Revista Biosfera - 8ª Edição
Bem-vindos(as) à 8ª edição da Revista Biosfera! Como parte das atividades de extensão do grupo PET Biologia da UFSCar, a revista vem sendo feita desde 2017 e você pode encontrar cada uma das produções em versão digital aqui na plataforma Yumpu! A publicação deste semestre traz diversas informações pertinentes aos graduandos da UFSCar, especialmente aos calouros do curso de Ciências Biológicas. A versão impressa da revista Biosfera é sempre distribuída aos novos alunos que participam da atividade de integração, conhecida como Zooenduro, que consiste na viagem até a Cachoeira do Saltão em Itirapina. No entanto, devido às circunstâncias remotas, a 8ª edição está apenas em modalidade digital. Com o retorno ao presencial, você poderá conferir o exemplar impresso da edição mais recente no mural do PET no CCBS. Esta edição conta com duas entrevistas: uma com o Prof. Dr. Wladimir Rafael Beck, pesquisador no DCF, e outra com a Dra Samyra Furtado, ilustradora científica. Além disso, entre outros assuntos que compõem a revista, há descrição dos coletivos e departamentos da biologia; dicas de estágios e práticas voluntárias; divulgação científica; e recomendações culturais. Não deixe de conferir e seja bem-vindo, estudante! Boa leitura!
Bem-vindos(as) à 8ª edição da Revista Biosfera! Como parte das atividades de extensão do grupo PET Biologia da UFSCar, a revista vem sendo feita desde 2017 e você pode encontrar cada uma das produções em versão digital aqui na plataforma Yumpu! A publicação deste semestre traz diversas informações pertinentes aos graduandos da UFSCar, especialmente aos calouros do curso de Ciências Biológicas. A versão impressa da revista Biosfera é sempre distribuída aos novos alunos que participam da atividade de integração, conhecida como Zooenduro, que consiste na viagem até a Cachoeira do Saltão em Itirapina. No entanto, devido às circunstâncias remotas, a 8ª edição está apenas em modalidade digital. Com o retorno ao presencial, você poderá conferir o exemplar impresso da edição mais recente no mural do PET no CCBS. Esta edição conta com duas entrevistas: uma com o Prof. Dr. Wladimir Rafael Beck, pesquisador no DCF, e outra com a Dra Samyra Furtado, ilustradora científica. Além disso, entre outros assuntos que compõem a revista, há descrição dos coletivos e departamentos da biologia; dicas de estágios e práticas voluntárias; divulgação científica; e recomendações culturais. Não deixe de conferir e seja bem-vindo, estudante! Boa leitura!
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AGOSTO de 2021
BIOSFERA
BEM VINDO (A),
CALOURO (A)
Departamentos e Assistência Estudantil
Oportunidades que a Universidade oferece
Entrevista com Samyra Furtado (UFJF)
Carreira e dia-a-dia da ilustração científica
Estágios e Voluntariado
Opções de trabalho e atuação em
São Carlos e SP no geral
Mesmo que possua uma beleza
exuberante, o azul é um pigmento raro
na natureza. Em muitos animais essa
cor se dá através de interações entre a
luz e a estrutura da escama ou
plumagem desses animais. Nesse
desenho eu dei enfoque à graciosidade
deles e sua grande variedade de tons
apesar de um único matiz.
Essa foi a descrição dada para a arte feita pela artista Melissa Akemi,
aluna da Biologia. Ela compartilha suas produções no Instagram
pelo perfil @akemimemel
Com intuito de promover um espaço para os alunos da
biologia compartilharem suas ideias, trabalhos acadêmicos
e ter contato com informações sobre o curso, o PET-Bio
UFSCar possui um projeto semestral, a revista Biosfera!
A oitava edição da Biosfera tem como público alvo os
calouros e calouras da Biologia UFSCar e buscamos, com
muito carinho, inserir informações relevantes, trazer
entretenimento e divulgar o trabalho dos estudantes do
nosso curso.
Para as próximas edições, envie seu texto (que pode ser
um trabalho acadêmico, alguma informação que queira
compartilhar com os colegas de curso, poemas, desenhos,
etc) e ficaremos felizes em considerar para publicação!
E-mail para envio dos textos e dúvidas:
pet.bio.ufscar@gmail.com
1
Sobre
Nós
⠀⠀⠀⠀⠀O Programa de Educação
Tutorial (PET) é um projeto do Governo
Federal do Brasil, subordinado à
Secretaria de Educação Superior (SESu)
do Ministério da Educação (MEC) e
possui regimento baseado no Manual de
Orientações Básicas (MOB). Com a
finalidade de complementar a formação
acadêmica e promover a formação de
profissionais com alto nível técnico,
científico e consciência social, o PET
Biologia UFSCar realiza diversos eventos
e atividades baseadas na tríade: Ensino,
Pesquisa e Extensão.
⠀⠀⠀⠀⠀Atualmente, nosso grupo é
formado por 16 pessoas, sendo 12
bolsistas, 3 voluntárias e nosso tutor,
Prof. Dr. Leonardo Maurici Borges. Para
organização das nossas atividades,
dividimos o grupo em comissões, que
são: Bio na UAC, Calourada, Guia PET,
PET Ciência, Seleção, PET UFSCar,
Saída de Campo, PAPPET, Revista, Guia
PET, EcoPET, PET Línguas e Histórico
PET. Já a gestão interna do grupo é
realizada pelas frentes, sendo elas: RH,
Financeiro, Gestão de Projetos,
Divulgação e Documentação.
⠀⠀⠀⠀⠀Prosseguimos com o isolamento
social e a suspensão das atividades
presenciais, com nossas reuniões gerais
acontecendo às segundas-feiras,
reuniões de pesquisas às sextas-feiras e
as alcaloses às quartas-feiras. Nossas
atividades seguem adaptadas ao regime
remoto e acontecem periodicamente,
alcançando um público cada vez maior e
diverso.
⠀⠀⠀⠀⠀Esse ano, foi aberto um edital
para a troca de tutores do grupo PET
Biologia e o docente contemplado foi o
Prof. Dr. Leonardo Maurici Borges, do
Departamento de Botânica (DB). O grupo
dá as boas vindas ao novo tutor e
agradece imensamente toda a
contribuição do antigo tutor Prof. Dr. Cléo
Alcantara Costa Leite, do Departamento
de Ciências Fisiológicas (DCF).
#OPETNÃOPARA
Conheça mais sobre
nosso trabalho:
petbiologia.ufscar
PET Biologia UFSCar
PETBiologiaUFSCar
t.me/petbioufscar
www.petbioufscar.com
pet.bio.ufscar@ufscar.br
2
A equipe
Leonardo Nicholas Flávia Bruna
Beatriz
Laura
João
Letícia
Vitor
Milena
Isabela
Mariannah Luana Théo
3
Atividades do PET
Atividades do PET
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Coletivos
da Bio
Junt@s vamos mais longe.
Muito mais do que em um curso, somos e estamos em uma comunidade acadêmica! Então,
além do PET Bio, conheça outros grupos de extensão que compõem a biologia UFSCar.
Semabio
⠀⠀Consiste em um evento realizado anualmente pelos
alunos(as) dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em
Ciências Biológicas com o apoio e participação das
coordenações dos cursos. O coletivo tem como
objetivo proporcionar ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
espaços de discussão e troca de conhecimento entre estudantes
da área de Ciências Biológicas.
Para saber mais, escaneie o QRCode acima, ou nos siga nas redes sociais
https://www.instagram.com/semabioufscar/?hl=en
AAABio UFSCar
⠀⠀Encontrada no campus de São Carlos, a Atlética da
Biologia procura promover a aproximação dos estudantes
de graduação, tanto da licenciatura quanto do bacharelado,
com atividades esportivas e também diversos eventos fora
do campus. Dessa ⠀⠀ forma, a atlética procura transformar a vivência universitária em uma
experiência integrada com esportes e diversão, não apenas conteúdos teóricos e práticos
da biologia, sendo assim, deixando a graduação mais leve.
⠀⠀A Atlética da Biologia envolve os alunos em competições esportivas como Copa
Renegados, juntamente com outras Atléticas e Centros Acadêmicos, o Passeio Ciclístico
no cerrado e, principalmente o INTERBIO, que é uma competição esportiva com as mais
diversas modalidades, tais como futsal, futebol de campo, natação, entre outras, mas
com a particularidade de conhecer outros estudantes de biologia das mais diversas
universidades do país.
“A integração e transformação da vivência universitária em
uma experiência ímpar, é o carro-chefe da AAA Bio.”
Para conhecer mais sobre a AAABio UFSCar, escaneie o QRCOde acima, ou nos siga nas
redes sociais!
https://www.instagram.com/aaabioufscar/?hl=en
12
Coletivos
da Bio
Junt@s vamos mais longe.
Trilha da Natureza
⠀⠀É um projeto de extensão com quase 30 anos, tendo como base a Educação
Ambiental. Um dos principais objetivos é auxiliar as pessoas a melhor conhecerem o
Cerrado onde fica a UFSCar para que este, e demais áreas verdes, possam ser
conservadas.
⠀⠀Nossa principal atividade são as visitas monitoradas pelo Cerrado UFSCar, não
apenas para apreciarmos todas as belezas que esse ambiente oferece, mas também para
a troca de conhecimentos, sensações e valores. O Cerrado é um ótimo local de
aprendizado por causa da sua enorme biodiversidade e funcionalidade e, por isso, há o
foco em restabelecer a conexão da sociedade com a natureza. Também realizamos
atividades culturais, como concursos de fotografia, o “Cine Cerrado” e o “Cerrado na
Praça”. Atualmente, devido a pandemia, estamos organizando diversas atividades
online, como lives, podcasts e minicursos abordando os mais diversos temas, como
COVID-19, plantas medicinais do Cerrado, morcegos, abelhas, a questão dos animais
domésticos em áreas naturais, entre outros.
⠀⠀Caso tenha interesse, estamos sempre abertos a novos membros e ficaremos muito
felizes em partilhar nosso amor pelo Cerrado! É possível acompanhar nossas atividades
e publicações pelo Facebook, YouTube, Instagram, Twitter e por podcasts no Spotify.
Para conhecer mais da Trilha da Natureza, escaneie o QRCode, ou siga
as nossas redes sociais
https://www.facebook.com/TrilhaDaNaturezaUfscar
https://www.instagram.com/trilhadanaturezaufscar/
Centro Acadêmico - Luiz Bertolini
⠀⠀O C.A Bio possui 48 anos de história e luta. Ele é
composto por estudantes da UFSCar, do curso de biologia e
atua ativamente, em questões sociais e pedagógicas, desde
a tomada de posições políticas, o estímulo de debates sobre
temas sociais, ⠀⠀até na interlocução da coordenação com os alunos. Atualmente, o CABio
está sendo gerido pela chapa Ecossocialista que se organiza em 4 pastas: Comunicação
e Cultural, responsável pelas páginas online e roles no pátio; Financeiro, cuida da parte
financeira do CA; Organização, responsável pelas condução e organização das reuniões
ordinárias e; Política, responsável pelo envolvimento direto com outros centros
acadêmicos, DCE e Comitê de Lutas da UFSCar.
Para saber mais escaneie o QRCode, ou siga o CABio no instagram
https://www.instagram.com/cabioufscar/
13
COLETIVOS UFSCAR
A Operação Natal é um grupo de extensão organizado por
universitários da UFSCar e da USP. O principal objetivo do
projeto é espalhar a magia do Natal e impactar as pessoas por
meio de ações sociais. Além das arrecadações, o projeto
também promove a entrega de presentes às crianças de
instituições selecionadas, assim como à conscientização
através de atividades nas escolas, instituições e para a
comunidade são-carlense.
@operacaonatalsc
@operacao_natal
A TETO é uma organização atuante em 18 países da América
Latina que busca superar a pobreza em que vivem milhões de
pessoas nas comunidades precárias, por meio do engajamento
comunitário e da mobilização de jovens voluntários. Nosso
modelo de trabalho é baseado na criação de uma ligação entre
o voluntariado e a comunidade para gerar soluções concretas
de habitat e infraestrutura a fim de melhorar as condições de
vida no local. A TETO procura que as populações das
comunidades sejam atores transformadores do território em
que vivem. Hoje está presente nos estados de São Paulo, Rio
de Janeiro, Bahia, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás
e também no Distrito Federal, nos quais já atingiu a marca de
70 projetos comunitários realizados e 4.396 moradias
emergenciais construídas.
@teto.br @oescritoriosp @causainteriorsp
Não esqueça de conferir o site do projeto:
https://www.techo.org/brasil/
14
A Campanha USP do Agasalho foi criada em 2007 com o
objetivo de estreitar laços entre a comunidade da cidade de
São Carlos e a Universidade, promovendo uma atividade
relevante para ambos. Com a Campanha de 2019 quase 60.000
peças (agasalhos, calçados, roupas de cama, entre outras)
foram triadas, possibilitando, com isso, o beneficiamento de
cerca de 50 instituições assistencialistas do município e
daqueles auxiliados pelas mesmas.
@campanhadoagasalhouspsc
@instagasalho
O GIRe³- Grupo de Incentivo aos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e
Reciclar) - é um projeto de extensão formado por alunos dos
mais variados cursos da UFSCar. Estes possuem em comum
uma preocupação com a geração exacerbada e gestão
incorreta de resíduos sólidos, de forma que o grupo
desenvolve projetos com o intuito de disseminar a prática de
hábitos mais sustentáveis na cidade de São Carlos.
@gireufscar
gire.ufscar@gmail.com
@gireufscar
GIRe UFSCar
Enactus é uma organização internacional sem fins lucrativos
dedicada a inspirar os alunos a melhorar o mundo através da
Ação Empreendedora.
Um projeto Enactus tem como objetivo melhorar a realidade de
uma comunidade por meio do empreendedorismo social,
visando sempre a autogestão, sustentabilidade e durabilidade
do projeto, sendo gerido pela própria comunidade depois da
atuação do time no projeto. O Enactus possui operações em 39
países, com cerca de 1.500 times ativos e 8.700 projetos
sociais.
@enactusufscarsaocarlos
@enactus_ufscar
Não esqueça de conferir o site do projeto:
https://timeenactusufscar.wixsite.com/me
usite
15
A Sanca Social é uma organização sem fins lucrativos gerida
em conjunto por estudantes da USP e UFSCAR de São Carlos,
que objetivam contribuir para a sociedade são-carlense em
troca de tudo que lhes foi proporcionado pela cidade. O grupo
realiza arrecadações para os necessitados, aulas de reforço e
atividades para crianças da ONG Formiga Verde, palestras e
outras atividades. Mesmo não fazendo parte do grupo é
possível ajudá-los nas diversas campanhas que eles realizam.
@sancasocial
@sancasocial
O Projeto Pontinha é um grupo de extensão voltado ao ensino
de maneira lúdica para crianças de escolas públicas de São
Carlos. Busca por meio de atuações voluntárias realizar uma
troca entre universitários e a comunidade, criando uma
ligação contínua entre causas sociais e universitários
interessados no trabalho voluntário. A iniciativa nasceu no
PET Produção da UFSCar. Atualmente o projeto está no seu
quinto ano de vida, e, após centenas de voluntários dos mais
diversos cursos da UFSCar e da USP - São Carlos passarem
pelo programa, sentem-se orgulhosos por terem causado um
impacto positivo nas diversas instituições onde já atuamos.
@pontinhaprojeto
@projetopontinha
Trata-se de uma equipe composta por estudantes de diversos
cursos da UFSCar que visa fazer protótipos de carros off road
para participar das competições de Baja SAE. Todas as partes
do carro são planejadas e feitas pelos membros, desde a sua
concepção, projeto, gestão de recursos e manufatura do
veículo na oficina do grupo. Assim, a iniciativa tem a missão
de oferecer aos estudantes a oportunidade de aprendizado e
crescimento para que, dessa forma, construam uma equipe
referência no meio bajeiro, sempre motivada e campeã. Ah, e
o mais legal é que as equipes vencedoras são convidadas a
participar da competição internacional, nos Estados Unidos!
@BajaUfscar
@bajaufscar
Não esqueça de conferir o site do projeto:
http://www.baja.ufscar.br/
16
A Red Dragons é a equipe de robótica da UFSCar, criada em
2013. O coletivo trabalha com dois principais projetos: Projeto
Robótica na Escola, que leva aulas de robótica para crianças e
jovens de escolas públicas, e a Competição IEEE Very Small
Size Soccer, na qual dois times de três robôs se enfrentam em
busca do maior número de gols. A Red Dragons tem como
objetivo desenvolver e expandir conhecimentos científicos de
robótica, além de capacitar seus membros, tanto no âmbito
profissional, quanto pessoal.
@RedDragons.UFSCar
@eddragons.ufscar
O Grupo Impacta é um coletivo de extensão originado por
alunos da Engenharia de Produção da USP e UFSCar. O
grupo procura impactar a sociedade por meio da realização de
projetos, tendo como prioridade o desenvolvimento de
pessoas, sendo sua missão complementar a formação técnica
e humana dos estudantes. Para isso, o grupo trabalha com
três grandes projetos: o Agilizaê, um evento de caráter
inovador que ocorre por meio de palestras interativas e rodas
de conversa; a SECAP (Semana das Capacitações), que é um
evento mais abrangente abordando conteúdos de diversas
áreas; e a SEMEP (Semana da Engenharia de Produção), que
busca complementar a formação acadêmica dos alunos de
Engenharia de Produção.
@ImpactaGrupo
@gimpacta
A Associação Atlética Acadêmica da Universidade Federal de
São Carlos é uma organização formada apenas por alunos para
promover atividades esportivas dentro da UFSCar. Todas as
arrecadações obtidas durante o ano são utilizadas para
aprimorar os esportes no meio acadêmico e apoiar os atletas.
Nesse sentido, a associação trabalha na organização de
torneios, espaços e horários de treinamento, criando um
ambiente que possibilita a participação de estudantes de
diferentes cursos na prática dos mais variados esportes e
aperfeiçoamento de suas habilidades.
@AAAUFSCar
@atleticaufscar
Não esqueça de conferir o site do projeto:
https://timeenactusufscar.wixsite.com/me
usite
17
O Pyladies é uma comunidade internacional
de mulheres interessadas por programação
(mais especificamente Python), seja esse
interesse profissional ou apenas um hobby.
A comunidade chegou ao
Brasil em 2013 em Natal e
atualmente está presente
Não esqueça de conferir o site do projeto:
em 30 cidades do Brasil,
incluindo São Carlos, desde
http://brasil.pyladies.com/about/
2014. A comunidade
incentiva a participação das
mulheres na área de
programação, que até hoje é
constituída majoritariamente
por homens, através de
palestras, eventos e
divulgação do trabalho de
mulheres na programação com o objetivo de
aumentar a diversidade da profissão no
mundo.
@PyLadiesBrazil
@pyladiessanca
Não esqueça de conferir o site do projeto:
http://www.observatorio.ufscar.br/agenda
-de-atividades/
O Grupo de Astronomia da
UFSCar iniciou suas
atividades em 2008 e desde
então promove encontros e
atividades de astronomia
dentro e fora dos Campi da
UFSCar. Em 2015 a
universidade inaugurou o
Observatório e com isso o
grupo presta em conjunto ao espaço
suas atividades de extensão. Hoje o grupo
desenvolve atividades; minicursos,
palestras e lives em seus canais de
comunicação.
@observatorio.ufscar
@observatorioufscar
18
O Centro de Voluntários Universitários é uma organização
não-religiosa, não-política e sem fins lucrativos, fundada em
Ribeirão Preto em 2011 e já está presente em São Carlos e
em diversas outras cidades desde 2013. É composta por
estudantes e professores universitários com a finalidade de
fomentar a cultura do trabalho voluntário no meio
acadêmico através de ações, eventos e projetos sociais.
@cvusc
@cvusaocarlos
A AIESEC é uma rede internacional
não-governamental, não-religiosa e
sem fins lucrativos gerida por jovens
com o objetivo de
desenvolver e empoderar
Não esqueça de conferir o site do projeto: jovens líderes para efetuar
progresso e impacto social.
https://aiesec.org.br/a-aiesec/ Para isso, promovem ações
de intercâmbio profissional,
social e cultural,
providenciando experiências novas e
desafiadoras aos seus membros. Sua história
data de 1948, fundada na França, e conta com
127 países e territórios membros, sendo
reconhecida pela ONU como a maior
organização gerida por universitários no
mundo.
@observatorio.ufscar
@observatorioufscar
É claro que, além desses coletivos, a UFSCar ainda é composta por muitos
outros, os quais nós verdadeiramente esperamos que apareçam por aqui na
revista Biosfera em uma edição futura! Se você gostaria de ver o seu grupo
compondo a próxima publicação, não deixe de entrar em contato com
a gente, será um prazer divulgar outras equipes!
19
filmes de
o que os
ensinam?
o público a antecipar que algo muito ruim irá
acontecer naquele momento [3].
⠀⠀⠀⠀Para gerar o efeito esperado por tais
filmes, as obras de terror inserem o público em
⠀⠀⠀⠀Sendo assim, o sucesso de um filme de
situações de sobrevivência, desconforto e pavor,
terror está intimamente ligado ao seu potencial
geralmente com situações perigosas e,
de amedrontar [3], por isso é interessante
principalmente, com criaturas sobrenaturais [6].
compreendê-lo melhor. O medo é uma emoção
Mas, muito além de mostrar que levantar da
que está ligada aos instintos dos nossos
cama de madrugada pode não ser uma boa
ancestrais que tinham que sobreviver a
ideia, os filmes de terror servem como uma
investidas de predadores e, para isso, foram
ferramenta para compreender melhor como
aprimorando os sentidos relacionados com um
nosso corpo responde a estímulos adversos,
estado de alerta do corpo. Assim, esse estado
como em situações nas quais sentimos medo.
emocional envolve reações espontâneas que
estão diretamente associadas a mecanismos de
⠀⠀⠀⠀As narrativas dos filmes de terror têm
defesa, o que torna o medo inerente à
como objetivo manter o espectador com um certo
sobrevivência das espécies [6].
nível de tensão durante toda a história, mas, ao
mesmo tempo, buscam criar elevações e quedas
⠀⠀⠀⠀É a partir de um estímulo de situação de
nessa tensão e na ansiedade do público [4]. Para
perigo, que é proveniente, por exemplo, de sons
criar esses picos de medo, diversas estratégias
ou da visão de algo assustador, que o corpo
são utilizadas. Técnicas como jogos de câmera,
desencadeia alguns fenômenos fisiológicos que
iluminação, barulhos altos e gritos repentinos são
são característicos do medo. As respostas para
ferramentas que contribuem para aumentar a
esse estímulo são ordenadas pelo sistema
emoção do filme [6;3]. Uma outra estratégia para
límbico (Imagem 1), que é um conjunto de
aumentar a tensão é o uso dos chamados sons
estruturas que regulam os processos
não diegéticos, que são aqueles que não fazem
emocionais. Quando a emoção em questão é o
parte da história e são ouvidos somente pelo
medo, a estrutura do sistema límbico
público. Destes, o mais conhecido é a trilha
responsável pela resposta é a amígdala cerebral
sonora, em que a música acompanha a chegada
[2].
do perigo, assim como um silêncio repentino leva
⠀⠀
20
terror nos
Imagem 1. O Sistema Límbico. Fonte: Escola de Postura.
Disponível em: https://bit.ly/37myF4a
⠀⠀⠀⠀Dessa forma, a amígdala participa de
alterações no Sistema Nervoso Autônomo
(Imagem 2) que coordenará a resposta corpórea
ao medo. Este é um mecanismo complexo que
depende de interações de diversas áreas como o
córtex cerebral, amígdala e hipotálamo. A
resposta é coordenada de modo neuroendócrino.
Assim, o sistema nervoso simpático atua
estimulando diretamente seus órgãos alvos ao
mesmo tempo que a medula adrenal é
estimulada a liberar catecolaminas (adrenalina e
noradrenalina) na corrente sanguínea. O
resultado desta ativação neuroendócrina é
conhecido como mecanismo de luta ou fuga e
prepara o organismo para uma ação física
imediata [2].
⠀⠀⠀⠀O mecanismo também envolve a posterior
produção e liberação de cortisol e outros
corticosteróides, conhecidos como hormônios do
estresse [1]. Um aspecto interessante na
liberação desses hormônios é que a dopamina,
outra catecolamina, também é liberada no
processo, participando como item tardio desta
resposta ao medo [1;6]. A dopamina está
associada aos sentimentos de prazer e
satisfação e pode ser que ela também esteja
relacionada à sensação de alívio que vem após
um susto. Essa produção de dopamina,
juntamente com a sensação de prazer e
recompensa, varia de pessoa para pessoa.
Assim, é possível que ela tenha uma ligação
indireta com o motivo pelo qual algumas pessoas
gostam de terror e muitas outras não [6]. ⠀⠀⠀⠀
Imagem 2. Divisão do sistema nervoso autônomo. Fonte:
Biologia Total. Disponível em: https://bit.ly/3yv9OHs
21
ANSIEDADE, Neurobiologia do Medo e. [S. l.: s. n.], 2 de jun. de 2020. 1 vídeo (53 min). Publicado pelo canal Anatomia com
1-
Carlão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
Professor
v=zxJondeFkMM&list=PLKG8es3IjP0o6JfNpfNt9OCBAq7q8aXBc&index=3&ab_channel=ANATOMIACOMPROFESSORCARL%C3
%83O
HOLANDA, V. N. et al. As Bases Biológicas Do Medo: Uma Revisão Sistemática Da Literatura. Revista Interfaces: Saúde,
2-
e Tecnologia, v. 1, n. 3, 2013, 9-10
Humanas
MELO, P. P. M. de. Cinema do medo: Um estudo sobre as motivações espectatoriais diante dos filmes de horror. 2017, 92;
3-
152-154.
Quais são os efeitos de um filme de terror no seu corpo? Treated.com. Disponível em:
4-
https://pt.treated.com/blog/blog/quais-sao-os-efeitos-de-um-filme-de-terror-no-seucorpo#:~:text=Uma%20cena%20assustadora%20causar%C3%A1%20um,e%20adrenalina%20bombeados%20pelo%20corpo.
em: 13 de maio de 2021.
Acesso
REIS, Manuel. O que é a Adrenalina e para que serve. Tua Saúde. Disponível em: https://www.tuasaude.com/adrenalina/.
5-
em: 14 de maio de 2021.
Acesso
⠀⠀⠀⠀Sendo assim, sentir medo desencadeia
uma preparação fisiológica para dar suporte ao
aumento do metabolismo e execução de
atividade física. Tendo em mente todas essas
alterações fisiológicas, algumas sensações são
comuns nas pessoas que estão assistindo um
filme de terror. Normalmente, assim que a tensão
do filme aumenta, a frequência cardíaca e
respiratória aumentam e a pressão arterial fica
elevada para dar suporte ao metabolismo mais
elevado. Além disso, há estímulo à atividade
neural para o suporte a uma ação mais rápida e
o pensamento fica confuso.
⠀⠀⠀⠀As mãos e a face são bons indicativos de
medo. Como outra alteração proporcionada pela
ativação do mecanismo de luta ou fuga, o fluxo
de sangue é desviado de áreas não essenciais
para o momento como a pele, glândulas e outros
locais, para priorizar os músculos. Assim, ocorre
a vasoconstrição periférica, o que faz com que a
pessoa fique pálida, a pele fria ao toque e a boca
fique seca. É comum que as mãos fiquem
geladas por conta do direcionamento do sangue
e, além disso, é comum que fiquem suadas, por
conta da ativação das glândulas sudoríparas.
Essa sudorese ocorre para antecipar o
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
resfriamento do corpo após a ação para lidar
com a suposta emergência [4;5]. Outras reações
comuns são a dilatação das pupilas, o que serve
para ampliar a visão à distância, facilitando a
visualização de possíveis ameaças [4;5]; e
também, a sensação de arrepios [4].
⠀⠀⠀⠀Após o filme ainda é possível observar
algumas alterações no corpo, como por exemplo
um desconforto intestinal, já que as áreas do
sistema digestório também têm o fluxo de
sangue, secreção e motilidade reduzidos de
forma a atrasar os processos de digestão em
curso. Sem contar que a combinação de tensão
e nervosismo pode contribuir para uma má noite
de sono repleta de pesadelos inspirados nas
cenas assistidas [4].
⠀⠀⠀⠀Por fim, vale ressaltar que antes mesmo
dos filmes serem inventados, o medo já estava
presente em lendas e histórias nas mais diversas
culturas ao longo da existência da humanidade,
utilizado como forma de ensinar lições de moral,
explicar alguns fenômenos naturais, entreter ou
justificar proibições de práticas que fosse
consideradas erradas para o povo da cultura em
questão [6].
Referencias
^
6- TERROR. [S. l.: s. n.], 29 de out. de 2015. 1 vídeo (6 min). Publicado pelo canal Nerdologia. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=TtUejyNHZbc&t=300s&ab_channel=Nerdologia. Acesso em: 14 de maio de 2021.
22
filmes para ver...
com as luzes acesas
no escuro total
em dia de tempestade
⠀⠀⠀⠀Está no 5º período de Bacharelado em Ciências
Biológicas pela UFSCar e é integrante do PET Biologia. O
interesse da Ludmila por filmes de terror começou muito
cedo, principalmente por conta dos filmes de zumbi, os
quais são seus preferidos. Atualmente, ela está fazendo
estágio no Departamento de Ciências Fisiológicas, no
laboratório de Biologia Experimental, e percebeu que a
alcalose seria uma boa oportunidade para unir uma área
de interesse acadêmico com esse gosto pessoal.
@lud.mendess
Ludmila Mendes
⠀⠀⠀⠀Alcalose é um programa de palestras do nosso grupo, as quais são organizadas e executadas
pelos próprios integrantes e versam sobre os mais diversos temas. O programa tem o intuito de
trabalhar a capacidade de organização para apresentações públicas e pode ser aberto para todos os
interessados. A atividade é desenvolvida as quartas-feiras, após o almoço, naquele horário
estratégico em que há mudança no equilíbrio autonômico em direção a uma maior ativação
parassimpática e menor ação simpática: ou seja, naquele momento de preguiça pós-refeição, em
que a gente só quer um entretenimento fácil e sem muito esforço físico. As palestras são sempre
bem interessantes e ocorrem ao longo de todo o ano.
23
WLADIMIR RAFAEL BECK
BIOSFESRA. Há quanto tempo trabalha como
professor? E como docente da UFSCar?
R.⠀⠀ Em 2013, comecei a dar aula nas Faculdades
Integradas Einstein de Limeira, onde formalmente
comecei a trabalhar como professor na graduação, fora as
minhas outras atividades no ensino em outras vertentes.
Em 2017 ingressei na UFSCar, no Departamento de
Ciências Fisiológicas (DCF).
BIOSFESRA. Qual(is) é(são) a(s) disciplina(s)
ministrada(s) por você na UFSCar?
R.⠀⠀ Atualmente, ministro a disciplina de Fisiologia, de 8
créditos, para os graduandos dos cursos de Terapia
Ocupacional, Enfermagem e Fisioterapia em conjunto
com outros docentes do DCF. Além disso, participo das
ofertas de Elementos em Fisiologia Humana, para os
alunos de Ciências Biológicas; já atuei em conjunto com o
Prof Gilberto na Fisiologia do Comportamento, para o
curso de Psicologia; Fisiologia para a Educação Física,
logicamente ofertada para os alunos de Educação Física;
e Fisiologia do Exercício, disciplina obrigatória do curso
de Educação Física, mas que atrai também muitos alunos
da Fisioterapia.
⠀⠀⠀As disciplinas citadas são apenas as da graduação,
mas também atuo na ministrando outras disciplinas em
nível de Especialização, como Fisiologia do Exercício,
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
24
Exercício Físico Para Doenças Neurológicas e Psiquiátricas,
Fisiologia Endócrina e Avaliação de Performance Humana.
Por fim, também sou credenciado no Programa
Interinstitucional de Pós-Graduação em Ciências
Fisiológicas (UNESP - UFSCar), no qual ministro, desde
2018, a disciplina de Fisiologia do Sistema Endócrino.
BIOSFESRA. Pode nos contar um pouco sobre as linhas
pesquisas em seu laboratório? No que você vem
trabalhando ultimamente?
R.⠀⠀ No laboratório há duas grandes linhas de pesquisa,
uma envolvendo a melatonina e outra os estrógenos
ovarianos. Na primeira linha de investigação, são avaliadas
as propriedades e efeitos fisiológicos da melatonina em
modelo animal. Tivemos experiências com o uso deste
hormônio em modelos humanos, mas atualmente nos
concentramos em modelo animal e temos um laboratório
bem equipado para aplicação de Exercício Físico de
natação para ratos Wistar. Temos grande preocupação na
determinação da intensidade individual do esforço físico.
Para respeitar o princípio da individualidade biológica,
fazemos avaliações da máxima capacidade aeróbia de
cada um dos animais. A partir disso, prescrevemos um
tipo específico de exercício em associação a
administração da melatonina, a fim de verificar seus
efeitos sobre os tecidos e sistemas fisiológicos.
⠀⠀⠀O grande pano de fundo dessa linha de pesquisa é o
⠀⠀⠀
fato de a melatonina ser conhecida classicamente como
um agente cronotrópico, ou seja, atuante no controle do
ciclo circadiano. No entanto, ao longo dos anos, ela tem
sido identificada como um hormônio com um poder
antioxidante muito marcante (dentre outras
propriedades), o que trouxe luz para outras possibilidades
de pesquisa. Assim, hoje há ampla variedade de
intervenções envolvendo melatonina. Nesse sentido, um
dos campos que nos direcionamos foi em sua aplicação
como um agente ergogênico para Exercício Físico
contínuo, de longa duração. Observamos que algumas
propriedades da melatonina poderiam, eventualmente,
ocasionar efeito ergogênico para esse tipo de esforço
físico. Assim, administramos o hormônio no animal
durante os diferentes momentos do ritmo circadiano, de
forma a proporcionar melhores condições para
continuidade do esforço físico. Então, submetemos o
animal em uma intensidade de esforço previamente
definida, individualmente prescrita, e basicamente
verificamos quanto tempo o animal é capaz de nadar até
que se instale a exaustão. Nesse cenário, com a aplicação
da melatonina, vimos que o animal foi capaz de nadar
por muito mais tempo, particularmente durante o
período de vigília. Assim, uma das linhas que trabalhamos
no laboratório hoje é a de explicar os motivos da
melatonina ter esse poder ergogênico tão significativo.
Dentro dessa propriedade ergogênica, já avaliamos o
potencial anti-inflamatório e antioxidante e agora nosso
foco de investigação é sobre metabolismo intermediário
(energético).
⠀⠀⠀Ainda nessa linha, temos outro campo de visão para
ação da melatonina que é na recuperação após o esforço
físico. Essa recuperação está sendo investigada tanto do
ponto de vista metabólico, no qual verificamos se existe
uma aceleração da recomposição de glicogênio muscular
após Exercício Físico, quanto do ponto de vista estrutural
muscular esquelético, avaliando proteínas que são
marcadores de dano tecidual muscular esquelético.
Portanto, buscamos ver se a melatonina, por meio de sua
propriedade anti-inflamatória e antioxidante, teria
condições de acelerar o reparo esquelético após dano
induzido por esforço físico.
⠀⠀⠀A segunda linha de investigação é no campo do
hipoestrogenismo. Essa foi uma das linhas que passei a
estudar após assumir o Laboratório de
Neuroendocrinologia da Profa Dra Keico Okino Nonaka,
que dominava a técnica de ovariectomia bilateral. Nesse
procedimento cirúrgico, fazemos uma pequena incisão
no animal para a remoção dos ovários, provocando queda
muito dramática na concentração sérica de estrógenos.
Com isso, induzimos um contexto fisiológico delicado
porque os estrógenos têm uma série de atuações em
várias regiões do corpo, que vão desde influência sobre o
tecido ósseo, até impactos metabólicos muito relevantes.
Nesse cenário, investigamos se o Exercício Físico,
individualmente prescrito, é capaz de reduzir ao menos
alguns dos efeitos deletérios gerados pelo déficit de
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
25
estrógenos. Isso é interessante porque todas as mulheres,
em algum momento da vida, irão passar por déficit desses
hormônios, já que o término da vida reprodutiva leva a
cessação da produção de estrógenos pelos ovários. Dessa
forma, nosso modelo permite avaliar pontualmente alguns
aspectos desse déficit.
BIOSFESRA. As pesquisas envolvem modelos humanos?
Pode nos contar um pouco sobre as suas experiências
em trabalhos envolvendo atletas?
R.⠀⠀ Meu primeiro contato com atletas foi no início da
minha carreira acadêmica, utilizando militares como
objeto de pesquisa devido à facilidade, já que eu também
era militar. Conduzi na confecção de meu TCC um
treinamento de corrida em pista de atletismo, com oito
semanas de duração sob intensidades de esforço baseadas
em protocolos distintos, a constar, Velocidade Crítica e
Teste de 12 minutos. Também desenvolvemos um estudo
que aplicou nesse contexto o RAST, um teste de potência
anaeróbia durante a corrida, que acabou se tornando o
artigo mais citado em que participei. Já no mestrado,
meus experimentos foram com modelo animal, mas tive
contato com modelo humano ao acompanhar coletas de
dados de outros projetos de pesquisa do Laboratório de
Fisiologia Aplicada ao Esporte (LAFAE/UNICAMP) com
atletas de futebol, atletismo, além de participar na análise
de dados de atletas da canoagem e basquete. Trabalhar
com atletas de diversas modalidades é muito interessante
e espero em breve voltar a estudar esse modelo, mas
atualmente as pesquisas que coordeno são experimentais
(modelo animal).
BIOSFESRA. Quais as possíveis contribuições das
pesquisas desenvolvidas no laboratório para o
esporte e seus praticantes? E para a sociedade em
geral?
R.⠀⠀Essa pergunta talvez se concentre melhor no modelo
humano, porque no modelo animal, apesar de próximo do
aplicado, ainda se trata de algo mais “básico” e inferências
devem ser feitas com claras ressalvas. Em relação a
pesquisas com o modelo humano, os parâmetros que
geralmente se avaliam são de performance no próprio
esporte, como a intensidade de esforço e as
consequências do exercício frente a diferentes
intensidades de esforço, para aquela aplicação do esporte.
Então, o atingimento final da pesquisa acaba se voltando
aos praticantes daquela modalidade, visto que temos uma
aplicação mais direta aos atletas de alto nível. Assim, em
todas as equipes pelas quais passamos, montamos uma
espécie de laudo com os dados obtidos de cada atleta e,
dessa forma, o treinador pode utilizar essas informações
em sua equipe. Essa é uma tentativa de aproximar quem
está na prática do esporte do que está sendo executado
no laboratório, mas é difícil. Às vezes, temos algumas
dificuldades compreensíveis em acessar atletas, seja
porque acabamos interferindo no cronograma deles ao
fazer semanas de testes com a equipe, ou pela
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
possibilidade de ocorrer alguma lesão em um atleta
profissional ao aplicar um teste máximo no momento
inadequado da temporada.
⠀⠀⠀O outro lado da aplicação está ligado às pesquisas
voltadas à saúde, em que se consegue aplicar protocolos
de Exercício Físico que são precisos e válidos, do ponto de
vista metodológico, também para a população não atleta.
Como exemplo de contribuição importante, acompanhei
coletas de laboratório sobre o protocolo de Chassain, em
que se consegue aplicar exercício não exaustivo para
avaliar de forma precisa a intensidade individual de
esforço físico, inclusive em pacientes com doenças
crônicas como cardiopatas e pneumopatas.
⠀⠀⠀De qualquer forma, ainda se trata de um esforço
bastante grande tentar levar esse contexto da pesquisa
para a sociedade, mas a longo prazo, com a somatória
desses dados obtidos em cada experimento e a boa
formação de Profissionais de Educação Física, a prescrição
do Exercício Físico deverá cada vez mais precisa para cada
caso. Existe um termo do American College of Sports
Medicine que vai ao encontro disso, o qual diz sobre
prescrever um Exercício Físico como um remédio, ou seja,
identificar as formas mais adequadas de prescrever
Exercício Físico para cada cenário. Ainda precisamos
avançar muito nesse quesito.
BIOSFESRA.
Além dos danos induzidos por atividade
física, outras problemáticas são investigadas? Quais
os resultados mais interessantes para o público em
geral?
R.⠀⠀ Quando falamos em dano temos uma tendência a
associar o termo somente a algo negativo. De fato, diante
das nossas linhas de pesquisa, precisamos causar algum
transtorno celular no músculo esquelético para verificar
sua resposta frente aos estímulos. Então, quando nos
referimos ao dano causado pelo Exercício Físico, o nosso
grande interesse é estudar o processo de reparo muscular
após o dano induzido pelo esforço, afim de identificar
formas de acelerar esse processo e saber quanto tempo
seria adequado aguardar para conduzir a aplicação de
nova sessão de Exercício Físico sem que haja danos
consecutivos e somados, o que traria problemas. Um
termo comumente utilizado para identificar esse contexto
é o overtraining e overreaching, que retratam cenários em
que você tem pouco tempo de recuperação com
estímulos fortes e subsequentes acontecendo, de maneira
que, ao invés de causar melhoria na saúde e na
performance, acabam conduzindo a redução da
capacidade funcional, dor e outros sintomas indesejáveis.
Sobre isso, temos atualmente um projeto de pesquisa em
andamento e dois projetos de Iniciação Científica em
avaliação. Estamos verificando se a administração de
melatonina pode ser capaz de reduzir o dano causado
pelo Exercício Físico no músculo esquelético e também se
esse hormônio poderia acelerar o reparo tecidual.
⠀⠀⠀Então, aos poucos, com cada pesquisa, vamos
tentando entender essas variáveis que são relacionadas à
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
26
prescrição do Exercício Físico e todo o processo de
recuperação e adaptação, verificando as respostas da
aplicação do Exercício nas diferentes intensidades. Isso
proporciona informações importantes aos prescritores,
que atuarão de forma cada vez mais eficiente.
BIOSFESRA.
Como são realizados esses trabalhos?
Ocorrem parcerias com outros departamentos e
universidades, necessitam de muitas pessoas?
R.⠀⠀ Isso entra no campo logístico-operacional e varia
muito de acordo com a pesquisa. Por exemplo, em
pesquisas com modelo animal conseguimos realizar toda
a fase experimental no nosso laboratório no DCF. Hoje
temos autonomia para fazer isso. As pesquisas que
precisamos de parceiros, no momento, são aquelas que
dependem de análises profundas dos tecidos/materiais
biológicos obtidos durante essas pesquisas. Nesses casos,
no próprio DCF temos contado com o Laboratório de
Bioquímica e Biologia Molecular da Profa. Dra. Heloisa
Sobreiro que nos cede vários equipamentos sempre que
necessário. Tenho também como “vizinhos” o Laboratório
de Farmacologia Cardiovascular do Prof. Dr. Gerson
Rodrigues, o Laboratório de Fisiologia e Biofísica Muscular
da Profa Anabelle Cornachionne e o próprio Laboratório
de Fisiologia do Exercício coordenado pelos Profs Gilberto
Shiguemoto e Guilherme Pereira, do DCF.
⠀⠀⠀Quando falamos de outras instituições, temos alguns
parceiros, como os Profs. Claudio Gobatto e Fúlvia
Manchado-Gobatto da Faculdade de Ciências Aplicadas
da UNICAMP em Limeira, e Prof. Alessandro Zagatto do
Departamento de Educação Física da UNESP em Bauru,
com quem temos participado de pesquisas em conjunto.
Há também o Prof. Marcelo Papoti na Escola de Educação
Física e Esporte de Ribeirão Preto (USP) e o Prof. Gustavo
Araújo da Universidade Federal de Alagoas, os quais temos
discutido projetos de pesquisa e dados já obtidos. É
sempre bom ter esses parceiros no entorno porque não há
como realizar pesquisa sem parcerias.
⠀⠀⠀Quanto à realização dos experimentos em si, são
muitas pessoas envolvidas em qualquer projeto de
pesquisa. No caso do modelo animal, uma pessoa (ou
mais) precisa manipular o animal, outra controla algum
equipamento, outra procede as anotações. Então, tem
alguns procedimentos que precisam de no mínimo 3
pessoas no local para conduzi-los, naturalmente, sem
contar com o que virá depois para as análises dos
materiais e dados obtidos. Quando se observa os
experimentos em modelo humano, a variação também é
muito grande, podendo até existir a possibilidade de uma
única pessoa conduzir alguns procedimentos, mas
geralmente é necessário mobilizar toda uma equipe,
variando de acordo com o desenho experimental.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
BIOSFESRA.
A fisiologia endócrina-metabólica e o
exercício físico sempre foram suas áreas de maior
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
interesse?
R.⠀⠀⠀ Meu interesse em Fisiologia começou logo que tive
contato com a disciplina, no segundo ano da graduação.
Foi amor à primeira vista! De fato, a anatomia me chamou
muita atenção no primeiro ano do curso, por ser a mais
ligada a área da saúde/biológicas, mas quando logo em
seguida tive Fisiologia, pude perceber evidente afinidade.
Penso que isso é uma coisa que acaba acontecendo
durante a graduação. Se você sente afinidade por uma
área, acaba naturalmente participando com mais afinco e
se voltando para atividades relacionadas aos temas que
você mais se interessa. Fiz meu TCC especificamente em
Fisiologia do Exercício e na sequência fiz uma
especialização em Fisiologia do Exercício também.
⠀⠀⠀Agora, sobre a Fisiologia Endócrina, tudo começou no
mestrado, que foi em Ciências da Motricidade, na linha de
Fisiologia Endócrino-Metabólica. Desse modo, em meu
mestrado acabei me aproximando muito da área de
metabolismo energético e ritmos biológicos, a qual
sempre me chamou muita atenção. Por fim, no Doutorado
eu segui essa mesma linha do mestrado e hoje estudo a
Fisiologia Endócrina e do Exercício Físico.
BIOSFESRA. Como suas pesquisas o levou aos
experimentos envolvendo a melatonina? Pode nos
detalhar um pouco sobre esse hormônio?
R. Isso aconteceu no mestrado. Antes dele, eu estava
concentrado em performance humana, mas no mestrado,
quando fui estudar o modelo animal, cheguei à
melatonina. Antes de ingressar, fiquei durante um ano
como estagiário no Laboratório de Fisiologia Aplicada ao
Esporte (LAFAE), coordenado pelo Prof. Dr. Claudio
Alexandre Gobatto que, na época, ficava localizado na
UNESP de Rio Claro. Durante esse um ano de
acompanhamento, pude participar de algumas pesquisas
que envolviam ratos Wistar corredores. Era extremamente
evidente que quando esses animais eram colocados para
correr durante o dia, eles não corriam bem, não queriam
correr. Dessa forma, acabavam não executando o Exercício
Físico de forma contínua, o que resulta em um modelo
inadequado para aquelas pesquisas. Para solucionar esse
problema, os ratos eram colocados para correr à noite e, de
fato, no período noturno eles corriam muito melhor. Essa
questão do hábito noturno nos chamou bastante atenção,
então comecei a estudar mais sobre isso.
Consequentemente, chegamos à melatonina.
⠀⠀⠀A melatonina é um hormônio produzido em baixa
intensidade luminosa. O que ocorre é que a melanopsina,
que é um fotopigmento presente na retina, é ativada ou
inibida em dependência do cenário de luz. Ela envia um
sinal pelo trato retino-hipotalâmico que chega ao quiasma
óptico e atinge os núcleos supraquiasmáticos
hipotalâmicos, responsáveis pelo “relógio biológico”. Como
continuidade desse circuito neuronal, o sinal percorre até o
gânglio cervical superior, passa pelo núcleo paraventricular
e finalmente chega na glândula pineal. Na ausência
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
27
ou baixa luminosidade, a glândula pineal é estimulada a
produzir melatonina. O interessante é que em meu
mestrado eu não cheguei a administrar melatonina, eu
simplesmente avaliei os animais em um momento em que
a melatonina estaria elevada, por eles estarem na
escuridão, e comparei com o momento em que ela estaria
baixa, ao avaliá-los durante o dia. Muitos pesquisadores
conduzem os experimentos com roedores noturnos
durante o dia, mas será que provocar essa crono
disruptura não acaba comprometendo a saúde do animal,
causando estresse? Essa foi uma das perguntas e eu
percebi, por meio de hemogramas nos animais que eram
simplesmente manipulados durante o dia (troca de caixa,
maravalha, pesagem), tinham desequilíbrios no número
de leucócitos, mostrando perfil inflamatório inadequado.
Esse foi um dos primeiros sinais que nos permitiram ver
que os animais não estavam nas melhores condições para
a realização do Exercício Físico quando manipulados ou
submetidos ao esforço durante seu período de sono (luz
diurna). Por outro lado, manipulações e exercícios
aplicados no período noturno (sua vigília), resultaram em
menor inflamação e era notável até mesmo que o animal
ficava mais calmo. Então, basicamente identificamos que
o perfil inflamatório e metabólico dos animais submetidos
ao Exercício Físico durante o dia era inadequado, gerando
também redução na performance quando comparado ao
período noturno. Esse foi meu mestrado.
⠀⠀⠀No doutorado é que surge a melatonina. Além de
observarmos melhores performances no período noturno,
quando melatonina estaria elevada, a revisão de literatura
nos indicou inúmeros estudos que identificaram efeitos
fisiológicos da melatonina que poderiam ser associados a
geração de melhores condições à continuidade do esforço
físico. Assim, meu doutorado envolveu 16 grupos
experimentais, administrando melatonina nos dois
períodos do dia sob fino controle de luminosidade. Para
determinar os horários das intervenções, o LAFAE
desenvolveu o equipamento de mensuração gravimétrica,
em que a gente mede a atividade física espontânea do
animal durante 24 horas seguidas. Nós utilizamos a
acrofase e o nadir, ou seja, o momento de maior e menor
atividade física espontânea ao longo do dia, determinando
os horários para aplicar todos os testes e vimos que a
melatonina administrada a noite teve um processo de
soma à melatonina endógena e os resultados foram muito
significativos em todos os parâmetros.
⠀⠀⠀Para fazer esse experimento, nós não invertemos o
ciclo circadiano dos animais, nós íamos no nadir ou
acrofase da atividade física espontânea dos animais para
fazer os testes. Como nesse experimento há administração
de melatonina, é necessário um controle de luminosidade
ambiental muito cuidadoso, para que não seja
comprometida a síntese de melatonina endógena. Para
tanto, precisamos estudar o sistema visual do rato.
Identificamos que ele apresenta 99% de bastonetes (nós
temos cerca de 95%) e possui dois tipos de cone (não três,
como nós), ou seja, ele capta muito bem a luz em
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
ambientes de penumbra, mas não define tão bem as cores
como nós. Então, uma solução seria utilizar uma cor que
se afasta dos picos de percepção das duas classes de
cones que o animal apresenta. Nesse contexto, surge a luz
vermelha. Porém, não se trata somente da cor, pois alguns
autores já haviam identificado que luz vermelha com alta
intensidade também bloqueia a produção de melatonina.
Então, existe um padrão luminoso exato que deve ser
aplicado para permitir a atividade normal da n-
acetiltransferase na glândula pineal, enzima que dá fluxo à
produção de melatonina. Portanto, padronizamos esse
ambiente luminoso e temos essas condições de forte
controle ambiental (da intensidade de luz e do
comprimento de onda) em nosso laboratório no DCF
atualmente. Não é que o animal não enxerga a luz
vermelha, mas a visão endócrina é menos eficiente nesse
espectro luminoso sob baixa intensidade.
⠀⠀⠀De maneira geral, identificamos que o efeito
ergogênico da melatonina foi maior que sua capacidade
antioxidante, anti-inflamatória ou de proteção do dano
muscular esquelético induzido pelo exercício, mas
somente quando administrada no período de vigília em
animais noturnos. Agora, uma das nossas linhas de estudo
segue investigando esse fenômeno, como comentamos
anteriormente.
BIOSFESRA. É comum receber alunos de outras áreas de
graduação em seu laboratório?
R. Na UFSCar, alunos da Enfermagem, Fisioterapia,
Nutrição, Biotecnologia e Ciências Biológicas já
frequentaram nosso laboratório, mas atualmente são
alunos da Educação Física e Ciências Biológicas que tem
conduzido experimentos de forma integral, tanto para
iniciação científica quanto para mestrado e mais
recentemente doutorado.
BIOSFESRA. Qual foi o momento mais desafiador em sua
formação? Qual o aspecto mais difícil para a formação
de um cientista no Brasil, atualmente?
R.⠀⠀⠀Em meu caso, um momento muito difícil foi o
ingresso ao mestrado. Isso porque se tratou de uma prova
muito difícil, com muito bibliografia e em uma instituição
diferente e distante da que eu estava, então foi um
momento complicado. Eu finalizei minha graduação em
2005 e fiz duas especializações. Em 2007, fui prestar o
mestrado e acabei não sendo aprovado, apesar de ter
estudado como nunca. Aquilo foi frustrante, mas foi o que
me motivou a melhorar minha preparação e programar
tudo novamente para que em 2009 eu prestasse
novamente, como ocorreu. Então, passei. Meu objetivo
sempre foi muito claro: ocupar o espaço de professorpesquisador
em uma Universidade. Então, segui do
mestrado para o doutorado, engajei como docente e
então pesquisador, buscando produção científica e
condições para concorrer aos editais para Professor do
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
28
Magistério Superior. Esse foi outro momento muito
desafiador, agregar todas as condições para concorrer de
fato a um edital como esse.
⠀⠀⠀A respeito do aspecto mais difícil para a formação de
um cientista no Brasil, imagino que cada pessoa trace
caminhos diferentes e passe por dificuldades diferentes,
mas de qualquer forma, os desafios são muitos. Um
cientista precisa apresentar conhecimento profundo não
somente sobre seu objeto de estudo, mas sobre estatística,
língua estrangeira, dentre outros. Não é um caminho
curto, pode apresentar frustrações, por isso é preciso foco
e também gostar muito daquilo que irá estudar, pois
passará uma boa parte da sua vida se aprofundando
naquele tema. Talvez a primeira dificuldade nessa
formação seja financeira, visto os valores atribuídos a
maioria das bolsas conferidas atualmente pelas agências
de fomento, principalmente quando elas impedem a
realização de outras atividades remuneradas. Isso reduz a
atratividade para a condução de atividades em dedicação
exclusiva, importante para a ótima formação nesse nível.
Após formados, os doutores também podem encontrar
dificuldades para ingressar no mercado de trabalho
específico. Então, são tantos pontos delicados que fica
difícil escolher um só.
BIOSFESRA.
Quais diferenças você vê entre a sua
formação em educação física e a de um biólogo? Diante
da sua experiência, em quais situações essas duas
áreas são complementares ou até se sobrepõem?
R. Essa é uma questão muito interessante. De fato, não
conheço profundamente a formação do Biólogo, mas na
formação básica de graduação eu vejo diferenças muito
grandes em relação a Educação Física. Talvez, pensando
na licenciatura, tenha semelhanças entre Educação Física
e Ciências Biológicas na base de legislação sobre
Educação e em algumas competências desenvolvidas
durante a formação do Professor em si. Porém, quando
olhamos adiante a diferença me soa maior. A grade de
formação curricular do professor de Educação Física, não
conta, por exemplo, com treinamento para manipular
animais e nem passa perto de temas relacionados à
botânica, por exemplo. Na biologia, vocês certamente
estudam esses temas com profundidade. Então, sob esse
ponto de vista, é muito diferente a formação.
Naturalmente que também há diversos temas em que a
Educação Física se debruça e que o Biólogo não terá
contato nas disciplinas da graduação.
⠀⠀⠀E quando a gente fala de sobreposição ou
complementação entre as áreas, isso fica muito evidente
na pesquisa. Por isso, é muito interessante trabalhar com
pessoas de diferentes áreas. Por exemplo, em meu
laboratório e nossas linhas de pesquisa, alguém das
Ciências Biológicas pode trazer conhecimentos mais
profundos sobre os animais, suas características e
comportamentos, enquanto o professor de Educação
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Física pode compreender melhor os detalhes dos
procedimentos relacionados à avaliação, prescrição e
respostas fisiológicas frente ao Exercício Físico de
diferentes características. Então, gosto mais da palavra
“complementação” do que “sobreposição”. Eu não consigo
ver, no campo de atuação profissional, sobreposição, mas
total complementação.
BIOSFESRA. Se você tivesse a oportunidade de dar um
conselho para o calouro Wladimir, iniciante na
graduação, qual conselho daria? Por quê?
R. Explore a universidade para identificar o que você tem
afinidade, qual tipo de atividade você tem pendor. Como
já comentei, quando fiz anatomia, gostei muito da
matéria, ao passo que no mesmo ano também frequentei
outras disciplinas as quais não me identifiquei da mesma
maneira. Vejo isso com naturalidade e creio que todos
tenhamos essas percepções. Então, o conselho é o
seguinte: se você se identificou com algo que gosta,
explore e procure saber mais. Temos muitos professores
em tantas áreas legais e diferentes na UFSCar, então, entre
em contato com eles e busque saber. Seja curioso. Tenha
uma conversa aberta com os professores desde o primeiro
contato, mostrando sua intenção em conhecer aquele
grupo. Caso se identifique e venha a assumir algum
compromisso, mantenha o foco. Mas, se após algum
tempo acompanhando as atividades de um grupo você
não estiver mais tão identificado quanto antes, converse
com o professor, procure outro laboratório, outras linhas
de pesquisa, outras experiências. Viva com intensidade
tudo que a Universidade proporciona, mas tenha sempre
claro o seu objetivo e foque naquilo que você quer. Foco e
constância! ⠀⠀⠀⠀⠀⠀
@lafeex.ufscar
29
Departamentos e
Linhas de Pesquisa da
Biologia
Departamento de
Morfologia e
Patologia (DMP)
Laboratório de Anatomia
Prof. Dr. Luiz Fernando Takase
Linha de pesquisa: Neurogênese e
neuropsicofarmacologia.
Atualmente analisa os efeitos agudo e crônico do
uso simultâneo do MDMA (ecstasy) com álcool e
cafeína sobre a neurogênese no giro denteado do
hipocampo de ratos.
Contato: ltakase@ufscar.br
Profa. Dra. Maíra Aparecida Stefanini
Linha de pesquisa: Morfologia (anatomia,
histologia, ultra-estrutura), histoquímica,
bioquímica e morfometria do sistema urinário e
reprodutor de aves e mamíferos, atualmente
focada em projetos de extensão na área de ensino.
Contato: stefanin@ufscar.br
Prof. Dr. Marcelo Martinez
Linha de pesquisa: Efeitos de alcoolismo nos
sistemas nervoso e reprodutor e a interação da
cafeína e álcool com sistemas orgânicos.
Contato: martinez@ufscar.br
Profa. Dra. Maria José Salete Viotto
Linha de pesquisa: Morfologia (anatomia,
histologia, ultra-estrutura e histoquímica) humana,
mais especificamente dos aparelhos reprodutor e
motor, atualmente focada em projetos de extensão
na área de ensino.
Contato: viotto@ufscar.br
Laboratório de Microbiologia e
Biomoléculas
Profa. Dra. Cristina Paiva de Sousa
Linha de pesquisa: Microbiologia de alimentos
aplicada à saúde de populações, microrganismos
endofíticos de interesse biotecnológico,
Identificação de fatores predisponentes e diretrizes
básicas para avaliação de risco e segurança
microbiológica de alimentos em populações.
Contato: prokarya@ufscar.br
Prof. Dr. Paulo Lacava
Linha de pesquisa: Microbiologia agrícola e
ambiental, ecologia microbiana, controle biológico
microbiano e interação microrganismo-planta.
Contato: ptlacava@ufscar.br
Laboratório de Microbiologia
e Parasitologia
Prof. Dr. Clovis Wesley Oliveira de Souza
Linha de pesquisa: Linha de pesquisa:
Microbiologia aplicada a saúde e biotecnologia,
atualmente trabalhando no desenvolvimento de
novos materiais com atividade antimicrobiana e
bioprospecção de microrganismos de interesse
biotecnológico.
Contato: clovis@ufscar.br
Laboratório de Inflamação e
Doenças Infecciosas
Profa. Dra. Fernanda de Freitas Anibal
Linha de pesquisa: Parasitologia, resposta imune
e toxicidade, atualmente focando na COVID-19,
mais especificamente em testes e identificação de
pacientes positivos para a doença no município de
São Carlos.
Contato: ffanibal@ufscar.br
30
Laboratório de Patologia e
Biocompatibilidade
Prof. Dr. Fábio Gonçalves Pinto
Linha de pesquisa: Linha de pesquisa: patologia
experimental, interação patógeno hospedeiro e
modulação da resposta biológica. Nos últimos anos
tem se dedicado mais às áreas de ensino e de
administração do que à pesquisa.
Contato: fgpinto@ufscar.br
Profa. Dra. Karina N. Zambone Pinto Rossi
Linha de pesquisa: Biocompatibilidade de
biomateriais e metabolismo, regeneração e
interações ósseas, voltada para formas de
tratamento de problemas ósseos através de
diversos métodos diferentes.
Contato: karina@ufscar.br
Departamento de
Ciências
Fisiológicas
(DCF)
Laboratório de Fisiologia do
Exercício
Prof. Dr. Gilberto Eiji Shighemoto
Linha de pesquisa: fisiologia humana do
exercício, na qual se investiga efeitos celulares e
moleculares como a bioenergética mitocondrial em
processos de menopausa e envelhecimento
Contato: gileiji@ufscar.br
Prof. Dr. Guilherme Borges Pereira
Linha de pesquisa: fisiologia humana do
exercício, na qual se investiga efeitos de processos
e dinâmicas de treinamentos em mecanismos
fisiológicos.
Contato: gbp.ufscar@gmail.com
Laboratório de Fisiologia Endócrina
e Exercício Físico
Prof. Dr. Wladimir Rafael Beck
Linha de pesquisa: propriedades e alterações
fisiológicas da administração exógena de
melatonina e as consequências do déficit de
estrógenos, na qual se investiga os efeitos de
ambos sobre a performance física, balanço
energético, tecido ósseo e metabolismo
intermediário.
Contato: beckwr@ufscar.br
Laboratório de Farmacologia
Cardiovascular
Prof. Dr. Gerson Jhonatan Rodrigues
Linha de pesquisa: farmacologia, fisiologia e
fisiopatologia cardiovascular, na qual se investiga
mecanismos de vasodilatação dependentes do
óxido nítrico, fisiopatologia da aterosclerose e
hipertrofia cardíaca, bem como estratégias não
farmacológicas para tratamento de doenças do
sistema cardiovascular.
Contato: gerson@ufscar.br
Laboratório de Fisiologia e
Biofísica Muscular
Profa. Dra. Anabelle Silva Cornachione
Linha de pesquisa: fisiologia e biofísica muscular,
na qual se investiga mecanismos celulares e
moleculares envolvidos na contração muscular,
tanto de animais sadios quanto distróficos. No
momento, a Distrofia Muscular de Duchenne
(DMD) tem sido alvo de análises.
Contato: cornachione@ufscar.br
Laboratório de Bioquímica e
Biologia Molecular
Profa. Dra. Heloisa Sobreiro Selistre de Araújo
Linha de pesquisa: matriz extracelular e o
microambiente tumoral, na qual se investiga alvos
moleculares e desenvolvimento de novos
fármacos para a prevenção de metástases tendo
como base as interações das células com a matriz
extracelular.
Contato: hsaraujo@ufscar.br
Laboratório de Zoofisiologia
e Bioquímica Comparativa
31
Prof. Dr. Cléo Alcantara Costa Leite
Linha de pesquisa: fisiologia comparada e
ecotoxicologia, nas quais se investiga mecanismos
e seleções que permeiam as adaptações
fisiológicas nos vertebrados; e o impacto da ação
antrópica no ecossistema. O principal foco é a
homeostase do sistema cardiovascular e
respiratório em condições ambientais adversas e
comportamentos extremos.
Contato: cleo.leite@ufscar.br
Profa. Dra. Diana Amaral Monteiro
Linha de pesquisa: fisiologia comparada, na qual
se investiga fisioecotoxicologia, ecofisiologia e
toxicologia cardiovascular, utilizando vertebrados
basais (peixes, anfíbios e répteis) como modelos
experimentais.
Contato: dianamonteiro@ufscar.br
Profa. Dra. Marisa Narciso Fernandes
Linha de pesquisa: fisiologia comparada e
toxicologia aquática, na qual se investiga os
mecanismos envolvidos na manutenção do
equilíbrio osmótico e iônico em organismos
aquáticos frente às alterações ambientais.
Contato: dmnf@ufscar.br
Departamento de
Ecologia e Biologia
Evolutiva
(DEBE)
Laboratório de Ecologia e Recursos
Naturais
Prof. Dr. Francelino Jose Lamy de Miranda
Grando
Linha de pesquisa: atua nas normas ambientais
com experiência em planejamento e uso de
recursos ambientais e direito ambiental.
Contato: grando@ufscar.br
Laboratório de Estudos
Subterrâneos
Profa. Dra. Maria Elina Bichuette
Linha de pesquisa: padrões faunísticos de
habitats subterrâneos, (cavernas e outros),
principalmente temas: comportamento, ecologia e
evolução de táxons subterrâneos, morfologia e
sistemática de peixes subterrâneos, com ênfase
nos bagres Trichomycteridae e Heptapteridae
(Actinopterygii), morfometria clássica e
geométrica, diversidade filogenética, conservação
e monitoramento da fauna associada aos habitats
subterrâneos.
Contato: bichuette@ufscar.br
Laboratório de Ecologia de
Interações
Profa. Dra. Carolina Reigada Montoya
Linha de pesquisa: atua em estudos da dinâmica
de metapopulações com especial interesse no
estudo de efeitos da variação espaço-temporal
das paisagens sobre o comportamento, interações
e distribuição das espécies em sistemas agroecológicos.
Contato: creigada@ufscar.br
Núcleo de Ecologia Humana,
Etnoecologia e Antropologia
Ambiental
Prof. Dr. Marcelo Nivert Schlindwein
Linha de Pesquisa: Ecologia e Comportamento
Animal; relação homem e a fauna; Antropoceno e
os impactos sobre a biodiversidade;
Etnoeconservação e Etnozoologia.
Contato: mnivert@ufscar.br
Laboratório de Estudos de
Hymenoptera Parasitoides
Profa. Dra. Angelica Maria Penteado Martins
Dias
Linha de pesquisa: estudos biotaxonômicos de
vespas parasitoides neotropicais em especial das
32
famílias Braconidae e Ichneumonidae
(Hymenoptera), suas comunidades e possíveis
aplicações em conservação dos ecossistemas e
uso em controle biológico de pragas.
Contato: angelica@ufscar.br
Laboratório de Limnologia /
Ecotoxicologia
Profa. Dra. Odete Rocha
Linha de pesquisa: Ecologia de Comunidades e
Ecologia de Ecossistemas com ênfase na
biodiversidade em águas doces, estudos de
comunidades planctônicas, poluição e eutrofização
de ecossistemas aquáticos, estudos de
ecotoxicidade ambiental,comênfase em
cianobactérias, pesticidas e metais.
Contato: doro@ufscar.br
biologia evolutiva; caracterização morfológica e
estudo evolutivo de diferentes estruturas corporais
nos aracnídeos de forma comparativa. Pesquisas
futuras se concentrarão na locomoção e
cinemática dos aracnídeos.
Contato: facundo.labarque@ufscar.br
Laboratório de Zoologia
Prof. Dr. Manoel Martins Dias Filho
Linhas de pesquisa: atua com taxonomia dos
grupos recentes, ecologia de comunidades,
estudos da interação entre Lepidoptera, plantas
hospedeiras e parasitóides. sobre estrutura de
comunidades de aves neotropicais.
Contato: manoelmd@ufscar.br
Laboratório de Microbiologia
Profa. Dra. Mirna Helena Regali Seleghim
Linha de pesquisa: ecologia de microrganismos e
biotecnologia ambiental, na qual descreve e
caracteriza comunidades microbianas e investiga a
influência de intervenções, como o efeito de
medicamentos, na diversidade e funções
ecológicas dos microrganismos.
Contato: pmhrs@ufscar.br
Departamento de
Hidrobiologia
(DHb)
Laboratório de Paleoecologia e
Paleoicnologia
Prof. Dr. Marcelo Adorna Fernandes
Linha de pesquisa: atua com paleontologia
estratigráfica, especialmente nos temas:
paleontologia, paleoicnologia, paleovertebrados.
Contato: mafernandes@ufscar.br
Laboratório de Sistemática de
Aracnídeos
Prof. Dr. Facundo Martin Labarque
Linhas de pesquisa: atua em taxonomia,
sistemática e biologia evolutiva de aranhas,
aracnídeos e outros invertebrados terrestres; teoria
filogenética e cladística, e aplicação de evidências
morfológicas e moleculares à sistemática e
33
Laboratório de Biodiversidade e
Processos Microbianos
Prof. Dr. Hugo Miguel Preto de Morais
Sarmento
Linhas de pesquisa: ecologia de sistemas
aquáticos, especialmente voltado à biodiversidade
e ecologia de microrganismos aquáticos.
Contato: hsarmento@ufscar.br
Laboratório de Bioensaios e
Modelagem Matemática
Prof. Dr. Irineu Bianchini Junior
Linhas de pesquisa: macrófitas aquáticas,
substâncias húmicas, ciclo do carbono, limnologia
de reservatórios, decomposição e modelos
matemáticos.
Contato: irineu@ufscar.br
Profa. Dra. Marcela B. da Cunha Santino
Linha de pesquisa: limnologia, macrófitas
aquáticas, decomposição, produção primária e
modelagem matemática.
Contato: cunha_santino@ufscar.br
Laboratório de Dinâmica de
Populações de Peixes/Histologia
Prof. Dr. Alberto Carvalho Peret
Linha de pesquisa: piscicultura, dinâmica de
população de peixes e biologia de peixes
marinhos.
Contato: peret@ufscar.br
Profa. Dra. Evelise Nunes Fragoso de Moura
Linha de pesquisa: ecossistemas aquáticos,
conservação da biodiversidade, reprodução e
alimentação de peixes e bioinvasão.
Contato: evelise@ufscar.br
Profa. Dra. Patricia Cristina Vizzotto
Linha de pesquisa: Biologia molecular,
microbiologia, citogenética de peixes e genética
animal.
Contato: pcvissotto@yahoo.com
Prof. Dr. Reinaldo José de Castro
Linha de pesquisa: ecologia de peixes de água
doce, ecologia trófica e alimentação natural de
peixes de água doce, ecomorfologia e
ictioplâncton.
Contato: reinaldocastro@ufscar.br
Laboratório de Ecologia da
Conservação
Profa. Dra. Dalva Maria da Silva Matos
Linha de pesquisa: ecologia e conservação,
ecologia de populações; ecologia de comunidades;
fragmentação florestal; fogo; invasões biológicas;
serviços ambientais; análises sobre variação
espacial e temporal na diversidade de ambientes
aquáticos e terrestres.
Contato: dmatos@ufscar.br
Laboratório de Estudos sobre
Sistemas Complexos Ambientais
Profa. Dra. Jane Eyre Gabriel
Linha de pesquisa: biologia molecular animal e
bioinformática, com ênfase em expressão gênica
animal, genômica e proteômica, histologia geral.
Contato: janegabriel@ufscar.br
Prof. Dr. João Ânderson Fulan
Linha de pesquisa: ecossistemas aquáticos,
fauna bentônica e fauna associada a
ecossistemas aquáticos.
Contato: joaofulan@ufscar.br
Prof. Dr. Sérgio Henrique V. Leme de Mattos
Linha de pesquisa: sistemas complexos
ambientais, ecologia de paisagem, análise e
planejamento ambiental, geoprocessamento e
educação ambiental.
Contato: sergiomattos@ufscar.br
Laboratório de Macroinvertebrados
Aquáticos
Profa. Dra. Katia Aparecida Nunes Hiroki
Linha de pesquisa: zoologia de invertebrados,
com ênfase em ecologia populacional de
organismos aquáticos.
Contato: katiahiroki@ufscar.br
Profa. Dra. Livia Maria Fusari
Linha de pesquisa: biologia de insetos aquáticos,
com foco na sistemática de Chironomidae, uma
família de mosquitos aquáticos.
Contato: liviafusari@ufscar.br
Laboratório de Plâncton
Prof. Dr. Gilmar Perbiche Neves
Linha de pesquisa: taxonomia, sistemática,
ecologia e biogeografia de invertebrados,
especialmente copépodes e outros
microcrustáceos de águas continentais, além de
limnologia geral e aquicultura.
Contato: gpneves@ufscar.br
Profa. Dra. Maria da Graça Gama Melão
Linha de pesquisa: limnologia, ecologia do
zooplâncton, produção secundária, ecotoxicologia,
ecofisiologia de organismos zooplanctônicos de
água doce, biodiversidade, biomonitoramento e
impactos ambientais.
Contato: dmgm@ufscar.br
34
Departamento de
Botânica
(DB)
manutenção.Taxonomia e sistemática de
microalgas verdes; DNA barcoding de microalgas
verdes. Metabarcoding de microalgas e
cianobactérias. Ecologia do fitoplâncton; interação
fitoplâncton-bactéria.
Contato: inessalacativa@gmail.com
Prof. Dr. Marco Batalha
Linha de pesquisa: Diversidade funcional e
estratégias nutricionais em plantas arbóreas de
cerrado e floresta estacional
Contato: marcobat@fastmail.fm
Prof. Dr. Carlos Henrique Britto de Assis Prado
Linha de pesquisa: Experimento MiniFACE de
impacto da mudança climática para analisar os
efeitos de CO2 elevado, aquecimento na
fotossíntese, expressão gênica, bioquímica,
crescimento, dinâmica de nutrientes e produção de
duas espécies de forrageio tropicais contrastantes.
Além de estudar a arquitetura de copa em
lenhosas do Cerrado e da Catinga
Contato: kiq.prado@gmail.com
Laboratório de Biotecnologia de Algas
Profa. Dra. Ana Tereza Lombardi
Linha de pesquisa: Bioprospecção,
caracterização e otimização de microalgas
brasileiras para a biofixação de CO2 e produção de
biomoléculas de importância comercial.
Ecofisiologia e ecotoxicologia de microalgas: Efeito
de metais e nanopartículas
Projetos de extensão: Biofixação de carbono
atmosférico através do cultivo de microalgas e
cianobactérias: estudo de vinhaça como meio de
cultura
Contato: anateresalombardi@gmail.com
Laboratório de Ficologia
Prof. Dra. Inessa Lacativa Bagatini
Linha de pesquisa: Conceito de espécie
ecológica aplicado à delimitação específica de
microalgas verdes assexuadas. Bioprospecção,
caracterização e otimização de microalgas
brasileiras para a biofixação de CO2 e produção de
biomoléculas de importância comercial. Coleção de
culturas de microalgas: isolamento,
35
Laboratório de Taxonomia e
Evolução de Plantas
Prof. Dr. Leonardo Maurici Borges
Linha de pesquisa: diversidade, disparidade,
morfologia, taxonomia e evolução de plantas
neotropicais.
Contato: aquitemcaqui@gmail.com
Laboratório de Anatomia Vegetal
Prof. Dr. Marcos Arduin
Linha de pesquisa: Anatomia e ontogenia de
galhas entomógenas. Descrições anatômicas de
material botânico sob ação de agentes
alelopáticos.
Contato: darduin@ufscar.br
Profa. Dra. Sarah Caroline Ribeiro de Souza
Linha de pesquisa: Efeito do excesso de
manganês em espécies de leguminosas arbóreas
nativas. Respostas de plantas de soja mutantes
eu3-a (urease-null) a diferentes estresses
abióticos. Avaliação da ciclagem de nitrogênio em
plantas de soja mutantes eu3-a (urease-negativa)
e não mutantes.
Contato: sarahsouza@ufscar.br
Departamento de
Genética e
Evolução (DGE)
Laboratório de Biodiversidade e
Conservação
Prof. Dr. Pedro M. Galetti Jr.
Linha de pesquisa: genética evolutiva, na qual
estuda filogenia das espécies, filogeografia e
biogeografia. Além disso, trabalha na área de
genética da conservação, abordando o uso das
ferramentas genéticas para responder questões
relacionadas à conservação.
Contato: galettip@ufscar.br
Profa. Dra. Silvia Nassif Del Lama
Linha de pesquisa: genética animal, com ênfase
em genética de populações de espécies de aves
aquáticas da ordem dos Ciconiiformes, procurando
gerar dados para sua conservação e para
compreender os processos de bioinvasão.
Contato: dsdl@ufscar.br
Laboratório de Biodiversidade
Molecular e Conservação
Profa. Dra. Patrícia Domingues de Freitas
Linha de pesquisa: genética e evolução, na qual
trabalha de forma aplicada à aquicultura e
conservação, além de prospecção de marcadores
moleculares, polimorfismos genéticos e análise de
data mining.
Contato: patdf@ufscar.br
Dra. Andréa Cristina Peripato
Linha de pesquisa: bases genéticas e
epigenéticas do cuidado materno, genética de
caracteres complexos, genética de comportamento
e ensino em genética.
Contato: peripato@ufscar.br
Prof. Dr. Orlando Moreira Filho
Linha de pesquisa: genética animal com ênfase
em citogenética e biodiversidade de peixes
neotropicais, na qual, atualmente, estuda os
impactos da transposição de rios sobre a fauna de
peixes.
Contato: omfilho@ufscar.br
Laboratório de Bioinformática
Evolutiva
Prof. Dr. Caio Cesar de Melo Freire
Linha de pesquisa: bioinformática aplicada, na
qual trabalha com o desenvolvimento e aplicação
de programas computacionais em problemas
biológicos. Além disso, trabalha na área de
evolução de patógenos.
Contato: caiofreire@ufscar.br
Laboratório de Biologia Molecular
Prof. Dr. Flávio Henrique Silva
Linha de pesquisa: biotecnologia molecular e
estrutural, na qual procura isolar e caracterizar
funcionalmente genes de interesse biotecnológico.
Ademais, trabalha com biotecnologia de plantas e
insetos praga, celulases e glucosil hidrolases em
geral, inibidores de proteases cistatínicas
proteases, metagenômica e prospecção de genes
de interesse biotecnológico.
Contato: dfhs@ufscar.br
Laboratório de Bioquímica e
Biofísica Molecular
Profa. Dra. Lisandra Marques Gava Borges
Linha de pesquisa: bioquímica e biofísica
molecular com foco na área de correlação entre
estrutura e função de proteínas. Atua no estudo de
proteínas envolvidas em doenças como câncer e
doenças neurodegenerativas, e controle de
qualidade na produção de proteínas de interesse
biotecnológico e médico.
Contato: lisgava@ufscar.br
Laboratório de Bioquímica e Biologia
Molecular Aplicada
Profa. Dra. Maria Tereza M. Novo Mansur
Linha de pesquisa: bioquímica com ênfase em
biologia molecular de microrganismos, onde
trabalha com a aplicação da análise proteômica
para fins biotecnológicos, além de clonagem e
expressão de genes de interesse biotecnológico.
Contato: marinovo@ufscar.br
Laboratório de Bioquímica Celular
Prof. Dr. Felipe Roberti Teixeira
Linha de pesquisa: bioquímica celular e
molecular com ênfase nas interações proteínaproteína
e sinalização intracelular, com foco na
caracterização funcional de E3 ubiquitina ligases.
Contato: frt@ufscar.br
Laboratório de Bioquímica e
Genética Aplicada
36
Dr. Anderson Ferreira da Cunha
Linha de pesquisa: genética de leveduras, na
qual realiza análises de expressão gênica para a
caracterização e identificação de genes de
termotolerância e resistência a etanol em
leveduras. Ainda, trabalha com genética de células
vermelhas e doenças eritrocitárias.
Contato: anderf@ufscar.br
Profa. Dra. Maria Cristina da Silva
Pranchevicius
Linha de pesquisa: biologia celular e molecular.
Trabalha com a análise molecular e genética da
virulência e dos perfis de resistência de
microrganismos, para o desenvolvimento de
métodos diagnósticos e terapêuticos.
Contato: mcspranc@ufscar.br
Prof. Dr. Iran Malavazi
Linha de pesquisa: genética molecular de fungos
e filamentos, atuando principalmente temas:
resposta celular ao dano ao DNA e morfogênese
da célula fúngica no organismo modelo Aspergillus
nidulans, micologia molecular de fungos
patogênicos humanos como Aspergillus fumigatus,
Candida albicans e Paracoccidioides brasiliensis, e
análise da expressão gênica global.
Contato: imalavazi@ufscar.br
Laboratório de Biotecnologia Vegetal
Profa. Dra. Andrea S. da C. Fuentes
Linha de pesquisa: biotecnologia vegetal e
engenharia genética, com foco na expressão
heteróloga de proteínas de interesse
biotecnológico, genética molecular de plantas e
produção de plantas transgênicas resistentes.
Contato: andreasc@ufscar.br
Laboratório de Citogenética de
Peixes
Prof. Dr. Marcelo de Bello Cioffi
Linha de pesquisa: realiza pesquisas sobre
citogenética molecular e organização genômica em
peixes. Possui foco nos temas: DNAs repetidos e
organização de genomas, origem e evolução de
cromossomos sexuais, e evolução cromossômica e
biogeografia de peixes de água doce.
Contato: mbcioffi@ufscar.br
37
Prof. Dr. Luiz Antônio Bertollo
Linha de pesquisa: genética animal com ênfase
em biodiversidade e citogenética de peixes de
água doce. Estuda a evolução do cariótipo de
peixes, analisando as principais modificações
cromossômicas numéricas e estruturais das
regiões organizadoras do nucléolo e da
heterocromatina constitutiva.
Contato: bertollo@ufscar.br
Laboratório de Genética e
Biotecnologia
Prof. Dr. Marcos Roberto Chiaratti
Linha de pesquisa: fisiologia da reprodução e do
desenvolvimento embrionário, com ênfase em
biotecnologia animal e biologia molecular.
Trabalha, principalmente, com os temas herança
mitocondrial e fatores citoplasmáticos
determinante da competência de desenvolvimento
do oócito.
Contato: marcos.chiaratti@ufscar.br
Laboratório de Genética Evolutiva de
Himenópteros
Prof. Dr. Marco Antonio Del Lama
Linha de pesquisa: genética evolutiva e de
populações de abelhas e vespas, desenvolvendo
estudos sobre a estrutura genética de populações
de abelhas sociais e solitárias, estrutura
sociogenética e parentesco intranidal em espécies
de abelhas e vespas, biologia da nidificação de
vespas esfecídeas, e ecologia urbana de abelhas
solitárias.
Contato: dmdl@ufscar.br
Laboratório de Genética de
Populações e Evolução
Prof. Dr. Reinaldo Otávio Alvarenga Alves de
Brito
Linha de pesquisa: arquitetura genética de
caracteres complexos, estudo de marcadores
genéticos em espécies nativas brasileiras,
identificação de genes de especiação em
Anastrepha e genética da conservação.
Contato: brito@ufscar.br
Laboratório de Genética de Sistemas
Prof. Dr. Francis M. F. Nunes
Linha de pesquisa: investigação das interações
entre fatores genéticos e ambientais que governam
a manifestação de fenótipos complexos e suas
variações, usando as abelhas como modelos
biológicos.
Contato: francis.nunes@ufscar.br
Laboratório de Imunologia Aplicada
Prof. Dr. Ricardo Carneiro Borra
Linha de pesquisa: patologia, imunologia e
bioinformática, nas quais estuda a resposta
imunológica e inflamatória associada às doenças
do Sistema Estomatognático. Além disso, estuda e
desenvolve imunoterâpicos contra o câncer
urotelial de bexiga.
Contato: rcborra@ufscar.br
Laboratório de Tecnologia de
Embriões
Prof. Dr. Mateus J. Sudano
Linha de pesquisa: biologia da reprodução e
tecnologia de embriões, na qual procura elucidar
os mecanismos celulares e moleculares envolvidos
na competência embrionária para o
estabelecimento de tecnologias que otimizem a
aplicação do embrião no manejo reprodutivo de
rebanhos.
Contato: mjsudano@ufscar.br
Departamento de
Metodologia de
Ensino
(DME)
Brasil: caminhos cruzados", que reeditou, no
Brasil, a coleção "História Geral da África".
Contato: douglasvcs@ufscar.br
Prof. Dr. Michel Pisa Carnio
Linha de pesquisa: Atua na Licenciatura em
Ciências Biológicas e no Programa de Pósgraduação
em Educação (PPGE) da instituição.
Atual Coordenador de Área (Ciências e Biologia)
no Programa Residência Pedagógica/UFSCar
2020-2022. Integrante dos grupos de pesquisa
"Educação em Ciências e Matemática no contexto
CTS" e "Educação Continuada de Professores e
Avaliação Formativa".
Contato: michelcarnio@ufscar.br
Profa. Dra. Denise de Freitas
Linha de pesquisa: Atualmente coordena o
projeto Educação científica crítica e reflexiva:
contribuições e desafios no processo de
construção de uma ferramenta avaliativa em
parceria com a Universitat Autònoma de
Barcelona, financiado pela FAPESP e CNPq. Além
desse projeto, também coordena o grupo de
pesquisa EmTeia: Formação de Professores,
Ambientalização Curricular e Educação em
Ciências. Atua como docente e pesquisadora junto
aos Programas de Pós-Graduação em Educação
(PPGE) e o Profissional em Educação (PPGPE)
da UFSCar e em Educação em Ciências e
Matemática - PPGECEM da Rede Amazônica de
Educação em Ciências e Matemática - REAMEC,
orientando pesquisas no mestrado e/ou doutorado.
Contato: dfreitas@ufscar.br
Departamento de
Ciências Ambientais
(DCAm)
Prof. Dr. Douglas Verrangia Corrêa da Silva
Linha de pesquisa: Tem experiência na área de
Educação e Formação de Professores, atuando
principalmente nos seguintes temas: ensinoaprendizagem
de conceitos científicos e relações
sociais, com ênfase nas relações étnico-raciais. É
consultor da UNESCO na área Relações Étnicoraciais,
tendo trabalhado no programa "África-
38
Prof. Dr. Celso Maran de Oliveira
Linha de pesquisa: direito ambiental, políticas
públicas e gestão e auditoria ambiental, nas quais
desenvolve trabalhos relacionados ao direito
urbanístico, de integração regional e perícias
ambientais.
Contato: celmaran@gmail.com
Prof. Dr. Rodolfo Antonio de Figueiredo
Linha de pesquisa: educação ambiental, com
trabalhos em agroecologia e extensão rural.
Contato: rodolfo@ufscar.br
Profa. Dra. Sonia Maria Couto Buck
Linha de pesquisa: ecologia de peixes de água
doce, com ênfase em sua alimentação e
reprodução, e educação ambiental relacionada à
fauna urbana e bacia hidrográfica.
Contato: sbuck@ufscar.br
Laboratório de Geotecnologias e
Conservação Ambiental
Profa. Dra. Adriana Maria Zalla Catojo
Linha de pesquisa: caracterização e
planejamento ambiental para conservação de
recursos naturais e biodiversidade; gestão de
áreas naturais protegidas (Unidades de
Conservação, Áreas de Preservação Permanente
e Reservas Legais); conservação de
biodiversidade, nas quais emprega geotecnologias
(sistemas de informações geográficas e
sensoriamento).
Contato: acatojo@gmail.com
Prof. Dr. Luiz Eduardo Moschini
Linha de Pesquisa: geotecnologias aplicadas à
conservação da biodiversidade; gestão e
planejamento de áreas protegidas; gestão e
manejo de bacias hidrográficas e planejamento e
gestão ambiental de espaços urbanos.
Contato: lemoschini@ufscar.br
Prof. Dr. Vandoir Bourscheidt
Linha de pesquisa: ciências atmosféricas, com
ênfase em temas como: climatologia, hidrologia,
formação de tempestades, sensoriamento remoto
e geoprocessamento.
Contato: vandoir@gmail.com
Laboratório de Ecologia Aplicada
Profa. Dra. Andréa Lucia T. de Souza
Linha de pesquisa: ecologia de populações, na
qual trabalha com a reintrodução de espécies
arbóreas em áreas degradadas e ecologia de
ecossistemas ripários.
Contato: altdesouza@gmail.com
39
Prof. Dr. Luciano Elsinor Lopes
Linha de pesquisa: ecologia da paisagem e de
populações vegetais, na qual lida com o efeito de
fragmentação de habitat e de densidade na
demografia das espécies vegetais, com ênfase na
interação planta-polinizador.
Contato: lucianolopes@ufscar.br
Prof. Dr. Marcel Okamoto Tanaka
Linha de pesquisa: ecologia de comunidades, na
qual pesquisa sua estrutura, diversidade e
funcionamento por monitoramento ambiental.
Contato: marcel@ufscar.br
Prof. Dr. Victor Satoru Saito
Linha de pesquisa: ecologia de comunidades, na
qual trabalha com questões relacionadas aos
processos e padrões de montagem de
comunidades e metacomunidades.
Contato: victor.saito@gmail.com
Laboratório de Sustentabilidade e
Gestão Ambiental
Profa. Dra. Érica Pugliesi
Linha de pesquisa: gestão ambiental, na qual
trabalha com foco em gestão de resíduos,
avaliação dos instrumentos da política nacional de
resíduos sólidos e sistemas de certificação
ambiental.
Contato: epugliesi@ufscar.br
Prof. Dr. Frederico Yuri Hanai
Linha de pesquisa: gestão ambiental, na qual
trabalha principalmente com recursos hídricos,
indicadores de sustentabilidade, gestão de bacias
hidrográficas, conservação ambiental, turismo e
desenvolvimento local.
Contato: fredyuri@ufscar.br
Prof. Dr. Juliano Costa Gonçalves
Linha de pesquisa: sociedade, economia e
recursos naturais, lidando com sistemas
socioecológicos e economia do meio ambiente.
Contato: juliano@ufscar.br
Profa. Dra. Renata Bovo Peres
Linha de pesquisa: urbanização e meio ambiente,
gestão municipal e regional, sustentabilidade e
mudanças climáticas, políticas públicas e estudos
de impacto de vizinhança
Contato: renataperes@ufscar.br
SAMYRA FURTADO
BIOSFESRA. Para começar, Samyra, você pode nos dizer
qual a diferença entre a “ilustração científica” e a
“ilustração para divulgação científica”? Você chegou a
trabalhar com ambos?
R.⠀⠀⠀A A ilustração, dentro do contexto da ciência, tem o
objetivo de comunicar. No caso da ilustração científica,
deve ficar muito claro o que estamos comunicando. Então,
para isso existe rigor, precisão e regras estabelecidas que
vão facilitar a leitura dessa imagem, porque ela não pode
ter múltiplas interpretações. Por exemplo, se eu desenho
uma espécie de árvore, tem que ficar claro a proporção
entre as flores e os frutos e suas formas. Esse rigor é
fundamental na representação, permitindo a identificação
das espécies.
⠀⠀⠀⠀Já para a divulgação científica, embora esse rigor
não seja fundamental, é também importante. O objetivo é
também comunicar, mas a comunicação pode ser para
outras finalidades, não necessariamente algo restrito, como
a identificação de espécies. No caso do coronavírus, por
exemplo, acredito que muitos viram aquela ilustração que
foi amplamente divulgada, na qual o vírus é representado
em coloração cinza e as proteínas em vermelho. A imagem
foi muito reproduzida, e ainda que tenha um certa atenção
sobre a representação do vírus e das proteínas, o intuito
não é necessariamente comunicar quantas proteínas
existem na superfície ou a proporção de proteínas x e y,
mas ela comunica outras informações como a seriedade da
⠀⠀⠀⠀
40
situação, visto as cores que a ilustradora escolheu, sendo o
vermelho o que chama nossa atenção e o cinza como uma
cor mais sóbria, mostrando que a situação é séria e requer
atenção.
⠀⠀⠀⠀Assim, dentro das imagens feitas para ilustração de
divulgação científica, há mais liberdade e elas podem ter
um toque mais artístico porque é mais necessário chamar a
atenção do leitor. Nesse sentido, a estética pode ter uma
importância maior do que no caso da ilustração científica,
na qual ela vem em segundo plano, já que a imagem não
precisa necessariamente ser bonita, mas comunicar de
forma precisa. No meu caso,
faço mais ilustrações para
artigos científicos, mas já fiz e estou fazendo para
divulgação científica. Minhas ilustrações normalmente são
de plantas e, por mais que eu esteja fazendo algo para a
divulgação, continuo com o rigor científico porque é parte
do meu trabalho, é algo que não consigo desvincular.
BIOSFESRA.
Agora, gostaríamos de saber um pouco
sobre a sua jornada no mundo da ilustração. Você
sempre gostou de desenhar?
R.⠀⠀⠀Eu sempre desenhei. Aqui na minha cidade tem o
PISM (Programa de Ingresso Seletivo Misto da
Universidade Federal de Juiz de Fora), que se trata de uma
prova a ser feita ao final de cada c
ano do ensino médio. Na
época em que prestei a seleção, o curso só era escolhido
no final desse processo, então fiquei o tempo todo
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
pensando no que eu iria fazer. Eu gostava de tudo, não
sabia exatamente qual curso seguir, sempre me interessei
pela arte e percebi que a Biologia era algo que eu tinha
muito interesse e facilidade, então acabei ficando entre as
duas: Artes ou Biologia.
⠀⠀⠀⠀Porém, certo dia eu assisti várias palestras na escola
com diversos convidados de várias profissões e, entre os
palestrantes, havia um biólogo que fez uma apresentação
que me encantou. Ao final do evento, pudemos conversar
com os convidados. Fui diretamente falar com ele sobre a
minha indecisão entre artes e biologia, e ele me falou sobre
o quanto se utiliza da arte dentro da Biologia. Mesmo
assim, fiquei muito em dúvida e acabei indo fazer um
semestre de Design Gráfico. Na verdade, confesso que até
hoje tenho vontade de fazer a graduação em Artes, e o
curso de design me ajudou muito porque fiz disciplinas
básicas de fotografia e desenho. Mas o que foi difícil para
mim e me fez desistir desse curso foram certos aspectos da
profissão de designer como o contato com os clientes e o
impedimento que você acaba tendo de liberdade criativa.
Por fim, essa experiência foi boa porque me tirou a dúvida,
então segui para a faculdade de Biologia e foi na graduação
que eu comecei a desenhar com um viés científico.
BIOSFESRA. Você fez algum curso de ilustração
científica? Como você tem se aprimorado para
trabalhar com o uso de recursos digitais?
R.⠀⠀⠀Quando comecei a trabalhar com ilustração
científica, não fiz nenhum curso antes. Na verdade, entrei
em contato com algumas pessoas e questionei sobre como
começar nessa área, porém não obtive essa resposta,
ninguém sabia por onde eu poderia começar. Um tempo
depois encontrei uma pessoa que ilustrava e fazia alguns
trabalhos para um herbário e eu perguntei para ele: como
começar nessa área? Foi então que ele me incentivou a
começar. Nessa época, estava trabalhando com cactáceas
em uma pesquisa e a gente precisava de alguém para fazer
as ilustrações das plantas. Foi aí que eu comecei e deu
certo! Acabou sendo assim, sem curso mesmo, eu olhava
outros trabalhos, me orientava ao pesquisar mais ou menos
como eram feitos, as técnicas, também comprei livros... e
comecei!
⠀⠀⠀⠀Há pouco menos de dois anos eu fiz um curso online
oferecido por uma universidade australiana (University of
Newcastle). Agora, com a pandemia, surgiram muitos
cursos de ilustração online, e as oportunidades
aumentaram muito. Então, nesse último ano, fiz outros dois
cursos online: um sobre técnicas de aquarela botânica pelo
Jardim Botânico do Rio de Janeiro e outro de ilustração
botânica ministrado pela ilustradora Rosa Maria Alves
Pereira. Sobre os recursos digitais, recentemente, tenho
ilustrado no IPad, usando o programa Procreate, que é
muito intuitivo. Com ele comecei a me adaptar às técnicas
⠀⠀⠀⠀
41
de ilustração digital.
BIOSFESRA. Para você, qual a importância da
ilustração no mundo científico?
R.⠀⠀⠀A A ilustração científica e a ciência possuem uma
história muito ligada. Por exemplo, Leonardo da Vinci, em
seus estudos sobre a Anatomia Humana, fazia ilustrações
do seu trabalho. Então, a ilustração e a ciência eram bem
atreladas, era comum os cientistas saberem desenhar. O
trabalho da Maria Sibylla Merian é outro exemplo, e durante
suas viagens pela América Central, ela ilustra em aquarela
vários processos na natureza que antes não eram
completamente entendidos, como o processo de
metamorfose de vários insetos tropicais, notadamente as
borboletas, de modo a ajudar a entender o ciclo de vida
desses animais.
⠀⠀⠀⠀No geral, hoje estamos cada vez mais nos
comunicando por meio de imagens e acho que estamos
voltando a ter essa ligação da ciência com a ilustração. Por
conta da facilidade que as imagens possuem de passar a
informação de forma compacta, por exemplo, hoje em dia é
comum vermos resumos gráficos em artigos. Então, as
imagens comunicam e são mais democráticas para passar
o conhecimento, algo muito importante na ciência hoje em
dia.
BIOSFESRA.
Quais suas referências na ilustração
científica? Antes de ingressar na graduação de Ciências
Biológicas você já conhecia esta prática?
R.⠀⠀⠀Antes da graduação, apenas tinha ouvido falar, mas
nunca tinha de fato pesquisado e me aprofundado sobre o
assunto. Foi na faculdade que comecei a entender melhor a
área e a conhecer a ilustração científica. Com relação às
referências, eu tenho muitas! Amo ver o trabalho de outras
pessoas. Mas, certamente, a minha maior inspiração é a
Margaret Mee. Ela foi uma artista plástica inglesa que veio
para o Brasil com o intuito de fazer ilustrações botânicas.
Seus trabalhos são impecáveis, tanto do ponto de vista
biológico, quanto do ponto de vista artístico. Além dela, no
Brasil também temos muitos ilustradores incríveis. Vou
destacar aqui a Maria Alice Rezende, artista plástica e
ilustradora no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Seus
trabalhos são magníficos!
BIOSFESRA.
Atualmente, você está trabalhando em
algum projeto de ilustração científica?
R.⠀⠀⠀No momento estou trabalhando em uma ilustração
em aquarela de um jequitibá que, na verdade, não é para
um artigo. Esse trabalho servirá para decorar a casa de
uma pessoa e, apesar disso, a arte é feita exatamente
como se ela fosse destinada a um artigo científico, já que
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
essa é a minha especialização. Além disso, também estou
trabalhando com ilustrações digitais de algumas orquídeas
que serão publicadas juntamente com um artigo de
divulgação.
⠀⠀⠀⠀Sobre o último trabalho que fiz para um artigo, foi a
ilustração de uma espécie de Passiflora, feita em
pontilhismo com nanquim, que é a técnica mais utilizada
para trabalhos de espécies novas. No entanto, esse tipo de
ilustração requer a visualização presencial e minuciosa da
planta, o que está sendo prejudicado pela pandemia, uma
vez que não conseguimos ter acesso aos herbários. Outra
questão muito importante é que, como esse trabalho é uma
prestação de serviço para a ciência, ele é pago com o
dinheiro investido na ciência. Ou seja, com os cortes de
verbas que essa área vem sofrendo, fica cada vez mais
difícil que cientistas consigam contratar esse tipo de
serviço. Dessa forma, essa linha de ilustração se encontra
cada vez mais prejudicada.
BIOSFESRA.
Poderia nos falar um pouco das suas
ferramentas de trabalho, como ilustradora? Como elas
se diferem entre o seu trabalho em casa/no estúdio e em
campo?
R.⠀⠀⠀O O ideal seria que eu conseguisse fazer como a
Margaret Mee e ir à campo para observar as espécies ao
vivo. Mas, infelizmente, nem sempre é possível.
Geralmente, no trabalho para ilustração científica das
espécies novas ou de flora, terei a planta herborizada em
mãos para que eu possa observá-la e, com sorte, terei
fotos. Digo com sorte, porque muitas vezes isso não é
possível, principalmente no caso de espécies novas que
são mais difíceis de serem encontradas ou ainda, por
exemplo, no caso de espécies que foram coletadas há
muito tempo em regiões que foram degradadas de alguma
forma. Tudo isso acaba dificultando obter as fotos e ir à
campo.
⠀⠀⠀⠀Ainda, faço uma pesquisa extensa sobre as
características da espécie, o que envolve uma conversa
com o taxonomista para entender o que exatamente
precisa ser mostrado no desenho. Por exemplo, no caso do
jequitibá que estou desenhando no momento, Cariniana
legalis, , tento mostrar os principais aspectos que integram
essa espécie. Para tanto, busco trabalhos de taxonomia
que diferenciam essa espécie de outras. No caso dessa
espécie existe um detalhe na base da folha, o que deve ser
evidenciado na ilustração.
⠀⠀⠀⠀Dessa forma, ao fim da minha pesquisa, realizo um
esboço que será avaliado por um taxonomista. Se tudo
estiver de acordo, dou início a versão final. Para a
ilustração, de maneira simples, o que eu uso é uma
bancada, uma luminária, uma paleta de aquarela, além de
pincéis, lápis para o esboço a grafite e tintas nanquim,
materiais estes que variam conforme a técnica utilizada.
42
BIOSFESRA.
Por que você escolheu cursar Biologia e
como chegou ao enfoque da ecologia de epífitas
vasculares em florestas nebulares?
R.⠀⠀⠀Eu sempre quis trabalhar com plantas. Quando eu
entrei na graduação, havia um programa de bolsas de
ações afirmativas e eu consegui essa ajuda financeira para
trabalhar no herbário da UFJF. Adorei o herbário e
permaneci trabalhando lá desde sempre, entre os
taxonomistas e pensei que seria essa área que eu deveria
seguir. Porém, na metade final do curso passei a ter aulas
de Ecologia de Populações e Comunidades. Na disciplina,
era visível os dois tipos de alunos que encontrávamos na
sala: aqueles que não entendiam nada do que estava
acontecendo e aqueles que entendiam 110% de tudo. Eu
estava entre estes últimos. Para mim, aquilo tudo era muito
lógico, um completo mind-blowing que me fez ficar
apaixonada por Ecologia. Pensei: preciso ser ecóloga! Na
época, a equipe do herbário estava fazendo excursões para
o sul de Minas Gerais, no Parque Estadual da Serra do
Papagaio. Naquela região, há extensos fragmentos de
floresta ombrófila mista e pensei que seria uma grande
oportunidade para que eu pudesse entrar em contato com
as epífitas, que eram as plantas que eu mais gostava e
desejava pesquisar.
⠀⠀⠀⠀Realizei a primeira excursão, mas foi um choque
porque tive uma imensa dificuldade para identificar as
espécies. Depois dessa dificuldade, fui facilmente
convencida de que eu precisava fazer uma lista de
espécies primeiro. Então, passei dois anos na coleta e
identificação das epífitas vasculares e sua ecologia. Já no
mestrado, trabalhei no Parque Estadual do Ibitipoca que
tem um visível gradiente de altitude, sendo aparentemente
o local mais alto também o mais rico em diversidade de
espécies. Porém, não encontrei nada na literatura que
explicasse isso. Dessa forma, trabalhei com amostragem
ecológica e de fato consegui descrever uma maior
diversidade na região mais alta do parque. Como isso foi
bastante peculiar, no doutorado fui investigar se esse
resultado atípico acontecia em outras montanhas. Então,
repliquei o que fiz no parque em outros gradientes da Serra
da Mantiqueira. Recentemente defendi a tese e cá estou eu
no momento com um artigo para escrever. É normal que
muitas pessoas mudem de área de pesquisa do mestrado
para o doutorado, mas isso não aconteceu comigo. No meu
caso, acabei seguindo uma única linha de pesquisa
mesmo, acredito que seja uma história um pouco incomum.
Desejaria seguir com um pós-doutorado, até mesmo fora
do país, mas com a redução das bolsas de estudo,
infelizmente não há muito incentivo no momento.
BIOSFESRA.
Como você utiliza a ilustração científica
em sua especialidade como ecóloga?
R.⠀⠀⠀O O desenho é uma forma de comunicação e o
desenvolvimento de uma percepção pção estética é de grande
ajuda, desde a elaboração de um relatório até a produção
de um artigo científico. Na minha tese, por exemplo,
existem muitos mapas em que conceitos estéticos e
artísticos foram muito úteis para a elaboração. Eu sempre
fui a pessoa que gostava de fazer um poster para
congressos, que comentava os painéis de amigos, que
revisava dissertações e Trabalhos de Conclusão de Curso
para dar dicas na produção dos slides, desde cor e forma
até fotografias. Idealmente, nós cientistas não deveríamos
ser cobrados em tantas áreas diferentes. É esperado que
tenhamos um primor em estatística, programação,
produção e interpretação de texto e outras coisas que são
excessivas na minha opinião. Acredito que você possa
ofertar seus serviços para outros cientistas e colegas para
ajudar a desenvolver habilidades individuais nas quais você
se identifica e aprecia, como eu até hoje ajudo muitos
colegas com meu trabalho de ilustração.
BIOSFESRA. No contexto atual, você consegue
trabalhar apenas como ilustradora científica ou
precisa exercer outro trabalho como bióloga?
R.⠀⠀⠀Atualmente, no Brasil, infelizmente quem termina o
doutorado ou está quase terminando enfrenta um cenário
decepcionante. Eu entrei na faculdade em 2009 e o
contexto era outro. Me lembro que quando entrei todo
mundo estava indo para o Ciências Sem Fronteiras, tinha
muitas oportunidades. Aquele era um momento excelente
para a ciência, um momento em que era muito fácil
escolher fazer mestrado e doutorado porque você via as
oportunidades crescendo. Mas, hoje a situação é muito
diferente para quem quer continuar dentro do contexto
acadêmico. Eu não me arrependo de ter feito o doutorado,
apesar de que as coisas já não estavam caminhando tão
bem quando entrei. Quando eu terminei o doutorado e
minha perspectiva era a do pós-doutorado, mesmo com a
possibilidade de fazer, eu não me senti motivada. Isso
porque seria fora do Brasil, mas dentro de algum tempo eu
teria que voltar à realidade da ciência nacional. Isso me
dava a impressão de que eu estava adiando o momento em
que eu teria que encarar a realidade da ciência no Brasil do
jeito que estamos vivendo agora. Então, por enquanto eu
decidi não tentar um pós-doutorado.
⠀⠀⠀⠀A ilustração científica tem um apelo emocional muito
grande às pessoas. Então, vender ilustrações científicas eu
vejo como uma relevante fonte de renda, mas que não
necessariamente vão ser usadas com esse propósito
científico comunicativo, há quem compre, por exemplo,
como algo decorativo. Atualmente, estou dando cursos e
tenho uma aluna que faz murais em paredes, ela quer
aulas de botânica e ilustração para fazer esses murais
inspirados nesse tipo de ilustração. A mesma coisa com
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
43
uma aluna tatuadora que quer aprender essa linguagem
para fazer na pele das pessoas. E eu não vou fazer
tatuagem ou murais, então vou ensinar às pessoas as
técnicas de ilustração científica. Isso funciona como um
mercado. As pessoas têm esse apelo pela estética da
ilustração porque está em alta, então no momento eu dou
aulas para esse público e é onde eu tenho o maior retorno
financeiro, bem mais do que vendendo a ilustração para
ciência.
⠀⠀⠀⠀Deste modo, a ilustração científica, com a qual eu já
vinha trabalhando, se tornou a minha prioridade.
Certamente vou continuar sendo prejudicada, isso porque
ofereço um serviço para a ciência e, com os orçamentos
atuais, o que os cientistas vão cortar do planejamento na
hora de publicar um artigo, infelizmente será a ilustração
científica. Mas, vou continuar fazendo as ilustrações porque
isso tem um certo preenchimento moral. É algo que eu
gosto de fazer, me agrada e tem um papel importante no
mundo, sobretudo agora com a perda que temos da
biodiversidade. Descrever essa biodiversidade, detalhar,
registrar e falar sobre ela, tentando sensibilizar as pessoas
sobre isso é o que eu posso fazer e é o que eu vou fazer!
Financeiramente não é nada confortável, mas de forma
geral poucas graduações são financeiramente confortáveis
na atualidade. É a realidade em que vivemos, agora é
torcer para melhorar, falando e agindo sobre aquilo que
precisamos para melhorar, a começar pelo voto em uma
pessoa que leve o meio ambiente e a ciência a sério.
Então, agora é trazer esses valores para a sociedade, para
que a gente possa transformá-la, e esperar que não seja
assim futuramente.
BIOSFESRA.
Quais os principais desafios em trabalhar
com a ilustração científica e quais conselhos você
daria aos ilustradores que desejam se dedicar a essa
carreira?
R.⠀⠀⠀Sobre os desafios, eu acho que a princípio é o
reconhecimento. Não existe muito reconhecimento na
profissão de ilustrador científico e isso, de forma geral, é um
problema no mundo como um todo, pois já vi outros
ilustradores falando sobre isso. Além disso, existe hoje o
problema do investimento na ciência porque enquanto não
existir investimento de fato na ciência, não há como se
manter como cientista. A gente precisa sobreviver e
produzir, então quando houver um investimento que dê
para manter a produção, a gente também vai ter também
cada vez mais a produção de imagens, de ilustrações
científicas e de divulgação científica.
⠀⠀⠀⠀Porém, no geral, como eu falei anteriormente, é um
campo que tem muitas oportunidades. Existem as
ilustrações digitais, graphical abstracts, serviços de
imagem, de comunicação através de imagem, existem as
pranchas para espécies novas e que continuam sendo
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
feitas, pranchas que podem ser feitas para mostrar um
comportamento de um animal… Existem muitas
possibilidades dentro da ilustração científica no sentido de
“imagens para a ciência”. Então, há muitos caminhos para
quem quer trabalhar com isso. Com relação às dificuldades
iniciais, eu acho que se relacionam à escassez de cursos
no país que proporcionem uma formação oficial, a
possibilidade de um mestrado e doutorado em ilustração
científica. No momento, infelizmente você só encontra isso
em outros países como em Portugal, onde existe um
mestrado na área, na Austrália, onde há alguns cursos, nos
EUA que contam também com alguns de ilustração médica.
Acho que a dificuldade inicial é essa: a principal dificuldade
é saber começar porque não existe um caminho certo.
⠀⠀⠀⠀Como é uma profissão que está em uma
sobreposição de duas áreas, você pode ser um artista ou
⠀⠀⠀⠀
um cientista e fazer ilustração científica. Existem também
caminhos diferentes, as pessoas vêm de áreas diferentes
para isso e nada impede nenhuma das duas coisas. Você
pode ser biólogo e ilustrador científico ou ser artista e se
especializar dentro da ilustração. Por outro lado, eu acho
que há algumas facilidades aos biólogos porque, para
quem vêm por esse caminho da ciência, cria-se uma rede
de contatos que já ajuda a saber quem procurar para
oferecer seu trabalho. Então, se vocês estão começando
ou têm vontade de começar, minha dica é que procurem
livros, existem livros nacionais muitos bons de ilustração;
busquem alguém que pode precisar desse serviço, talvez
os laboratórios de taxonomia ou de comportamento animal;
e ofereçam para ver o resultado que isso pode te
proporcionar.
CONFIRA MAIS
SOBRE O
TRABALHO DA
SAMYRA:
44
EM 2018...
45
ANIMAIS URBANOS E A
SINURBIZAÇÃO
Como a fauna se encaixa no ecossistema urbano
⠀⠀⠀Sinurbização é o processo pelo qual uma
espécie passa a ser capaz de sobreviver no
ambiente urbano [1]. Ao longo da história
humana, várias espécies passaram a conviver
e a compartilhar espaço com seres humanos,
ora como pragas, ora de modo inofensivo [1,
2]. Entender estes processos se torna cada
vez mais importante à medida que a
população urbana “explode”. Estima-se que
até 2050, 66% da humanidade viverá em
cidades [3] e que a área ocupada por espaços
urbanos aumente 2.5 vezes entre 2000 e
2030, passando a ocupar 1.1% da superfície
terrestre [4, 5].
⠀⠀⠀As cidades possuem uma série de
características e fatores que as tornam únicas
em sua heterogeneidade, com a urbanização
representando uma das mais dramáticas,
intensas e irreversíveis alterações impostas
ao ambiente natural [6]. Ambientes urbanos
frequentemente possuem uma grande
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Imagem 2. As aves possuem um "pacote
adaptativo" que às predispõe ao sucesso urbano.
Na foto: Um quiriquiri (Falco sparverius),
registrado em Sinop, MT. Fonte: Théo de Freitas
Neto. Acervo Pessoal.
diversidade de fatores abióticos, incluindo
substratos exóticos, extremos de temperatura
e de umidade em proximidade,
contaminantes ambientais e microclimas
fortemente delineados [7], além de
introduzirem alterações e perturbações
significativas na forma de perda ou
fragmentação de habitats, mudanças nos
fluxos de recursos e introdução de espécies
exóticas [6]. Isso resulta em um certo
conjunto de pressões seletivas, favorecendo
“pacotes de adaptações” específicos [1, 4],
que diferem entre distintos grupos mas em
todos os casos os levam a ser mais capazes
de lidar com ambientes inesperados.
Imagem 1. Primatas são frequentemente
encontrados em áreas antropizadas e
urbanizadas. Na foto: Um sagui-de-Schneider
(Mico schneideri), registrado em um parque
urbano de Sinop, MT. Fonte: Théo de Freitas
Neto. Acervo Pessoal.
46
⠀⠀⠀De modo geral, é possível categorizar
espécies sinúrbicas com base em critérios de
uso de paisagem ou com base em critérios
de aptidão [5]. Segundo a primeira
classificação, elas se dividem em espécies
⠀⠀⠀
Imagem 3. Densidade de espécies de mamíferos urbanos. Círculos escuros indicam assentamentos de
mais de 10.000 habitantes. Fonte: One size does not fit all: determinants of urban adaptation in
mammals. SANTINI et al. (2018).
residentes, que derivam todas as suas
necessidades do ambiente urbano; e espécies
visitantes, que fazem incursões pontuais em
busca de alimento, abrigo ou outros recursos,
sem permanecer por tempo prolongado [5].
Por outro lado, segundo uma divisão baseada
em aptidão, elas se classificam em
“evasores”, para espécies forçadas a viver em
ambientes urbanos e que evitam contato com
paisagens antropizadas; “adaptadores”, para
espécies capazes de sobreviver em
ambientes urbanos nas condições corretas
sem abandonar totalmente seu ambiente
silvestre; e “exploradores”, para espécies que
voluntariamente ocupam espaços urbanos em
busca de recursos abundantes [4, 5].
⠀⠀⠀As aves são um dos principais focos no
estudo da sinurbização. Alguns dos primeiros
estudos sobre o assunto se deram na cidade
polonesa de Varsóvia [8], onde 12 espécies
distintas de aves colonizaram áreas
densamente urbanizadas em décadas
recentes [1]. As aves são um grupo
extremamente diverso e adaptável, com
vários traços evolutivos que facilitam a
ocupação de áreas urbanas, como sua
capacidade de voo, sua ocupação de determinados
nichos ecológicos e a construção de
ninhos protegidos [3]. O exemplo mais
conhecido é o pombo-doméstico (Columba
livia domestica), descendente do pombo-dasrochas,
uma espécie que habita escarpas
rochosas costeiras da Europa e Norte da
África e encontrou na paisagem de arranhacéus
e edifícios, com abundância de comida,
um ambiente familiar e aconchegante [9].
⠀⠀⠀Espécies sinúrbicas frequentemente se
tornam problemas atacando seres humanos,
danificando estruturas, introduzindo
zoonoses, espalhando fezes e restos de
alimentos, entre outras fontes de conflito [10].
Inversamente, ainda não se sabe quais os
efeitos negativos que o ambiente urbano
pode trazer para animais sinúrbicos, como
exposição à poluição e a antroponoses
(doenças transmitidas de humanos para
animais, o oposto de zoonoses), ou
adaptações secundárias que dificultem sua
reintrodução no ambiente natural.
⠀⠀⠀Por outro lado, o manejo adequado e
planejado da biodiversidade em ambientes
urbanos também pode ter benefícios. O
processo descontrolado de seleção e adapta-
⠀⠀⠀
47
ção imposto pela paisagem das cidades tende
a levar a uma homogeneização biótica,
deixando poucas espécies hiper-abundantes,
uma situação denominada de “pobreza
biológica” [11, 12] que afeta negativamente
uma série de critérios sociais como saúde,
bem-estar, apreciação da natureza e
desenvolvimento infantil [13]. Com uma
população urbana crescendo ano a ano é
necessário mais que nunca o planejamento
racional das cidades.
Você Sabia?
Embora esse artigo foque na ecologia de
vertebrados complexos, como mamíferos e aves,
esses não são os únicos organismos passíveis de
estudo em um contexto urbano. Outros animais,
fungos, plantas e mesmo microrganismos
também podem ser estudados pela mesma lente
com processos similares, sendo comunidades
vegetais urbanas especialmente importantes
como objeto de interesse da ecologia de
paisagens.
Referências
1 - LUNIAK, Maciej. Synurbization–adaptation of animal wildlife to urban development. In: Proceedings 4th
international urban wildlife symposium. University of Arizona,, 2004. p. 50-55.
2 - FRANCIS, Robert A.; CHADWICK, Michael A. What makes a species synurbic?. Applied Geography, v. 32, n. 2,
p. 514-521, 2012.
3 - REYNOLDS, S. James et al. Urbanisation and nest building in birds: a review of threats and opportunities.
Journal of Ornithology, v. 160, n. 3, p. 841-860, 2019.
4 - MØLLER, Anders Pape. Successful city dwellers: a comparative study of the ecological characteristics of urban
birds in the Western Palearctic. Oecologia, v. 159, n. 4, p. 849-858, 2009.
5 - SANTINI, Luca et al. One strategy does not fit all: determinants of urban adaptation in mammals. Ecology
Letters, v. 22, n. 2, p. 365-376, 2019.
6 - SHANAHAN, Danielle F. et al. The challenges of urban living. Avian urban ecology, p. 3-20, 2014.
7 - REBELE, Franz. Urban ecology and special features of urban ecosystems. Global ecology and biogeography
letters, p. 173-187, 1994.
8 - LUNIAK, Maciej. The birds of the park habitats in Warsaw. Acta ornithol., v. 18, n. 6, p. 335-370, 1981.
9 - SACCHI, Roberto et al. Effects of building features on density and flock distribution of feral pigeons Columba
livia var. domestica in an urban environment. Canadian Journal of Zoology, v. 80, n. 1, p. 48-54, 2002.
10 - SPENNEMANN, Dirk HR; WATSON, Maggie J. Dietary habits of urban pigeons (Columba livia) and
implications of excreta pH–a review. European Journal of Ecology, v. 3, n. 1, p. 27-41, 2017.
11 - TAYLOR, Lucy; TAYLOR, Charlotte; DAVIS, Adrian. The impact of urbanisation on avian species: The
inextricable link between people and birds. Urban Ecosystems, v. 16, n. 3, p. 481-498, 2013.
12 - ŁOPUCKI, Rafał et al. Effects of urbanization on small-mammal communities and the population structure of
synurbic species: an example of a medium-sized city. Canadian journal of zoology, v. 91, n. 8, p. 554-561, 2013.
13 - TURNER, Will R.; NAKAMURA, Toshihiko; DINETTI, Marco. Global urbanization and the separation of humans
from nature. Bioscience, v. 54, n. 6, p. 585-590, 2004.
Aluno do 3º Período de Bacharelado em Ciências
Biológicas da UFSCar e membro voluntário do
PET Biologia. Entre 2016 e 2019 foi estudante de
Medicina na UFMT - Campus Sinop, onde fez
parte do Grupo de Ecologia Aplicada de Sinop
(GECAS), em que adquiriu gosto pela ecologia e
primatologia.
48
@theofneto
@gecasufmt
As experiências do biólogo em formação em trabalhos externos à sua universidade são
essenciais para seu desenvolvimento pessoal e profissional na área. São inúmeras as
oportunidades em todo o Brasil, incluindo Unidades de Conservação, Empresas, Parques
Ecológicos, Zoológicos, Projetos sociais, culturais e de conservação, ONGs, entre outros.
Destacamos alguns locais que apresentam programas de estágios e/ou voluntariado,
possivelmente os mais frequentados pelos estudantes de biologia da UFSCar de São Carlos.
Projeto TAMAR
Ubatuba - SP
O Projeto TAMAR busca a conservação do
ambiente marinho, com o principal papel na
proteção das espécies de tartarugas-marinhas.
Com unidades em ⠀⠀⠀ praticamente toda costa litorânea brasileira,
muitas oportunidades de estágios estão disponíveis aos
biólogos. Em Ubatuba - SP encontra-se a unidade mais próxima,
onde o foco é a sensibilização e Educação Ambiental no Centro
de Visitantes junto a estudantes, turistas e comunidade
(ocupando maior tempo do estágio); manejo das tartarugas em
cativeiro (preparo do alimento, limpeza de recintos, etc);
entrevistas de opinião com visitantes; apoio na rotina de
reabilitação de tartarugas feridas, doentes ou debilitadas.
É possível o interessado inscrever-se preenchendo o questionário presente no link:
http://tamar.org.br/interna.php?cod=219
49
Parque Estadual
da Ilha Anchieta
O Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEIA) é
uma Unidade de Conservação ⠀⠀⠀ de proteção integral presente no
litoral norte de São Paulo, mais especificamente na cidade de
Ubatuba. A Ilha fica próxima ao continente e guarda belezas
naturais incríveis, além de muitas histórias emocionantes como
a de uma rebelião gigante no antigo presídio da ilha. Existem
programas de voluntariado no parque durante os meses de
janeiro, fevereiro e julho, no qual o voluntário poderá trabalhar
com educação ambiental, monitoramento de praias e trilhas,
pesquisas com a fauna e flora da ilha, apoio aos monitores e a
sede administrativa, entre outras atividades.
Para se tornar um voluntário é preciso declarar interesse pelo e-mail
pe.ilhaanchieta@fflorestal.sp.gov.br
Também é possível se cadastrar pelo forms do google:
https://bit.ly/cadastroilhaanchieta
Parque Ecológico
de São Carlos
O Parque Ecológico de São Carlos (PESC) é
um zoológico localizado ao lado do campus
da UFSCar, onde são ⠀⠀⠀desenvolvidos trabalhos de manejo de
fauna silvestre, especialmente de espécies em risco de
extinção, além de projetos de educação ambiental com os
visitantes do parque. O parque possui programa de estágio
para os biólogos nas férias e também integralmente durante
tempo determinado.
Para ser um estagiário no PESC é necessário declarar interesse pelo e-mail
pesc@pesc.org.br.
O pretendente também pode ir ao local presencialmente e tentar contato.
50
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é
uma empresa de inovação tecnológica focada na geração de
conhecimento e tecnologia para agropecuária brasileira, sendo
uma das responsáveis por transformá-la numa das mais
eficientes do planeta. Em São Carlos, a EMBRAPA mantém
dois centros de atividades instalados na cidade: o Centro de
Pesquisa de Pecuária do Sudeste e o Centro Nacional de
Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação Agropecuária,
produzindo tecnologia de ponta nas áreas de melhoramento
genético bovino e de desenvolvimento de equipamentos
agropecuários.
EMBRAPA
São Carlos
Para realizar estágio na EMBRAPA o interessado deve acessar um dos dois links:
https://www.embrapa.br/pecuaria-sudeste/estagios-e-bolsas
https://www.embrapa.br/instrumentacao/estagios-e-bolsas
Página - Oportunidades, Estágios
e Trabalhos Voluntários
A página “Oportunidades, Estágios e
Trabalhos Voluntários” é um sucesso na
divulgação de oportunidades profissionais,
programas de estágio e voluntariado na área
biológicas. Idealizada por alunos de biologia
da UFSCar - São Carlos, Barbara “@bapradocs”, Leonardo “@leoambrosino” e Pedro
“@p_baes”, a página divulga diariamente informações, tornando fácil o acesso a editais que
muitas vezes são de difícil acesso. Hoje, a página é um meio de comunicação de alto alcance
para a divulgação de atividades profissionais não apenas para a área de Ciências Biológicas,
mas também para diversos cursos (Gestão Ambiental, Medicina Veterinária, Biotecnologia e
Geografia) e áreas afins. Para ficar por dentro de todas oportunidades, siga a página no
instagram e no facebook!
www.facebook.com/OETVAmbiental
@estagioevoluntariado
51
PROGRAMAS DE
ASSISTÊNCIA
PRECISA DE AUCÍLIO FINANCEIRO, MÉDICO OU
ALGUM OUTRO TIPO DURANTE SEU
PERÍODO NA FACULDADE?
CONFIRA OS PROGRAMAS
ASSISTENCIAIS DA UFSCAR!
PARA MAIS INFORMAÇÕES
ACESSE O SITE ATRAVÉS DO
QR CODE:
MORADIA E BOLSAS
“A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL É A ÁREA RESPONSÁVEL PELA
GESTÃO DO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL (PAE),
COMPREENDENDO AS AÇÕES DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E
CONTROLE DO INGRESSO, BEM COMO A CONTINUIDADE DO
BOLSISTA NO PROGRAMA, VIA ACOMPANHAMENTO SOCIAL E
OFERTA DE SERVIÇOS QUE SUPORTEM SUA PERMANÊNCIA.”
A UFSCAR OFERECE ASSISTÊNCIAS PARA DIVERSOS TIPOS DE
NECESSIDADES PARA ALUNOS COM VULNERABILIDADE
SOCIOECONÔMICA COM A FINALIDADE DE AJUDAR EM SUA
PERMANÊNCIA, COBRINDO CUSTOS COMO MORADIA,
ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTE. ALÉM DISSO, A ASSISTÊNCIA
ESTUDANTIL TEM PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA PARA GRUPOS
ESPECÍFICOS COMO PAIS E MÃES, ESTRANGEIROS E OUTROS.
PARA MAIS INFORMAÇÕES
ACESSE O SITE ATRAVÉS DO
QR CODE:
USE (UNIDADE SAÚDE ESCOLA)
“A UNIDADE SAÚDE ESCOLA (USE) É UMA UNIDADE ACADÊMICA
MULTIDISCIPLINAR DA UFSCAR E POSSUI COMO MISSÃO FORMAR
PESSOAS POR MEIO DA ASSISTÊNCIA INTERPROFISSIONAL EM
SAÚDE, PAUTADA NA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO,
PESQUISA E EXTENSÃO, E PRIORIZANDO A HUMANIZAÇÃO E
INTEGRALIDADE DO CUIDADO. EM SUA ARTICULAÇÃO COM A REDE
DE SAÚDE, A UNIDADE CARACTERIZA-SE COMO AMBULATÓRIO DE
MÉDIA COMPLEXIDADE (ATENÇÃO ESPECIALIZADA) QUE ATENDE A
TODA A COMUNIDADE DE SÃO CARLOS E MICRORREGIÃO
(ABRANGENDO IBATÉ, DESCALVADO, DOURADO, PORTO FERREIRA
E RIBEIRÃO BONITO). OS ATENDIMENTOS OCORREM VIA
REFERÊNCIA DA ATENÇÃO BÁSICA E DE TODOS OS PONTOS DA
REDE DE SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL E EDUCAÇÃO.”
ATUALMENTE O USE ESTÁ REALIZANDO ATENDIMENTOS
REMOTOS E PRESENCIAIS VIA AGENDAMENTO DE CONSULTAS.
52
PROGRAMAS DE
ASSISTÊNCIA
PARA MAIS INFORMAÇÕES
ACESSE O SITE ATRAVÉS DO
QR CODE:
DEAS (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO A
SAÚDE)
“O DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO À SAÚDE (DEAS), CAMPUS SÃO
CARLOS, É UMA UNIDADE VINCULADA À PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS
COMUNITÁRIOS E ESTUDANTIS (PROACE) E ESTÁ LOCALIZADO NA
ÁREA NORTE DO CAMPUS, À RUA DOS ACAUÃS, AO LADO DA UNIDADE
SAÚDE ESCOLA (USE). O DEAS TEM POR FINALIDADE PROMOVER E
PARTICIPAR ATIVAMENTE DE AÇÕES VOLTADAS PARA A SAÚDE DA
COMUNIDADE UFSCAR, TAIS COMO EVENTOS E CAMPANHAS DE
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO À SAÚDE, BEM COMO PRESTAR
ATENDIMENTO DE ALGUMAS ESPECIALIDADES DA ÁREA.”
O DEAS CONTINUA REALIZANDO SEUS EVENTOS REMOTAMENTE.
DEESP (DEPARTAMENTO DE ESPORTES)
PARA MAIS INFORMAÇÕES
ACESSE O SITE ATRAVÉS DO
QR CODE:
O DEPARTAMENTO DE ESPORTES (DEESP) COMPREENDE A
UNIDADE QUE COORDENA E GERENCIA OS ESPAÇOS E
EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS DO CAMPUS SÃO CARLOS,
FORNECENDO QUANDO POSSÍVEL RECURSOS MATERIAIS, MAS,
SEMPRE BUSCANDO ASSEGURAR AS PRÁTICAS QUE PERMEIAM AS
TRÊS FUNÇÕES BÁSICAS DA UNIVERSIDADE – ENSINO, PESQUISA
E EXTENSÃO. É TAMBÉM UM ESPAÇO PRIVILEGIADO PARA QUE A
COMUNIDADE PROMOVA PRÁTICAS ESPORTIVAS E DE LAZER E
CULTURA, DE CONVIVÊNCIA E ATÉ MOMENTOS DE
CONTEMPLAÇÃO DA PAISAGEM NA QUAL O PARQUE ESPORTIVO
ESTÁ INSERIDO. AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PARQUE
ESPORTIVO SÃO COORDENADAS PELOS USUÁRIOS
INTERESSADOS. O PARQUE ESPORTIVO E MATERIAIS DISPONÍVEIS
PODEM SER UTILIZADOS PELA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA, COM
APRESENTAÇÃO DE IDENTIFICAÇÃO DE VÍNCULO COM A UFSCAR.
É POSSÍVEL A RESERVA PRÉVIA DOS ESPAÇOS, BASTANDO PARA
ISSO COMPARECER NO DEESP E – MUNIDO DE DOCUMENTO DE
IDENTIFICAÇÃO UNIVERSITÁRIA – RESERVAR O HORÁRIO PARA A
SEMANA VIGENTE (PROCEDIMENTOS DE RESERVA DE ESPAÇOS
PODEM SER CONSULTADOS EM NORMAS E ORIENTAÇÕES). O
DEESP TEM SEU ESPAÇO DELIMITADO PELA PROACE E
ATUALMENTE COMPREENDE: 1 GINÁSIO POLIESPORTIVO COM
ARQUIBANCADAS LATERAIS, 5 QUADRAS DESCOBERTAS EM
CONCRETO, 2 QUADRAS DE AREIA, 2 QUADRAS DE TÊNIS, CAMPO
DE FUTEBOL COM PISTA DE ATLETISMO.”
53
Além das
Na UFSCar, você pode aprender um
idioma, realizar o exame de
proficiência e aplicar para uma
universidade no exterior!
das Além
Fronteiras
Saiba como!
INSTITUTO DE LÍNGUAS
⠀⠀⠀⠀O Instituto de Línguas da UFSCar (IL) desenvolve, acompanha e avalia as ações linguísticas
implementadas pela UFSCar, reconhecendo demandas e planejando políticas para a difusão do
conhecimento de línguas e culturas, bem como atuando na formação de profissionais para atuar nesse
campo. O IL oferece inúmeras atividades, como cursos de diversas línguas (inglês, espanhol, libras e
português para estrangeiros), tradução, interpretação e revisão de textos, oficinas temáticas e atividades
culturais e de lazer. Os cursos de línguas são sempre bastante procurados e vão desde o básico no
idioma até a turma mais avançada, sempre focados na conversação. Para participar, basta estar sempre
atento às notícias e ao calendário, divulgados no site oficial do IL e em sua página do Facebook, para não
perder os prazos de inscrição. Vale ressaltar que essas atividades são gratuitas e valem como horas
complementares!
As aulas ocorrem nas salas
de aula do prédio AT10
duas vezes na semana,
usualmente do 12h à 13h.
Acesse o site e saiba mais:
www.institutodelinguas.ufscar.br/pt-br
54
SECRETARIA GERAL DE
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
⠀⠀⠀⠀A Secretaria Geral de Relações Internacionais (SRInter) da UFSCar tem a finalidade de promover a
internacionalização da instituição, ampliando as oportunidades de mobilidade acadêmica e reforçando a
presença da instituição no cenário mundial do Ensino Superior e da Pesquisa. Para quem objetiva tentar
seus estudos ou estágios no exterior, no site do SRInter são divulgados todos os editais das universidades
parceiras com inscrições abertas. Com as atividades em formato remoto em razão da pandemia,
frequentemente a SRInter promove webinars sobre oportunidades de intercâmbio, divulgados nas páginas
oficiais e pela Coordenação de Comunicação Social (CCS), lembre-se de sempre checar seu e-mail!
Acesse o site e saiba mais:
www.srinter.ufscar.br/pt-br
IDIOMAS SEM FRONTEIRAS
⠀⠀⠀⠀O Programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) surgiu para auxiliar os estudantes com programas de
mobilidade como o Ciências sem Fronteiras, mas atualmente oferece cursos de idiomas. Na UFSCar, são
ofertados o ensino do inglês, espanhol e português como língua estrangeira. Na página do Facebook, você
se manterá informado sobre os cursos de línguas gratuitos do programa IsF. Um ponto importante é que,
diferentemente dos cursos oferecidos pelo IL, no programa IsF os cursos ofertados são para fins
acadêmicos, como leitura e redação de artigos científicos, apresentação oral de trabalhos e sensibilização
intercultural, todos gratuitos e exclusivos para a comunidade acadêmica. Os dois programas (IL e IsF) não
possuem vínculo, possuindo professores, cursos e materiais diferentes. É também por meio do IsF que
você conseguirá encontrar as orientações para realizar exames de proficiência em língua estrangeira
como o TOEFL e retirar seu certificado!
Acesse o site e saiba mais:
https://isf.ufscar.br/
Qual o seu próximo
Qual o seu próximo
55
destino?
DEPOIMENTOS
DE QUEM
JÁ ENTROU
E DE QUEM ESTÁ
SAINDO.
O caminho para se tornar Biólogo e Bióloga é muito maior do que aquilo ensinado pelas
“disciplinas obrigatórias”. Como diria Lumena, "a jornada, meu irmão", é longa e muitas vezes
cansativa… Mas tenha certeza de que faz tudo valer a pena no final. Isso porque o Biólogo é
educador, é pesquisador, é ativista em prol das causas ambientais e muitas facetas mais.
Então, pensando no caminho que vocês têm pela frente, traremos as experiências de quem já
está na biologia! O que será que os alunos que entraram em 2020 e os que estão saindo agora
pensam sobre sua trajetória na Biologia UFSCar? Fica ligado!
THEO
DE
FREITAS
020
Qual foi sua primeira impressão com o curso?
Foi parecido e diferente do que eu esperava. Eu já era estudante de federal antes de entrar,
então o choque de dificuldade, cultura, rotina, etc já era algo que eu cheguei acostumado, mas
mesmo assim eu me surpreendi com as particularidades do ambiente, a diferença de tamanho
do campus.
Qual foi sua maior dificuldade no primeiro semestre?
De longe, a maior dificuldade foi a combinação de ENPE e a distância de casa. Eu sou
matogrossense e decidi ficar por aqui em São Carlos, na expectativa de que não fosse demorar
muito tempo pra voltar no presencial, e aqui estamos mais de um ano depois né. Mas o
principal foi essa turbulência e incerteza dos primeiros meses mesmo, quando ninguém sabia
o que fazer e como fazer as coisas.
O que você faria de diferente e quais suas expectativas para o futuro?
Provavelmente eu acho que pegaria mais matérias por semestre (a gente se
subestima quando olha em retrospectiva né) e começaria a correr atrás de IC
mais cedo, especialmente com um pouco mais da perspectiva que tenho agora
sobre os diferentes departamentos e recursos da faculdade. De expectativa, tá
sempre aí a eterna corrida atrás da IC, né.
Um recado aos novos alunos:
Com certeza muita gente já passou pelos problemas e perrengues que vocês estão
passando na faculdade, e muita gente vai passar ainda, então ache uns veteranos de
confiança e cola junto pra ajudar com essas coisas, que tem gente disposta a ajudar.
A faculdade tem vários recursos pra dar apoio (alguns mais burocráticos que outros,
alguns mais efetivos que outros), e achar alguém que sabe navegar para guiar é super
importante.
56
DEPOIMENTOS
DE QUEM
JÁ ENTROU
E DE QUEM ESTÁ
SAINDO.
RAFAEL ARAÚJO
020
EMPATA
Qual foi sua primeira impressão com o curso?
Foi completamente diferente do que eu achei que seria!! De cara você vê o quanto o curso é
amplo e cheio de oportunidades e caminhos que se cruzam. Eu cheguei na universidade
achando que queria ser geneticista ou zoólogo e hoje penso em seguir para áreas de pesquisa
completamente diferentes, isso porque as aulas e os projetos te levam a conhecer novos
lugares e novos tipos de conhecimento. Então, de modo geral, a minha primeira impressão da
Biologia é que realmente é um caldeirão de pluralidade e oportunidades de aprendizado e
pesquisa! Não tem lugar melhor pra se estar!
Qual foi sua maior dificuldade no primeiro semestre?
Bom, eu sou 020 isso significa que já entrei na pandemia… Então, a maior dificuldade por que
passei foi de me adaptar à demanda de estudo que a graduação exige. Também penei em
encontrar modos de se organizar com tudo isso, ainda mais dentro de casa, em um ambiente
que era de descanso e que do nada passou a ser trabalho e estudo. Acredito que com o tempo
e com as amizades esse sentimento foi diminuindo e fomos acalmando… Apesar de tudo essa
é uma dificuldade que existe até hoje, cada semestre é uma surpresa diferente e o importante é
lembrar que não estamos sozinhos.
O que você faria de diferente e quais suas expectativas para o futuro?
Acho que se eu pudesse dar uma dica pro Empata do ano passado… Eu pediria pra ter mais
calma e aproveitar mais o momento (mesmo que nas circunstâncias atuais) por que a parte
mais difícil já passou (o megazord que é o vestibular) e por que tudo se resolve, todos se
ajudam e a graduação anda! E a minha expectativa para o futuro é de criar mais afinidade
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
com minhas queridas Botânica e Ecologia, e seguir para uma IC!! Poder começar
oficialmente a minha vida como pesquisador me deixa muito animado!
Um recado aos novos alunos:
BIXETES E BIXOS! Primeiramente sejam BEM VINDOS À MELHOR DO MEU
BRASILLL!!!!! A universidade é um lugar incrível mas também desafiador e olha, não
queiram e nem tentem passar por isso sozinhos! Sei que o começo vai ser turbulento e
até um pouco assustador, mas com a rede de apoio que a biologia forma vai ser tudo
mais tranquilo e mais gostoso! Usem e abusem da faculdade à medida do possível,
conheçam seus veteranos, conheçam os projetos de extensão, conheçam seus
professores, construam uma rede de apoio que te faça bem. Isso vai fazer tudo valer a
pena! No mais, nos encontraremos logo em breve no presencial! E enquanto não
podemos nos abraçar fisicamente, saibam que estarei aqui para o que precisarem!!!!
57
DEPOIMENTOS
DE QUEM
JÁ ENTROU
E DE QUEM ESTÁ
SAINDO.
LUCAS TOMAZELLA
016
TOM
Qual foi sua primeira impressão com o curso?
Minha primeira impressão foi uma mistura de êxtase, encanto e preocupação não só pelo curso,
mas também com a nova vida que levaria dali pra frente. Estava preocupado em me estabelecer
em algum lugar, em êxtase com as novas amizades, com o novo mundo que a UFSCar me deu, e
encantado com o campus da UFSCar. Em relação ao curso de Biologia, no começo eu estava
mais preocupado em não reprovar em nada rs, e como todo calouro aproveitar muito a vida
nova, até pegar o embalo dos estudos e encontrar seu próprio ritmo demora um pouco, mas
depois é só sucesso.
Qual foi sua maior dificuldade no primeiro semestre?
Química rs, brincadeira. Minha maior dificuldade acho que é a mesma da maioria que vem de
outra cidade: conciliar mudança de vida de fazer tudo sem sua família por perto, querer fazer
todas atividades que podia ao mesmo tempo, jogar bola, ir pra aula, preocupar com alimentação,
dinheiro, ir pra algum rolê quase todos dias, e mesmo assim estudar, era cansativo e muito bom.
O que você faria de diferente e quais suas expectativas para o futuro?
Acho que aproveitei bem meu tempo de UFSCar, fiz praticamente de tudo. Talvez, o que faria
diferente seria me empenhar mais pra conseguir conciliar algum esporte competitivamente ao
mesmo tempo do curso. Além de estreitar mais a relação com alguns professores; temos
professores ótimos no nosso curso, eu poderia ter aproveitado mais essa proximidade que
criamos com eles, entrado em algum laboratório, algo assim. Em relação ao futuro, só quero
trabalhar e viajar muito. Tentar praticar o que aprendi no curso em outros lugares, que só
⠀⠀⠀⠀conheci por conta da UFSCar, tentar levar a vida leve, e tratar as pessoas bem, tentar
⠀⠀⠀⠀conhecer a paisagem e o clima de alguns lugares, acho que é isso rs.
Deixe um recado aos novos alunos:
Acho que deve ta sendo muito difícil esse momento, serem freados pela pandemia.
Mas o que tenho a dizer é que vocês estão em uma excelente universidade, uma das
melhores do país, então aproveita ela. Quando tudo isso passar e vocês poderem
aproveitar a UFSCar inteiramente, vocês irão curtir demais. Então é esse meu recado,
aproveitem quando puderem, façam de tudo, vá em todas as aulas, entre algum grupo
de esporte, música, teatro, dança, sei lá o que você curte, tem de tudo!Participe de
grupos da biologia, faça voluntariado longe, faça pesquisa em algum laboratório, vai
pra todas festas que puder, interbio, tusca, festa de reps. Aproveite!
58
DEPOIMENTOS
DE QUEM
JÁ ENTROU
E DE QUEM ESTÁ
SAINDO.
LARISSA BROGGIO
016
LARI
Qual foi sua primeira impressão com o curso?
Minha primeira impressão, logo no dia da matrícula, foi de acolhimento, os veteranos foram
muito queridos e minha turma também. Em relação ao conteúdo e dinâmica das disciplinas
fiquei um pouco assustada, acho que não esperava tanta diferença do ensino médio.
Qual foi sua maior dificuldade no primeiro semestre?
Com certeza foi ter que reaprender a estudar. O modo como eu estudava antes não funcionava
mais. Demorou um certo tempo até que eu encontrasse a melhor forma pra mim.
O que você faria de diferente e quais suas expectativas para o futuro?
Eu teria aproveitado mais o contato com os professores, conhecido as áreas de pesquisa, os
laboratórios. Não me arrependo de ter focado nas áreas que gosto, mas sinto que poderia ter
conhecido mais.
Sobre o futuro, acho a pergunta mais difícil do momento… Minha maior expectativa atual é
sermos todos vacinados. Pensando mais individualmente, gostaria de ingressar numa pós ou
encontrar um emprego legal nas áreas que gosto.
Deixe um recado aos novos alunos:
Aproveitem a universidade como um todo, busquem desenvolver habilidades além
das que o curso proporciona. Conheçam os laboratórios, façam parte de projetos
de extensão (o PET é ótimo, recomendo rs). E muito importante: criem laços, poder
contar com amigos na graduação faz uma diferença gigantesca (o PET também é
um ótimo ambiente pra isso, rs).
E VOCÊS
QUAIS AS SUAS
CALOUROS
CALOURAS E
EXPECTATIVAS?
59
BATEU AQUELA
FOME?
Se você está em São Carlos e quer comer
algo diferente, temos algumas sugestões
de lanches, sobremesas e produtos
naturais!
DOCÊ, DOCINHO PARA VOCÊ
A Docê, Docinhos Para Você almeja
compartilhar carinho na forma de
docinhos artesanais. O carro chefe são as
Palhas Italianas e Brownies.
@docinhoproce
(12) 98107-0077
(Rafa)
ARQUITETANDO DOCES
Doces artesanais para entrega ou retirada.
Bombom no pote, copo da felicidade,
barra de chocolate recheada, brigadeiro,
kits p/ presente, além de kit nas principais
datas comemorativas.
@arquitetandodoces_
(16) 99607-8886
(Raquel)
60
EMY DOCES
A Emy Doces é uma loja virtual criada para
atender os doceiros de plantão.
Produzimos doces caseiros com muito
amor e dedicação e os entregamos em São
Carlos.
@emydoces1
@emydoces
(16) 99729-7926
(Emily)
DOCEVEG
A DoceVeg é uma doceria vegana, o que
significa que nenhum dos nossos
docinhos contém origem animal! Temos,
bolos, barras de chocolate recheadas e
muito mais.
DOCEVEG @doce_veg_ EMY DOCES (16) 99210-0184
(Laura)
GOURMELATO
A Gourmelato vende deliciosas geleias
artesanais e docinhos feitos com muito
amor, como mini bolos e copos da
felicidade, para quem gosta de alegrar o
seu dia desde o café da manha até o
happy hour.
@gourmelato
61
CANDYFER
A CandyFer é uma lojinha de doces
artesanais idealizada por uma
bióloga/confeiteira, cuja matéria prima
principal é o chocolate.
DOCEVEG @Candyfer4you EMY DOCES (16) 99217-1506
(Fer)
CAPÃO DAS ANTAS AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
União de agricultores e agricultoras que
sonham com o seu reconhecimento em
São Carlos. Funcionamos por meio de
pedidos semanais entregues a domicílio!
DOCEVEG
@capaoagricultura
EMY DOCES
(16) 99139-6408
S&D SALGADOS
Trabalhamos com salgadinhos de festa!
Os melhores salgadinhos de São Carlos,
feitos manualmente com os melhores
ingredientes! Não passe vontade e
encomende o seu com antecedência!
S&D Salgados - São Carlos/SP
@sdsalgados.saocarlos
62
CASEIRINHOS DA ANI CAROLINI
Pães caseiros recheados,
salgados e doces. Tudo
feito sob encomenda
com muito amor e
carinho!
@caseirinhosdaanicarolini
(16) 99217-0022 (Ani)
ENTRE EM CONTATO COM
A GENTE!
se você quer ver seu
empreendimento na próxima
edição, manda uma mensagem
no nosso Instagram
@petbiologia.ufscar !
63
Dica cultural:
Livros, filmes e séries
Mrs. Dalloway
Nesse livro, lançado em 1925, é possível encontrar um dos maiores exemplos do estilo
de escrita da Virgínia: os fluxos de consciência. Esse recurso literário permite conhecer
o interior de cada um dos personagens, seus pensamentos e devaneios sobre a vida e
sua existência. Sobre o enredo, em resumo, trata-se de um romance histórico que narra
um dia na vida de Clarissa Dalloway, uma socialite que vive na Inglaterra no contexto
pós Primeira Guerra Mundial. Porém, há outro foco narrativo, o de Septimus Smith, um
veterano da guerra com muitas sequelas psicológicas por tudo o que viu em batalha.
Inclusive, o livro começa com Clarissa indo à floricultura, enquanto Septimus, ao
psiquiatra. Assim, talvez a melhor definição para o livro seja: nada está acontecendo,
ao mesmo tempo em que tudo acontece.
Mindhuter
Mindhunter é uma série de drama policial que se passa na década de 70, considerada a Era
de Ouro da caçada aos assassinos em série. Baseada no livro homônimo, “Mindhunter: O
primeiro caçador de serial killers americano”, a série gira em torno dos agentes do FBI
Holden Ford e Bill Tench, que foram responsáveis por criar o perfil dos serial killers, em uma
época na qual a expressão sequer existia. Os agentes entrevistaram dezenas de assassinos
famosos que os ajudaram a traçar um padrão (ou padrões) para compreender como esses
criminosos pensam e de onde surgiu o instinto ou o desejo que os fizeram cometer tal
crime. Desse modo, aplicavam esse conhecimento para resolver os casos em curso.
My octopus teacher
Vencedor do Oscar de melhor documentário de 2021, o filme da Netflix “My Octopus
Teacher” conta uma história real de Craig Foster, um cineasta e documentarista
naturalista que passava por um período difícil em sua vida, pois estava sem inspiração
em seu trabalho e se sentindo cada vez mais desconectado de sua família, começando a
apresentar sintomas de depressão. Um dia Craig decidiu mergulhar em uma praia perto
de sua casa na África do Sul para espairecer enquanto tirava fotos e quem sabe
recuperar sua inspiração. Ao observar a rica fauna e flora do local, ele achou um polvo
e, encantado pelo raro e belo animal decidiu encontrá-lo e acompanhá-lo todos os dias,
quase que como uma sessão de terapia que o ajudava tanto com o trabalho quanto com
a família. O filme apresenta a história de uma forma extremamente comovente e
envolvente, passando as sensações e aprendizados do protagonista através das
lindíssimas filmagens submarinas e da emocionante trilha sonora original.
64
O assassinato de Roger Ackroyd
Publicado em 1926, “O assassinato de Roger Ackroyd” foi o quarto livro de Agatha
Christie e o seu primeiro grande sucesso. Como de costume da autora, a obra é um
romance policial de altíssima qualidade, no qual o famoso Detetive Hercule Poirot se
debruça sobre o assassinato de Roger Ackroyd. O caso parece extremamente
complexo, cheio de detalhes e mentiras, até que, no último minuto, tudo isso é
reduzido a uma simplicidade absoluta, causando no leitor um estado de êxtase e
incredulidade. Dessa forma, Agatha Christie, com sua técnica impecável, desafia o
leitor a resolver uma equação nascida de mínimos detalhes. Você acha que
consegue descobrir o assassino de Roger Ackroyd?
POSE
POSE é uma série que se passa na Nova Iorque da década de 80, momento e local de muita
invisibilidade da comunidade LGBTQIA+, e de muito destilamento de ódio em razão do aumento
das infecções clínicas pelo novo vírus do HIV. Dentro deste contexto, a série mostra as lutas de
resistência, acolhimento e desenvolvimento da comunidade. A trama gira em torno de duas
principais estruturas familiares: a House of Abundance e a House of Evangelista, famílias que
acolhem jovens transexuais e homossexuais que não têm onde morar e a quem recorrer. As
lideranças familiares são Elektra e Linda, duas mulheres muito fortes e bastante competitivas
dentro do cenário dos Ballrooms, bailes de pura expressão e liberdade. Apesar desta rivalidade,
sempre estão prontas para ajudar uma a outra, independente de qualquer coisa. Assim, a série
acompanha o desenvolvimento das personagens, contando seus desafios para sobrevivência e
para ter suas vozes ouvidas frente a toda uma sociedade repressora.
As Confissões de Schmidt
Baseado no livro “About Schmidt” (1996) de Louis Begley. Schmidt, um velho ranzinza, na faixa
dos sessenta anos e recém aposentado, se vê viúvo e com sua filha casada com um vendedor de
colchão. Ao assistir na televisão um programa de uma ONG, na qual poderia ajudar uma criança
africana com apenas 1 dólar ao dia e lhe enviar cartas, pensa: por que não? Porém, em sua carta
tem um lapso de raiva e começa desabafar contra tudo e todos, então sua ficha cai! Como tem
vivido inutilmente sua vida e desperdiçando seu tempo. Assim, decide começar uma viagem e se
inicia, então, o road-movie, sem aquelas grandes emoções que costumamos ver nesse tipo de
filme, mas uma viagem cômica que guarda em seus detalhes fortes reflexões sobre a vida. Jack
Nicholson, que interpreta Schmidt, já velho, nem parece ser o mesmo ator de “O Iluminado” ou
de “Um Estranho no Ninho”, e isso só torna o filme mais interessante.
Legenda:
Série
Livro
Filme
65
E PETIANA
EM ...
PETIÃO
O DILEMA
SOCIAL
66
Caro(a) estudante,
Seja muito bem-vindo(a)!
COMISSÃO REVISTA BIOSFERA
Produção, Edição & Revisão:
João Vitor Prado
Laura Ferreira dos Santos
Lucas Tomazella Moraes
Marianna Pravatti Barcellos de Oliveira
Milena Rossales Castro
Nicholas Reginaldo Tjalling Ament
Rafael Araújo de Lemos
Théo de Freitas Neto