche concordou em vender

motores e serviço de assistência técnica a essas equipes. No

começo de 1975, decidiu também ajudar na instalação dos

motores e na atualização das carrocerias, além de permitir a realização

de testes na pista de Weissach. Oficialmente, a Porsche

não tinha nada a ver com o que estava acontecendo...

Três 908/3 foram convertidos para o motor turbo e dois participaram

do Mundial: o de Joest e o de Hermann Dannesberger,

magnata do mercado imobiliário sediado em Frankfurt, que havia

comprado o 908/3 pilotado por Jo Siffert na Targa Florio de

1971 para ser usado por Herbert Müller. Esconder o envolvimento

da Porsche ficou ainda mais complicado quando Müller, piloto

de competição e de testes da fábrica, conseguiu apoio da filial

suíça da Martini, cuja matriz patrocinava a equipe de competição

da Porsche desde o tempo dos 917.

No 911 Carrera RSR, o motor turbo ficava atrás do eixo traseiro;

no 908/3, ele ficava à frente. Por isso, vários acessórios

foram reposicionados ou reprojetados. O carro ganhou uma

nova carenagem traseira com asa semelhante à do 917/10. As

linhas dianteiras foram revisadas devido à necessidade de usar

radiadores de óleo maiores e balancear o arrasto aerodinâmico

causado pela asa traseira.

A estreia dos 908/3 Turbo aconteceu nos 1000 Km de Mugello,

segunda etapa do Campeonato Mundial de Marcas de 1975.

70 PORSCHE INSIDER 76


Acima, Gijs van Lennep e Jacky Ickx sobrevivem às queimaduras nos pés e comemoram a vitória nas 24 Horas de Le Mans de 1976.

Abaixo, à esquerda: dois meses antes, Rolf Stommelen pilotou o 936 na prova de estreia do modelo, os 300 Km de Nürburgring. A

foto é dos treinos; na corrida, disputada com chuva e neblina, a pintura preta fez o carro praticamente desaparecer nas imagens,

motivando a troca pelo branco. À direta, pôster comemorativo da Porsche com os pilotos de fábrica (Jochen Mass, Jacky Ickx,

Manfred Schurti e Rolf Stommelen), os carros campeões de 1976 (935 e 936) e a linha de carros de rua (911 e 924).

PORSCHE INSIDER 76

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MUNDO PORSCHE

Vitória dramática: Jurgen Barth recebe a bandeirada nas 24 Horas de Le Mans de 1977 com o motor funcionando

em apenas cinco cilindros, percorrendo as duas voltas finais a uma média de 80 km/h - cada uma em dez minutos.

Uma recompensa para Barth, Hurley Haywood e Jacky Ickx. A pilotagem exuberante de Ickx foi o grande trunfo

para o carro se recuperar do 41º lugar após uma hora e meia de corrida para o primeiro a nove horas do fim.

Além da Porsche, havia outro fabricante apostando nos motores

turbo: a Alpine Renault, que venceu com Jean-Pierre Jabouille/

Gérard Larrousse. Mesmo com poucos testes, o 908/3 Turbo

de Müller/van Lennep largou e terminou em terceiro, enquanto

o carro de Joest/Mario Casoni, quinto no grid, abandonou por

pane no turbo.

Logo depois, uma ocorrência desagradável. Van Lennep foi demitido

da equipe de Dannesberger, acusado de ter danificado

uma junta de cabeçote ao usar pressão do turbo alta demais.

Descobriu-se depois que a quebra foi causada por Müller, o que

repercutiu muito mal. Müller reagiu da pior maneira: afirmou a

jornalistas que o carro era “um lixo” e criticou a Porsche. A empresa

cancelou o contrato de Müller e exigiu que Dannesberger

tirasse seu 908/3 Turbo da fábrica assim que fossem pagos os

reparos e revisões. Débitos quitados, Dannesberger recrutou Leo

Kinnunen para o lugar de Van Lennep. Müller disputou também a

Interserie e foi campeão depois de vencer a primeira corrida com

um 917/10 e passar depois para o 908/3 Turbo.

O 908/3 levou seus pilotos constantemente ao pódio. Joest/

Casoni obtiveram dois segundos lugares e dois terceiros nas

corridas de Dijon, Monza, Pergusa e Zeltweg, respectivamente.

Em Nürburgring, Müller/Kinnunen terminaram em terceiro. A Alfa

Romeo foi campeã e a Porsche, vice, tendo obtido uma vitória nas

24 Horas de Daytona, abertura da temporada, com o 911 Carrera

RSR pilotado por Peter Gregg/Hurley Haywood.

Nenhum 908/3 Turbo correu nas 24 Horas de Le Mans de

1975. Joest, Casoni e Jurgen Barth ficaram em quarto lugar

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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

com um 908/3 com motor original e carroceria “long tail”. Por

ter regulamento técnico diferente, a corrida não fez parte do

Campeonato Mundial de Marcas, situação que perdurou até

1979. Enquanto tudo isso acontecia, começou a ser colocada

em prática uma ideia discutida na FIA desde 1973: introduzir

no Mundial de Marcas a fórmula “silhouette” – carros de corrida

com preparação praticamente livre e carroceria similar à dos

modelos de rua. Mesmo abominada por praticamente todas

as fábricas e por boa parte do público, a “silhouette” entrou em

vigor na temporada 1976, admitindo carros dos novos grupos

4 (GT) e 5 (GTs especiais). Para os esporte-protótipos, agora

enquadrados no novo Grupo 6, foi criado outro campeonato, o

Mundial de Carros Esporte.

Os bons resultados dos 908/3 Turbo motivaram a Porsche a

apostar em um novo esporte protótipo. Ele foi construído em seis

meses, durante os quais apenas uma dúzia de pessoas sabia do

projeto. Seu nome, 936, unia 930 (número de projeto do 911

Turbo) com o número do grupo no qual estava enquadrado pelo

regulamento da FIA – assim como acontecia com os 934 e

935. Muitos componentes já existiam: o motor turbo de 2.142

cm³ era o mesmo dos 911 Carrera RSR Turbo de 1974 e dos

908/3 Turbo de 1975. As suspensões e o desenho do chassi

tubular de alumínio não deixavam dúvidas de que o 936 era um

descendente direto do 917.

O entre-eixos do 936 era mais longo que o do 917, mas o carro

novo era mais estreito. A primeira unidade ficou pronta em janeiro

de 1976 e andou em Weissach. Depois, foi levada para Paul Ricard,

onde aconteceria uma sessão de testes coletivos do Grupo

5. O problema é que jornalistas estariam presentes e a Porsche

desejava esconder parte das cartas que tinha em mãos. Manfred

Jantke, diretor de competições, recebeu de Fuhrmann a ordem de

pintar o carro de preto: “Vai chamar menos atenção. Podem até

PORSCHE INSIDER 76 73


MUNDO PORSCHE

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PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

pensar que é um Shadow ou algo parecido”, explicou o presidente,

referindo-se à equipe de Fórmula 1 que participou da Can-Am

até a categoria deixar de existir no fim de 1974. Aos jornalistas

Jantke garantia que não havia orçamento nem programa para

desenvolvimento do 936: “Apenas quisemos vê-lo andar”. Essa

“ausência de compromisso” contrastava com a seriedade dos

pilotos Jacky Ickx e Rolf Stommelen durante os testes.

A estreia do 936 aconteceu em 4 de abril nos 300 Km de Nürburgring.

A Porsche teria o patrocínio da Martini, e o Conde Rossi

havia gostado do visual “sinistro e ameaçador” proporcionado

pelo preto fosco. Na corrida, pilotado por Stommelen, o 936

teve o cabo do acelerador travado. O piloto alemão completou a

prova em quinto, controlando o carro na chave de ignição − algo

bastante trabalhoso nos 23 km do traçado de Nürburgring. A

vitória ficou com o 908/3 Turbo de Reinhold Joest. Isso o Conde

Rossi aceitou. O que ele não aprovou foi que o preto fosco tornou

o 936 praticamente invisível durante a corrida, disputada sob

forte neblina e escuridão. Depois disso, a carroceria passou a

ter fundo branco.

Rejuvenescidos com motores turbo e novas carenagens,

os 908/3 concebidos em 1970 tiveram uma sobrevida

com muitas vitórias, especialmente pela equipe de

Reinhold Joest. Acima, o próprio Joest, campeão da

Intersérie em 1978, a caminho da vitória no circuito de

Mengen. Nas fotos à esquerda, carro da Joest inscrito

para a dupla Rolf Stommelen (ao volante) e Jurgen Barth

nos 1000 Km de Nürburgring em 1979 (carro 101) e

em 1980 (carro 31). Abandonaram no primeiro ano e

venceram no segundo. Em algumas corridas, o carro foi

inscrito como “908/3 Turbo”; em outras, como “908/4”.

O 936 venceu cinco das seis corridas seguintes: três com a dupla

Jacky Ickx/Jochen Mass, uma com Mass/Stommelen e uma,

em Salzburgring, em que Mass pilotou sozinho. A corrida que

a Porsche não venceu, em Mosport, admitiu carros da extinta

Can-Am. Ickx terminou em terceiro, atrás do Shadow DN4A de

Jackie Oliver e do McLaren M20 de George Follmer, mas estes

carros não pontuavam no Mundial. No fim do ano, a Porsche

comemorou os títulos do Mundial de Carros Esporte com o 936

e do Mundial de Marcas com o 935, com três vitórias de Ickx/

Mass e uma de Stommelen/Manfred Schurti.

Com 14 provas (sete de cada campeonato) disputadas entre

março e setembro, a Porsche não teve tempo de conduzir um

programa de desenvolvimento do 936 para as 24 Horas de Le

Mans, realizadas em junho. Os dois 936 foram inscritos para

Jacky Ickx/Gijs van Lennep e Reinhold Joest/Jurgen Barth. A

corrida aconteceu sob alta temperatura ambiente, e os radiadores

dianteiros jogavam forte calor para trás, diretamente nos pés dos

pilotos. Nas corridas mais curtas e disputadas sob temperaturas

mais amenas, isso não havia acontecido. Tentou-se de tudo para

minimizar o problema, sem sucesso.

PORSCHE INSIDER 76 75


MUNDO PORSCHE

Largada das 24 Horas de Le Mans de 1981, com o 936 de Jacky

Ickx/Derek Bell (número 11) largando na frente, rumo à vitória.

Mesmo com queimaduras de terceiro grau nos pés, os pilotos

pisaram fundo. O sofrimento de Barth e Joest terminou após 17

horas de corrida com a quebra de um semieixo quando estavam

em segundo lugar. Ickx e van Lennep tinham 17 voltas de

vantagem sobre o segundo colocado quando tiveram um cano

de escape quebrado – problema que, em um carro com motor

turbo, afeta ainda mais o rendimento do motor. O reparo foi feito

em 34 minutos, e o 936 recebeu a bandeirada nove voltas à

frente do Mirage de Jean-Louis Lafosse/François Migault. Foi a

última corrida de Van Lennep, que já havia vencido em Le Mans

em 1971 com o 917.

Para 1977, a Porsche decidiu abandonar o Mundial de Carros

Esporte e desenvolver o 936 apenas para Le Mans. O uso de braços

de suspensão mais curtos permitiu diminuir a bitola do carro,

tornando-o mais estreito e com menor área frontal. A cauda foi

alongada e o motor passou a ter duas turbinas KKK, resultando

em respostas mais rápidas aos comandos do acelerador. A potência

passou a ser de 540 HP a 8.000 rpm com pressão de 1,5 bar

nos treinos (na corrida, foi usado 1,2 bar). Os novos adversários

eram os Renault Alpine A 442. A fábrica francesa preparava-se

para entrar na Fórmula 1 com motores turbo e decidira que vencer

as 24 Horas de Le Mans era uma questão de honra. Inscreveu

quatro carros, enquanto a Porsche tinha dois 936 para Jacky

Ickx/Henri Pescarolo e Hurley Haywood/Jurgen Barth.

O drama das 24 Horas de Le Mans de 1977 pode ser medido

pelas palavras do engenheiro de motores Hans Mezger: “Três horas

depois da largada, ninguém acreditava que a Porsche poderia

vencer”. Com uma hora de corrida, o carro de Barth entrou no box

e ficou quase meia hora parado para substituição da bomba de

injeção. Voltou à pista em 41º lugar. Ickx e Pescarolo lideraram

até pararem por quebra da suspensão após três horas de prova.

Isso deixou três Renault Alpine na frente – o quarto, de Didier

Pironi/René Arnoux/Guy Fréquelin, abandonara na primeira volta

após um princípio de incêndio.

Como o regulamento permitia, Ickx foi escalado para se juntar

à tripulação do segundo carro. A ordem de Fuhrmann era “win

or bust” – “vai ou racha” em versão brasileira. O belga teve uma

76

PORSCHE INSIDER 76


MUNDO PORSCHE

No carro 1, Bob Wollek (ao volante) e Jochen

Mass no cockpit do 936 (inscrito como

“908/80”) da Joest Racing nos 1000 Km

de Nürburgring. Ocupavam o segundo lugar

quando a prova foi encerrada prematuramente

devido ao acidente fatal de Herbert Müller.

Outro carro da Joest Racing, o 908/4

número 2 pilotado por Volkert Merl/Jurgen

Barth, terminou em sexto (foto abaixo).

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MUNDO PORSCHE

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MUNDO PORSCHE

Na página à esquerda, Bob Wollek (2) à frente do Sauber SHS C6 de Hans Heyer em Norisring, ele foi campeão do DRM em 1982. Na foto

menor, Stefan Bellof em outra prova desse mesmo campeonato, em Hockenheim. No alto, o encontro de gerações: o 936C da Joest Racing

pilotado por Volkert Merl/Hans Heyer/Dieter Schornstein (número 2) e o 956 de Derek Bell/Vern Schuppan (4) nas 9 Horas de Kyalami de 1982.

Acima, outro 936C da Joest Racing nas 24 Horas de Le Mans de 1982, pilotado por Bob Wollek, Jean-Michel Martin e Philippe Martin.

atuação épica, que incluiu dois turnos de quatro horas e seguidos

recordes de volta. Às cinco horas da manhã, com 13 de corrida,

o Porsche 936 ocupava o segundo lugar, sete voltas atrás do

Renault Alpine de Jean-Pierre Jabouille/Derek Bell. Na hora

seguinte, Jabouille/Bell tiveram problemas e, mais tarde, abandonaram

com o motor quebrado. Jean-Pierre Jaussaud/Patrick

Tambay, já atrasados, também pararam por pane no motor. O

Porsche assumiu a liderança com uma volta de vantagem sobre

o Renault Alpine de Patrick Depailler/Jacques Laffite – cujo motor

parou de funcionar duas horas antes da bandeirada.

Faltavam 40 minutos quando o motor do 936 soltou uma fumaça

branca. Haywood estava na chicane antes da reta de chegada e

entrou no box. O segundo colocado, o Mirage-Renault de Vern

Schuppan/Jean-Pierre Jarier, estava 19 voltas atrás e não poderia

mais alcançar a distância já percorrida pelo Porsche. Mas

as regras de Le Mans determinam que o carro deve receber a

bandeirada sem ajuda externa e percorrer a volta final em um

determinado tempo (na época, 15 minutos) para ser classificado.

O problema estava no pistão do cilindro 3. Os mecânicos removeram

a vela desse cilindro e desativaram seu sistema de injeção

de combustível. Ninguém sabia se o motor voltaria a funcionar,

mas para alívio geral ele pegou ao ser dada a partida. Dez minutos

antes do fim das 24 horas, Barth saiu dos boxes e percorreu os

13 quilômetros do circuito até receber a bandeirada a cerca de

60 km/h.

O problema no pistão encorajou a Porsche a desenvolver um novo

motor para 1978, com 2.120 cm³, quatro válvulas por cilindro e

refrigeração líquida do cabeçote. Isso fez o 936/78 ter entradas

de ar nas laterais para resfriar o líquido do radiador. Ganhou

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MUNDO PORSCHE

também uma nova asa traseira, separada do corpo da carroceria,

e frente mais longa. As válvulas e o sistema de refrigeração

aumentaram o peso em cerca de cinco kg, mas o novo motor

desenvolvia 545 HP a 8.500 rpm com 1,3 bar de pressão. Nos

treinos, com 1,6 bar, chegou a 640 HP a 8.400 rpm.

Porsche e Renault inscreveram três carros cada uma. Na casa

alemã, dois 936/78 estavam inscritos para Jacky Ickx/Henri

Pescarolo/Jochen Mass e Bob Wollek/Jurgen Barth. Um 936/77,

com motor de duas válvulas por cilindro e carenagem idêntica à

do ano anterior, foi alocado para Hurley Haywood/Peter Gregg/

Reinhold Joest. Na segunda volta, Ickx entrou no box com problemas

no cabo do acelerador. Por precaução, a Porsche transferiu

o belga para o carro de Barth e Wollek. Mass abandonou quando

liderava, e Wollek/Barth/Ickx ficaram na frente até perderem 37

minutos no box para reparos no câmbio. Terminaram em segundo,

atrás do Renault de Jean-Pierre Jaussaud/Didier Pironi e na

frente do 936/77.

Em 1979, os Porsche 935 e 934 terminaram nos quatro primeiros

lugares em Le Mans. Os dois 936, agora com as cores da petrolífera

Essex e pilotados pelas duplas Jacky Ickx/Brian Redman

Em 1983, a equipe Joest Racing correu com os novos 956 e

manteve o 936C em atividade. Acima, Siegfried Brunn, Klaus Grögor

e Leopold von Bayern (príncipe da Baviera), sétimo colocado nas

9 Horas de Kyalami de 1983. À direita, Dieter Schornstein/”John

Winter”/Jean-Michel Martin, oitavo lugar nos 1000 Km de

Spa-Francorchamps (número 15). Embaixo, o mesmo carro

disputando posição com os 956 na prova do DRM realizada em

Norisring, pilotado por Stefan Johansson. Foi o quarto colocado.

e Bob Wollek/Hurley Haywood, abandonaram. A Porsche colocou

os 936 no museu, mas Reinhold Joest comprou um chassi

reserva, denominado oficialmente “908/80”, pilotado por ele e

Ickx nas 24 Horas de Le Mans de 1980. Ficaram em segundo

lugar. Nessa época, várias equipes adaptaram motores turbo em

antigos Porsches 908 (às vezes inscritos como “908/4”). Esses

carros obtiveram vitórias, a mais importante delas nos 1000 Km

de Nürburgring de 1980, com Stommelen/Barth. Na edição de

1981, o 908/80 de Joest/Mass terminou em segundo lugar,

atrás do BMW M1 de Hans Stuck/Nelson Piquet. A corrida foi

encerrada após 17 das 44 voltas previstas devido ao acidente

fatal de Herbert Müller, que dividia um 908/3 Turbo com Siegfried

Brunn. Antes da largada, Müller havia anunciado que aquela

seria sua última corrida. Tinha 41 anos.

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MUNDO PORSCHE

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MUNDO PORSCHE

Acima, o último resultado importante: Ernst Schuster/Siegfried Brunn/Rudi Seher levam o 936C ao

sexto lugar nas 24 Horas de Le Mans de 1986. À direita, pôster comemorativo do título de Bob Wollek

no DRM (campeonato alemão de carros esporte) em 1982, com um 936. O segundo colocado, Rolf

Stommelen, pilotou um CK5, a versão do 936 com cockpit fechado construído pela equipe Kremer.

Para Le Mans, a intenção inicial da Porsche era tentar vencer na

classe GT com o 944 Turbo, que estava sendo lançado no mercado.

Mas Peter Schutz, recém-empossado como sucessor de

Ernst Fuhrmann na presidência da empresa, manifestou o desejo

de tentar a vitória na classificação geral. Peter Falk, diretor de

competições, resgatou os 936 e instalou neles o motor “935/72”

construído originalmente para as 500 Milhas de Indianápolis.

Convertido de metanol para gasolina e rebatizado de “935/78”,

o biturbo de 2.140 cm³ entregou 630 HP na configuração de

corrida. Jacky Ickx/Derek Bell venceram, e Jochen Mass/Hurley

Haywood/Vern Schuppan só não fizeram dobradinha por causa

de uma parada de três horas para reparar panes de embreagem

e injeção.

A temporada 1981 foi a primeira a ter um Campeonato Mundial

de Pilotos (vencido por Bob Garretson com um Porsche 935). Em

1982, o novo Campeonato Mundial de Endurance passou a ter o

Grupo B para carros GT e o Grupo C para esporte-protótipos de

cockpit fechado. Não havia limitações quanto à configuração dos

motores, mas o consumo máximo deveria ser de 60 litros a cada

100 km (1,66 km/l). A equipe oficial da Porsche correu com o

novo 956. Joest Racing e Kremer construíram respectivamente

o 936C e o CK5, versões do 936 adaptadas para as regras do

Grupo C. Ao volante do 936 aberto da Joest, Bob Wollek conquistou

em 1982 o título do DRM, o campeonato alemão de

carros esporte.

Com as entregas de unidades do 956 para equipes clientes,

os 936C e CK5 foram sendo encostados. Por isso, foi recebida

com surpresa a inscrição de um 936C nos 1000 Km de Monza

de 1986. Pilotado por seu proprietário, Ernst Schuster, e pelo

experiente Siegfried Brunn, terminou em 12º lugar. Nas 24

Horas de Le Mans, a equipe foi reforçada por Rudi Seher. O trio

recebeu a bandeirada em sexto, um resultado excelente para um

carro inscrito por uma equipe particular e conduzido por pilotos

amadores. Exatos dez anos depois da primeira participação (e da

primeira vitória), o 936 encerrou sua história com um resultado

digno de aplausos.

BIBLIOGRAFIA E FONTES DE REFERÊNCIA E CONSULTA

Sites: classicscars.com e racingsportscars.com

Revistas: Auto Esporte (1977), Grand Prix (1974-1975), Grand Prix International (1982-1983)

Livros e anuários: “Autocourse” (1975-1983); “Porsche-Excellence Was Expected”, de Karl Ludwigsen; “24 Heures Du Mans 1923-1992”, de Christian

Moity, Jean-Marc Teissedre e Alain Bienvenu

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COMPETIÇÃO

VITÓRIA NA

ESTREIA

Não poderia ter sido melhor:

Stuttgart Motorsport vence em

Interlagos na sua primeira corrida

com o novo Porsche 911 GT3 R

Uma espera recompensada com uma vitória inesquecível. Adiada

por quatro meses em função da pandemia do novo coronavírus, a

abertura do Endurance Brasil aconteceu no dia 1º de agosto com a

disputa das Quatro Horas de Interlagos. E a equipe Stuttgart Motorsport

chegou à vitória com o novo Porsche 911 GT3 R pilotado

por Marcel Visconde e Ricardo Mauricio.

Visconde assumiu a liderança da GT3 na largada e manteve o primeiro

lugar durante oito voltas – até ser superado pelo carro dos

Negrão. O Mercedes abriu distância, mas sempre com o Porsche

relativamente próximo. Durante a primeira metade da prova, os dois

carros trocaram duas vezes de posição, tanto na pista quanto após

os pit stops obrigatórios. Na segunda metade, com Ricardo Mauricio

ao volante, o Porsche assumiu definitivamente a liderança da GT3

após a terceira e última bateria de pit stops. Foi a primeira vitória

da Stuttgart Motorsport no Endurance Brasil após a conquista do

título de Visconde e Mauricio na classificação geral na temporada

de 2017, também com um Porsche 911 GT3 R. Xandinho Negrão/

André Negrão e Guilherme Figueiroa/Júlio Campos, ambos com

Mercedes AMG GT3, completaram o pódio da categoria.

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COMPETIÇÃO

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COMPETIÇÃO

Abaixo, o 911 GT3 R em Curitiba. À direita, o trabalho de box da equipe Stuttgart

Motorsport foi fundamental para a vitória de Marcel Visconde e Ricardo Mauricio.

O ENDURANCE BRASIL 2020 COMEÇOU COM AS QUATRO

HORAS DE INTERLAGOS, E A STUTTGART MOTORSPORT

VENCEU NA ESTREIA DO NOVO PORSCHE 911 GT3 R

Para Visconde, a vitória confirmou a expectativa provocada pela

chegada do 911 GT3 R da nova geração: “Demoramos um pouco

para entender o novo 911 GT3 R nos testes de pré-temporada e

depois veio a paralisação causada pela pandemia. Fiquei alguns

meses sem pilotar e me senti um pouco ‘enferrujado’, mas aqui

pude constatar que o carro novo dá muita confiança nas freadas

e curvas de alta. Além disso, ele tem ar condicionado, o que gera

mais conforto, especialmente no calor. Para um ‘gentleman driver’,

isso faz diferença”, explica. “Estávamos desde o fim de 2017

sem ganhar. Em 2018 não deu, e em 2019 chegamos perto em

Santa Cruz do Sul, mas houve um acidente com um retardatário

a duas voltas do fim. Desta vez, as coisas se encaixaram. Isso é

bom para dar moral para a equipe.”

Visconde admite que, antes da corrida, sua maior preocupação

era com a largada: “Depois de tanto tempo parado, todo mundo

estava em uma expectativa muito grande para correr. Nossa

dupla está muito equilibrada, o ritmo dos dois pilotos foi maravilhoso,

e ainda temos o que melhorar no carro, especialmente

em termos de acerto. Felizmente, deu tudo certo”.

Ricardo Mauricio considerou “brilhante” o trabalho da equipe Stuttgart

Motorsport. “O carro novo tem muito mais tecnologia e eletrônica

disponível. Ele é confiável, mais rápido e mais fácil de guiar

do que o anterior. Na corrida, o Marcel fez dois turnos excelentes.

Os meus também foram bons e a equipe fez uma boa estratégia.

Foi um bom começo de campeonato para nós”, comemorou.

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COMPETIÇÃO

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COMPETIÇÃO

Mais que participar: pelo quarto ano consecutivo, a Stuttgart

é uma das patrocinadoras do Endurance Brasil.

O Endurance Brasil prosseguiu no dia 5 de setembro com as

Quatro Horas de Curitiba. Líder da categoria GT3 durante a maior

parte da corrida, a Stuttgart Motorsport viu suas chances serem

liquidadas a menos de dez minutos do final devido a um acidente

causado por óleo na pista. Visconde, tendo Negrão muito próximo,

iniciou a ultrapassagem sobre Átila Abreu, piloto da categoria

GT4, na saída da curva da Vitória. O óleo fez o Porsche sair de

traseira e, após a tentativa de correção, rodar até bater no muro.

A forte disputa entre o Porsche 911 GT3 R e o Mercedes AMG

de Xandinho Negrão/Ricardo Zonta movimentou a categoria

GT3 em Curitiba. O carro de Negrão/Zonta começou na frente,

sempre com o Porsche (a essa altura pilotado por Mauricio) a

menos de meio segundo. Após a primeira rodada de pit stops,

Visconde saiu na frente e manteve a posição até ser fechado por

um retardatário e sair da pista. Esse incidente deixou o carro de

Negrão/Zonta com 11 segundos de vantagem. Parte desse tempo

foi parcialmente descontada por uma entrada de safety car

e, minutos depois, foi aberta nova rodada de pit stops. Mauricio

voltou a pilotar o Porsche e sustentou uma vantagem média de

30 segundos até entregar o carro de volta a Visconde na terceira

e última parada obrigatória.

Faltando menos de uma hora para a bandeirada, Negrão começou

a descontar a distância de 30 segundos que o separava do

Porsche, deixando no ar a expectativa de uma disputa acirrada

pela vitória nas voltas finais. A aproximação entre os dois líderes

da GT3 foi precipitada por uma nova entrada de safety car. Na

relargada, dada a dez minutos do fim, Visconde manteve a liderança,

mas Negrão tirou partido da maior potência de seu carro

para se aproximar rapidamente. Foi quando aconteceu o acidente

que definiu o resultado da categoria.

Mesmo sem receber a bandeira quadriculada, o Porsche 911

GT3 R percorreu distância suficiente para ser classificado em

segundo lugar na categoria GT3 e em quarto na classificação

geral. Esse resultado manteve Visconde e Ricardo Mauricio na

tabela de pontuação da GT3, agora empatados com Negrão.

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COMPETIÇÃO

VISCONDE E MAURICIO COM OS TROFÉUS DA VITÓRIA

EM INTERLAGOS. PRESENÇA DO PORSCHE 935 FOI

UMA DAS ATRAÇÕES DA PROVA PAULISTANA

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COMPETIÇÃO

MEIO SÉCULO DE VITÓRIAS

Porsche celebra os 50 anos da primeira vitória na

classificação geral das 24 Horas de Le Mans

Marca de maior sucesso na história das 24 Horas de Le Mans,

a Porsche comemorou em 2020 os 50 anos da primeira vitória

na classificação geral da clássica corrida francesa. Além delas,

a marca conseguiu 108 triunfos em categorias em quase 70

anos de presença ininterrupta.

A primeira incursão da Porsche em Le Mans aconteceu em 1951

e a primeira vitória na geral ocorreu em 13 e 14 de junho de

1970 com Hans Herrmann e Richard Attwood, os pilotos que

conduziram o Porsche 917K da equipe Salzburg ao primeiro lugar

na corrida. Por coincidência, a edição de 2020 estava prevista

para esses mesmos dias, mas foi adiada para setembro por causa

da pandemia da COVID-19. Quando setembro chegou, a Porsche

pôde finalmente fazer as celebrações. Uma delas foi colocar em

Le Mans seis carros vitoriosos nas 24 Horas: o 917K de 1970,

o 917K de 1971, o 936/81 Spyder de 1981, o 962C de 1987,

o 911 GT1/98 e, fechando a lista, o mais recente vencedor na

classificação geral, o 919 Hybrid tripulado em 2017 por Timo

Bernhard, Brendon Hartley e Earl Bamber.

A Porsche promoveu também um encontro entre dois gigantes.

Herrmann e Bernhard posaram para fotos com os carros que

cada um pilotou e contaram histórias. “Corridas ainda são perigosas,

mas não há comparação com o que eram antes. O medo

era uma companhia constante há 50 anos”, afirmou Bernhard.

Herrmann, bem-humorado, relembrou: “Quando eu comprava um

tubo de pasta de dente, pensava: ‘Espero terminar este’”.

Os dois carros mostram as mudanças ocorridas ao longo das

décadas. O 917 K pesa 800 kg, com motor de 12 cilindros,

4,5 litros, 580 HP e tração traseira. Deixá-lo pronto para correr

exigia apenas 10 minutos de aquecimento. A carenagem de

resina sintética tem 1,2 mm de espessura. O 919 Hybrid tem

motor V4 turbo a gasolina de 2 litros com quase 500 HP para as

rodas traseiras e motor elétrico com mais de 400 HP para o eixo

dianteiro – ou seja, tem tração nas quatro rodas. Para colocá-lo

em condições de correr, é necessário um procedimento de duas

horas monitorado por dois técnicos e um engenheiro de corrida. O

carro tem uma construção maciça de fibra de carbono e o piloto

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Os seis carros levados

pela Porsche para celebrar

os 50 anos da primeira

vitória na classificação

geral em Le Mans.

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COMPETIÇÃO

Acima, a Fritz Enzinger, vice-presidente do automobilismo da Porsche, entrega mock-up do 919 Hybrid ao presidente do Automobile Club

de l’Ouest (ACO), Pierre Fillon. Abaixo, encontro de gerações: Hans Herrmann com o 917 e Timo Bernhard com o 919 Hybrid. À direita, os

carros de Campbell/Pera/Ried (77), Bruni/Lietz/Makowiecki (91) e Christensen/Estre/Vanthoor (92) nas 24 Horas de Le Mans de 2020.

fica muito mais protegido (acesse shorturl.at/euwQ4 para ler a

reportagem completa em inglês).

Pouco antes da largada das 24 Horas de Le Mans de 2020, no

dia 19 de setembro, Fritz Enzinger, vice-presidente do automobilismo

da Porsche, entregou um mock-up do 919 Hybrid ao

presidente do Automobile Club de l’Ouest (ACO), Pierre Fillon. O

mock-up é baseado em um carro de 2016 construído para testes.

O modelo é composto por peças originais como chassi, freios

e propulsão, complementado com peças de carroceria e pintura

idêntica à usada nas 24 Horas de Le Mans de 2016. O 919

Hybrid ficará em exposição permanente no museu de Le Mans.

Na corrida, o melhor desempenho da Porsche aconteceu na

classe GTE Am, com o segundo lugar do Porsche 911 RSR da

equipe Dempsey-Proton Racing pilotado por Matt Campbell,

Riccardo Pera e Christian Ried. O brasileiro Felipe Fraga terminou

em 14º na classe. Na classe GTE Pro, os carros da fábrica

correram com decoração comemorativa criada pela Porsche

Esports Team para as 24 Horas de Le Mans Virtuais realizada

em junho, na data prevista para corrida real. No simulador, a

Porsche venceu na GTE com os pilotos Nick Tandy, Ayhancan

Güven, Joshua Rogers e Tommy Østgaard; na vida real, os

carros terminaram em quinto e sexto lugares. Gianmaria Bruni,

Richard Lietz e Frédéric Makowiecki, pole position na classe,

ficaram próximos dos líderes até terem um problema elétrico no

domingo de manhã. Michael Christensen, Kévin Estre e Laurens

Vanthoor enfrentaram uma falha no sistema de assistência da

direção com cinco horas de corrida. O reparo custou dez voltas

e fez o trio fechar na sexta colocação.

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COMPETIÇÃO

EM LE MANS, OS 911 RSR DA EQUIPE DE FÁBRICA

REPRODUZIRAM DECORAÇÕES CRIADAS PARA AS 24

HORAS DE LE MANS VIRTUAIS, DISPUTADAS NA DATA

ORIGINALMENTE PREVISTA PARA A CORRIDA REAL

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COMPETIÇÃO

BALANÇO POSITIVO

Primeira temporada da Porsche na Fórmula E termina com dois pódios

conquistados e perspectiva de mais conquistas em 2021

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COMPETIÇÃO

Acima, o cockpit do Porsche 99X Electric. À direita, os carros de André

Lotterer e Neel Jani em uma das seis provas realizadas no antigo

aeroporto de Tempelhof, em Berlim, hoje transformado em parque.

A temporada 2019-2020 da Fórmula E chegou ao fim. Em sua

estreia na competição para monopostos de propulsão 100%

elétrica, a TAG Heuer Porsche Formula E Team obteve dois

segundos lugares, uma pole position e terminou oito vezes em

posições pontuáveis com os pilotos André Lotterer e Neel Jani,

ficando em oitavo lugar no campeonato de equipes.

Devido à pandemia da COVID-19, a temporada 2019-2020 foi

interrompida oficialmente em 13 de março. Até então, haviam

sido disputadas cinco provas (a última delas em Marrakesh, no

dia 29 de fevereiro) e havia outras oito que iriam ser disputadas

até julho – exatamente o período em que todas as atividades

esportivas estiveram paralisadas. As corridas da Fórmula E

acontecem predominantemente em circuitos de rua e, por razões

diversas, não foi possível realizar nenhuma prova fora das datas

originalmente marcadas. O campeonato só pôde ser finalizado

(e validado) com a realização de uma verdadeira maratona: seis

corridas em nove dias, todas no desativado aeroporto Tempelhof,

em Berlim, um dos palcos tradicionais da Fórmula E. Foram três

rodadas duplas, cada uma em um circuito “diferente”. Na primeira,

em 5 e 6 de agosto, usou-se o traçado normal, mas com

sentido invertido. Na segunda, nos dias 8 e 9, os pilotos voltaram

ao sentido original da pista. Para a terceira, nos dias 12 e 13,

acrescentou-se um trecho sinuoso que aumentou a extensão da

pista de 2,355 para 2,505 km.

No balanço final, a Porsche considerou positiva sua estreia na

Fórmula E. Lotterer foi o responsável pela maior parte dos resultados.

Antes da paralisação do campeonato, ele havia obtido

um segundo lugar na rodada dupla de abertura realizada em

Diriyah, na Arábia Saudita, e largado na pole position na Cidade do

México – uma vantagem perdida logo na primeira curva devido

a um toque de outro piloto. Na “segunda fase”, ele obteve mais

um segundo lugar. Neel Jani terminou nove das onze corridas e

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COMPETIÇÃO

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COMPETIÇÃO

André Lotterer foi o melhor piloto da Porsche na temporada de estreia

na Fórmula E: terminou o campeonato em oitavo lugar, com dois

segundos lugares e uma pole position como melhores resultados.

obteve como melhor colocação um sexto lugar. O título ficou com

o português António Félix da Costa, da DS Techeetah.

“Acho que podemos ficar orgulhosos e felizes com o que conquistamos

em nossa primeira temporada na Fórmula E”, avalia

Lotterer. “Tivemos bons resultados e também pontos baixos,

mas é o preço a pagar de uma equipe nova em um campeonato

tão competitivo. Essas corridas são as que apontam com mais

clareza o que não deu certo, e isso nos tornará mais fortes no

futuro”, confia. Tendo em mente o conhecimento adquirido e o

desenvolvimento do Porsche 99X Electric, Lotterer estabeleceu

objetivos para o segundo ano: “Estivemos bem e conseguimos

resultados no pódio. Esse era o alvo. Nosso próximo objetivo é

vencer corridas”.

A partir da próxima temporada (que, apesar de nomeada “2020-

2021”, só começará em janeiro), a Fórmula E terá o status de

Campeonato Mundial chancelado pela FIA, incorporando tal

condição a seu nome oficial. “A quantidade de marcas premium

envolvidas mostra o quão relevante e importante é a Fórmula E”,

afirma Lotterer, que terá um novo companheiro: Pascal Wehrlein

substituirá Neel Jani, que terá outras funções na Porsche.

Wehrlein fez história ao se tornar o mais jovem campeão do DTM

(em 2015, aos 21 anos) e tem experiência de duas temporadas

completas na Fórmula 1 e uma na Fórmula E. “Estou muito feliz e

grato por esta oportunidade de defender a Porsche. Vou fazer de

tudo para alcançar nossos objetivos”. A dupla de pilotos já iniciou

os testes de pista com o Porsche 99X Electric para a temporada

2020-2021.

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COMPETIÇÃO

Para validar a temporada 2019-2020, a Fórmula E realizou seis provas em nove dias no

circuito do aeroporto de Tempelhof, em Berlim. Os resultados de André Lotterer (carro 36)

e Neel Jani (18) deram à Porsche o oitavo lugar no campeonato de estreia na Fórmula E.

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COMPETIÇÃO

ESTRELANDO:

MICHAEL FASSBENDER

Um dos grandes atores do cinema contemporâneo inicia sua carreira nas pistas

com apoio da Porsche. Objetivo: disputar as 24 Horas de Le Mans em 2021

Michael Fassbender é o mais recente astro do elenco da

Porsche. O ator irlandês de 43 anos, nascido em Heidelberg

(Alemanha) e emigrado aos dois anos de idade para a República

da Irlanda, faz sua temporada de estreia no automobilismo

como parte de um programa para disputar as 24 Horas de Le

Mans em 2021.

“Antes mesmo de começar a atuar, eu já tinha um grande sonho:

correr. Meu pai era um bom motorista e me ensinou muitas

coisas”, diz Fassbender. “Sempre senti afinidade com os carros,

uma ligação com a condução e a velocidade.” Por coincidência,

sua carreira como ator se deve a um homem chamado Steve

McQueen. Não o ator norte-americano de “As 24 Horas de Le

Mans”, falecido em 1980, mas o diretor homônimo londrino que

descobriu Fassbender no teatro e lhe deu o papel principal no

filme “Hunger”, de 2008. Nos anos seguintes, Fassbender brilhou

em sucessos como “Bastardos Inglórios”, “Jane Eyre”, “12 Anos

de Escravidão”, “O Conselheiro do Crime”, “Macbeth” e “Assassin’s

Creed”, além da série “X-Men”, tornando-se um dos maiores

astros do cinema contemporâneo.

O sonho de ser piloto começou a virar realidade em um voo entre

Londres e Los Angeles. Fassbender encontrou-se com Patrick

Dempsey, que havia disputado as 24 Horas de Le Mans e já era

coproprietário da Proton Competition, e começaram a conversar

sobre corridas. Apresentado por Dempsey à Porsche Motorsport,

Fassbender participou do Porsche Driving Experience, o programa

de nível inicial com sessões de treinamento com um Porsche

911 GT3 Cup. Completada essa etapa, avançou para o Porsche

Racing Experience. Em 2019, ele completou o Nível 2 disputando

uma temporada completa da Porsche Sports Cup alemã com um

Porsche 911 GT3 Cup.

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Acima, o Porsche 911 RSR da equipe Proton Competition pilotado por Michael Fassbender

no European Le Mans Series. Abaixo, o ator (carro número 911) no circuito de Barcelona,

durante a etapa da Porsche Supercup preliminar do GP da Espanha de Fórmula 1.

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COMPETIÇÃO

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COMPETIÇÃO

Michael Fassbender alimentava desde garoto a vontade de correr de automóvel. Nestas

páginas, três etapas de sua carreira: o começo na Porsche Sports Cup (acima à esquerda), no

European Le Mans Series (abaixo à esquerda, de capacete verde) e durante a prova da Porsche

Supercup em Barcelona. O grande objetivo: disputar as 24 Horas de Le Mans em 2021.

Na temporada 2020, Fassbender subiu mais um degrau: disputa

o European Le Mans Series, campeonato com provas de quatro

horas de duração, dividindo um Porsche 911 RSR da equipe

Proton Competition na classe LM GTE com Richard Lietz e Felipe

Fernández Laser. Nas duas primeiras corridas disputadas, em

Paul Ricard e Spa-Francorchamps, o trio obteve um sétimo e

um quarto lugares. “Michael sonha com Le Mans. É empolgante

fazer parte disso e poder ajudá-lo um pouco na sua caminhada,

oferecendo minha contribuição”, explica Lietz, piloto de fábrica

da Porsche.

Fassbender vem aproveitando todas as oportunidades para correr.

Disputou a prova da Porsche Supercup preliminar do GP da

Espanha de Fórmula 1 no Circuit de Catalunya, mas se envolveu

em um acidente coletivo acontecido logo após a largada e não

completou a primeira volta. Teve mais sorte na corrida da Porsche

Carrera Cup preliminar das 24 Horas de Le Mans, em que

terminou em 38º lugar entre 53 inscritos.

Conciliar a carreira de ator com a de piloto só tem uma dificuldade:

“Obviamente é difícil conseguir seguro para um filme se

eu correr ao mesmo tempo. Então, para mim, há a temporada de

corridas e há meses para atuar. Mas eu sempre tive um plano de

aos 40 anos aliviar a atuação e tentar entrar nas corridas”. Para

acompanhar a jornada de Fassbender, acesse www.porsche.com/

roadtolemans.

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REARVIEW

LABORATÓRIO DE ALTA

PERFORMANCE

Propulsão híbrida sem uso de baterias: o 911 GT3 R Hybrid foi um dos mais

interessantes carros experimentais da Porsche e fez bonito nas pistas

Texto Luiz Alberto Ramos Pandini

Fotos arquivo Porsche

Em meados da década de 2000, a Porsche era uma das fabricantes

mais ativas na pesquisa e no desenvolvimento de carros

híbridos. E o fazia em todas as frentes: modelos de uso diário,

superesportivos e carros de competição. Cada um com uma

tecnologia diferente de propulsão híbrida.

No Salão de Genebra de 2010, a marca apresentou a nova linha

Cayenne com o primeiro Cayenne Hybrid (sem sistema plug-in),

o 918 Spyder (ainda um carro-conceito) e o 911 GT3 R Hybrid

de competição. Nele, o motor boxer de 6 cilindros (com 4 litros

e 486 HP de potência) era complementado por dois motores

elétricos de 60 kW cada um (cerca de 81,5 HP), o que significava

um acréscimo momentâneo total de 163 HP enviados às

rodas dianteiras por meio de eixos de transmissão. A diferença

em relação aos outros dois é que no GT3 R Hybrid esses motores

eram alimentados por um gerador (instalado ao lado do piloto,

no lugar do banco dianteiro), e não por baterias. Esse gerador era

um motor elétrico dotado de rotor que girava a até 40.000 rpm,

armazenando energia mecanicamente.

Nas frenagens, os motores elétricos passavam a atuar como

geradores capazes de converter grande parte da energia transformada

em calor durante a frenagem (e que seria desperdiçada)

em energia mecânica. Essa energia ficava à disposição do piloto,

que podia usá-la em uma saída de curva, uma ultrapassagem ou

mesmo para economizar combustível. A recarga era rápida, e o

tempo de potência suplementar disponível era de 6 a 8 segundos.

Essa tecnologia havia sido desenvolvida pela equipe Williams de

Fórmula 1 com base no KERS (sistema de recuperação de energia

cinética, em inglês) não utilizado na temporada 2009 em detrimento

do sistema alimentado por baterias.

A estreia do 911 GT3 R Hybrid aconteceu em março de 2010

nas 4 Horas de Nürburgring, válidas pelo VLN (campeonato de

endurance de Nürburgring, com provas realizadas no traçado

completo de 25 km). Pilotado por Richard Lietz, Jörg Bergmeister

e Martin Ragginger, o carro terminou em sexto lugar. Na prova

seguinte, Bergmeister e Wolf Henzler ficaram em terceiro. Mas

seus atributos ficaram evidentes nas 24 Horas de Nürburgring,

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REARVIEW

Acima, o Porsche 911 GT3 R Hybrid a caminho de sua primeira vitória na quarta etapa do campeonato VLN (provas de

quatro horas no Nürburgring Nordschleife) de 2011, pilotado por Marco Holzer, Richard Lietz e Patrick Long. Na página

à esquerda, o rotor que atuava como gerador e acumulador de energia. Abaixo, o esquema técnico do carro na versão de

2011, mostrando o rotor (no lugar do banco do passageiro), o motor elétrico dianteiro e o motor a combustão traseiro.

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Painel do 911 GT3 R Hybrid. Ao lado, o trio formado por Marco Holzer,

Richard Lietz e Patrick Long celebra a vitória em Nürburgring na corrida

do VLN realizada no dia 28 de maio de 2011. Romain Dumas, Lucas Luhr

e Marc Lieb fizeram a dobradinha da Porsche com um 911 GT3 RSR.

em que o trio original foi reforçado por Marco Holzer. Mesmo

sendo mais pesado, o 911 GT3 R Hybrid era rápido e desfrutava

maior autonomia a tal ponto que parava para reabastecimento a

cada nove voltas, contra oito dos concorrentes. Em um autódromo

“comum”, isso significaria que cada tanque de gasolina permitiria

dar quatro ou cinco voltas mais que os outros carros.

Na 15ª hora, o 911 GT3 R Hybrid assumiu a liderança. E a

manteve até a corrida chegar a 22 horas e 15 minutos, quando

Bergmeister ouviu um barulho na parte traseira do carro e, em

seguida, houve perda de potência. Desapontamento geral, seguido

por uma constatação encorajadora: o sistema híbrido nada tinha

tido a ver com o abandono. Ele havia sido causado por uma pane

banal no motor a combustão.

Para 2011, a Porsche apresentou o 911 GT3 R Hybrid desenvolvido,

apelidado na própria fábrica “2.0”. Ele pesava 50 kg menos

graças ao uso de componentes mais leves, e a potência extra

proporcionada por cada motor elétrico aumentou para 75 kW,

chegando a um total de 200 HP. A do motor a combustão foi

reduzida para 465 HP, otimizando o consumo de combustível.

Problemas diversos relegaram o carro ao 28º lugar nas 24 Horas

de Nürburgring; a primeira vitória aconteceu na quarta etapa do

VLN com o trio formado por Holzer, Lietz e Patrick Long. Nas

quatro horas de corrida, o 911 GT3 R Hybrid precisou reabastecer

duas vezes, uma a menos que seus concorrentes.

Em setembro, o 911 GT3 R Hybrid disputou a etapa do American

Le Mans Series em Laguna Seca. Romain Dumas e Richard Lietz

largaram em último e, depois de seis horas de corrida, terminaram

em décimo lugar, à frente de todos os outros GT. Dois meses depois,

o carro disputou a última etapa do Intercontinental Le Mans

Cup em Zhuhai, na China. Pilotado por Bergmeister e Long, ficou

novamente à frente de todos os GTs.

No ano seguinte, a Porsche iniciou sua preparação para estrear no

Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC), e o 911 GT3 R

Hybrid saiu de cena. Ele e o 918 Spyder foram fundamentais para

o sucesso do 919 Hybrid, vencedor das 24 Horas de Le Mans por

três anos consecutivos (2015, 2016 e 2017).

106

PORSCHE INSIDER 76


Sensação de carro esporte e

fortes descargas de adrenalina.

Cayenne Turbo Coupé

O design imponente e a potência de 550 HP se uniram

perfeitamente, desenvolvendo o modelo que é moldado por

performance. Apaixone-se por um verdadeiro Porsche!

Respeite a sinalização de trânsito.

Disponível na unidade Stuttgart mais próxima.

São Paulo (matriz) (11) 5644-6700 Ribeirão Preto (16) 3516-8300 Campinas (19) 2122-9900 Rio de Janeiro (21) 2495-5959 Curitiba (41) 3333-3113 Florianópolis (48) 2107-4070Porto Alegre (51) 3083-6100 Recife (81) 3312-0950.

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São Paulo: Shopping Cidade Jardim (11) 3198-9458

Rio de Janeiro: Shopping Village Mall (21) 3252-2846

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